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Seminário de Direito e Gênero - PMMT

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SEMINÁRIO DE DIREITOS HUMANOS NA AMÉRICA LATINA
A EFICÁCIA NACIONAL E INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
UPM (NÃO SEI O QUE SIGNIFICA, MUDAR)
RONDONÓPOLIS – MATO GROSSO – BRASIL
GRUPO DE TRABALHO 04
GÊNERO E DDHH
AUTOR 1 – Nº 00 – INSTITUIÇÃO
AUTOR 2 – Nº 00 – INSTITUIÇÃO
RONDONÓPOLIS/MT
2016
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Apesar do aumento da violência contra a mulher nos últimos anos, notou-se também um aumento gradual e constante de mulheres em cargos políticos.
Isso se deve a políticas públicas, através de legislações destinadas a este fim. Estas chamadas cotas de gênero fazem parte de um processo de conscientização sobre a extensão real da subjetividade feminina e como principal objetivo tentar redesenhar as assimetrias de gênero que foram se construindo com o tempo e com o antigo formato de família e sociedade.
Infelizmente, mesmo com estas cotas de gênero e estímulo de sua representatividade, o Brasil ainda está longe da meta de uma distribuição equilibrada de poder, especialmente quando o cargo mais alto do poder político escolhe apenas homens para dirigir seus ministérios.
Tudo isso traz a questão de gênero na mira do debate sobre democracia e cidadania. Neste contexto, a interpelação da democracia a partir de uma perspectiva de gênero tem tido um enorme impacto sobre a desconstrução e redefinição de algumas categorias tradicionais de pensamento jurídico como igualdade ou representação.
Mesmo implantadas as cotas de gênero nas coligações partidárias no Brasil, pouco se alterou a composição social das elites políticas, bem como das candidaturas políticas, haja vista tão poucas mulheres se arriscarem ainda neste território.
1. DEMOCRACIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E COTAS DE GÊNERO
A história do Brasil coloca o homem como único ser capaz de compreender e vivenciar a política, excluindo totalmente as mulheres destes assuntos desde o Brasil colônia.
As condições estruturais do Brasil, como baixo desenvolvimento econômico, baixo nível educacional ou deficiente distribuição de renda poderiam explicar o não envolvimento das mulheres na política (ARAUJO & ALVES, 2007).
A política ainda permaneceu durantes vários anos apenas nas rodas de conversas masculinas, envoltas em fumaças de cigarro e uma dose ou outra de bebida.
Com as vitórias feministas, como o direito ao voto e o direito à prevenção da concepção, as mulheres começaram a falar sobre política, a se organizar em grupos para falar, estudar e compreender o universo oculto da política.
A igualdade formal entre homens e mulheres no direito ao voto e na elegibilidade foi alcançada e mantida a partir de 1934 pelo constitucionalismo brasileiro, no quadro geral dos direitos políticos consagrados na Constituição. 
Mas a afirmação dos direitos políticos para mulheres não se encerrou com a ampliação do direito de voto. Assim como ocorreu com os direitos humanos em geral, a afirmação de direitos civis e políticos para mulheres não pôde ser dissociada das desigualdades sociais e de gênero presentes na estrutura da sociedade brasileira, o que traz à questão da participação política feminina.
Todas as correntes de pensamento sugerem ir além da questão puramente de gênero. Mas existe um ponto em comum a todos os cientistas políticos: a política de cotas como política pública tem impactado positivamente na participação de mulheres na política.
As políticas de gênero são conceituadas como instrumentos com potencial de construir uma sociedade mais plural e tolerante, mais próxima de um equilíbrio igualitário entre homens e mulheres no acesso a bens e recursos sociais e políticos, porém, não é bem isso que se vê no cenário político.
Tais políticas encontram dificuldades que não podem ser descartadas: a confrontação do estereótipo ou do senso comum de que as mulheres constituiriam uma classe única, um macrossujeito social. O que acontece é que existem várias diferenças no âmago feminino, o que dificulta a compreensão das políticas afirmativas de gênero nas instituições políticas a oposição binária masculino/feminino como uma transposição do código amigo/inimigo.
[...] política pública é: uma regra formulada por alguma autoridade governamental que expressa uma intenção de influenciar, alterar, regular, o comportamento individual ou coletivo através do uso de sanções positivas ou negativas. (SOUZA, 2007b, p. 68).
As cotas para mulheres na política precisam se encaixar na concepção de igualdade como via de mão dupla, que prega o respeito pelos direitos das minorias, e também das minorias em respeitar as bases que fundaram a democracia constitucional e do espaço público por ela instituído.
Geralmente o que impede as mulheres de adentrar a esfera política é a dupla jornada de mãe e profissional, além de a negação de recursos partidários, emancipação financeira ou flexibilidade na carreira também podem estar associados à baixa interação das mulheres com a política (PERISSINOTTO & BOLOGNESI, 2008).
As cotas eleitorais no Brasil não exigem a obrigatoriedade do preenchimento das mesmas. O espaço para a participação feminina é garantido por lei, mas não há mecanismo que obrigue os partidos políticos a preencher todo esse espaço.
Esperava-se que os avanços sociais e econômicos possibilitassem que as mulheres acessassem aos cargos de comando político, mas, apesar dos avanços educacionais e ocupacionais ocorridos no Brasil, a composição dos quadros políticos pouco se alterou e a presença feminina na política formal ainda permanece desigual (COSTA; BELTRÃO, 2008).
2. VIOLÊNCIA DE GÊNERO
As discussões sobre a violência contra as mulheres inciaram-se no Brasil em meados dos anos de 1980 e passou a ser um dos principais assuntos dos estudos e debates feministas no Brasil. Tal tema é fruto das mudanças sociais e políticas no país, acompanhando o desenvolvimento do movimento de mulheres e o processo de redemocratização brasileira. Um dos principais objetivos do movimento é dar visibilidade à violência contra as mulheres e combatê-la mediante intervenções sociais, psicológicas e jurídicas. (TELES, 1993).
Uma de suas conquistas mais importantes são as delegacias de defesa da mulher, as quais ainda hoje se constituem na principal política pública de combate à violência contra as mulheres e à impunidade. 
Adotar medidas legais mais rígidas não garante a ausência das práticas discriminatórias no mesmo sistema legal e a existência de abordagens regulatórias adequadas para corrigir o problema.
A violência do homem contra a mulher, expressa de diferentes formas - ironia, espancamento, reprodução forçada, estupro, homicídio etc. – é constitutiva da organização social de gênero no Brasil. Até alguns anos atrás, a violação sexual só era considerada um ato violento quando praticada por estranhos ao contrato matrimonial, sendo aceita como normal quando ocorre no seio do casamento. Já nos dias atuais, após muitas lutas feministas e a não aceitação da mulher ser violada em seu próprio lar, passaram a denunciar e não permitir tal abuso.
Apesar disso, ainda há aquelas que se sujeitam aos abusos – físicos e morais – por total incapacidade de conseguirem manter a si mesma e aos filhos.
A violência de gênero ocorre normalmente no sentido homem contra mulher, mas pode ser perpetrada, também, por um homem contra outro homem ou por uma mulher contra outra mulher. A violência familiar:
(...) envolve membros de uma mesma família extensa ou nuclear, levando-se em conta a consangüinidade e a afinidade. (...) Compreendida na violência de gênero, a violência familiar pode ocorrer no interior do domicílio ou fora dele, embora seja mais frequente o primeiro caso. (...) A violência doméstica apresenta pontos de sobreposição com a familia. Atinge, porém, também pessoas que, não pertencendo à família, vivem, parcial ou integralmente, no domicílio do agressor, como é o caso de agregadas(os) e empregadas(os) domésticas(os). (SAFFIOTI, 1995).
A violência contra as mulheres, segundo CHAUÍ (1985), é o resultado de uma ideologiade dominação masculina que é produzida e reproduzida tanto por homens como por mulheres. Ela conceitua a violência como uma ação que transforma diferenças em desigualdades hierárquicas com o fim de dominar, explorar e oprimir. A ação violenta trata o ser dominado como objeto e não como sujeito, o qual é silenciado e se torna dependente e passivo. Nesse sentido, o ser dominado perde sua autonomia, ou seja, sua liberdade, entendida como “capacidade de autodeterminação para pensar, querer, sentir e agir.
O Brasil foi um dos últimos países da América Latina a aprovar uma legislação especial voltada exclusivamente para a violência doméstica e familiar contra a mulher – a Lei nº 11.340/2006 – conhecida popularmente como Lei Maria da Penha que foi considerada em 2012 pela ONU – Organização das Nações Unidas a terceira melhor lei do mundo no combate à violência doméstica.
Dados recentes, obtidos nas Secretarias de Segurança Pública dos estados brasileiros sobre violência contra a Mulher, revelam que as ocorrências mais comuns nas delegacias especializadas de defesa da mulher são ameaças e lesões corporais. E o registro de tais ocorrências aumentam a cada ano, mesmo após o advento da Lei Maria da Penha.
Uma das linhas de pensamento para que haja esse aumento da violência é a de que as mulheres se conscientizaram de seus direitos e perderam o medo de denunciar o agressor, mesmo sendo ameaçada o tempo todo.
3. POBREZA, GÊNERO E DESENVOLVIMENTO FEMININO
Os estudos de gênero demonstram que as mulheres são especialmente comprometidas pela pobreza, pois abrem mão de tudo em prol da família. Além disso, o abismo que separa os homens das mulheres no ciclo de pobreza continuou a crescer nas últimas décadas. Este fenômeno é chamado de feminização da pobreza.
Uma ação adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada em Pequim em 1995, identificou a carga persistente e crescente da pobreza que pesa sobre as mulheres como uma das 12 áreas de preocupação que requerem especial atenção e ação por parte da comunidade internacional, os governos e a sociedade civil.
Alguns textos legais internacionais explicam que o conceito de pobreza em sua concepção tradicional não é suficiente para descrever a situação das pessoas. Embora a pobreza tenha uma enorme influência sobre o tipo de vida que se leva não é o único fator que molda a molda.
O Comitê para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher adota esta abordagem ao considerar a discriminação como um fenômeno estrutural. Diz ainda que:
A este respeito, recorda:
que a discriminação contra a mulher viola os princípios da igualdade de direitos e respeito pela dignidade humana, o que dificulta a participação das mulheres, nas mesmas condições que os homens, na vida política, social , a vida económica e cultural do seu país, que é um obstáculo para o aumento do bem-estar da sociedade e da família e dificulta o pleno desenvolvimento das potencialidades da mulher para servir seu país e da humanidade. (CEDAW, 1981).
As principais áreas críticas para o desenvolvimento das mulheres na América Latina são: Política, que continua sendo predominantemente masculino; posições de liderança - são 11 mulheres que atuam como chefes de estado e 13 como chefes de governo, segundo a ONU Mulheres; mercado de trabalho pro ainda receberem salários inferiores exercendo as mesmas funções que os homens; ameaça ao bem estar físico e psicológico; direitos das mulheres e violência física; desequilíbrio patrimonial.
Compreender estas áreas críticas e procurar soluções para elas é relevante para slucionar a situação das mulheres e ajuda a explicar, por exemplo, os dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) produzir resultados diferentes entre o Índice de Desenvolvimento de Gênero (IDG).
O IDS acorda a realização média contra as desigualdades entre homens e mulheres em áreas de saúde, longevidade, educação e renda; enquanto o IPG mede a participação relativa de homens e mulheres na atividade econômica e tomada de decisões na esfera política.
O IDS já expôs, de acordo com o Relatórios de Desenvolvimento Humano do PNUD grande progresso nas últimas décadas, refletindo uma redução significativa das disparidades entre mulheres e homens na qualidade de vida, ou seja, no que poderíamos chamar, a efeitos, bens primários; enquanto o segundo continua a refletir um refratário distância para estreitar gênero na participação política e económica.
4. OS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DAS MULHERES
A temática dos direitos sexuais e reprodutivos é complexo e vasto contexto histórico. A problematização de tais direitos faz parte de estudos recentes e precisam de mais atenção.
O reconhecimento e garantia dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres foi tardio e precário. Suas reais contribuições para a cultura somente foram reconhecidas por meio de uma dura luta, pois a violência, assédio e exploração sexual remontam a realidades que antecedem a instauração da Modernidade no mundo atual.
Os direitos reprodutivos (DDRR) se referem à possibilidade de decisão sobre se, quando, como e com quem se reproduzir, sem riscos ou danos à saúde física e mental. Para que isso aconteça, é necessário respeitar os direitos sexuais (DDSS), ou seja, o poder de decidir sobre quando, como, onde e com quem ter relações sexuais, sem riscos ou danos à saúde física e mental.
Os maiores obstáculos, no que tange à combater violências contra os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, apresentam-se de forma cultural, especialmente em preceitos religiosos difundidos pelas igrejas, pois influenciam fortemente na elaboração e implantação de políticas públicas voltadas para as mulheres.
Os direitos de evitar gravidez, exploração, abuso e assédio sexual revelam-se alguns dos enfoques que se acham elencados na categoria de direitos humanos fundamentais. Estas começaram a ganhar vulto a partir do século XX, quando tomou força a ideia de direito individual. A partir daí, tais formulações foram se desenvolvendo, especialmente durante a década de 1980, até que, finalmente, foram incorporadas à lógica da área do Direito Internacional. 
A elaboração desses direitos em vários documentos internacionais advém das transformações sofridas pelo Direito Internacional Público após a Segunda Guerra Mundial. Além dos dispositivos internacionais, a Constituição Brasileira de 1988 fornece base sólida para o reconhecimento dos direitos sexuais e reprodutivos.
De acordo com Alves (2004, p. 2), foi a Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena, de 1993, ocorrida após o fim da Guerra Fria, que “semeou o campo para o nascimento dos direitos reprodutivos”. Foi nesta Conferência que, pela primeira vez, os direitos de mulheres e meninas foram considerados como parte integrante, indivisível e inalienável dos direitos humanos, como consta no art. 18 da Declaração e Programa de Ação de Viena: 
Art. 18. Os direitos humanos das mulheres e das meninas são inalienáveis e constituem parte integral e indivisível dos direitos humanos universais. A plena participação das mulheres, em condições de igualdade, na vida política, civil, econômica, social e cultural nos níveis nacional, regional e internacional e a erradicação de todas as formas de discriminação, com base no sexo, são objetivos prioritários na comunidade internacional.
A Declaração de Viena constitui um marco, não só pelo fato de reconhecer a violência sexual como uma violação aos direitos humanos, mas também porque introduziu o termo “sexual” na linguagem dos direitos humanos.
No contexto dos direitos reprodutivos, a Conferência do Cairo – como ficou conhecida a CIPD – foi um divisor de águas. Desta Conferência decorreu o Programa de Ação do Cairo, o qual conseguiu um nível inédito de convergência, inclusive por parte da Santa Sé, por meio de suas contribuições substantivas e inovadoras, como afirma Raupp Rios: 
Em 1994, a Conferência Mundial sobre População e Desenvolvimento (Cairo) estabeleceu um programa de ação queafirmou os direitos reprodutivos como categoria de direitos humanos já reconhecidos em tratados internacionais, incluindo o direito à escolha livre e responsável do número de filhos e de seu espaçamento, dispondo da informação, educação e meios necessários para tanto. Importante para os fins deste estudo foi a declaração de que a saúde reprodutiva implica a capacidade de desfrutar de uma vida sexual satisfatória e sem riscos. (RIOS, 2007, p.17).
Desde o surgimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, muitas foram as transformações ocorridas no âmbito jurídico, por meio de conferências, convenções e documentos internacionais voltados aos direitos das mulheres, – tais como a Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena de 1993, a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento de 1994 e a IV Conferência Mundial da Mulher de 1995, bem como os planos de ação decorrentes das mesmas – os quais deram lugar a atual conceituação de direitos sexuais e reprodutivos. 
Conceituar direitos sexuais e reprodutivos é bem mais complicado do que imagina a maioria das pessoas. Por este motivo é necessário que, além das políticas de saúde, políticas públicas voltadas à educação e à socialização das pessoas são essenciais, tendo em vista que esses elementos determinam o grau de realização e valorização da mulher em relação ao seu corpo, sua possibilidade de viver, de forma gratificante, sua sexualidade e de organizar sua vida reprodutiva.
CONCLUSÃO
Neste trabalho pode-se observar as várias formas de violência contra a mulher, sejam elas físicas, emocionais ou morais.
A desvalorização das mulheres em todos os âmbitos é notório e preocupante, uma vez que elas são as verdadeiras construtoras de um país mais justo e real.
As cotas de gênero para mulheres no sistema político são instrumentos na busca por um espaço público fundado na diversidade e na tolerância, que busca a melhora qualitativa da representação política e de todas as políticas públicas que ela produz para ampliar a política democrática a partir da pluralidade de seus quadros e de suas referências.
A partir do advento da Lei Maria da Penha, muitas mulheres reconheceram seus direitos e passaram a denunciar qualquer violência ou abuso sofrido em casa ou fora dela, não permitindo que a violência se torne algo constante em suas vidas. Necessário se faz a real aplicação da lei com rigor e punição.
Os direitos sexuais preconizam o exercício da sexualidade livre de discriminação e violência. Os direitos reprodutivos, por sua vez, baseiam-se no reconhecimento da capacidade de cada indivíduo de organizar livremente sua vida reprodutiva, ou seja, escolher o número de filhos que deseja ter, o espaçamento entre eles, o acesso a métodos contraceptivos e a informações necessárias para que possam desfrutar do mais alto padrão de saúde sexual e reprodutiva.
Porém, muito ainda há a ser ponderado, criticado e acrescentado acerca de DDSS e DDRR, visto que tais direitos ainda não fazem parte da realidade de muitas mulheres, inclusive, no Brasil.
Conclui-se que as mulheres ainda têm um longo e árduo caminho a percorrer no que tange a seus direitos adquiridos e que os maiores entraves para que estes sejam indissolúveis são a cultura e a religiosidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUJO & ALVES, J. E. D. 2007. Impactos de indicadores sociais e do sistema eleitoral sobre as chances das mulheres nas eleições e suas interações com as cotas. Dados, Rio de Janeiro, v. 50, n. 3, p. 535-577. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/dados/v50n3/04.pdf. Acesso em: 03.jul.2016.
BOLOGNESI, B. & COSTA, L. D. 2009. Estruturação social e enquadramento institucional no processo de formação das elites políticas: o caso da eleição de mulheres para a Câmara dos Deputados em 2006. Trabalho apresentado no 1º Seminário Intermediário da ABCP, São Carlos (SP), 18-20.nov.
CHAUÍ, MARILENA. “Participando do Debate sobre Mulher e Violência”. In: Franchetto, Bruna, Cavalcanti, Maria Laura V. C. e Heilborn, Maria Luiza (org.). Perspectivas Antropológicas da Mulher 4, São Paulo, Zahar Editores, 1985.
COSTA, Thiago Cortez; BELTRÃO, Kaizô Iwakami. Cotas e mulher na política: avaliando o impacto de variáveis institucionais e socioeconômicas sobre a elegibilidade feminina. Disponível em: <http://www.abep. nepo.unicamp. br/encontro2008/docsPDF/ABEP2008_991.pdf>. Acesso em: 10.Jul.201.
RIOS, Roger Raupp (Org.). Em defesa dos Direitos Sexuais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.
SOUZA. 2007b. Estado da arte da pesquisa em políticas públicas. In: HOCHMAN, G.; ARRETCHE, M. & MARQUES, E. Políticas Públicas no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2012.
TELES, Maria Amélia de Azevedo. Breve História do Feminismo no Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1993.

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