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Vitor Leandro Cunha REVISÃO FISIOPATOLOGIA CLINICA EM UROLOGIA E GINECOLOGIA 2016 ANATOMIA FUNCIONAL DO ASSOALHO PÉLVICO Pelve - se encontra em posição intermediária entre tronco e MMII. Falsa: Cavidade superior (maior e mais rasa) contém órgãos abdominais. Verdadeira: Cavidade inferior (menor e mais profunda), bexiga-ureteres-S.genital # LIGAMENTOS # Lig. Ileolombares: Limitam inclinação lateral do tronco. Lig. Sacroilíacos Ant. e Post: Estabilizam a articulação sacroilíaca, limitam nutação e contra nutação. Lig. Sacrotuberoso e sacroespinhoso: Limitam os movimentos de nutação. # MOVIMENTOS # Nutação: (Abre parte inferior da pelve) rotação anterior do sacro sobre o ílio, rotação posterior do ílio sobre o sacro. *afastamento dos ísquios da linha média (parto). Contranutação: (Abre parte superior da pelve) Ocorre o inverso-Gestação. # TIPOS DE PELVE # Ginecoide: Androide: Platipeloide: Antropoide: # PERÍNEO # Região de forma losangular, que é dividido em duas porções: Trígono anal, Trígono urogenital (conhecida como região de inserção muscular). *MULHER: Uretra, vagina e ânus *HOMEM: Uretra e ânus. OBS: O centro tendíneo do períneo do homem se localiza na base do pênis até o ânus, como se fosse um único tendão. # MUSCULOS # SUPERFICIAIS: Isquiocavernoso- Mantém a ereção. Bulboesponjoso- Auxiliam na ereção. Transverso superficial do períneo- Sustenta o assoalho pélvico e vísceras. EPISOTOMIA: Incisão efetuada na região do períneo para ampliar o canal do parto. PROFUNDOS: Músculo levantador do ânus: Puborretal (uni se ao canal anal), Iliococcígeo (parte posterior do levantador do ânus), Pubococcígeo (Fibras inserem se no osso púbico de cada lado da sínfise púbica até a parede dos órgãos pélvicos e corpo perineal). Músculos coccígeos: M. Levantador do ânus + M. Coccígeo + Fáscias: DIAFRAGMA PÈLVICO. Fáscia endopélvica: Sustentação de vísceras, é o tecido que conecta as vísceras á parede pélvica. *Diafragma pélvico (Homem): dois bicos (ânus e uretra) * Mulher: Três bicos (ânus, vagina e # ASSOALHO PÉLVICO # Formado por músculos, ligamentos e Fáscia. Cavidade pélvica: Paredes laterais e posteriores são revestidas pelos músculos... Obturador interno Piriforme Músculo transverso profundo do períneo (Faz parte de sua estrutura muscular) # INERVAÇÃO # S2 – S4 pelo nervo Pudendo *o assoalho pélvico fecha a cavidade inferior da pelve. # FUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO # -Suportar as vísceras abdominopélvicas. -Resistir a aumento de pressão abdominal (tosse, espirro). -permitir a passagem do feto durante o parto. -Função urinária, anal e sexual. NEUROFISIOLOGIA E FISIOLOGIA DA MICÇÃO BEXIGA- Órgão muscular oco (dividido em cúpula, corpo e base),*M: 350-450 ml *H: 550-600. Função: Armazenamento de urina proporciona contração para promover seu esvaziamento durante a micção. M. DETRUSOR- Musculatura lisa que reveste a parede vesical e tem a função de realizar a contração da bexiga. Trígono vesical- Área entre ureteres e base da bexiga. Colo vesical- É dela que sai a parte superior à uretra. FIBRAS PROPRIOCEPTIVAS: Elas percebem a distensão da bexiga, quando a mesma esta com presença de urina (originam-se no detrusor e seguem ate a medula espinal T10-L2). Continência: Capacidade de manter a urina dentro da bexiga. # URETRA # Possui o tipo de fibra 1 (contração lenta),pois precisa manter a resistência para manter a urina dentro da bexiga, é um tubo muscular medindo de 3 a 4 cm na mulher e 15 a 20 cm no homem. Função: função de continência e condução da urina da bexiga para o meio externo. Esfíncter uretral interno. M. Lisa- Contração involuntária. Esfíncter uretral externo. M. Estriado- Contração voluntária. # SISTEMA NERVOSO # SNC (Porção de recepção de estímulos, de comando e desencadeadora de respostas). SNP (Constituído por vias que conduzem estímulos ao SNC ou que levam até os órgãos as ordens do SNC). Eferentes: Neurônios motores (SNC - Órgãos) Aferentes: Neurônios sensitivos (Órgãos – SNC) Simpático: Prepara para a luta ou fuga, liberação de neurotransmissores (Adrenalina e Noradrenalina). Parassimpático: Prepara o corpo para o repouso (conserva energia metabólica). NEUROFISIOLOGIA DA MICÇÃO *AREAS CORTICAIS: Córtex cerebral (centro de controle voluntário da micção). Ponte: Responsável pelo reflexo de micção tem efeito sobre o centro pontino da micção (centro do detrusor), onde o excita aumentando a pressão vesical. Centro pontino da continência (esfincteriano): Sua estimulação gera aumento na pressão uretral gerando contração da uretra. Cerebelo: Promove a coordenação entre as atividades contrateis, mantendo o tônus e a força de tal musculatura, ainda inibe contrações reflexas do detrusor. # PLEXO PÉLVICO # Nervos pélvicos (parassimpático-S2, S4): Inervação do músculo detrusor. Possui o Neurotransmissor Acetilcolina (Ach) que se liga ao receptor Muscarinico (+M3) dentro da bexiga. Nervos hipogástricos (simpático-T10, L2): Inervação do esfíncter interno. Possui o Neurotransmissor Noradrenalina (Ne) que se liga ao receptor Beta adrenérgico (-B3) e Alfa adrenérgico (+§3 ). Nervo pudendo (somático-S2, S4): Inervação do esfíncter uretral externo. Único voluntário, Neurotransmissor acetilcolina (Ach) e receptor Nicotinico (+N). # FISIOLOGIA DA MICÇÃO # Continência: Contenção da urina (Mantida pela complacência vesical, inibição dos impulsos eferentes parassimpáticos e ativação dos eferentes simpáticos). Micção: Eliminação da urina. FASE DE ENCHIMENTO: impulsos aferentes pelo nervo pélvico, o córtex envia impulsos inibitórios para o centro pontino e nervo pélvico fazendo o relaxamento do detrusor. Ainda manda impulsos excitatórios para o nervo hipogástrico e nervo pudendo aumentando a resistência uretral. *PRESSÃO URETRAL MAIOR QUE A PRESSÃO VESICAL. FASE DE ESVAZIAMENTO: os receptores de tensão na parede vesical identificam o aumento da pressão vesical, onde mandam impulsos através do nervo pélvico até que o mesmo chegue ao córtex cerebral, onde irá ocorrer a liberação do centro pontino, onde serão enviados impulsos descendentes para que ocorra a ativação dos neurônios parassimpáticos (n. pélvico) desencadeando a contração do músculo detrusor.*pressão vesical maior que a pressão uretral. Complacência vesical-capacidade da bexiga de receber volumes crescentes de urinas em um aumento correspondente da pressão intravesical (baixa pressão). # REFLEXOS # REFLEXO PERÍNEO-DETRUSOR: Ocorre a contração dos músculos do assoalho pélvico gerando impulso aferente para a medula, que reforça a contração dos músculos do assoalho pélvico, simultaneamente e enviado um impulso eferente inibindo o nervo pélvico, promovendo o relaxamento vesical. REFLEXO DE GUARDA: O aumento progressivo da atividade do EUE em resposta ao aumento do volume vesical. (EUE: Continência), ocasionado quando há a distensão da bexiga durante a fase de enchimento o que ativa os mecanorreceptores da parede vesical, os receptores geram um sinal aferente para a medula espinal que ativa os motoneurônioseferentes do N.pudendo, que estimula a contração do EUE. AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO ASSOALHO PÉLVICO FEMININO FUNCIONALIDADE: Envolve todas as funções e estruturas do corpo e a capacidade do individuo de realizar atividades e tarefas relevantes a sua rotina diária,bem como a sua participação na sociedade. DOMINIOS: Estrutura e função: Sistemas do corpo é função dos sistemas (disfunções, deficiência) Atividades: AVD’s realizadas no dia-a-dia. (limitações) Participação: Diminuição a participação do individuo na comunidade (Restrições, convívio social). MEDIADORES: Fatores ambientais: Fatores extrínsecos (Acesso ao serviço de saúde). Fatores pessoais: Fatores intrínsecos (Depressão, medo, trauma). # FUNÇÕES DOS M.A.P # -Reflexos -Tônus -Controle e coord.motora -Força muscular -Resistência muscular (CIF,2009) REFLEXOS Reflexo anal: Fricção com o dedo na região anal (observar contrações involuntárias). Reflexo bulbocavernoso (Clitoriano): Fricção com o dedo na região do clitóris (contra. Involuntárias). * Integridade da inervação sacral FORÇA MUSCULAR “Força máxima que pode ser gerada por um músculo ou por um grupo muscular” *Pode ser por métodos objetivos indiretos: Perineômetro (pressão dentro do canal vaginal). *Métodos subjetivos: Palpação digital (escala de Oxford modificada). 0-S.contr. 1-Esboço 2-Regular 3-Fraco(C.elevação) 4-Bom(C.elevação) 5-Ótimo,forte(C.elev.) RESISTÊNCIA MUSCULAR “Habilidade de sustentar uma contração submáxima ou máxima” *Pode ser medida pelo toque digital registrando-se o tempo de contração em Seg. CONTROLE E COORDENAÇÃO “Verificar se a paciente tem a capacidade de contrair voluntariamente os músculos do assoalho pélvico” *Verificar se a mesma os ativam em conjunto com outros grupos musculares (abdominais, glúteos, adutores do quadril), caso isso ocorra a paciente apresenta deficiência de coordenação. TÔNUS MUSCULAR “Resistência apresentada por musculoesqueléticos ao se realizar uma palpação com pressão, ou resistência ao alongamento” * O tônus deve ser avaliado por meio da palpação digital bilateral do M. Puborretal. *Escala de mensuração do tônus: 0- Não palpável 1-Hipotonicidade 2-Hipotônico (resist.) 3-Hipotônico (cedem) 4,5- Hipertônico ESTUDO URODINÂMICO- Qualquer procedimento que vise estudar em laboratório o funcionamento do T.U.*Estudo clinico. Fluxometria – Fluxo urinário Cistometria – Fase de enchimento vesical Estudo miccional – Esvaziamento vesical INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA “Qualquer perda involuntária de urina, exceto para crianças”. IUE (Incontinência urinária de esforço): Perda urinária involuntária (após exercício físico, tosse e espirro). IUU (Incontinência urinária de urgência): Perda involuntária urinária, sendo precedida de urgência urinária. IUM (Incontinência urinária mista): Perda urinária associada à urgência e também a esforço. # MANTER CONTINÊNCIA # Fechamento uretral (60%): Realizado pelos esfíncteres uretrais internos e externos e coaptação da mucosa uretral. Ocorre durante repouso. Suporte uretral (40%): Durante aumento de pressão abdominal (M.A.P. - Músculos do assoalho pélvico). # FATOR DE RISCO-IUE # Redução do estrógeno (menopausa) Redução de fibras estriadas (idade) Ambos reduzem a pressão de fechamento uretral Lesões de fibras nervosas (parto) # SINAIS E SINTOMAS DA IUE # Situações de aumento de pressão intra-abdominal Aumento de frequência urinária Perda de urina aos esforços (Tosse, espirro, levantar, agachar, subir degraus) # FISIOPATOLOGIA DA IUE # Insuficiência esfincteriana Hipermobilidade uretral (suporte ativo insuficiente, relaxamento, AP) Se descobre através do exame urodinâmico # FISIOPATOLOGIA DA IUU # Hiperatividade neurológica ou idiopática do M.detrusor # FATOR DE RISCO-IUU # Partos vaginais, cirurgias e traumas pélvicos (desnervação, perda da integridade musc. Lig. Fasc.) Tosse crônica, obesidade, hiperlordose lombar, aumento da PIA. # FATORES DE RISCO- ARTIGO # Idade Paridade Obesidade Tipos de parto Uso de anestesia no parto Peso do recém- nascido Menopausa Constipação intestinal Cirurgias ginecológicas Exercícios físicos Doenças crônicas Hereditariedade Consumo de cafeína Uso de drogas ATIVIDADE – ANATOMIA FUNCIONAL 1.Diferencie pelve verdadeira e falsa. 2.Cite as principais diferenças entre as pelves masculina e feminina. 3.Cite os principais ligamentos da pelve e descreva sua função. 4.Conceitue períneo. 5.Cite os músculos que compõem a parede lateral e posterior da pelve. 6.O diafragma da pelve oblitera a abertura inferior da pelve óssea, e tem papel importante na sustentação das vísceras pélvicas além de resistir aos aumentos de pressão endo-abdominais. Cite estes músculos que, em conjunto, são conhecidos como assoalho da cavidade pélvica. 7.Cite qual o principal nervo responsável pela inervação do assoalho pélvico e sua localização. ATIVIDADE – NEUROFISIOLOGIA E FISIOLOGIA DA MICÇÃO 1. Cite a função do SNA simpático, parassimpático e somático. 2. Descreva a fase de enchimento e esvaziamento vesical e a atuação do nervo pélvico, hipogástrico e pudendo no ciclo miccional. 3. Explique o reflexo períneo-detrusor. 4. Cite os principais receptores e neurotransmissores envolvidos na neurofisiologia da micção, sua localização na bexiga e uretra e seus respectivos nervos. 5. Defina continência e explique seu mecanismo. ATIVIDADE – CASO CLINICO R.M.R, 56 anos, com diagnóstico de incontinência urinária mista. Casada, aposentada, mora com o marido e dois filhos. História de episódios de urgência desde a infância. História de uso de medicação para controle da urgência e urge- incontinência, sem resposta satisfatória. História de episódios de incontinência urinária aos esforços ao tossir, espirrar, carregar peso. Ao exame funcional dos músculos do assoalho pélvico (MAP) apresentou: Capacidade de contração dos MAP: grau 2 escala Modificada de Oxford Tônus dos MAP diminuído: grau 2 na escala de tônus de Dietz Controle dos MAP ausente Pobre coordenação motora: não consegue realizar as contrações dos MAP durante atividades que desencadeiam urgência e urge-incontinência (atividades de contato com a água, deambulando). Resistência muscular de 6 segundos Demais componentes da funcionalidade: Deixou de frequentar a igreja; Deixou de brincar com os netos; Não realiza viagens prolongadas; Não gosta mais de ter relações sexuais porque perde urina; Preocupação em localizar banheiros quando fora de casa; Não realiza atividades que envolvem a utilização de água 1) Identifique quais as funções dos MAP foram avaliadas e conceitue. 2) Identifique as alterações no nível da estrutura e função, atividade e participação.
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