Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
03/03/2015 1 Cibernética e Terapia Familiar Cibernética e Terapia Familiar � A cibernética foi definida por ser criador, matemático americano – Norbert Wiener (1948) como “uma teoria da comunicação e do controle”. “Concebendo tanto a máquina quanto o ser vivo como um conjunto de elementos em interação – como um sistema.” (VASCONCELLOS, 2009) Cibernética e Terapia Familiar � Considerou que a mensagem é o elemento central tanto na comunicação quanto no controle. � Sua teoria visa compreender o funcionamento dos sistemas, da forma que seus elementos interagem, o modo como estão acoplados ou as regras de conexões entre eles. � A palavra cibernética vem do grego kybernetes (que significa piloto, condutor) e kybernetiké (a arte de pilotar navios e a arte de governar os homens). Cibernética e Terapia Familiar � Bateson foi um dos primeiros autores a introduzir a ideia de que a família podia ser análoga a um sistema cibernético. � Uma máquina que busca a instabilidade (homeostática) e que pode fazê-lo por dispor de circuitos de retroalimentação negativa, cujo efeito é de reduzir possíveis desvios da trajetória em direção à meta. � Seus estudos enfatizaram os recursos de que a família lançava mão para manter sua estabilidade. Cibernética e Terapia Familiar � Bateson (1956) relacionou a Cibernética e a Terapia Familiar: � A comunicação patogênica na família do esquizofrênico e apresentando a hipótese do duplo-vínculo – uma forma de comunicação paradoxal que tem profundas implicações nas relações interpessoais. Cibernética e Terapia Familiar � Homeostase familiar: Maneira como a família se organiza para assegurar sua sobrevivência: regras familiares, leis implícitas e aceitas pelos membros. � Uso de mecanismos que se opunham à mudança. “Quando um sistema familiar se desvia do modo de funcionamento que caracteriza seu “equilíbrio”, se desvia do seu “funcionamento normal”, aparece em um dos seus membros um sintoma”. (VASCONCELLOS, 2009) 03/03/2015 2 Cibernética e Terapia Familiar � Homeostase familiar: “Para lidar com esse sintoma, os demais membros podem reassumir os papéis que anteriormente desempenhavam, e o sistema pode reassumir sua forma característica de funcionar, voltando a seu “estado de equilíbrio”. (VASCONCELLOS, 2009) Cibernética e Terapia Familiar “Assim, a cibernética influenciou os profissionais da “saúde mental” não só no sentido de conceberem a família como um sistema – e então deslocarem o foco dos indivíduos que o compõem para as relações que o constituem – como também de compreenderem a “doença mental” a partir da compreensão de como interagem ou se comunicam os membros da família”. (VASCONCELLOS, 2009) Cibernética e Terapia Familiar “Porém, mais do que compreender a família, esses profissionais queriam intervir, “ser agentes de mudança”. (VASCONCELLOS, 2009) Cibernética e Terapia Familiar � Assim, manifestado um sintoma, indício de disfunção, caberia ao terapeuta proceder os reparos, utilizando-se de seus recursos técnicos (uso da mensagem) para que o sistema pudesse retomar sua trajetória, ou seja, eliminar o desvio e voltar a funcionar conforme as regras que o constituem. � Terapeuta considerado como “engenheiro social”. � A atividade deste terapeuta era , uma atividade interventiva em que, concebendo-se fora do sistema, opera sobre o sistema familiar. Cibernética e Terapia Familiar � Em 1963, Maruyama, chamou a atenção para o papel da retroalimentação amplificadora do desvio ou retroalimentação positiva, aconteceu o que ficou caracterizado como um desenvolvimento da cibernética. � Segunda cibernética � Sistema pode sofrer uma ruptura ou transformação, levando-o a um novo regime de funcionamento. Cibernética e Terapia Familiar � Segunda cibernética � Focalizou a instabilidade e da imprevisibilidade do sistema. “Então, enquanto a primeira cibernética trataria da capacidade de “automanutenção”, a segunda cibernética trataria da capacidade de “automudança” do sistema. (VASCONCELLOS, 2009) 03/03/2015 3 Cibernética e Terapia Familiar � Segunda cibernética Segundo Sluzki (1987), a segunda cibernética seria uma visão “homeoDINÂMICA” em contraste com a visão “homeoSTÁTICA, da primeira cibernética”. Cibernética e Terapia Familiar � Segunda cibernética � A partir da segunda cibernética, muda a concepção do papel do terapeuta sistêmico: em vem de tentar re-equilibrar o sistema, acredita que a crise é uma oportunidade de o sistema familiar mudar suas regras de interação. � Procurará abrir alternativas para que o próprio sistema familiar escolha, outra forma de funcionar que seja qualitativamente nova e mais satisfatória para seus membros. Cibernética e Terapia Familiar � Segunda cibernética � Mesmo assim, o terapeuta continua se vendo fora do sistema, trabalhando como um sistema que ele observa e em que ele interfere, mas que tem existência independente dele”. Cibernética e Terapia Familiar � Cibernética de segunda Ordem (Si-Cibernética) � Atenção ao conceito de auto-referência. “Uma operação lógica pela qual uma operação toma a si mesmo como objeto, como acontece quando, por exemplo, falamos da linguagem, pensamos o pensamento, ou somos conscientes de nossa consciência.” Cibernética e Terapia Familiar � Cibernética de Segunda ordem “Assim que um observador começa a observar um sistema, constitui-se um sistema mais amplo, que também o inclui e que não é mais distinguido por alguém de fora do sistema, mas por um de seus componentes”. Tudo que se diz sobre um sistema está relacionado com as propriedades do cientista. Cibernética e Terapia Familiar � Cibernética de Segunda ordem “Sendo impossível falar de uma realidade independente de um observador, a realidade em que a ciência fala – é inevitavelmente uma construção consensual em um espaço de intersubjetividade. Só a partir das nossas conversações podemos falar do que tomamos ou constituímos como real para nós”. 03/03/2015 4 Cibernética e Terapia Familiar � Cibernética de Segunda ordem “A única possibilidade que tem cada um (família ou terapeuta) é falar de coo experimenta a situação vivida, falar de sua experiência subjetiva, compartilhar ou conversar sobre sua própria versão, sua própria narrativa, sua própria história.” Trabalhamos com um sistema observado. Cibernética e Terapia Familiar Resumindo: Cibernética 1ª Ordem: � Tentativa de controlar o sistema, não aceitando o desvio; � Postura de especialista – expert – saber, a priori, o que é melhor para o sistema; � Verdade objetiva; � Noção de resistência; � Intervenção padrão para situação específica. Cibernética e Terapia Familiar Resumindo: Cibernética 2ª Ordem: � Não parte de um plano pré-estabelecido – Realidade co- construída; � Abertura para o novo; � Não outorga o poder do terapeuta, o equilíbrio é imposto pelo sistema; � Terapeuta é arquiteto do diálogo; � Com esta postura, o terapeuta questiona a objetividade e a neutralidade. Cibernética e Terapia Familiar Resumindo: Cibernética 2ª Ordem: Auto-referência é explicitada e explorada: subjetividade do observador deve ser compreendida e incluída no contexto. Referência: OSORIO, L. C. (Org.). Manual de terapia familiar. Porto Alegre: Artmed, 2009.
Compartilhar