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PAIDEIA GREGA

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A PAIDEIA GREGA COMO CONTRIBUIÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DA 
JUSTIÇA ATRAVÉS DE UMA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA E OS 
DIREITOS HUMANOS 
LA PAIDEIA GRECQUE COMME CONTRIBUTION À LA RÉALISATION DE LA 
JUSTICE AU MOYEN D’UNE ÉDUCATION POUR LA CITOYENNETÉ ET LES 
DROITS DE L'HOMME 
 
Nathália Lipovetsky e Silva 
 
RESUMO 
A História da Educação ocidental como a conhecemos atualmente começa na 
Grécia. O modelo grego clássico de educação, a paideia, visava à preparação 
do cidadão para a vida adulta, uma formação completa, um processo de 
educação que se perpetuava por toda a vida. A legislação sobre educação no 
Brasil hoje objetiva que a escola forme a pessoa para o trabalho e o exercício 
pleno da cidadania, o que poderia com sucesso ser feito seguindo o modelo 
grego de formação do homem para a vida na polis. Um projeto educacional que 
cumprisse os ditames da legislação e se apoiasse no modelo grego de paideia 
se prestaria, efetivamente, a realizar a justiça na contemporaneidade. 
PALAVRAS -CHAVES: Direito e Educação; Educação em Direitos Humanos; 
Educação na Grécia Antiga. 
 
RESUME 
L'histoire de l'éducation occidentale telle que nous la connaissons aujourd'hui 
commence en Grèce. Le modele grec classique, la « paideia », avait pour but la 
préparation des citoyens à la vie adulte, une formation complète, un processus 
d'éducation qui se perpétuait pour toute la vie. Aujourd’hui, la législation sur 
l'éducation au Brésil vise à former la personne pour le travail et le plein exercice 
de la citoyenneté, ce qui pourrait, avec succès, être correctement fait en suivant 
le modèle grec de formation de l'homme pour la vie dans la « polis ». Un projet 
éducationnel qui satisfasse les préceptes de la législation et au même temps 
qui s’appuie sur le modèle grec, servirait, effectivement, à réaliser la justice 
dans la contemporanéité. 
MOT-CLES: Droit et Éducation; Éducation en Droits Humains ; Éducation dans 
la Grèce Antique. 
 
 
Sumário: 1. Introdução; 2. Uma notícia sobre a paideia grega; 3. A educação 
em Atenas; 4. Os conceitos de 
educação e justiça em Platão; 5. A legislação brasileira para a educação 
formadora de cidadãos; 6. Conclusão: 
a potencialidade do modelo Antigo de formação para fundar a justiça universal 
concreta; 7. Referências 
bibliográficas. 
 
1. Introdução 
2896
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010
 
O presente trabalho busca demonstrar como o modelo grego de formação, a paideia, mantém até os dias de
hoje a sua atualidade e como, sob uma perspectiva de educação em e para os direitos humanos, deveria ser
adaptadamente adotado com vistas a garantir que a escola brasileira forme pessoas para o efetivo e concreto
exercício da cidadania no lugar de apenas educar (ou pelo menos pretender, tendo em vista a qualidade do
ensino oferecido na maioria das escolas públicas) as crianças com uma instrução meramente técnica.
O direito à educação é um direito social garantido na Constituição, essencial para a dignidade humana,
educação que, para Claude:
"é valiosa por ser a mais eficiente ferramenta para crescimento pessoal. E assume o status de direito humano,
pois é parte integrante da dignidade humana e contribui para ampliá-la com conhecimento, saber e
discernimento. Além disso, pelo tipo de instrumento que constitui, trata-se de um direito de múltiplas faces:
social, econômica e cultural. Direito social porque, no contexto da comunidade, promove o pleno
desenvolvimento da personalidade humana. Direito econômico, pois favorece a auto-suficiência econômica
por meio do emprego ou do trabalho autônomo. E direito cultural, já que a comunidade internacional orientou
a educação no sentido de construir uma cultura universal de direitos humanos. Em suma, a educação é o
pré-requisito fundamental para o indivíduo atuar plenamente como ser humano na sociedade moderna."[2]
Para Hegel, a educação proporciona um segundo nascimento ao homem (uma vez que antes de ser educado
este se encontra em estado de natureza), tornando-o autônomo, senhor de si. É na educação que o homem,
racional em si, faz-se racional, sem perder de vista o estado de natureza que pretende superar, pois precisa
ter uma referência para realizar tal superação[3]. Não se pode deixar de lado que
"Hegel recebeu muita influência do mundo grego e identifica este com a realização do humano. Portanto, o
estudo da cultura grega expressa nas línguas, na Filosofia, parece um procedimento natural. O homem
derivado do mundo grego é aquele que se embrenha pela eticidade, pela razão, pelo espírito despojado de
suas contingências. Saber e conhecer o que os gregos sabiam e conheciam significava garantir a formação de
homens guiados pela razão e pelo espírito."[4]
Afirma-se que a teoria da educação no ocidente já passou por três grandes revoluções, cada qual com seu
elemento-chave: numa, destaca-se a emergência da mente, em seguida, da democracia, por último, do
oprimido, sendo seus principais expoentes, respectivamente, Herbart, Dewey e Paulo Freire. Uma quarta
revolução, em torno da emergência da metáfora, teria acontecido (e estaria acontecendo) nesta transição do
século XX para o XXI, uma revolução pós-moderna, "acoplada a uma maneira de conversar, em termos
técnicos de filosofia e filosofia da educação, que desloca as filosofias da educação que justificavam as teorias
educacionais modernas, nomeadas aqui por Herbart, Dewey e Freire."[5]
Não se pretende, aqui, traçar uma completa linha Histórica da Educação ou da Filosofia da Educação, motivo
pelo qual autores como Aristóteles, Agostinho, Rousseau, Schleiermacher, Fichte ou Schelling, dentre outras
possibilidades, não serão tratados. Como o objetivo é demonstrar que a paideia do período grego clássico[6]
é um ideal a ser adotado para se alcançar a excelência na formação dos cidadãos brasileiros a partir de uma
educação para os direitos humanos, serão brevemente analisados os conceitos de paideia grega, de educação e
justiça em Platão, bem como um pouco da história da educação em Atenas e o atual contexto da legislação
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2897
brasileira em se tratando da educação e de suas finalidades, para que seja possível uma aproximação entre a
formação Antiga do cidadão para a vida na polis e o que está positivado na legislação vigente no Brasil como
objetivos da educação, e para que essa aproximação possa ser afirmada como elemento fundamental para a
realização da idéia de justiça.
 
2. Uma notícia sobre a paideia
 
A História da Educação, com o sentido que tem a educação na contemporaneidade, começa na Grécia. A
educação é ínsita a todo povo que atinge certo grau de desenvolvimento e permite a perpetuação de sua
forma de existência social e espiritual através da vontade consciente e da razão. A educação, por essência,
pertence à comunidade, que se une e a seus membros por meio de leis e normas escritas e não escritas[7]. 
Cabe lembrar que a palavra paideia, que, inicialmente, significava "criação dos meninos", aparece apenas no
século V a.C., mas as idéias educacionais que representa se baseiam em práticas anteriores[8] cujas raízes
podem ser vislumbradas já nas obras de Homero, em quem começa a tradição da cultura grega, com os mais
antigos relatos sobre a educação e o importante papel que já representava[9].
O conceito do ideal aristocrático de formação dos gregos até o século V a.C. se fundamenta no conceito de
arete, que é retratada nos poemas homéricos como um atributo da nobreza, como um conjunto de qualidades
espirituais, morais e físicas desejáveis em um homem. A arete é o heroísmo, no seu sentido de ação moral e
intimamente ligada à força, contendo em si a bravura, a coragem e a honra.Na arete se baseava a educação da
nobreza, cuja "força educadora" reside no "fato de despertar o sentimento do dever em face do ideal, que
deste modo o indivíduo tem sempre diante dos olhos"[10]. O herói é o modelo a ser seguido, como ensina
Marrou:
"Tal é o segredo da pedagogia homérica: o exemplo heróico, παρ?δειγμα [paradigma]. Assim como a idade
média terminou por nos legar a Imitação de Jesus, a idade média helênica nos transmitiu, por Homero, à
Grécia clássica esta imitação de herói. É neste sentido profundo que Homero foi o educador da Grécia: como
Fênix, como Nestor ou Atena, ele apresenta ininterruptamente ao espírito de seu discípulo modelos
idealizados de ?ρετ? [areté] heróica; ao mesmo tempo, pela perenidade de sua obra, ele manifesta a realidade
desta recompensa suprema que é a glória."[11]
Esse conceito de educação pode ser expresso pelos ideais de beleza e bondade como realização da excelência
física e moral. A ginástica e a música, para o desenvolvimento do corpo e da alma, são os elementos
fundamentais do projeto educativo de então[12].
A partir do fenômeno dos Sofistas (ou, ainda, em conseqüência deste) a educação se torna um problema
filosófico para os gregos e passa-se a buscar que a educação forme não apenas o homem, mas também o
cidadão, exatamente quando o termo paideia começa a ser empregado como sentido da mais alta arete
humana: educação no sentido estrito da palavra[13].
Paideia é, então, além da técnica de ensino que prepara a criança para a vida adulta, o resultado de um
processo de educação que se perpetua por toda a vida. Não há em língua portuguesa uma palavra que
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abarque o significado que davam os gregos para paideia, como explica Jaeger:
"Não se pode evitar o emprego de expressões modernas como civilização, cultura, tradição, literatura ou
educação; nenhuma delas, porém, coincide realmente com o que os Gregos entendiam por paidéia. Cada um
daqueles termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito global, e, para abranger o campo total do
conceito grego, teríamos de empregá-los todos de uma só vez."[14]
 
3. A educação em Atenas
 
O estudo da educação Antiga nos leva diretamente à nossa própria tradição pedagógica, tudo que há de
essencial na nossa civilização já se encontrava presente na Grécia[15]. Em algum momento do século VI a.
C., a educação em Atenas deixou de ser essencialmente militar[16], embora o serviço militar não tenha sido
de todo abolido, e passou a se voltar mais à formação do caráter e do gosto, a ser mais individualista,
momento em que passa a interessar mais estreitamente a este trabalho.
Há relatos da existência de escolas por volta do início do século V a. C., quando já existia um sistema
uniforme de educação que não era, no entanto, imposto por leis e nem regulado pelo Estado[17]. A educação
era parte da iniciativa privada, e se submetia apenas a regulações como, por exemplo, as leis de Sólon sobre o
horário de funcionamento das escolas e o número de alunos que cada uma podia abrigar[18].
A educação em Atenas, embora voluntária, era quase universal, o conhecimento da literatura era tradicional
nas famílias aristocráticas e os ofícios manuais eram considerados indignos de um homem livre, por
constituírem obstáculo ao desenvolvimento mental e corporal[19].
O dia escolar começava ao amanhecer e as crianças tinham aulas todos os dias, sem descanso semanal à
exceção apenas dos feriados religiosos. No horário de almoço, as crianças faziam a refeição em casa, mas
retornavam à escola na parte da tarde. O acompanhante das crianças durante todo o dia era um escravo de
confiança, o pedagogo (παιδαγωγ?ς), que as levava à escola, transportava seus materiais e era responsável
pelo comportamento e pela conduta moral das crianças que estavam sob sua confiança, mas não tinha
nenhuma tarefa diretamente relacionada à aprendizagem propriamente dita. A metodologia de ensino era
bastante avançada, tratando primeiramente das letras, depois das combinações de consoantes, vogais e os
sons que delas resultavam, em seguida aprendia-se as formas das letras e as partes da oração. Posteriormente
eram introduzidos a leitura e o ditado, e era obrigatório que as crianças soubessem recitar poesias. Ademais,
haviam lições de aritmética com o uso do ábaco; as lições de música, que tinha não só valor moral em si
mesma, mas era indispensável para a inteligência e interpretação adequada dos poetas; e o treinamento físico,
composto por corrida, salto, luta, natação e até dança[20].
 "Este plan de estudios, que consistía sólo en lectura y escritura, un poco de aritmética sencilla y mucha
repetición de poesía, combinada con la necesaria cantidad de música sencilla y ejercicios físicos graduados,
proseguía en la mayoría de los casos hasta los catorce años, poco más o menos, y se consideraba suficiente
para todas las clases en los primeros tiempos de la historia ateniense."[21]
As escolas superiores foram criadas por volta do ano 480 a. C., um dos motivos tendo sido a necessidade
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dos jovens de famílias abastadas de se ocupar com alguma coisa no período entre o término dos estudos e o
momento em que o Estado exigia seus serviços, demanda que foi em grande parte suprida pelos sofistas
durante o século V a. C., e pelas escolas filosóficas do século IV a. C. em diante[22].
Não se pode deixar de lado que, neste período, a pederastia é um fator importante para a educação,
considerava-se que o mais nobre amor é aquele da relação passional entre homens, mais precisamente, entre
um mais velho, educador por essência, e um adolescente[23]. O amor grego, que é do tipo militar, contribuiu
para a formação do ideal moral que sustenta a prática da educação helênica:
"o desejo, do mais velho, de se afirmar aos olhos de seu amado, de brilhar diante dele, o desejo simétrico no
mancebo de se mostrar digno de seu amante, apenas reforçam, num e noutro, este amor de glória que todo o
espírito agonístico exaltava por toda parte: a ligação amorosa é o terreno de escolha onde se expõe uma
generosa equiparação. De outro lado, é toda a ética cavaleresca fundada no sentimento da honra, que reflete o
ideal de uma camaradagem de combate. A tradição antiga é unânime em ligar a prática da pederastia à valentia
e à coragem."[24]
A pederastia é, assim, uma forma de sensibilidade, de sentimentalidade, um ideal misógeno de virilidade
total[25], questão assaz complexa que não deve ser anacronicamente interpretada, posto que se integra ao
conjunto que constitui a vida Antiga:
"De fato, os modernos perderam muito tempo examinando com malícia os testemunhos antigos relacionados
aos 'amores entre rapazes' sem se interessar por nada além do aspecto sexual da coisa: uns quiseram fazer da
antiga Hélade um paraíso para os homossexuais, o que é exagerado: o próprio vocabulário da língua grega e a
legislação da maior parte das cidades atestam que a homossexualidade não deixou de ser considerada como
um fato 'anormal'; outros procuraram se enganar por uma apologia ingênua da pederastia pura, oposta à
inversão carnal, o que despreza os testemunhos mais formais"[26]
Essa ligação amorosa é parte de um trabalho de formação e maturação do jovem, que se exerce pela
freqüentação cotidiana, através de exemplos, conversas, vida comum e iniciação progressiva às atividades
sociais do mais jovem pelo mais velho. A família não podia ser responsável pela educação dos filhos. A
mulher só tinha competência para criar o filho bebê, até a idade máxima de sete anos. Depois disso, ele deve
se tornar discípulo da formação dada por um homem sábio e experiente, pois seu pai nãopode se ocupar
dessa tarefa, ocupado que está com os afazeres da vida pública. Não se pode deixar de lado o fato de que se
trata de um meio aristocrático e que o homem é, antes de ser pai de família, cidadão, homem político[27].
Platão, no Banquete, chega a afirmar que a ligação pederástica estabelece entre o casal de amantes uma
comunhão muito mais estreita que aquela que liga os pais às crianças[28].
 
4. Os conceitos de educação e justiça em Platão
 
Platão (427 - 347 a. C), discípulo de Sócrates que nasceu em Atenas, tinha origem aristocrática e pertencia a
uma das mais nobres famílias atenienses. Deixou obra vasta, de grande profundidade e repercussão[29]. Para
os propósitos deste trabalho, os diálogos d'A República serão a principal referência, embora haja conexões a
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2900
serem feitas com relação a outros textos, como o Banquete ou o Fédro.
Educação e justiça para Platão são termos intimamente ligados, complementares, pois "a determinação do
Estado justo e de suas instituições notadamente educativas é em si uma educação, uma constituição da
justiça na alma"[30].
N'A República temos uma visão de homem construída em paralelo à noção de cidade justa, que seria dividida,
assim como a alma humana, em três eixos fundamentais: temperança, coragem e sabedoria. Assim, o justo
seria cada um dos indivíduos desempenhar na cidade sua aptidão natural, tendo sua alma sido educada para a
vida justa, em suas partes, em nome da harmonia da polis[31].
O problema da justiça está no centro da reflexão platônica, em virtude de toda a injustiça que atingiu cidade
de Atenas durante grande parte de sua vida:
"Platão estava bem posicionado para calcular a gravidade: 'O período estava repleto de problemas, relembra
Auguste Diès: de sua adolescência à casa dos trinta anos, de que espetáculos ele foi testemunha! A partida
triunfal da expedição da Sicília e seu desastroso destino; o inimigo às portas de Atenas; a democracia
revertida na Oligarquia dos Quatrocentos pronta a tratar com Lacedemono; a energia de Atenas se revelando
por cassar os Quatrocentos e deixar o poder para uma sábia combinação de oligarquia e democracia;
Alcebíades, Terameno e Tirasbulo reconquistando o Helesponto, depois o Bósforo, e o império ateniense se
reconstituindo ao mesmo tempo que a concórdia interior; depois a derrota naval de Notium, o novo exílio de
Alcebíade, a vitória dos Arginusos desonrados pelo vergonhoso processo dos generais, a frota ateniense
aniquilada por surpresa em Aegospotamoi e Lisandra entrando à plenas asas no Pireu à frente da frota
espartana, enfim, sob as astúcias de Lisandra, o estabelecimento do governo dos Trinta Tiranos numa Atenas
desmantelada.'"[32]
A República é um tratado da justiça e do Estado, em que Platão mostra que cada função deve se exercer pela
virtude que lhe é própria, de modo que ao regular os apetites inferiores, a temperança condiciona a coragem,
que ordena as paixões, o que, em conjunto, possibilita o exercício da sabedoria[33], e que, por sua vez, só
pode ser alcançado através da educação. A educação, em Platão, deve formar homens de espírito direito,
capazes de identificar o Bem e se guiar conforme os preceitos do mundo das Idéias[34].
A justiça é, então, harmonia, é um Bem em si mesma, que nasce do conhecimento, da educação, da formação.
Para Deschoux
"A justiça (dikaiosyne) é a virtude que convém a tudo, aquela que assegura a especialização das funções e
impede a usurpação de uma pela outra. A justiça no indivíduo é feita da temperança dos desejos, da coragem
das paixões, da sabedoria da razão; a justiça na sociedade, da temperança dos produtores e comerciantes, da
coragem dos soldados, da sabedoria dos governantes."[35]
A concepção platônica de educação serve de modelo, concomitantemente ao modelo grego de educação que o
precedeu, para uma formação em sua plenitude e não mera instrução técnica, como demonstra Jaeger:
"A palavra alemã Bildung (formação, configuração) é a que designa do modo mais intuitivo a essência da
educação no sentido grego e platônico. Contém ao mesmo tempo a configuração artística e plástica, e a
imagem, 'idéia', ou 'tipo' normativo que se descobre na intimidade do artista. Em todo lugar onde esta idéia
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2901
reaparece mais tarde na História, ela é uma herança dos Gregos, e aparece sempre que o espírito humano
abandona a idéia de um adestramento em função de fins exteriores e reflete na essência da própria
educação."[36]
 
5. A legislação brasileira para a educação formadora de cidadãos
 
A educação no Brasil passou a ter legislação própria após a proclamação da independência, tendo sido
promulgada a primeira lei regulamentando o ensino primário, a remuneração dos professores e a gratuidade
do ensino ainda no ano de 1827, mas apenas oito anos depois foi entregue às províncias a responsabilidade
pela educação básica e a educação só voltaria a ter extensão nacional um século mais tarde[37].
Na década de 1930 houve uma grande discussão sobre o ensino no país, a partir da qual foi produzido o
"Manifesto dos Pioneiros da Nova Educação", assinado por nomes como Anísio Teixeira[38], Fernando
Azevedo e Lourenço Filho. A proposta dos pioneiros era a de "tornar os homens capazes de se conduzirem
racionalmente", além de trazer idéias como a laicização do ensino, introdução de uma base cientifica e a
atuação do Estado na escola[39], do que se depreende que a luta por uma escola capaz de tratar de direitos
humanos e de formar cidadãos data de antes mesmo do tema dos direitos humanos estar tão em voga a ponto
de beirar o lugar comum e ter suas finalidades sobremaneira desvirtuadas, como tem acontecido nos últimos
anos.
Em se tratando de legislação para a educação em direitos humanos, temos, primeiramente, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, em seu artigo XXVI, dispõe que:
"2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz."[40]
Já na Constituição Federal de 1988, a educação é tratada como formação cidadã:
"Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.(grifos nossos)"[41]
A Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, do ano de 1996, além de repetir em seu artigo 2º o texto do
artigo 205 da Constituição da República, dispõe ainda que:
"Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores.
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2902
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao
bem comum e à ordem democrática;
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública,
iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, datecnologia, das artes e dos valores em
que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e
habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em
que se assenta a vida social.
§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das
crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o
Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material didático adequado.
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como
finalidades:
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico;
Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste Capítulo e as seguintes
diretrizes:
I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o
processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de
comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania; (grifos nossos)"[42]
A Lei nº 15.476 do Estado de Minas Gerais determina sejam incluídos conteúdos referentes à cidadania nos
currículos de ensino fundamental e médio:
"Art. 1° - As escolas de ensino fundamental e médio integrantes do Sistema Estadual de Educação incluirão
em seu plano curricular conteúdos e atividades relativos à cidadania, a serem desenvolvidos de forma
interdisciplinar.
Art. 2° - Integram os conteúdos a que se refere o art. 1° os seguintes temas:
I - direitos humanos, compreendendo:
a) direitos e garantias fundamentais;
b) direitos da criança e do adolescente;
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2903
c) direitos políticos e sociais.
II - noções de direito constitucional e eleitoral;
III - organização político-administrativa dos entes federados;
IV - (Vetado);
V - educação ambiental;
VI - direitos do consumidor;
VII - direitos do trabalhador;
VIII - formas de acesso do cidadão à justiça."[43]
A respeito dessa lei comenta Brochado:
"é de inequívoca expressão, dentro do próprio sistema jurídico, de sua fase mais avançada: a que pretende
retornar o conhecimento do direito para o próprio indivíduo, o que parece evidente, pois ele é o receptor
último dessa normatividade. Trata-se de uma preocupação política desse início de século: a formação de uma
consciência ética mais sólida, na forma complementar de consciência jurídica, de modo que o direito deixou
de ser um tema de juristas, advogados, autoridades; ele, enfim, passa a ser um tema de interesse de toda a
coletividade, de seus destinatários finais."[44]
 
5.1. A Paideia Jurídica
 
Paideia Jurídica[45] é um projeto pedagógico que visa oferecer, concretamente, através da capacitação de
professores de ensino básico, o ensino jurídico direcionado ao cidadão, ao leigo, numa perspectiva que lhe
permita o exercício efetivo da cidadania através do conhecimento de seus direitos e dos instrumentos de que
dispõe para deles usufruir efetivamente. Não se trata, portanto, de submeter todos os cidadãos ao estudo do
Direito na perspectiva técnica ofertada nas faculdades, pois o objetivo não é formar juristas e operadores
práticos desse ramo do conhecimento. Trata-se, apenas, de se colocar em prática o disciplinado pela
legislação supracitada, oferecendo nas escolas uma formação ética do cidadão, a partir de um diálogo entre
juristas e profissionais do ensino que resulte no pleno desenvolvimento dos alunos, cotidianamente em salas
de aula, para o exercício da cidadania sempre sob a ótica dos direitos humanos e do Estado de Direito.
Diante da eticidade do Direito[46], afirma Brochado:
"Se assumirmos essa onticidade ética do direito, abandonando em certa medida sua clássica definição
coercibilista, parece se tornar mais plausível e necessária (e por que não dizer útil?) a formação de uma
consciência jurídica, viabilizada por um processo pedagógico de inclusão da formação jurídica, como
condição essencial para a tão reivindicada formação para a cidadania. E para isso, para a projeção e
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2904
implementação de uma educação jurídica, nós, juristas, podemos oferecer nossa parcela de contribuição (do
conhecimento e experiência do jurista enquanto pensador e operador do direito mesmo). Sobre a efetivação
desse tipo de educação, temos algo a dizer e a ensinar, desde que consigamos nos despir da capa técnica e
positivista do direito (tão assimilada e ratificada por tantos anos nos bancos da Academia e na
operacionalidade forense) e ensaiemos uma compreensão mais elaborada dessa forma de vida ética que é a
experiência jurídica (o direito, enfim, que atribui direitos) para daí, então, passarmos a ensiná-lo ao seu real
destinatário, o cidadão."[47]
A proposta, então, é a de se realizar a educação para a cidadania a partir de uma pedagogia jurídica,
"precisamos apresentar a essência ética do direito, ou o direito como realidade ética constitutiva do modo de
vida da sociedade, especialmente de uma sociedade livre e igual em direitos"[48]. Para isso, comparece como
pré-requisito essencial a capacitação dos professores e demais profissionais do ensino para a educação em
direitos humanos, que "é uma estratégia de longo prazo direcionada para as necessidades das gerações
futuras"[49].
Desse modo, pode-se afirmar, com Claude, que:
"O ponto de vista compartilhado pelos envolvidos [no apoio ao ensino dos direitos humanos] focaliza a
construção de uma "cultura universal de direitos humanos", não mais uma utopia fantasiosa, e sim um
desafio atual para um mundo globalizado, que precisa compartilhar valores positivos. Estamos diante da
obrigação, em nível internacional, nacional, local e pessoal, de adotar programas eficazes de ensino de direitos
humanos e empregar metodologias que possam garantir que a tarefa seja bem feita, de forma consistente com
os objetivos de paz mundial e respeito aos direitos humanos por toda parte. Para reforçar nossas
responsabilidades de apoiar a educação para os direitos humanos, vale refletir sobre um tocante comentário
de Eleanor Roosevelt. Como se estivesse falando agora conosco, ela disse, em 1948: Vai demorar um bom
tempo até que a história faça seu julgamento sobre o valor da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, e esse julgamento dependerá, penso eu, do que os povos de diferentes nações farão para tornar
esse documento conhecido por todos. Se o conhecerem muito bem, irão se esforçar para conquistar alguns
dos direitos e liberdades anunciados nele,e esse esforço irá torná-lo valioso no sentido de deixar claro o
significado do documento, no que se refere aos direitos humanos e às liberdades fundamentais." (grifos no
original)[50]
 
6. Conclusão: a potencialidade do modelo Antigo de formação para fundar a justiça universal
concreta
 
Para Hegel, a totalidade do real engloba a educação, de forma que cabe cogitar a dialetização da educação
como método, o que pode contribuir para uma mais ampla compreensão da educação, dada a atualidade de
seu sistema filosófico[51].
"Hegel afirma que o homem é resultado da intencionalidade e isto o caracteriza. O homem é o que ele faz de
si mesmo. Obviamente não há o controle ou a consciência absoluta de tudo o que o homem possa ser e fazer.
As conseqüências de um ato humano não podem ser absolutamentedeterminadas. Assim mesmo o homem é
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2905
sua própria atividade, a formação empreendida e recebida, em outras palavras, a sua educação."[52]
Tanto quanto se pode falar em uma pedagogia em Hegel, pode-se afirmar que
"A pedagogia hegeliana remete muito mais a uma antropologia, ou seja, a compreensão do que é e como vem
a ser o homem. O homem, em Hegel, é contínua passagem, contínuo vir-a-ser sempre filho de seu tempo, do
que o precedeu e do que está por vir enquanto resultado de sua própria atividade. Certamente é dessa
concepção de homem que se deve erguer toda uma proposta pedagógica que tão somente viabilize esse
homem."[53]
Assim como em Platão a educação e a justiça andavam lado a lado para a manutenção do equilíbrio no Estado
(pois se não fossem educados os cidadãos segundo suas aptidões naturais para exercerem sua função no
Estado não poderia haver harmonia, e, portanto, não haveria justiça), é possível afirmar que a realização da
justiça na contemporaneidade depende estreitamente da realização efetiva dos direitos humanos, o que pode
satisfatoriamente ser construído a partir de um projeto pedagógico que proporcione ao aluno uma formação
para a cidadania, voltada, portanto, para a luta constante (e consciente) pelos direitos de que é titular e
precisa saber exercer.
A idéia de justiça no mundo contemporâneo, segundo Salgado,
"é, pois, entendida como a processualidade histórica da inteligibilidade do direito, o resultado dessa
processualidade que se acumula no presente histórico do nosso tempo, e se expressa na efetividade do
direito na ordem social justa com sentido universal, vale dizer, que efetiva a legitimidade do poder mediante a
procedimentalidade democrática, enquanto esse poder tem origem na vontade popular e se estrutura na
divisão da competência para o exercício do poder, com vistas ao seu núcleo (a declaração de direitos) e
conteúdo axiológico, como processo historicamente revelado, constituído dos valores fundamentais da
cultura, então formalizados conscientemente na declaração dos direitos fundamentais, na constituição, para a
sua plena efetivação"[54].
A justiça, então, só pode ser realizada numa sociedade de cidadãos, pois a justiça só existe para um sujeito
de direitos diante de outro sujeito de direitos. Faz-se necessário que o projeto educacional seja compatível
com o Estado de Direito em que se insere e proporcione a formação de cidadãos para o pleno exercício de
seus direitos histórico e culturalmente conquistados, assim como a paideia grega formava o homem para a
vida ética na polis.
Os gregos foram os primeiros a ver que a educação deve ser um processo de construção consciente[55] e
"O fato de os Gregos terem sentido esta tarefa como algo grandioso e difícil e se terem consagrado a ela com
ímpeto sem igual não se explica nem pela sua visão artística nem pelo seu espírito 'teórico'. Desde as
primeiras notícias que temos deles, encontramos o homem no centro do seu pensamento. A forma humana
dos seus deuses, o predomínio evidente do problema da forma humana na sua escultura e na sua pintura, o
movimento conseqüente da filosofia desde o problema do cosmos até o problema do homem, que culmina em
Sócrates, Platão e Aristóteles; a sua poesia, cujo tema inesgotável desde Homero até os últimos séculos é o
homem e o seu duro destino no sentido pleno da palavra; e, finalmente, o Estado grego, cuja essência só pode
ser compreendida sob o ponto de vista da formação do homem e da sua vida inteira: tudo são raios de uma
única e mesma luz, expressões de um sentimento vital antropocêntrico que não pode ser explicado nem
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2906
derivado de nenhuma outra coisa e que penetra todas as formas do espírito grego. Assim, entre os povos, o
grego é o antropoplástico."[56]
O Direito, enquanto experiência histórico-cultural permeada por uma concepção humanista, em que a pessoa
humana é o mais alto dos valores[57], deve estar incluído na formação pedagógica dessa mesma pessoa
humana em cidadão, deve retornar ao seu destinatário final, de maneira que a legislação mencionada e outras
várias, se cumpridas, possam ser não um desconhecido para a população, e sim um instrumento em favor
dos direitos humanos e da realização da justiça.
 
7. Referências bibliográficas
 
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[1] É Mestranda em Direito pela (gentileza incluir na publicação o nome da instituição, não mencionado por
questões de não identificação).
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2908
[2] CLAUDE, Richard Pierre. Direito à educação e educação para os direitos humanos. Sur, Rev. int. direitos
human. [online]. 2005, vol.2, n.2, pp. 36-63. ISSN 1806-6445. Disponível em < http://www.scielo.br
/pdf/sur/v2n2/a03v2n2.pdf >. Acesso em 10 de abril de 2010, p. 37.
[3] NOVELLI, Pedro Geraldo. O conceito de Educação em Hegel. Interface (Botucatu) [online]. 2001, vol.5,
n.9, pp. 65-88. ISSN 1414-3283. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/icse/v5n9/05.pdf >. Acesso em
10 de abril de 2010, p. 72-3 e 79. V. SALGADO, Joaquim Carlos. A idéia de justiça em Hegel. São Paulo:
Loyola, 1996.
[4] NOVELLI, O conceito..., cit., p. 83.
[5] GHIRALDELLI JR., Paulo. A teoria educacional no Ocidente: entre modernidade e pós-modernidade.
São Paulo Perspec. [online]. 2000, vol.14, n.2, pp. 32-36. ISSN 0102-8839. Disponível em <
http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n2/9785.pdf >. Acesso em 10 de abril de 2010, p. 32 et seq.
[6] Cabe esclarecer que se trata da paideia socrática, pois "a paideia dos sofistas era uma colorida mistura de
materiais de origem vária. O seu objetivo era a disciplina do espírito, mas não existia entre eles unanimidade
quanto ao saber mais indicado para atingi-la, pois cada um deles seguia estudos especializados e,
naturalmente, considerava a sua disciplina como a mais conveniente de todas. Sócrates não negava o valor
que havia em ocupar-se de todas as coisas que eles ensinavam, mas o seu apelo ao cuidado da alma continha
já potencialmente um critério de limitação dos conhecimentos recomendados por aqueles educadores."
JAEGER, Werner. Paidéia - A formação do homem grego. Trad. Artur Parreira. São Paulo: Martins Fontes,
2003, p. 538.
[7] JAEGER, Paidéia..., cit., p. 3-5.
[8] JAEGER, Paidéia..., cit., p. 25.
[9] MARROU, Henri-Irénée. Histoire de l'éducation dans l'antiquité. Paris: Éditions Du Seuil, 1965, p. 31.
[10] JAEGER, Paidéia..., cit., p. 25-34.
[11] MARROU, Histoire..., cit., p. 44, no original: "Tel est le secre de la péadgogie homérique : l'exemple
héroïque, παρ?δειγμα. Comme le moyen âge finissant nous a légué l'Imitation de Jésus, le moyen âge
hellénique a transmis, pas Homére, à la Grèce classiquecette Imitation du Héros. C'est en ce sens profond
qu'Homére a été l'éducateur de la Grèce : comme Phoinix, comme Nestor ou Athèna, sans cesse il présente à
l'ésprit de son disciple des modèles idéalises d' ?ρετ? héroïque ; em même temps, par la pérennité de son
ouvre, il manifesta la reálité de cette récompense suprême qu'est la gloire."
[12] DOBSON, J. F. La educación antigua y su significado actual. Trad. Vicente Quintero. Beunos Aires:
Editorial Nova, 1947, p. 40.
[13] JAEGER, Paidéia..., cit., p. 335.
[14] JAEGER, Paidéia..., cit., p. 1.
[15] MARROU, Histoire..., cit., p. 18.
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2909
[16] MARROU, Histoire..., cit., p. 76. Mesmo quando voltado a essa finalidade, o treinamento militar em
Atenas era laxo e de pouca disciplina, nada que pudesse ser comparado ao de Esparta, por exemplo.
DOBSON, La educación..., cit., p. 37-8.
[17] DOBSON, La educación..., cit., p. 31-2. Vale lembrar que a educação era restrita aos homens, únicos
que podiam ser cidadãos. As mulheres não eram analfabetas, é sabido, mas não havia, no entanto, nenhum
tipo de organização da educação feminina, visto que as mulheres se destinavam apenas ao matrimônio.
DOBSON, La educación..., cit., p. 39.
[18] DOBSON, La educación..., cit., p. 32-5. "Solón, si hemos de creer a Esquines, había prohibido que las
escuelas abriesen antes de la salida del sol o que permaneciesen abiertas después de la caída de la tarde, pues
sostenía que en las horas nocturnas los jóvenes podían encontrarse con personas desagradables y estaban
expuestos a influencias corruptoras." DOBSON, La educación..., cit., p. 41.
[19] DOBSON, La educación..., cit., p. 38.
[20] DOBSON, La educación..., cit., p. 40-5. A escola, para Hegel, "é uma particularidade do absoluto que
aparece na totalidade da história humana, porém toda parte constrói a totalidade ainda que não o queira. A
missão da escola é a de ser mediação entre a família e o mundo e isto implica na preparação para a vida
pública. A família já é o convívio entre diferentes, mas, na sociedade, os laços que unem as diferenças
superam as determinações particulares pelos elos da razão e do espírito. Contudo, a escola concilia o
envolvimento com o mundo e o necessário isolamento do mesmo para que a reflexão e a investigação tenham
vez. NOVELLI, O conceito..., cit., p. 85.
[21] DOBSON, La educación..., cit., p. 46.
[22] DOBSON, La educación..., cit., p. 46-7 e 56-7. Nessa época, logo após a queda de Atenas (404 a. C.), o
maior esforço intelectual se dava no sentido de buscar a construção de uma nova comunidade, esforços que
se concentraram primeiramente em como formar os governantes e apenas secundariamente em como estes
dirigentes poderiam formar o conjunto do povo. "É este desvio de enfoque que no fundo parte já dos
sofistas, que distingue o novo século do anterior. E marca também o início de uma época histórica. É
precisamente este novo objetivo que faz surgir as academias e escolas superiores." JAEGER, Paidéia..., cit.,
p. 490-1.
[23] MARROU, Histoire..., cit., p. 62.
[24] MARROU, Histoire..., cit., p. 64-5, no original: "Le désir, chez l'aîné, de sáffirmer aux yeux de son
aimé, de briller devant lui, le désir symétrique chez le cadet de se montrer digne de son amant, n'ont pu que
refonrcer, chez l'un et l'autre, cet amour de la gloire que tout l'esprit agonistique exlatait par ailleurs : la
liaison amoureuse est le terrain de choix oùs'affronte une généreuse émulation. D'autre part, c'est toute
l'éthique chevaleresque, fondée sur le sentiment de l'honneur, qui reflète l'idéal d'une camaraderie de combat.
La tradition antique est unanime à lier la pratique de la pédérastie à la vaillance et au courage."
[25] MARROU, Histoire..., cit., p. 66.
[26] MARROU, Histoire..., cit., p. 61, no original: "En fait, les modernes ont perdu beaucoup de temps à
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2910
scruter avec malignité les témoignages antiques relatifs aux 'amours garçonnières' en ne s'intéressant qu'à
l'aspect sexuel de la chose : les uns ont voulu faire de l'ancienne Hellade un paradis pour les invertis, ce qui
est excessif : le vocabulaire même de la langue grecque et la législations de la plupart des cités attestent que
l'inversion n'a pas cessé d'y être consideé\e comme un fait 'anormal' ; d'autres ont cherché à se duper par une
apologie naïve de la pédérastie pure, opposée à l'inversion charnelle, ce qui fait fi des témoignagesles plus
formels."
[27] MARROU, Histoire..., cit., p. 67.
[28] PLATÂO. Banquete, [209 c] apud MARROU, Histoire..., cit., p. 67.
[29] COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia - História e grandes temas. 15. ed. São Paulo: Saraiva,
2001, p. 97. "Nas célebres palavras do filósofo norte-americano Alfred North Whitehead: 'A melhor
caracterização geral da tradição filosófica européia é que ela consiste em uma série de notas de pé de página a
Platão' (Process and Reality, 1929)" MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia: dos
pré-socráticos a Wittgenstein. 9. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005, p. 286.
[30] DESCHOUX, Marcel. Platon ou le jeu philosophique. Paris: Faculté des Lettres et des Sciences
Humaines, 1980, p. 253, no original: "La détermination de l'État juste et de ses institutions notamment
éducatives est elle-même une éducation, une construction de la justice dans l'âme."
[31] "Devemos recordar-nos que também cada um de nós, no qual cada uma das suas partes desempenha a
sua tarefa, será justo e executará o que lhe cumpre", PLATÃO. A República. Trad. Pietro Nasseti. São Paulo:
Martin Claret, 2006, p. 138 [441].
[32] DESCHOUX, Platon..., cit., p. 249, no original: "Platon était bien placé pour en mesurer la gravité :
« L'époque était peine de troubles, rappelle Aguste Diès : de son adolescence à sa trentième année, de quels
spectacles il fut témoin ! Le départ triomphal de l'expédition de Sicile et son issue désastreuse ; l'ennemi aux
portes d'Athènes ; la démocratie renversée et l'oligrachie des Quatre-Cents prête à traiter avec Lacédémone ;
l'énergie d'Athènes se réveillant pour chasser les Quatre-Cents et laisser le pouvoir à une sage combinaison
d'oligarchie et de démocratie ; Alcibiade, Théramène et Thrasybule reconquérant l'Hellespont, puis le
Bosphore, et l'empire athénien se reconstituant en même temps que la concorde intérieure ; puis la défaite
navale de Notium, le nouvel temps exil d'Alcibiade, la victoire des Arginuses déshonorée pas le honteux
procès des généraux, la flotte athénienne anéantie par surprise à Aegospotamoï et Lisandre entrant à pleine
voiles dans le Pyrée à la tête de la flotte spartiate, enfin, sous les auspices de Lysandre, l'établissement d
gouvernement des Trente dans Athènes démantelée."
[33] DESCHOUX, Platon..., cit., p. 250.
[34] HERSCH, Jeanne. L'étonnement philosophique; Une histoire de la philosophie. Paris: Gallimard, 2007,
p. 78.
[35] DESCHOUX, Platon..., cit., p. 250-1, no original: "La justice (dikaiosynè) est la vertu qui convient au
tout, celle qui assure la spécialisation des fonctions et interdit l'usurpation de l'une sur l'autre. La justice de
l'individu est faite de la tempérance des désirs, du courage des passions, de la sagesse de la raison ; la justice
de la société, de la tempérance des producteurs et commerçants, du courage des soldats, de la sagesse des
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gouvernants."
[36] JAEGER, Paidéia..., cit., p. 13-4.
[37] CURY, Carlos Roberto Jamil; HORTA, José Silvério Baia; BRITO, Vera Lúcia Ferreira Alves de. 
Medo à liberdade e compromisso democrático: LDB e plano nacional da educação. São Paulo: Ed. do Brasil,
1997.
[38] Anísio Teixeira viveu entre 1900 e 1971 e foi um dos grandes nomes da educação no Brasil. Na década
de 1930 foi um dos maiores difusores do movimento Escola Nova e foi conselheiro na UNESCO, diretor da
atual CAPES, idealizador e reitor da UnB, entre outros importantes feitos. V. NUNES, Clarice. Anísio
Teixeira entre nós: a defesa da educação como direito de todos. Educ. Soc. [online]. 2000, vol.21, n.73, pp.
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abril de 2010.
[39] CURY, Carlos Roberto Jamil. Comemorando o "Manifesto dos pioneiros da educação nova". 
Educação e Sociedade, v.4, n.12 , p.5-13, set. 1982.
[40] ASSEMBLÉIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos de 10
de dezembro de 1948, adotada e proclamada pela resolução 217 A (III). Disponível em <
http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm >. Acesso em 21 de março de 2010.
[41] BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro de 1988. Disponível em <
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2010.
 
[42] BRASIL. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Disponível em < http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/l9394.htm >. Acesso em 21 de março de 2010.
[43] MINAS GERAIS. Lei 15.476 de 12 de abril de 2005. Determina a inclusão de conteúdos referentes à
cidadania nos currículos das escolas de ensino fundamental e médio. Disponível em < http://hera.almg.gov.br
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s1=&s2=15476&s3=2005&s4=&s5= >. Acesso em 22 de março de 2010.
[44] BROCHADO, Mariá. Paideia Jurídica: ideal contemporâneo de formação ético-jurídica do cidadão. In:
Revista da Faculdade de Direito. Belo Horizonte, nº 48, p. 159-188, 2006, p. 164.
[45] O projeto existe desde 2006, na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais e pode
ser encontrado no site www.direito.ufmg.br/paideiajuridica.
[46] V. BROCHADO, Mariá . Direito e Ética: a eticidade do fenômeno jurídico. São Paulo: Landy, 2005.
[47] BROCHADO, Paideia Jurídica..., cit., p. 165.
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2912
[48] BROCHADO, Paideia Jurídica..., cit., p. 173.
[49] CLAUDE, Direito à educação...cit., p. 37-8.
[50] CLAUDE, Direito à educação...cit., p. 62.
[51] NOVELLI, O conceito..., cit., p. 67.
[52] NOVELLI, O conceito..., cit., p. 70.
[53] NOVELLI, O conceito..., cit., p. 75.
[54]SALGADO, Joaquim Carlos. A Idéia de Justiça no Mundo Contemporâneo: Fundamentação e aplicação
do Direito como Maximum Ético. Belo Horizonte: Del Rey, 2007, p. 257.
[55] JAEGER, Paidéia..., cit., p. 13.
[56] JAEGER, Paidéia..., cit., p. 14.
[57] REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 219-221.
 
* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2913

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