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1 APRESENTAÇÃO DO ESTÁGIO II valeria pronto 140616

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FUNDAÇÃO DRACENENSE DE EDUCAÇÃO E CULTURA – FUNDEC
Faculdades de Dracena – UNIFADRA
A VIOLÊNCIA FAMILIAR E SEUS IMPACTOS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
VALÉRIA BENANTE
Dracena – SP
2016
FUNDAÇÃO DRACENENSE DE EDUCAÇÃO E CULTURA – FUNDEC
Faculdades de Dracena – UNIFADRA
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social
VALÉRIA BENANTE
Trabalho apresentado para avaliação na disciplina Estágio Supervisionado do Curso de Psicologia, 5º Termo da faculdade UNIFADRA – União das Faculdades de Dracena, supervisionado pela professora Fátima Simone Consoni
Dracena – SP
2016
1 APRESENTAÇÃO DO ESTÁGIO
O estágio tem a finalidade de possibilitar o contato com o mercado de trabalho, com os campos de atuação da psicologia, incentivando a observação e o senso crítico, além de proporcionar um espaço na comunidade para que fosse possível colocar em prática o conhecimento adquirido no curso em sala de aula e discutir suas ações e futuras intervenções.
O referido estágio teve como objetivos, complementar a formação do aluno, proporcionando uma experiência acadêmico-profissional através de vivências nos campos de prática de observação; estabelecer relações entre a teoria e a prática profissional, refletindo sua aprendizagem com reflexões sobre o trabalho cotidiano de observação no CRAS - Centro de Referência da Assistência Social para aperfeiçoar habilidades técnico-científicas necessárias ao exercício profissional, acompanhando relação sócio afetivo das crianças que participam do projeto Espaço Amigo.
Este estudo tem como proposta, analisar a violência contra a criança, isto em todos os aspectos, sejam eles físicos, psicológicos, social e legal. O trabalho tem como base a observação de crianças, e em dados bibliográficos e artigos encontrados na web.
No Dicionário on line (2016), a palavra violência está definida da seguinte forma: Qualidade de violento; qualidade do que atua com força ou grande impulso; força; ímpeto; impetuosidade; ação violeta; opressão; tirania; qualquer força empregada contra a vontade, liberdade ou resistência de pessoa ou coisa; constrangimento, físico ou moral; exercício sobre alguma pessoa para obrigá-la a submeter-se à vontade de outrem; coação; Antôn. (brandura, doçura).
Geralmente associamos o termo “violência” com a agressividade física, no entanto, esse sério problema também pode se dar através da violência psicológica. A violência psicológica se manifesta através de palavras que ferem moralmente, atitudes que buscam diminuir os demais e também através da indiferença. Todas essas atitudes acabam ferindo os filhos, de maneira consciente, ou não. Mas se os pais são os responsáveis por dar proteção e amor, o que será que leva os mesmos a ter atitudes violentas com seus filhos? As razões para estes comportamentos são várias, e muito particulares em cada caso, mas as mais comuns são os estresses ou cansaço ocasionados pela jornada de trabalho, repetição de padrões semelhantes ao recebidos pelos pais na infância e educam da mesma forma, Inevitavelmente as crianças que sofrem violência por parte de seus pais, desenvolvem personalidade diferente.
Umas se tornam reservadas buscando se proteger através do isolamento, geralmente têm uma personalidade tímida, com poucas habilidades sociais e muito inseguros. Existe a criança que busca se livrar da ira agredindo os demais, da mesma forma como foi agredido.
Para compreender de que forma a violência é elaborada pela criança, há de se refletir sobre a sua definição. Para Minayo e Souza (1988), é difícil conceituá-la pela sua complexidade, polissemia e controvérsia. É representada pelas ações humanas realizadas por indivíduos, grupos, classes, nações, numa dinâmica de relações ocasionando danos físicos, emocionais, morais e espirituais a outrem. 
Ainda segundo Minayo e Souza (1988, p. 14), as violências “[...] têm profundos enraizamentos nas estruturas sociais, econômicas e políticas, e também nas consciências individuais, numa relação dinâmica entre condições dadas e subjetividade”.
Para Rosas e Cionek (2006), a violência contra criança faz com que se desestruture tudo o que a família representa, fazendo com que esta criança tenha respostas negativas, tornando-se agressiva, sem estima, retraída e até mesmo depressiva. 
De acordo com Ribeiro, Ferriani e Reis (2004), atualmente a violência é motivo de grande preocupação, esta afeta o meio social como um todo, grupos e famílias e até mesmo um indivíduo de forma isolada, no que tange a questão social a violência se revela como forma de dominação e opressão que desencadeia conflitos.
[...] a violência é multifacetada e polimórfica, surgindo na sociedade por meio de ações que se interligam, interagem e se fortalecem, possuindo como expressão concreta, os diferentes meios e métodos de coerção e dominação utilizados com a finalidade de conquistar, reter poder ou obter privilégios. (RIBEIRO; FERRIANI e REIS, 2004, p. 456)
A violência contra a criança que também pode ser chamada de violência de gênero e faz parte da vida de milhares de crianças cotidianamente em qualquer parte do mundo, esta é uma pratica que vem desde os primórdios com seus conceitos e em pleno século XXI ainda predomina a vida social e cultural de muitas crianças.
Segundo Martins (2007), a violência doméstica contra crianças ainda é um fenômeno universal e endêmico tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo, e isto independe da cultura, classe social, sexo ou etnia.
[...] a questão só recebeu atenção por parte dos profissionais da área médica e do público em geral em 1962 com a publicação de Kempe e colaboradores descrevendo-a “Síndrome da Criança Espancada” onde as manifestações clínicas do abuso físico em crianças foram consideradas um grave problema para o desenvolvimento infantil (OMS apud MARTINS, 2007, p. 25)
Segundo Sagim (2008), a violência contra criança acaba comprometendo o desenvolvimento da mesma, desta forma estas crianças podem ser ansiosas, depressivas, auto estima baixa, além de poder desenvolver um comportamento violento.
2 APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
O estágio Básico I, foi realizado no CRAS- Centro de Referência da Assistência Social. É uma unidade pública estatal de base territorial, localizada em áreas de vulnerabilidade social. Executa serviços de proteção social básica, organiza e coordena a rede de serviços sócio assistenciais, locais da política de assistência social. Dada a sua capilaridade nos territórios se caracteriza como principal porta de entrada dos usuários à rede de proteção social do Sistema único de Assistência Social – SUAS.
Os usuários são indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade e risco pessoal, que habitam o território de abrangência do CRAS.
O CRAS tem por objetivo Geral: Prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco social nos territórios, por meio do desenvolvimento de potencialidades e de aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares e da ampliação do Acesso aos direitos de cidadania.
A estrutura física do CRAS é composta por salas bem coloridas, quadro, TV e DVD, mesas, lousa, materiais didáticos, jogos interativos, as salas possuem janelas grandes o que permite uma boa ventilação, ar condicionado, ao fundo da sala existe um painel que retrata o fundo do mar.
O horário de funcionamento é de segunda à sexta-feira das 13h00 às 17h00. Com Endereço: Av. N. Sr. do Bonfim, 340, Nova Independência - SP, 16940-000 Telefone: (18) 3744-1135
3 REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com Piaget (1982), o amor é o mais importante combustível para a nossa vida. Ele nos nutre e fortalece nosso ser, tornando-os fortes para enfrentar qualquer desafio que a vida nos apresente. 
Mas, quando este alimento não nos é dado na medida exata, principalmente no início de nossas vidas, a autoconfiança e o sentido de valor quenos atribuímos pode ficar seriamente comprometido.
“Traumas de rejeição são experiências negativas que vivemos na nossa vida. Os pais têm papel fundamental para ajudar os filhos a superar este problema”. (PIAGET, 1982)
Durante seu desenvolvimento a criança adquire através das interações com sua mãe e outros membros da comunidade em que vive, as emoções próprias da sua família e cultura assim o emocionar se dá nas relações sociais como algo cultural e natural. Mas também ocorrem os desencontros emocionais sem interações com família ou cultura.
Quando o interagir em desencontro emocional torna-se cotidiano em sua família pode gerar conflitos emocionais, no desencontro emocional que ocorre na relação mãe e filho a criança não cresce de modo natural tanto no desenvolvimento sensório motor como no desenvolvimento de sua consciência corporal e autoconsciência, cresce uma criança incapaz de participar de relações interpessoais naturais de mutua aceitação e respeito na vida adulta. (PILETTI, 1989, p.276)
Como as emoções e percepções de nossa infância acompanham-nos ao longo da vida, continuamos, na idade adulta, carregando os sentimentos da criança que fomos um dia. 
De acordo com Fante (2005, p. 156), o termo agressividade é “empregado em diversas situações e com sentidos diferentes [...] a agressão se define como um comportamento repetitivo e persistente.”
Um comportamento, por definição, social, na medida em que se pressupõe uma relação didática como a maioria das condutas humanas. É uma interação social na medida em que tem sua origem e se efetiva na relação com o outro, relação que condiciona e modela nosso comportamento. Existem pelo menos duas pessoas que participam dessa interação: o autor, isto é, o suposto responsável pelo prejuízo, e a vítima. (MOSER, 1991, p. 12)
Para que este tipo de comportamento não ocorra é necessário que a criança seja limitada, tenha regras e saiba respeitar a autoridade dos pais, professores e outros também é necessário que ela aprenda a trabalhar em equipe, respeitando as diferenças e limitações das outras crianças ou pessoas que a rodeiam. 
A partir do momento do nascimento, a criança começa perceber o ambiente familiar e é por meio dele que ela recebe seus primeiros momentos de afetividade, e é com esta família que a criança irá desenvolver sua afetividade, se preparando para o convívio social e escolar. 
Para Wallon (1971, p. 262), a criança recebe carinho e afetividade que a preparam para o convívio com o mundo exterior, desde seu nascimento, mesmo porque a criança não tem como se manter por si só.
É fato que a educação familiar é edificada na construção da essência pessoal, ou seja, o “eu”, quando a criança se encontra em um ambiente seguro, com amor e atenção, o seu desenvolvimento é harmonioso, e quando o contrário ocorre, a criança cresce desestruturada e tende a ter problemas educacionais e de convívio social. 
Dentro do ambiente familiar, a criança é influenciada pela afetividade que vem a desenvolver a autoconfiança nesta criança, desta maneira a criança se lança em um mundo exploratório e cheio de possibilidades, e assim constrói sua personalidade completamente. 
Segundo Oliveira (1992, p. 76), Vygotsky ainda afirmava que “os processos pelos quais o afeto e o intelecto se desenvolvem estão inteiramente enraizados em suas inter-relações e influências mútuas”.
Em 2002, pela primeira vez, a Organização Mundial da Saúde se pronunciou em relação à violência de forma mais contundente do que a que vinha adotando até então, quando apenas classificava os efeitos desse fenômeno ou realizava análises e fazia recomendações esporádicas sobre o assunto. Para isso divulgou o Relatório mundial sobre violência e saúde, no qual define o problema como:
[...] uso intencional da força física ou do poder real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (KRUG et al., 2002, p. 5). 
Muitas outras definições existem, algumas coincidentes, algumas divergentes. Por ser um fenômeno complexo e multi causal que atinge todas as pessoas e as afeta emocionalmente, a violência foge a qualquer conceituação precisa e cabal. É importante aqui distinguir os conceitos de violência e de agressividade. Em que pesem as muitas definições podemos dizer, segundo Freud (1980), que a agressividade é um impulso nato, essencial à sobrevivência, à defesa e à adaptação dos seres humanos.
As crianças vítimas de violência formam no Brasil um país chamado infância que está longe de ser risonho e franco. Nele vamos encontrar: - infância pobre, vítima da violência social mais ampla; - infância tortura; vítima da violência - infância fracassada; vítima da violência escolar; - infância vitimada, vítima da violência doméstica [...] todas elas compõem o quadro perverso da infância violada, isto é daquelas crianças que tem cotidianamente violados seus direitos de pessoa humana e de cidadão. (AZEVEDO, 1997, p. 233)
Define-se o abuso ou maus-tratos pela existência de um sujeito em condições superiores (idade, força, posição social ou econômica, inteligência, autoridade) que comete um dano físico, psicológico ou sexual, contrariamente à vontade da vítima ou por consentimento obtido a partir de indução ou sedução enganosa. (DESLANDES, 1994)
É muito importante, quando se suspeita ou se confirma o maltrato infantil, avaliar o grau de risco familiar antes que a criança volte para casa. Isto requer tempo e a intervenção de uma equipe interdisciplinar especializada composta de médicos, psicólogos, assistentes sociais e advogados.
Por outro lado, o assessoramento e a intervenção planificada a nível governamental e comunitário são fundamentais para evitar que as vítimas fiquem expostas à uma situação de risco pior que o motivo da consulta.
4 METODOLOGIA DO TRABALHO
A pesquisa teve como objetivo central a pesquisa qualitativa, onde segundo Minayo (2010) responde a questões particulares, trabalha com campo amplo de significados, de crenças, valores e motivos.
Mas também teve como estrutura pesquisa bibliográfica e de observação que segundo Marconi e Lakatos (1992), é o que permite o levantamento de tudo que já foi publicado, seja no formato de livros, revistas, publicações impressas escritas ou avulsas que permitam ao pesquisador o contato direto com o que já foi escrito sobre o assunto de forma que este analise as informações contidas e busque responder todo seu questionamento. 
Além disto, se utilizará da observação direta que é um tipo de observação que de acordo com Marconi e Lakatos (1992), utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar.
5 ATIVIDADES REALIZADAS
O estágio de observação teve início às 13h00, no dia primeiro de março do ano de 2016. Passei o dia com muitas expectativas, não fazia ideia de como seria. Cheguei pontualmente às 13h00, horário marcado antecipadamente, e logo em seguida fui apresentada aos funcionários da instituição, pela Psicóloga Juliana Duarte e aos alunos, para a partir desse momento formalizar as atividades do estágio de observação que seriam realizados no Espaço Amigo, um projeto oferecido pelo CRAS que dá atendimento das 13h00 às 17h00.
O número de crianças variam a cada dia, mas é uma média de 20 por dia. Nesse primeiro dia estavam presentes dezoito crianças. Encerrei o estágio às 15h30.
No dia oito de março, foi o segundo dia de estágio, tinha um total de dezoito crianças. Neste dia a professora de atividades físicas, faltou na unidade e solicitada pela responsável do Espaço Amigo, colaborei em realizar algumas atividades e brincadeiras que se estendeu durante todo o meu horário de observação. Das 13h00 às 15h30.
Foi o segundo contato com as crianças e aos poucos pude me aproximar e ficou marcadopara elas como um dia diferente e fora muito agradável para todos nós. Foi neste dia que coloquei em prática uma dinâmica que aprendi exatamente no meu primeiro dia de aula na faculdade, apresentada pelos veteranos do curso de psicologia na semana do trote. E assim por diante fizemos outras brincadeira e dinâmicas até a hora do lanche. Neste início não sabia ao certo o que observar, sobretudo, me aproximou ainda mais das crianças e assim pude sentir o quanto são crianças carentes afetivamente.
O terceiro dia do estágio foi no dia quinze de março, o projeto recebia 20 crianças no total. Cheguei pontualmente às 13h00, a professora da Unidade, ainda não tinha chegado. As crianças ainda estavam na sala de atividades. Assim a monitora deu início à uma brincadeira de matemática e desenhos em folhas e em uma hora encerrou as atividades. Continuavam a esperar a professora ansiosamente, pois estava sendo realizados os ensaios de danças que seriam apresentadas no dia do aniversário da cidade na próxima semana. A partir desse horário os mesmos saíram para experimentar as roupas e assim deu por finalizado aquele dia de observação. Lanche às 15h00. Término do estágio às 15h30.
O quarto dia de estágio foi no dia vinte e dois de março de 2016. Foram 22 crianças neste dia. Neste dia a programação era assistir o filme chamado Os Minions, na sala de atividades, onde os colchonetes já estavam todos esparramados pelo chão e as crianças estavam deitadas e bastante concentradas quando cheguei. Não demorou meia hora para começarem a dispersar a atenção. Enquanto uns ficavam pedindo para irem ao banheiro, outros estavam inquietos no seus lugares e alguns já estavam dormindo. Observei que aos poucos o número de crianças dormindo foi aumentando, eram sete, das vinte e duas. Nesse dia houve uma visita bastante rápida do Conselho Tutelar e solicitaram a saída de uma das crianças que dormia desde que cheguei. Não demorou muito, foi uma conversa rápida, mas foi o tempo suficiente para as crianças se agitarem e perderem o interesse pelo filme. Ela voltou a deitar. O filme acabou, já era a hora do lanche. Após o lanche eu encerrava o estágio, às 15h30
O quinto dia de estágio, foi no dia vinte e nove de março, neste dia notei a ausência de um das crianças, era exatamente a menina que tinha sido atendida pelo Conselho Tutelar na semana anterior. Mas não era apenas ela que já não fazia mais parte daquela instituição, uma outra criança também, era o seu irmão, que naquele dia ele chegara um pouco mais tarde e como meu estágio é semanal, não deu tempo de conhecê-lo. Eu desconhecia os motivos daquela visita do conselho, porém, não demorou muito e tudo fiquei sabendo que aquelas crianças eram violentadas física e psicologicamente por sua mãe biológica e o padrasto. Término do estágio foi às 15h30
E através de uma denúncia naquele final de semana, de que estas crianças sofriam com estas violências, logo após serem realizados todos os procedimentos cabíveis, as crianças foram levadas pelo pai biológico que mora em outra cidade. Término do estágio foi às
No sexto dia de estágio, dia 05/04/2016 estavam presentes 20 crianças. Foi um dia diferente e decisivo. Descobri que sem uma troca de informações, nada saberia, nada compreenderia. Uma situação de vulnerabilidade que muitas crianças estão vivendo. O fato foi que um dos garotos discretamente demonstrara que queria me contar algo. E com a autorização da monitora ele mesmo me chamou e fomos para fora da sala e sentada no chão do seu lado, atenciosamente ouvi cada palavra. Ele confidenciou que sofre maus tratos pelo padrasto. E foi através da partilha e um voto de confiança que as funcionárias daquela instituição, teve marcante influência na minha decisão de quais seriam os meus objetivos nos próximos dias de estágio. Ou seja, observar as crianças que sofrem com a VIOLÊNCIA dentro de suas casas. Término do estágio ás 15h30.
No sétimo dia de estágio, dia 26/04/2016, foram apenas quinze crianças, muita chuva e tudo muito tranqüilo. As crianças que decidi observá-las, estavam bem agitadas. Teve atividade de folha, ou seja, apenas desenho e pintura e depois desenho na televisão. Início do estágio às 13h00 e término do às 16h00.
No oitavo dia de estágio, no dia 03/05/2016, cheguei pontualmente no estágio. Tinha exatamente 23 crianças e estava apenas uma das monitoras para tomar contas de todas. Foi um dia com muitas atividades. Fiquei à disposição para auxiliá-la num dia onde as crianças estavam completamente agitadas, muito irritadas, conseqüentemente tivemos várias situações de brigas e agressões. Houve pelo menos seis ocorrências, onde algumas crianças usaram objetos, como lápis e tesoura, enfrentando-se em brigas de corpos. Para as monitoras, isso ocorre com freqüência, mas que somente hoje eu estava presenciando.
Umas das crianças teve um dia de suspensão por mau comportamento. Este era exatamente o menino do último relato sobre o padrasto.
Enquanto não obedeciam permaneceram na sala de atividades, assim que foram controlados fizemos várias atividades ao ar livre, o que fica muito claro que o preferem estar fora da sala de atividades. Encerrei o estágio às 16h00.
No nono dia de estágio, dia 04/05/2016, das 13h00 ás 16h00. Todas as crianças. A professora de atividades não foi novamente e uma das monitoras chegou no final do meu horário. O que significa que mais uma vez apliquei atividades recreativas e com resultado bem satisfatório.
O décimo dia do estágio, foi no dia 05/05/2016, com início às 13h00 até as 16h00. Hoje o projeto estava recebendo 23 crianças. E mais uma vez estava apenas uma das monitoras no projeto. Novamente eu ajudei nas atividades e haja criatividade para controlar estas crianças. Foram várias atividades em folha, atividades ao ar livre: “queimada”, “morto-vivo”, “mímicas”, “quem rir por último”, “adivinhações”, “o que é o que é”. Um dia bem cheio. E claro cheio de confusões. Os mais agitados estavam todos ali, ora batendo, ora apanhando.
Dia dezessete de maio foi o último dia do estágio, com início às 13h00 e término às 16h00. Foram apenas 18 crianças.
Estavam as duas funcionárias e a atividade do dia já estava em andamento quando cheguei na sala. Era um trabalho de reciclagem de garrafas pet. Uma tartaruga feita com a parte inferior da garrafa. Ajudei na realização da atividade. Foi a primeira atividade do dia, levou muito tempo nela, pois, exigia várias etapas para conclusão. Depois as meninas dançaram, jogaram jogos de tabuleiro. Várias atividades que envolveram todas as crianças, todas interagiram. Foi servido o lanche no horário que é ansiosamente esperado por todos. Assim encerrou o meu dia de estágio, com um sentimento que tinha gosto de “quero mais”, sobretudo, misturado ao do dever cumprido. Para finalizar, deixei agendada a festinha de despedida que ficou marcada para o final do bimestre, momento em que não estaria mais comprometida com as aulas.
O estágio de observação teve como meta observar as crianças cumprindo uma carga horária de 30 horas obrigatórias.
6 REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA
O período de observação no estágio é uma atividade de reflexão e discussão sobre a prática, propiciando ao formando um contato inicial com a realidade na qual irão atuar.
Essa etapa do estágio proporciona ao estagiário um contato direto com o âmbito educacional, conhece instituição e as dificuldades que ela enfrenta, dentre outras atividades como, o conteúdo e as metodologias utilizadas, o planejamento, sobretudo o processo ensino-aprendizagem. Uma contribuição no processo de construção e desenvolvimento na área da psicologia.
O estágio nos proporcionou uma visão prática, onde as aulas não conseguem abranger o que é realmente a profissão nos exige.
Necessitamos de um tempo para definir o que exatamente será observado. Anteriormente à esta fase, nos sentimos diante de problemáticas, que nos dão sensação de que as atividades ainda nem começaram.
Sentimo-nos completamente leigos e despreparados, diante de várias situaçõesem que o silêncio precisa falar mais alto e passa a ter tem um sentido inenarrável.
A nossa expectativa em atingir o objetivo de observar aquilo que está diante dos seus olhos, fica bem distante do verdadeiro sentido do estágio de observação. Nem tudo está diante dos nossos olhos, mas diante do nosso olhar.
Ficamos completamente impotentes diante das imposições da vida, onde seremos estagiários eternamente.
A violência doméstica é uma situação terrível para o adulto que a pratica, e para as crianças que a vivenciam é a pior das experiências para se levar na para a fase adulta, onde se determinam novos comportamentos ou repetição dos padrões violentos recebidos. Por outro lado, colabora também para este desconhecimento o pacto de silêncio nos lares, espaço socialmente sacralizado e considerado isento de violência, mas que, na verdade, constitui-se como um lugar privilegiado para a prática de maus-tratos contra crianças e adolescentes.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, Maria Amélia et al. Organização da Infância e Violência Doméstica: fronteiras do conhecimento. São Paulo, Cortez, 1997. 
AZEVEDO, Maria Amélia e GUERRA, Viviane. Vitimação e vitimização: questões conceituais. In: Crianças Vitimizadas: a Síndrome do pequeno poder. São Paulo: Iglu Editora, 2007, p.25- 47
DESLANDES, S.F. Prevenir a violência – um desafio para profissionais de saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ / ENSP / CLAVES, 1994.
DICIONÁRIO ON LINE. Violência. Disponível em: <http://www.dicio.com.br/violencia/>. Acesso em: 01 jun. 2016.
FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz.São Paulo: Verus, 2005.
FREUD, S. Por que a guerra? In: Obras completas. Rio de Janeiro: Imago, 1980. p. 241-259. v.22
KRUG, E. G. et al. (Org.). Relatório mundial sobre violência e saúde. Geneva: Organização Mundial da Saúde, 2002.
KUPFER, M. C. Freud e a educação: o mestre do impossível. São Paulo: Scipione, 1989.
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MARTINS, Nina Rosa de Oliveira. Detecção da violência familiar conta a criança na população adscrita ao PSF/LAPA – RJ. 2007. Disponível em: < http://portal.estacio.br/media/2140454/nina%20completa.pdf>. Acesso em: 20 mai. 2016.
MAZZI, Carolina. Violência doméstica: 70% das crianças vítimas sofrem as agressões em casa. 2006. Disponível em: < http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/03/11/violencia-domestica-70-das-criancas-vitimas-sofrem-as-agressoes-em-casa.htm>. Acesso em: 20 mai. 2016.
MARCONI, M. de A. e LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Editora Atlas, 1992. 
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MOSER, Gabriel. A Agressão. São Paulo: Àtica,1991.
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PIAGET, Jean. O Nascimento da inteligência na criança. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar editores. 1982.
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RIBEIRO, Márcia Aparecida; FERRIANI, Maria das Graças Carvalho e REIS, Jair Naves dos. Violência sexual e relações familiares. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):456-464, mar- a b r, 2004
ROSAS, Fabiane Klazura e CIONEK, Maria Inês Gonçalves. O impacto da violência doméstica contra crianças e adolescentes na vida e na aprendizagem. Conhecimento Interativo, São José dos Pinhais, PR, v. 2, n. 1, p. 10-15, jan./jun. 2006.
SAGIM, Mírian Botelho. Violência doméstica observada e vivencia por crianças e adolescentes no ambiente familiar. 2008. Disponível em: < file:///D:/Downloads/MIRIAN_BOTELHO_SAGIM.pdf>. Acesso em: 20 mai. 2016.
SANTOS, Guerra. Entre bastidores: o lado oculto da organização escola. Porto: Asa, 2002. 
WALLON, H. As Origens do Caráter na Criança. São Paulo: Difusão Europeia do Livro. 1971.

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