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REVISÃO TEORIAS E SISTEMAS 3 JACQUELINE NUNES DE MENEZES 1) HISTORIA DA PSICOLOGIA (WUNDT) OBJETO DE ESTUDO: consciência • A consciência possui estruturas que podem ser estudadas pelo método de análise ou redução/algo da consciência que pode ser medido empiricamente • Concordava com Stuart Mill que a consciência era ativa na organização de seus conteúdos, e que neste processo influenciava a volição. • Acreditava, no entanto, que sem as estruturas/elementos da consciência, nada haveria para a mente organizar. • Para ele, são as experiências básicas e imediatas que formam as estruturas da consciência que a mente organiza ativamente e sintetiza. • A consciência é vista como um objeto/aqui mundo é objeto IDEIA DE WUNDT: • Sua ideia, portanto, era decompor a experiência até chegar aos elementos da consciência (proposta positivista – comprovação – de ciência em psicologia) PROPOSTA: • Sua proposta era do exame do próprio estado mental do sujeito (o observador vai com todos os seus conceitos a priori) PROBLEMA DA PSICOLOGIA: • Definiu, então, que o problema da psicologia seria: analisar os processos conscientes até chegar aos seus elementos básicos, descobrir como esses elementos são sintetizados ou organizados pela consciência e determinar as leis de conexão que governam tal organização. A). Quais são as críticas da fenomenologia feitas ao experimentalismo de Wundt? • É possível fazer experimentos com processos mentais superiores como memória e aprendizagem (Ebbinghaus) • Empirismo ao invés de Experimentalismo (experimentos em laboratórios) • O principal método da psicologia deveria ser a observação e não a experimentação (Brentano: foi padre, filósofo e psicólogo/vai contra a psicologia da época) • A psicologia deveria criar seus métodos e não pegar emprestado o método das ciências naturais • O objeto de estudo da psicologia deveria ser a atividade mental e não o conteúdo da experiência consciente (Brentano). Por exemplo, o ato mental de ver e não o conteúdo (elementos) mental do que é visto B). Qual o método de Wundt? A Introspecção: • Wundt recorre aos métodos experimentais das ciências naturais (o que pode ser provado pelo experimento - cientificamente) • O método utilizado foi a Introspecção formal (o que achar, tenho que universalizar) • O foco era que apenas a pessoa que tem a experiência do objeto pode observá-la: sua • Wundt variava as condições da situação-estímulo e observava as modificações resultantes nas experiências do sujeito HISTORIA DA PSICOLOGIA - FRANZ BRENTANO RESUMO: • Objeto de estudo: A atividade mental • Conceito de intencionalidade • Foco na psicologia do ato e não na psicologia do conteúdo (ato: vivência, o que fica quando o sujeito se coloca frente ao objeto) Por exemplo, o ato de perceber a cor vermelha é o verdadeiro objeto de estudo da psicologia e não o conteúdo, os elementos sensoriais do objeto vermelho, embora façam parte do ato de ver • Aqui o mais relevante é examinar vivências e não conteúdo/é o que a consciência vive e não o que forma “Uma cor não é uma qualidade mental, mas estritamente uma qualidade física; o ato de ver a cor, é uma qualidade mental” • A consciência é dotada de um ato: o ato intencional HISTORIA DA PSICOLOGIA - CARL STUMPF RESUMO: • Stumpf (músico, psicólogo) se interessa pelos estudos de Brentano e chega a ser considerado o maior rival de Wundt • Acreditava que os fenômenos são os dados mais importantes para a psicologia • Defende a fenomenologia, sendo um método de introspecção, a qual se refere ao exame/descrição da experiência imparcial, ou seja, tal como ocorre. • Para ele decompor a experiência em elementos é torná-la artificial, abstrata e não natural 2) FENOMENOLOGIA RESUMO: Husserl vai desenvolver seu pensamento fenomenológico a partir da palavra retorno as coisas mesmas Fenômenos reais e imaginários Com o objetivo de aprender a essência de determinada espécie de eventos Contra o psicologismo, empirismo e historicismo. ORIGEM DO TERMO FENOMENOLOGIA • Fenomenon: deriva do verbo fainestai (mostrar-se a si mesmo, aparecer, tornar-se manifesto, visível em si mesmo. PROPOSTA DA FENOMENOLOGIA • Recuperar o significado autêntico do próprio filosofar, o sentido originário do conhecimento humano • “Retornar às coisas mesmas”: convida a uma nova leitura da realidade, que se manifesta como fenômeno (RIBEIRO JR, 1991). • Sujeito e objeto do conhecimento elevam-se ao nível da transcendentalidade (a consciência, enquanto sujeito, saí de si e alcança os objetos do mundo, dando sentido, significado, aos mesmos). O CONTEXTO DE HUSSERL • Crise das ciências: questionamento das verdades • Falência do projeto da modernidade (necessidade de querer quantificar, medir, universalizar a experiência) • Husserl critica a filosofia especulativa • Propõe um corte epistemológico: fornece caráter científico à filosofia AS CONCEPÇÕES DE HUSSERL • Tentativa de Husserl: dar caráter de cientificidade à filosofia – filosofia como ciência rigorosa • Crítica à psicologia por ter tomado os métodos da ciência da natureza sem discernir a especificidade de seu objeto de estudo: A CONSCIÊNCIA • Um positivismo superior: conhecimento que vem da experiência • A vida psíquica é um dado imediato que exige apenas a descrição da experiência • Não se pode reduzir a consciência a um simples fenômeno natural ENTÃO, O QUE É A FENOMENOLOGIA? • É o estudo daquilo, daquela coisa, daquele algo, daquele objeto que é dado à consciência, que nos faz pensar nele (a) e do (a) qual falamos... • É o estudo do fenômeno, da experiência, seja sua ou do outro. • É uma filosofia que reflete sobre o conhecimento do conhecimento, e que pretende substituir a abordagem empírica e sensualista do psicologismo através da análise dos processos subjetivos em que se moldam os fenômenos externos (RIBEIRO JR, 1991)/ • (Análise como compreensão da experiência como um todo). TAREFA DA FENOMENOLOGIA • “Analisar as vivências intencionais da consciência para perceber como aí se produz o sentido dos fenômenos” (DARTIGUES, 1992: p.22). • Jamais abandonar a experiência (ela vai elaborar o sentido de mundo/mundo não é objeto, é fenômeno). • Será a análise da vida do sujeito, no qual e para o qual se constitui o sentido do mundo/ciência: como o mundo se revela? /pela experiência é que chego ao mundo). • Resgate da subjetividade pela análise intencional (caráter intencional da consciência: é uma particularidade fundamental da consciência, de ser consciência de alguma coisa/consciência ser intencional ao que vai ver) • REDUÇÃO EIDÉTICA (epoché): com o objetivo de chegar nas essências (significado) • Fenômenos são vividos na experiência, na relação da consciência com o mundo; o que os difere dos fatos (objeto da ciência), que são ocorridos, especulados e inferidos (ex: árvore/concretude) • Propõe ir-se às “coisas mesmas”, a partir de participação e envolvimento • Os fenômenos são alcançados pela INTUIÇÃO DAS ESSÊNCIAS: sentido, significado) Relação consciência-objeto: a consciência é sempre consciência de um objeto, pois o objeto é sempre objeto-para-um-sujeito RETORNO ÀS COISAS MESMAS • Encontro com a realidade • Importância da intuição (intuir o que já está em você) • Pela intuição, os fenômenos estão dotados de um sentido – essência das coisas • O sentido do fenômeno lhe é imanente (está presente nele) e pode ser percebido • A intuição das essências se distingue da percepção dos fatos: é a visão do sentido que atribuímos ao fato materialmente percebido (exemplo do mar, rio, árvore) • Dimensão das possibilidades: haverá tantas essênciasquantos significados nosso espírito for capaz de produzir • A intuição originária vem antes de qualquer conceito (ex: criança que não sabe ler, mas já tem nela mesma a capacidade para) ANÁLISE INTENCIONAL ● Intenção: sentido diferente do comum, significa referência, isto é, tem um fim a que se dirige/toda consciência é consciência de algo) • É pela experiência sensível que alcançamos a intuição das essências (o sentido, significado) • O sujeito, portanto, atribui significados ao objeto • Não existe realidade objetiva Noesis: Ato de Perceber (atividade da consciência: o ato de perceber, lembrar, imaginar) Noema: Meu modo diferente de Perceber (é o significado, diferente do próprio objeto, que é a coisa/ é a descrição das diversas maneiras como o objeto se mostra/significado constituído pela atividade da consciência: noesis) A REDUÇÃO FENOMENOLÓGICA – EPOCHÉ • Necessidade de eliminar a atitude natural de senso comum • Colocar em parênteses realidades previamente concebidas, permitir que o fenômeno se revele, se desvele • Adotar a atitude fenomenológica a partir da consciência transcendental (saí de si e alcança os objetos do mundo, dá sentido aos objetos do mundo) / o mundo como fenômeno que se desvela para uma consciência que se volta para ele em intencionalidade/diferente da consciência pura de Wundt Consciência intencional: capacidade de se voltar para as coisas do mundo) A) EXPLIQUE TRANSCENDENCIA PARA HUSSERL Transcendentalidade (a consciência, enquanto sujeito, saí de si e alcança os objetos do mundo, dando sentido, significado, aos mesmos). Consciência transcendental (saí de si e alcança os objetos do mundo, dá sentido aos objetos do mundo) B) Para Husserl qual o papel fundamental da fenomenologia? Jamais abandonar a experiência • Resgate da subjetividade pela análise intencional (caráter intencional da consciência: é uma particularidade fundamental da consciência, de ser consciência de alguma coisa/consciência ser intencional ao que vai ver) • REDUÇÃO EIDÉTICA (epoché): com o objetivo de chegar nas essências (significado) • Fenômenos são vividos na experiência, na relação da consciência com o mundo; o que os difere dos fatos (objeto da ciência), que são ocorridos, especulados e inferidos (ex: árvore/concretude) • Os fenômenos são alcançados pela INTUIÇÃO DAS ESSÊNCIAS: sentido, significado) 3) EXISTENCIALISMO RESUMO: • DIFICULDADES CONTEXTUAIS • Visão de conjunto: existem várias nomenclaturas para o existencialismo • Subjetivismo: existem várias concepções filosóficas que formam a doutrina existencialista: concepções cristãs e ateias Linguagem: todo existencialista tem uma linguagem própria, de difícil compreensão • CONCEITO: • “Conjunto de doutrinas segundo as quais a filosofia tem por objeto a análise e descrição da existência concreta, considerada como o ato de uma liberdade que se constitui ao se afirmar o que não tem outra origem nem outro fundamento além dessa afirmação em si mesma” (JOLIVER, apud GIORDANI, 1997, p. 19/20). ESSENCIAS DO EXISTENCIALISMO: • Método Irracional: primazia dos estados da consciência e não do conhecimento lógico, objetivo e teórico. • Subjetivismo: preocupação com o sujeito concreto e existente, com o EU, com o mundo da consciência, com a reação do sujeito frente à experiência com o mundo. • Existência: modo de ser peculiarmente humano. • APENAS O HOMEM EXISTE: As outras coisas são. Fora do homem não há existência, pois as coisas não têm significado fora da consciência humana. • A EXISTÊNCIA PRECEDE A ESSÊNCIA: O homem primeiramente existe, surge no mundo, e somente depois se define. • EXISTÊNCIA AUTÊNTICA x EXISTÊNCIA INAUTÊNTICA: a existência autêntica é inerente aos que se escolhem livremente, que se fazem a si mesmos; a existência inautêntica é inerente aos que estão perdidos no mundo. • LIBERDADE: o domínio da existência é o domínio da liberdade, do projeto, do possível, da escolha. “O ser humano é um ser de possibilidades. Fundamento de todos os valores. • LIMITAÇÃO HUMANA: a vinculação do homem a um contexto de relações com outros homens. • MORTE: última situação limite do homem. Experiência única, que abre ao homem sua condição temporal. • SENTIDO DA EXISTÊNCIA: o presente, que transcende passado e futuro O HUMANISMO É UM EXISTENCIALISMO? Jean-Paul Charles Aymard Sartre- Representante do Existencialismo Existencialismo: corrente filosófica e literária surgida entre os séculos XIX E XX que acredita que o homem é responsável por seus atos. Por consequência tornando o homem mestre de seu destino. Essa responsabilidade traz a liberdade do mesmo fazer suas próprias escolhas, isso gera em muitos indivíduos uma paralisação e angustia ao tomar decisões que somente ele deve tomar. Dessa forma os fenômenos da mente começaram a ser estudos em si mesmo, ou seja, em sua própria subjetividade, com o objetivo de encontrar sua significação. O humanismo de Sartre é compreendido através de sua mais destacada conferência, intitulada O existencialismo é um humanismo. Sartre repensa sua filosofia, explicando por que considera a filosofia existencialista um humanismo. Afirma que o homem não nasce com essência alguma. Inicialmente apenas existe, aparece, está aí, jogado, e só depois será alguma coisa, dependendo do que faça de si mesmo. A existência do homem é uma condição para ele construir-se como homem. E isto não quer dizer apenas o desenvolvimento biológico ou psíquico. O homem deve construir-se a partir de seus planos, a partir da responsabilidade que tem por si e pelos demais. Esta responsabilidade faz o homem sentir-se em contato com o mundo que o cerca, e ser tocado pelos problemas da sociedade. Isto lhe gera angústia, que “não deve levar a um quietismo, e sim à ação”, buscando tornar-se útil à sociedade. “O homem está condenado à liberdade”. Tal é a máxima Sartriana, inúmeras vezes citada, que se tornou um lugar comum ao se falar em liberdade. Por que condenado? Afirma Sartre, que a essência do homem é liberdade. Os homens fazem a partir da liberdade, o que bem entendem de si mesmos. Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO- DEPTO DE FILOSOFIA PROF. JOSÉ MARIA DE JESUS E SILVA ( Prof. Adjunto do depto de Filosofia da UFMA) 4) KENKERGARD RESUMO: KIERKEGAARD: O pensador religioso • “O importante é encontrar uma verdade que seja verdade para mim” • Progenitor intelectual do existencialismo • Sua fonte de pensamento: sua própria existência • Profundo sentimento religioso em que predominavam a angústia, a inquietação e a melancolia • Exigência de interioridade, uma vez que é hostil a tudo que é objetivo, universal e impessoal • Essa exigência se manifesta nas três categorias centrais do seu pensamento: a existência, a subjetividade e o indivíduo (que é o sujeito em sua singularidade) Existir é eleger-se A existência é apenas uma fase da vida, é uma eleição de si mesmo e não de bens e de coisas, que não pode ser cognoscitível objetivamente • A existência é caracterizada por desespero e angústia • A verdade é subjetiva: é um ato de liberdade/subjetivo: não é a glorificação de qualquer capricho pessoal, é sua condição pessoal, interior com respeito à lei moral e à vida religiosa • Necessidade humana de apropriação subjetiva da realidade – DEVIR (processo de transformação, possibilidades do ser) • Singularidade humana: o sujeito concreto, o indivíduo em sua subjetividade • Estágios da Vida (formas de vida): Estético, Ético e Religioso • Estético: o indivíduo se entrega ao mundo dos prazeres; porém, ao mesmo tempo, sente-se frustrado, quer algo mais, o homem vive fora de si • Ético: vive segundo os ditames da sociedade, percebendo asregras, as normas e as convenções e admitindo seus erros; o homem começa a entrar em si; não dá uma satisfação plena, daí necessitar do estágio seguinte • Religioso: passa a agir e ser sem a necessidade de si justificar através de uma ordem social; entra no relacionamento com o absoluto –Deus- que será sua regra e o único provedor da satisfação; o homem volta completamente para si A) Explique as fases existenciais para kierkegaard ESTAGIO ESTETICO= O Primeiro estágio no caminho da existência humana é o estético. A pessoa que passa por esse estágio é: É incapaz de ser aberto no relacionamento com outras pessoas. Não tem direção própria. É um caçador de sensações e melancólico Sua vida está continuamente voltada ao prazeroso. Vive o momento e busca sempre o prazer. Bom é aquilo que é belo, simpático ou agradável. “Don Juan, Fausto e o Judeu Errante” O próprio Kierkegaard experimentou a esteticidade. Torna-se um pensador errante e poeta melancólico: Com todos esses acontecimentos, Kierkegaard começou a ter uma vida desenfreada[11] de gozo e de prazer, principalmente depois da morte de seu pai, passou a viver apenas da herança e a ter uma vida de solidão. O segredo da vida do esteta é o desespero. Portanto o esteta é apenas um caçador de sensações, escolhe e ao mesmo tempo, angustia-se e desespera-se em suas escolhas. ESTAGIO ETICO= Nesse estágio o indivíduo vive: Compromisso, com seriedade e honestidade, pois, pensa eticamente Capaz de construir um laço conjugal com o outro que superou o estágio estético. No casamento, o homem não é apenas responsável por si mesmo, mas o é também por outro e diante do outro. A família promove a superação do egocentrismo da prisão narcísica do esteta. O protótipo desse estágio ou esfera ética é: O marido fiel o cumpridor do dever, o responsável, o dedicado à família e ao trabalho. A pessoa deixa seus gostos pessoais para adotar leis de moral e de conduta universais. Viver Em Temor e Tremor O estado ético é infinitamente superior ao estético. Nesse estágio o homem já não vai à caça de sensações ou experiências imediatas, mas ordena e coordena sua vida ao cumprimento do dever. . ESTAGIO RELIGIOSO= Este estágio é o da fé, o do risco e o dá incerteza. Em termos kierkegaardianos: a fé é um salto no escuro. Neste estágio o homem se relaciona diretamente com o Absoluto. O Absoluto é o único que realmente conta. Aqui o homem se coloca ante Deus. No estágio ético como vimos acima, a medida é o próprio eu, é a própria razão; no estado religioso a medida é outra, onde tudo perde seu limite, se infinitiza. O estágio religioso pode cultivar duas religiosidades: Um está fundamentado na religião natural, na qual se dá uma relação do indivíduo com o seu mundo e fundo existencial interiores. A outra religiosidade dá-se mediante uma relação com a historicidade de um Deus sofredor e morrente. Esta última coincide com a fé cristã, totalmente inusitada e paradoxal. O estado religioso é o âmbito da vivência na eternidade. Portanto, o estágio religioso é o maior de todos, somente ele é capaz de realizar no indivíduo um verdadeiro plano espiritual, levando cada um e de modo particular reconhecer a sua limitação existencial. O SALTO DA FÉ= A passagem de um estágio para o outro se dá através do desespero e da angústia, o homem é obrigado a escolher, se não escolhe ficará numa descepção sem fim. Deste modo, a profunda desesperação e a angústia são caminhos para que o homem possa se dar conta de sua situação existencial, ou seja, é o saltar para um estágio superior, que vem a ser, o estágio ‘ético’. A passagem do ético para o religioso se dá através da fé e solidão. O indivíduo tem plena cosciência de que não é mais força e razão que conta e sim a entrega total de um firme fundamento das coisas que não se vê, a fé. Seria impossível para o homem saltar do estágio estético para o estágio religioso, pois, quando o esteta resolve mudar de vida e até mesmo querer pular para o estágio religioso ele já esta no estágio ético. Os seus pensamentos implicam uma certa moral e conduta ética. Por isso, que no estágio religioso a única coisa que conta é a fé na solidão com o Absoluto. 5) HEIDGER RESUMO: MARTIN HEIDEGGER: filósofo em busca do sentido do Ser • Seus pensamentos surgem na época da Iª Guerra Mundial: valores tradicionais questionados; • Vocação despertada: Franz Bretano / assistente e sucessor de Husserl; • Achava que Husserl não elucidava a questão do Ser, voltava-se para os entes, porém sem a investigação daquilo que os permite aparecer; • Constrói a Teoria do Ser: o Ser é que permite a aparição dos entes, que faz com que o mundo seja e apareça ao homem; • Para Heidegger, definir o Ser é torná-lo um ente; • Ser é a possibilidade do ente, não é a consciência/ente é o que é determinado, concreto; Angústia fundamental: inospitalidade do mundo (porque é estranho a mim, incompreensível, pouco acolhedor, vazio de sentido, só tem sentido quando eu dou); • O homem é um ente jogado no mundo/ Facticidade: no momento que este homem dá sentido ao passado e se projeta no futuro, ele supera a facticidade; • O homem é um ente especial (Dasein), pois dá sentido ao mundo e a si mesmo; • Dasein (palavra alemã; Da=aí/sein=ser): apenas o homem existe; as outras coisas são (fora do homem não há existência, é a existência que dá sentido as coisas); • Homem: ser-para-a-morte (a morte é algo individual: é sempre minha morte/no horizonte existencial está a morte); • O homem precisa transcender sua condição de finitude: ele tem a possibilidade de tomar a iniciativa de dar sentido a sua existência e orientar suas ações em diversas direções, isto se caracteriza o seu ultrapassar-se a si mesmo, a transcendência; • Trama de Sentido: elaboração de sentidos que leva a nomeação de mundo; • Sentido da vida: o homem pode dar sentido a sua existência; • Sentido do Ser X ente (tudo que aparece no mundo); • O Dasein é um ser-no-mundo, o que significa que os vários Dasein coexistem em relação, o que o torna um ser-com-os-outros; • A problemática do Ser: o ser, por não depender da vontade do homem, não pode ser estudado pela ciência; • O ôntico: ente e o ontológico: ser; • O desamparo e a angústia são as estruturas ontológicas do modo de ser do homem(ente): via de acesso ao Ser; • “No nada da angústia, mostra-se a manifestação original do existente como tal” • A ação clínica pautada em Heidegger (ver pp. 44 e 45 de Barreto e Morato, 2009). CLINICA FENOMENOLOGIA BASEADA EM HEIDGER Respeitar a subjetividade o paciente Compreender o seu modo de ser no mundo abrindo-lhe possibilidades para novas formas de existir Devolver-lhe a capacidade de dispor de possibilidades Ajudar o paciente a compreender a sua angustia e escolher o que fazer com essa angustia 6) JASPER RESUMO: Para Jaspers, a partir da análise do ser humano, o ser possui quatro diferentes dimensões: 1. O Ser-aí (Dasein) 2. A Consciência 3. O Espírito 4. A Existência; 1) Ser-aí (Dasein): • É o ser particular e determinado, porém não completamente; • Tende a dirigir-se, sem cessar, segundo seus fins; • Está ligado a um corpo; • É um ser que vive, morre, daí finito, temporal e transitório; • Pode ser mais e tendo a sê-lo; • O Ser-aí é como o subsolo sobre o qual o homem construirá sua existência, contudo não é ainda a existência. 2) A Consciência: • Eleva o homem da dimensão do infra-humana do Ser-aí e coloca-o no caminho de ser homem; A consciência eleva o homem de apenas um corpo para um homem. • É vivência, saber, autoconsciência;• É condição da possibilidade da existência (Só é ser para nós aquilo que entra em nossa consciência, o que nela não aparece é como se não existisse.) A consciência é sempre consciência de alguma coisa. 3) O Espírito: • É real como o Ser-aí (corpo) e interior como o pensamento; • Aproxima-se da medula do ser humano; • É o todo harmonizador no pensar, sentir, obrar que se chama ideia; • Para Jaspers, as ideias são como “substância criadora da unidade do Espírito”; • O espírito atua livremente, é inteligência e vontade. 4) A Existência: • Aqui o homem é plenamente homem; • É auto possessão, auto realização; • Consiste no descobrimento do ser humano individual e de suas possibilidades; • A Existência não pode converter-se em objeto de uma ciência, ou seja, não pode ser investigado, medido; • Pode somente chegar a ser realmente ou perder-se; • Não podemos concebê-la como objetividade, mas sim como subjetividade; • É praticamente indefinível; não é possível emitir um juízo fixo acerca da Existência; não há sobre a mesma segurança objetiva, mas só uma segurança imersa sempre na interrogação. “A Existência aparece no mundo mediante o Ser-aí (Dasein), ilumina-se pela Consciência em geral, revela seu conteúdo mediante o Espírito, porém transcende todos esses três modos de ser: é o recôndito (desconhecido) de onde livremente saio ao meu encontro, aquilo em que me constituo a mim mesmo, ao fazer-me entrega de mim mesmo” Outros tópicos abordados por Jaspers são: 1. Mundo 2. Situações Limites 3. Transcendência; 1) O Mundo: • EU PRECISO DO MUNDO • O ser não pode existir sem o Mundo, do qual somos parte; • O Mundo é o fundo e a origem da realidade; • É aquilo no qual podemos estar em segurança, como por exemplo o próximo, o familiar, a pátria; • Porém, também é aquilo que nos pode ser estranho, ou seja, o outro que nos olha com um olhar frio, hostil ou indiferente. 2) Situações Limites: • São absolutas, definitivas, obstáculos insuperáveis que impelem o homem para além dos limites do Mundo; • Exemplos: a morte, o sofrimento, a luta, a culpa; • Nestas situações, o homem é levado à própria fronteira de seu ser intramundano e colocado diante do nada; • O homem experimenta que lhe é impossível realizar-se em plenitude; • O homem que quer fundamentar-se na imanência acaba no naufrágio e é este naufrágio que tornará possível chegar na Transcendência. 3) Transcendência: • PRECISA ACREDITAR EM ALGO MAIOR(DEUS/COSMO/FILOSOFIA) • Dois sentidos: um caracteriza o movimento que realizamos sem cessar para ultrapassarmos a nós mesmos e o outro caracteriza aquilo que se encontra além do domínio da ciência e do domínio da Existência; “Assim, além de nós mesmos, descobrimos qualquer coisa pela qual nós existimos, mas a respeito da qual nada podemos verdadeiramente dizer a não ser com o auxílio de absurdidades”; • Não podemos aplicar nenhum predicado à Transcendência, nem mesmo negativo; • Ela não pode ser comparada a ser algum, pois não possui forma, está oculta, distante, inacessível; (Não é nem isso nem aquilo, nem quantidade, nem qualidade, nem uma nem múltipla, nem ser, nem nada) • Ela não pode ser conhecida nem pensada, que carece em absoluto de determinação alguma e da qual unicamente se pode saber que é, sem saber nunca o que é; • A Transcendência nos fala no mundo, no homem, na história, no mito, na arte, na poesia, na filosofia, embora por meio de uma linguagem cifrada; • Para Jaspers, tudo está condenado ao fracasso: é o fracasso universal; • O fracasso de todo o ser finito significa a revelação e a corroboração suprema da infinitude de Deus, o único ser verdadeiro; • Jaspers nos fala que a fé não é o que se entende comumente por fé (adesão a uma verdade objetiva, em virtude da autoridade de um testemunho, especialmente de Deus que se revela); • A fé jasperiana é indecisa, flutuante: não sei se creio e nem o que creio, não é um estado permanente, mas uma realização atual; • Não é uma fé teológica, mas sim filosófica; • Jaspers, denomina-a fé porque a ciência se move na dimensão do geral e intramundano e a fé, ao contrário, eleva-nos acima do intramundano para o verdadeiro ser da Transcendência. A). Quais as situações limites para Jaspers? Resposta: Morte, sofrimento, Luta e culpa. B). Diferencie Dasein na filosofia heideggeriana e na filosofia de Jaspers: JASPERS HEIDEGGER Ser-aí (Dasein): É o ser particular e determinado, porém não completamente; O homem existe as coisas são Tende a dirigir-se, sem cessar, segundo seus fins; Dar sentido as coisas do mundo Está ligado a um corpo; Homem ser jogado no mundo É um ser que vive, morre, daí finito, temporal e transitório; ENTE especial Pode ser mais e tendo a sê-lo; Ser com os outros Não se confunde com o ser-aí de Heidegger, pois é presença no mundo, um ser simplesmente dado. 7) DEFINA HUMANISMO: Doutrina que coloca o homem como centro de reflexão; respeito à dignidade humana. EXISTENCIALISMO: Sistema filosófico sobre a problemática da existência humana; foca a experiência humana vivida num mundo de impasse. FENOMENOLOGIA: Método de sistematização e produção de conhecimento sobre o sentido da existência para o sujeito. 1. Quais foram as bases filosóficas que fundamentaram a Gestaltterapia? Explique-as Humanismo - todo comportamento humano é normal e acentua o desenvolvimento do potencial dos indivíduos. Existencialismo - a existência humano é singular e intransferível. Fenomenologia - a descrição é mais importante que a observação. Ênfase na percepção corporal da vivencia imediata e importância no desenvolvimento do aqui-agora. Holismo - importância do corpo, integração das polaridades opostas, concentração no aqui-agora, entre outras. FONTE: ELISABETH LUCENA
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