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Direito Civil Revisão AV1 Estácio

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AULA - REVISÃO PARA AV1 
DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL 
Rio de Janeiro, xx de xxxxxxxxx de xxxx (caixa alta e baixa) 
O CÓDIGO CIVIL - Lei nº 10.406, de 10.01.2002 
Entrada em vigor: 11 de janeiro de 2003 
Tramitação no Congresso: desde 1968 
 Importância jurídica e social: representa a consolidação das 
mudanças sociais e legislativas surgidas nas últimas nove décadas, 
incorporando outros novos avanços na técnica jurídica. 
 
Segundo Miguel Reale, o Código Civil atual, norteou-se por três 
princípios - socialidade, eticidade e operabilidade – adotando, como 
técnica legislativa as cláusulas gerais, possibilitando a evolução do 
pensamento e do comportamento social, sem ofensa à segurança 
jurídica. 
O código civil tem como fundamentos os princípios da eticidade, da 
socialidade e da operabilidade. 
ETICIDADE no Novo Código Civil visa imprimir eficácia e efetividade 
aos princípios constitucionais da valorização da dignidade humana, 
da cidadania, da personalidade, da confiança, da probidade, da 
lealdade, da boa-fé, da honestidade nas relações jurídicas de direito 
privado. Ex. boa-fé objetivas nas relações jurídicas, no realização e 
execução dos contratos 
 
SOCIALIDADE reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os 
individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa 
humana; vem tentar a superação do caráter manifestamente 
individualista do Diploma revogado, reflexo mesmo da publicização 
do Direito Civil, admitindo ainda a propriedade pública dos bens cuja 
apreensão individual configuraria um risco para o bem comum. Ex. 
art. 1228, o § 1.º do CC, estabelece a função social da propriedade. 
Fundamentos Principiológicos do C.C. 
OPERABILIDADE: Leva em consideração que o direito é feito 
para ser efetivado, para ser executado. Por essa razão o Código 
Civil de 2002 evitou as complexidades. Diversas soluções 
normativas foram tomadas no sentido de possibilitar uma 
compreensão maior e mais simplificada para sua interpretação e 
aplicação pelo operador do Direito. 
 
Exemplos: 
 distinções mais claras entre prescrição e decadência e os 
casos em que são aplicadas; 
 
 diferença objetiva entre associação e sociedade, servindo a 
primeira para indicar as entidades de fins não econômicos, e a 
última para designar as de objetivos econômicos. 
CLÁUSULAS GERAIS: técnica legislativa que constitui na elaboração de 
normas que não prescrevem uma certa conduta, mas, simplesmente, 
definem valores e parâmetros hermenêuticos. Servem assim como ponto 
de referência interpretativo e oferecem ao intérprete os critérios axiológicos 
e os limites para a aplicação de demais disposições normativas. 
 
Objetivo: possibilitar a evolução do pensamento e do comportamento 
social, com segurança jurídica. Assim, somente com "flexibilização" e a 
mesmo tempo "segurança" teremos um sistema eternamente em 
construção . 
 
Função das cláusulas gerais no Código Civil: 
I – dotar o sistema interno do Código Civil de mobilidade, mitigando as 
regras mais rígidas. 
II – a de atuar de forma a concretizar o que se encontra previsto nos 
princípios gerais de direito e nos conceitos legais indeterminados. 
III – a de, também, abrandar as desvantagens do estilo excessivamente 
abstrato e genérico da lei. 
Dentre as cláusulas gerais adotadas pelo novo código civil encontram-se a da 
boa-fé objetiva, a da função social do contrato e da função social da 
propriedade; 
 
a) BOA-FÉ OBJETIVA: a boa-fé de que cuida o Código Civil no art. 422 é a 
boa-fé objetiva, que impõe certos deveres às partes contratantes, possuindo a 
função de fonte de novos deveres especiais de conduta durante o vínculo 
contratual; 
 
b) FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO: a adoção da cláusula geral da função 
social do contrato apenas limitou os princípio de pacta sunt servanda e o da 
relatividade subjetiva, exigindo dos contratantes uma postura mais humana e 
menos egoística ao entabularem os contratos, de modo que a liberdade de 
contratar não pode ser exercida desconectada da função social do contrato; 
 
c) FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE: o direito de propriedade somente é 
eticamente válido se cumprida sua função social, cristalizando o valor 
socioeconômico moradia, para o direito de propriedade urbana, e produção de 
alimentos, para o direito de propriedade rural. 
Antes do Código Civil de 2002, havia uma verdadeira cisão na 
estrutura jurídica liberal, o Código Civil representava o centro 
normativo de direito privado, preocupando-se em regular com 
inteireza e completude as relações entre particulares cabendo-
lhe o regime das relações humanas, o espaço sagrado e 
inviolável da autonomia privada, caberia à Constituição apenas 
se preocupar em regular a dinâmica organizacional dos poderes 
do Estado. 
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL 
A constitucionalização do Direito privado quer proporcionar uma 
releitura dos velhos institutos e conceitos do âmbito privado, 
visando à concretização dos valores e preceitos constitucionais. 
 
A Constitucionalização do Direito Civil é a analise do 
direito privado com base nos fundamentos 
constitucionalmente estabelecidos. É a aplicação dos 
mandamentos constitucionais no direito privado. 
 
A Publicização do direito privado é o processo de 
intervenção estatal no direito privado, principalmente 
mediante a legislação infraconstitucional. 
Constitucionalização do Direito Civil 
X 
Publicização do Direito Privado. 
 
 
 
Pessoa é o ente capaz de exercer direitos e submeter-se a deveres na 
órbita jurídica; é aquele que poderá compor o polo ativo ou passivo na 
relação jurídica. 
PESSOA É O SUJEITO DE DIREITO 
 
A ordem jurídica reconhece duas espécies de pessoas que podem ser 
sujeitos de uma relação jurídica: 
 
 a) a pessoa natural (o ser humano, 
também chamado pessoa física), 
 
 
b) a pessoa jurídica ou pessoa moral 
ou pessoa coletiva (agrupamento de 
pessoas naturais, visando alcançar um 
interesse comum). 
PESSOA 
Art. 1º Código Civil - “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na 
ordem civil”. 
Pessoas reconhecidas pela ordem jurídica 
 A personalidade jurídica 
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; 
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. 
Personalidade Jurídica é o atributo reconhecido a uma pessoa para que 
possa atuar no plano jurídico, titularizando relações diversas, e reclamar a 
proteção jurídica dedicada a pessoa pelos direitos da personalidade; é a 
aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações e deveres na 
ordem civil. 
 
Aquisição da personalidade jurídica dá-se com o nascimento com vida, 
quando a criança é separada do ventre materno, não importando tenha 
sido o parto natural, mesmo que não tenha sido cortado o cordão 
umbilical. É necessário que haja respirado, ainda que tenha perecido em 
seguida. 
A comprovação de que tenha ou não respirado é feita através de exame 
médico legal denominado Docimasia Hidrostática de Galeno. 
Se a criança perecer logo depois de nascer, lavra-se dois assentos, o de 
nascimento e o de óbito (LRP, art 3°,§ 2°). 
 
TEM MUITA IMPORTÂNCIA NO CAMPO DO DIREITO SUCESSÓRIO 
 
No âmbito jurídico a docimasia é relevante porque contribui para a 
determinação do momento da morte, pois se a pessoa vem à luz viva ou 
morta, as conseqüências jurídicas serão diferentes em cada caso. 
 
Por exemplo: 
Se o pai da criança falecer enquanto sua esposa está grávida: se a 
criança nascer com vida, esta terá direito à sucessão. Caso contrário (se 
não nascer com vida), opera-se a sucessão normalmente. 
Seo bebê morrer pouco após o nascimento: neste caso, a criança fará 
jus a sucessão e, logo em seguida, também será autora de herança. 
Situação diferente da que ocorreria se a morte fosse intra-uterina. 
Relevância Jurídica da Docimasia hidrostática de Galeno 
Fim da personalidade jurídica da pessoa natural: a pessoa natural 
se extingue com a morte, e, com ela a personalidade jurídica que 
adquiriu ao nascer com vida. 
 
A personalidade do indivíduo extingue-se com a morte. A das pessoas 
jurídicas, com a sua dissolução. 
 A personalidade jurídica 
C.C.- Art. 6º (primeira parte) “A existência da pessoa natural 
termina com a morte;...” 
TEORIAS 
A natureza jurídica do nascituro 
Nascituro é aquele "que há de nascer,(...) o ser humano já concebido, cujo 
nascimento se espera como fato futuro certo", Dicionário Aurélio. 
 
 
Teoria Concepcionista: assegura ao nascituro 
personalidade, desde a concepção, possuindo, assim, 
direito à personalidade antes mesmo de nascer. 
 
Teoria Natalista: a personalidade começa com o 
nascimento com vida; afirma que o nascituro possui mera 
expectativa de direito, só fazendo jus à personalidade após 
o nascimento com vida (art.2º, 1ª parte do CC/02). 
 
 
A doutrina majoritária entende que a disposição do Art 2° “a lei põe a salvo 
desde a concepção os direitos do nascituro”, não se refere ao início da 
personalidade jurídica porque esta só ocorre com o nascimento com vida. 
Neste caso, a Lei busca proteger um ser que pode vir a se tornar pessoa 
(se nascer com vida). O nascituro não é pessoa natural, tem apenas 
uma proteção jurídica. 
TEORIAS 
A natureza jurídica do embrião 
Embrião é o feto até nove semanas de gestação 
 
O ordenamento jurídico brasileiro não trata da questão envolvendo o embrião 
excedentário, isto é, aquele não implantado no útero materno, proveniente de 
fertilização em laboratório. 
 
Não há consenso na doutrina nacional e internacional no que tange à 
natureza jurídica do embrião humano excedentário. 
 
A Lei de Bissegurança, traça parâmetros de viabilidade do embrião 
excedentários. 
 
De acordo com esses parâmetros, o embrião excedentário inviável nunca 
será capaz de gerar vida, portanto, desprovido dessa potencialidade, obtém o 
status de coisa, objeto, podendo ser utilizado nas pesquisas com células-
tronco embrionárias. A seu turno, o embrião excedentário viável é um ser que, 
a princípio, por si só, não tem expectativa de vida, e, portanto, de direito, 
tendo somente potencialidade de vida, já que somente após sua implantação 
no meio adequado, qual seja, o útero materno, passa ao status de nascituro, 
sendo tutelado pelo direito pátrio. 
15 
CAPACIDADE CIVIL 
CAPACIDADE CIVIL 
CAPACIDADE DE DIREITO 
ou de gozo ou capacidade 
de aquisição 
CAPACIDADE DE FATO 
ou de exercício ou 
capacidade de ação. 
A capacidade jurídica, é uma medida limitadora ou delineadora da 
possibilidade de adquirir direitos e de contrair obrigações. 
Capacidade significa a aptidão que a pessoa tem de adquirir e exercer 
direitos. 
Art. 1º -Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
16 
CAPACIDADE DE DIREITO OU GOZO CAPACIDADE DE FATO OU DE 
EXERCÍCIO 
É a própria aptidão genérica 
reconhecida universalmente, para 
alguém ser titular de direitos e 
obrigações. 
 
Confunde-se com a 
personalidade. 
 
Toda pessoa natural a tem, pela 
simples condição de pessoa. Deflui 
do próprio nascimento com vida. É 
aptidão para aquisição de direitos e 
deveres. 
É a aptidão para praticar 
pessoalmente os atos da vida 
civil, ou seja, é a possibilidade de 
praticar atos com efeito jurídico, 
adquirindo, modificando ou 
extinguindo relações jurídicas. 
 
A capacidade de fato ou de 
exercício admite gradações: 
 plenamente capaz, 
 relativamente capaz 
 absolutamente incapaz. 
TIPOS DE CAPACIDADE CIVIL 
A personalidade jurídica ou civil confere a pessoa uma capacidade de direito. 
Toda pessoa tem capacidade de direito; mas nem toda a de fato. 
INCAPACIDADE é a restrição legal ao exercício de atos da vida 
civil, imposta pela lei somente aos que, excepcionalmente 
necessitam de proteção, tendo em vista as suas naturais 
deficiências decorrentes em geral, da idade, da saúde e do 
desenvolvimento mental e intelectual. 
 
Deve ser analisada de forma restrita, porque como ensina a 
doutrina deve ser aplicado o princípio de que “A CAPACIDADE É A 
REGRA, A INCAPACIDADE É A EXCEÇÃO”. Portanto, só haverá 
incapacidade nos casos estabelecidos em lei. 
 
Finalidade: O instituto da incapacidade foi construído para 
proteção dos que são por motivo de idade, ou doença não podem 
exercer por sí, seus direitos. 
 
INCAPACIDADE ABSOLUTA INCAPACIDADE RELATIVA 
A incapacidade absoluta acarreta a 
proibição TOTAL do exercício, por si só , 
do direito. 
Será absoluta a incapacidade quando a 
lei considerar um indivíduo totalmente 
inapto ao exercício da atividade da vida 
civil. 
Os absolutamente incapazes podem 
adquirir direitos, pois possuem a 
capacidade de direito, mas não são 
habilitados a exercê-los, pois falta a 
capacidade de exercício. 
O ato somente poderá ser praticado pelo 
REPRESENTANTE LEGAL do 
absolutamente incapaz. A inobservância 
dessa regra provoca a NULIDADE do ato 
nos termos do art. 166, I, do Código Civil. 
A incapacidade relativa permite que o 
relativamente incapaz pratique atos da 
vida civil desde que ASSISTIDO por 
seu representante legal, sob pena de 
ANULABILIDADE (CC.art.171,I). 
 
As pessoas mencionadas no art. 4º 
encontram-se numa zona intermediária, 
entre a capacidade plena e a 
incapacidade total pois já possuem 
razoável discernimento, e, por isso, não 
ficam afastadas da atividade jurídica, 
podendo praticar determinados atos por 
si sós. Mas para os atos em geral, 
devem estar devidamente assistidas por 
seu representante legal sob pena de 
ANULABILIDADE 
19 
Art. 3º CC-INCAPACIDADE ABSOLUTA 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da 
vida civil: 
 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática desses atos; (Todos os casos de 
insanidade mental permanente ou duradoura, provocada por doença ou 
enfermidade mental congênita ou adquirida como a oligofrenia- debil, idiota, 
imbecil - e a esquizofrenia, bem como por deficiência mental decorrente de 
distúrbios psíquicos.Para que os atos praticados pelas pessoas elencadas neste 
inciso sejam considerados nulos, é necessário que seja interditada judicialmente) 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua 
vontade .(pessoas que não puderem exprimir totalmente sua vontade por causa 
transitória, ou em virtude de alguma patologia -arteriosclerose, excessiva pressão 
arterial, paralisia, embriaguez não habitual, uso eventual e excessivo de 
entorpecentes ou substâncias alucinógenas – uso eventual de álcool e drogas-, 
hipnose ou outras causas semelhantes, mesmo não permanentes. Não se 
compreende aqui as pessoas portadoras de doença ou deficiência mental) 
Art. 4º. CC-INCAPACIDADE RELATIVA 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;(podem praticar apenas 
determinados atos sem a assistência de seus representantes: aceitar mandato, ser 
testemunha, fazer testamento, etc. Não se tratando desses casos especiais, necessitam da 
referida assistência, sob pena de ANULABILIDADE do ato, se o lesado tomar providências 
nesse sentido e o vício não houver sidosanado.) 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, 
tenham o discernimento reduzido; (somente os alcoólatras, ou dipsômanos -os que têm 
impulsão irresistível para beber- e os toxicômanos, isto é, os viciados no uso e dependentes 
de substâncias alcoólicas ou entorpecentes, bem como os fracos da mente são assim 
considerados.) 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;(portadores de Síndrome 
de Down, e todos os excepcionais sem completo desenvolvimento mental,por exemplo, os 
surdos-mudos que não teverem recebido educação adequada e permanecerem isolados, 
ficaram privados de um desenvolvimento mental completo. 
IV - os pródigos. (Indivíduo que dilapida seu patrimônio – deve ser interditado, Pode ser 
submetido à curatela-art. 1.767, V, CC. O pródigo somente ficará privado, de praticar, sem 
curador, atos que implique o comprometimento do patrimônio, como emprestar, dar 
quitação, alienar, hipotecar -art. 1.782 da Lei n.º10.406/2.002). 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. 
O pródigo pode praticar, validamente e por si só, os atos da vida civil 
que não envolvam o seu patrimônio e não se enquadrem nas restrições 
mencionadas. Pode, assim, casar, dar autorização para casamento dos 
filhos menores, etc. 
 
O falido não é incapaz, apenas lhe são impostas restrições à atividade 
mercantil. 
 
A condenação criminal não implica capacidade civil. Como pena 
acessória, pode sofrer o condenado a perda de função pública ou do 
direito à investidura em função pública; a perda do poder familiar, da 
tutela ou da curatela. 
 
A capacidade dos índios é regulada, em nosso país, pela Lei n.º 6.001, 
datada de19/12/1.973, que dispõe sobre o Estatuto do Índio, 
proclamando que ficarão sujeitos à tutela da União, até se adaptarem à 
civilização. 
I.P.C. 
22 
Da cessação da incapacidade 
Cessa a incapacidade, em primeiro lugar, quando cessar a sua causa 
(enfermidade mental, menoridade, etc.) e, em segundo lugar, pela 
emancipação. 
 
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a 
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
 
Cessa a menoridade no primeiro momento do dia em que o indivíduo 
perfaz os dezoito anos. Se é nascido no dia 29 de fevereiro de ano 
bissexto,completa a maioridade no dia 1º de março. 
23 
 EMANCIPAÇÃO: É a antecipação da capacidade civil . 
 PERÍODO EM QUE A EMANCIPAÇÃO PODE SER CONCEDIDA: A 
emancipação pode ser concedida entre 16 e 18 anos. 
 OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO DA EMANCIPAÇÃO: Quando a 
emancipação é concedida pelos pais ou por um deles na falta do outro 
ou judicialmente, só produz efeito depois de registrada. 
 CARTÓRIO ONDE DEVE SER REGISTRADA A EMANCIPAÇÃO: No 
Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais do 1º Subdistrito da 
Sede da Comarca do domicilio do (a) emancipado (a). 
A emancipação 
24 
A EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA - é concedida pelos pais,se o menor 
tiver dezesseis anos completos (art. 5º, parágrafo único,inciso I do Código 
Civil). Deve ser concedida por ambos os pais, ou por um deles na falta de 
outro. A impossibilidade de qualquer deles participar do ato, por se 
encontrar em local ignorado ou por outro motivo relevante, deve ser 
devidamente justificada em juízo. 
 
A EMANCIPAÇÃO JUDICIAL é concedida por sentença, ouvido o tutor, 
em favor do tutelado que já completou dezesseis anos. Se o menor estiver 
sob tutela, deverá requerer sua emancipação ao juiz, que a concederá por 
sentença, depois de verificar a conveniência do deferimento para o bem do 
menor. O tutor não pode emancipá-lo. 
 
A EMANCIPAÇÃO LEGAL é a que decorre de determinados fatos 
previstos na lei, como o casamento, o exercício de emprego público 
efetivo, a colação de grau em curso de ensino superior e o estabelecimento 
com economia própria. Independe de registro e produzirá efeitos desde 
logo, isto é, a partir do ato ou do fato que a provocou. 
Tipos de emancipação: 
voluntária, judicial e legal 
A emancipação é irrevogável: não podem os pais, que 
voluntariamente emanciparam o filho, voltar atrás. 
 
O maior de 16 e menor de dezoito anos casado, continuará emancipado 
ainda que haja separação. 
 
A colação de grau em curso de ensino superior, e o estabelecimento civil 
ou comercial, ou a existência de relação de emprego, desde que, em 
função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia 
própria, justificam a emancipação, por demonstrar maturidade própria do 
menor. 
I.P.C. 
As emancipações voluntária e judicial devem ser registradas em livro 
próprio do 1º Ofício do Registro Civil da comarca do domicílio do menor, 
anotando-se também em seu registro de nascimento. Se judicial, deve o 
juiz comunicar, de ofício, a concessão ao escrivão do Registro Civil (= ao 
Cartório onde fora assentado o registro de nascimento do menor). 
Da EMANCIPAÇÃO 
Art. 5º parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, 
mediante instrumento público, independentemente de homologação 
judicial,(emancipação voluntária) ou por sentença do juiz 
(emancipação judicial), ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis 
anos completos; 
 II - pelo casamento; (emancipação legal) 
 III - pelo exercício de emprego público efetivo; (emancipação legal) 
 IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;(emancipação 
legal) 
 V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de 
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 
dezesseis anos completos tenha economia própria.(emancipação 
legal) 
Suprimento da incapacidade 
A incapacidade dos incapazes pode ser suprida pelos institutos da 
assistência e da representação. 
 
ASSISTÊNCIA é o instituto ligados aos relativamente incapazes. 
 
Os assistentes dos incapazes serão: 
A) OS PAIS OU TUTOR – assistem os maiores de 16 e menores de 18 
anos. 
B) O CURADOR – assiste os pródigos e os que possuem o discernimento 
reduzido, se maiores de 18 anos. 
 
REPRESENTAÇÃO: a representação é instituto ligado ao absolutamente 
incapaz. Os representantes não gozam de poderes ilimitados, sendo 
imprescindível a autorização do juiz e do Ministério Público para a 
realização de qualquer ato que importe perda patrimonial, pelo que fica 
vedada a prática dos seguintes atos sem autorização: venda, doação ou 
troca de bens, renúncia de direitos etc. Os representantes dos 
absolutamente incapazes serão: os pais, o tutor, o curador. 
Os representantes dos absolutamente incapazes serão: os pais, o tutor, o 
curador. 
A) OS PAIS – no caso dos menores de 16 anos. A representação nesse 
caso dá-se automaticamente, o representante do incapaz não necessita de 
qualquer ato de investidura ou designação. 
B) TUTOR – no caso dos menores de 16 anos, se os pais não forem vivos 
ou forem ou tornarem-se incapazes, ou perderem o poder familiar (poder 
parental). O tutor é nomeado pelo juiz ou pelos próprios pais. Poderá ser 
um parente ou qualquer pessoa que goze da confiança do juiz ou dos pais. 
Tanto nesse caso do tutor quanto do curador a representação não se dá de 
forma automática, ocorrendo por designação judiciária. O representante 
adquire esta qualidade em razão de um ato judicial, e só em função dele é 
que se legitima a representação. 
C) CURADOR – no caso em que o incapaz possui uma enfermidade ou 
deficiência mental e for maior de 18 anos. 
Tais diferenciações acarretam diversos efeitos jurídicos, os atos praticados 
pelos absolutamente incapazes são nulos (art.166 CC), e os praticados 
pelos relativamente incapazes são anuláveis(art. 171 CC). 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa 
absolutamente incapaz; 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio 
jurídico: I - por incapacidade relativa do agente 
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de 
uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido 
pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. 
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a 
um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes. 
Efeitos dos atos praticados por absolutamente 
incapaz e relativamente incapaz, no CC. 
Assim, os atos praticados pelo absolutamente incapaz é 
nulo de pleno direito, é ato inválido, não surte qualquer 
efeito, não sendo reconhecida pelo direito a transação. Os 
atos praticados por pessoa relativamente incapaz o ato será 
válido podendo ser anulado. 
ATO NULO – é inválido e não surte efeito. ex tunc (retroage 
até o nascimento do ato) 
ATO ANULÁVEL – o ato é válido surte efeito até a sua 
anulação. ex nunc (não retroage, é da sentença em diante) 
Efeitos dos atos praticados por absolutamente 
incapaz e relativamente incapaz, no CC. 
I.P.C. 
Individualização da pessoa natural 
Os principais elementos individualizadores da pessoa natural são: 
 
1. O NOME CIVIL – (art16 ao 19 e LRP 6.015/73) É a designação pela 
qual se identificam e distinguem as pessoas naturais, nas relações 
concernentes ao aspecto civil da sua vida jurídica; é o principal 
elemento identificador dos indivíduos no seio social.É matéria 
de ordem pública e tem proteção legal é um direito da 
personalidade) 
2. O ESTADO CIVIL – que indica sua posição na família e na 
sociedade política; O estado nasce de fatos jurídicos, como o 
nascimento, a idade, a filiação, a doença; de atos jurídicos, como o 
casamento, a emancipação; de decisões judiciais, como a 
separação, o divorcio, a interdição. Tais circunstancias levam a 
caracterização de três estados: o familiar, o político e o pessoal ou 
individual. 
3. O DOMICÍLIO CIVIL – que é a sua sede jurídica 
Elementos 
componentes 
 do nome civil 
O NOME CIVIL 
Prenome: É o nome próprio ou nome de batismo, 
escolhido pelos pais por ocasião do registro de 
nascimento, para individualizar seu portador. Pode ser 
simples (Luiz, Maria) ou composto (Luiz Carlos, Maria 
Regina) (art. 55 da LRP). 
 
Sobrenome (ou patronímico, apelido de família 
ou nome de família): É o segundo elemento fundamental 
do nome civil e serve para indicar a procedência da 
pessoa, sua estirpe. Ele não pertence a pessoa 
determinada e sim, a todos os membros de uma família. O 
patronímico será simples quando provir apenas do 
sobrenome materno ou paterno e composto quando provir 
de ambos. 
 
Agnome: É o sinal que se acrescenta ao nome completo 
para distinguí-lo de outros parentes que possuam o 
mesmo nome. São bastante comuns os agnomes Filho, 
Júnior, Neto e Sobrinho. 
Cognome (ou apelido, epíteto, alcunha, hipocorístico): É a 
forma pejorativa ou afetiva de identificar uma pessoa. 
 
Pseudônimo: normalmente utilizado no meio artístico ou literário 
para ocultar sua verdadeira identidade e ao mesmo tempo 
identificar sua personalidade. O pseudônimo, assim como 
o nome verdadeiro, goza da proteção da lei (art. 19 do 
Código Civil). 
Alteração do nome civil 
QUANTO AO NOME QUANTO AO SOBRENOME 
a) Quando expuser o titular ao ridículo ou a 
situação vexatória, bem como se tratando 
de nome exótico; 
b) Havendo erro gráfico evidente 
caracterizado por equívoco de grafia. 
c) Para incluir apelido público notório - art. 
58, Parágrafo único LRP. 
d) Pela adoção (ECA, art 47,§5° e CC. Art 
1.627); 
e) Pelo uso prolongado e constante de nome 
diverso; 
f) Quando ocorrer homonímia depreciativa 
gerando embaraços profissionais ou 
sociais; 
g) Pela tradução nos casos em que o nome é 
grafado em língua estrangeira. (John – 
João). 
 
a) Pela adoção (ECA, art 47,§5° e CC. Art 
1.627); 
b) Pelo casamento, quando é facultado a 
qualquer dos nubentes acrescer o 
nome do outro (CC art. 2.565, § 1°), 
inclusive podendo ambos modificar o 
nome, acrescentando o nome do seu 
consorte; 
c) Pela separação judicial ou pelo divórcio, 
d) Para a inclusão de sobrenome de 
ascendente (inclusive abarcando a 
chamada inclusão de sobrenome 
avoengo na hipótese de acréscimo do 
patronímico dos avós), desde que não 
prejudique o patronímico dos demais 
ascendentes; 
e) Pela união estável; 
f) Pela anulação ou declaração de 
nulidade do casamento. 
Hipótese imotivada para alteração do nome 
Na fluência do primeiro ano após a maioridade civil (ou seja, dos 
dezoito aos dezenove anos de idade), desde que não prejudique 
apelidos de família. art. 56 da Lei 6.015/73. 
 
Toda alteração do nome, ocorrida posterior ao registro de nascimento, 
somente se efetuará por sentença judicial, devidamente averbada 
no assento de nascimento. 
ESTADO CIVIL 
Estado civil é a posição jurídica que alguém ocupa, em determinado 
momento, dentro do ordenamento jurídico. 
Estado individual: é o modo de ser da pessoa quanto à 
idade, sexo, cor, altura, saúde (são ou insano e incapaz) 
etc. aspectos que exercem influência sobre a capacidade 
civil. 
Estado Familiar: é o que indica a sua situação na família, 
em relação ao matrimônio (solteiro, casado, viúvo, 
divorciado) e ao parentesco por consanguinidade (pai, 
filho, irmão, avô), ou por afinidade (sogro, sogra, cunhado 
etc.) 
Estado político: é a qualidade que advém da posição do 
indivíduo na sociedade política podendo ser nacional (nato 
ou naturalizado) e estrangeiro. (CRFB/88 art. 12) 
TIPOS DE 
ESTADO CIVIL 
a) Individualidade: é uno e indivisível; não é possível 
ter mais de um estado (casado e solteiro, maior e 
menor, brasileiro e estrangeiro. A obtenção de dupla 
nacionalidade constitui exceção a regra. 
b) Indisponibilidade: é relação fora do comércio por 
se tratar de reflexo da personalidade; é inalienável e 
irrenunciável. 
c) Imprescritibilidade: não se perde nem se adquire o 
estado pela prescrição. É elemento integrante da 
personalidade e, assim, nasce com a pessoa e com 
ela desaparece. 
CARACTERÍSTICAS 
DO ESTADO CIVL 
Os estados individuais, em geral, são atributos da personalidade, ou seja, 
integram-na. 
 
O estado individual constitui um direito absoluto, oponível a toda a sociedade, 
que, portanto, todos devem respeitar; e público por ser reconhecido e protegido 
pelo Estado 
Conceito Legal: CC. Art 70 “ O domicílio da pessoa natural é o lugar 
onde ela estabelece a sua residência co ânimo definitivo”. 
 
Elementos: 
a) objetivo - fixação da pessoa em determinado lugar; 
b) subjetivo - intenção de ali permanecer com ânimo definitivo; fixação 
espacial permanente da pessoa natural 
 
Conceito Doutrinário: Domicílio é a sede jurídica da pessoa , onde ela 
se presume presente para efeitos de direito e onde pratica 
habitualmente seus atos, e negócios jurídicos. (Carlos Roberto 
Gonçalves). 
Domicílio da pessoa natural “é o lugar onde ela, de modo definitivo, 
estabelece a sua residência e o centro principal da sua atividade” (Clóvis 
Beviláqua). 
 
DOMICÍLIO CIVIL 
40 
a) domicílio voluntário: decorre de ato livre da vontade do sujeito de 
direito – art. 74 
 
b) domicílio legal ou necessário: é fruto de determinação legale, em 
atenção a condição especial de certas pessoas. ex. incapaz, servidor 
público, marítimo, preso Art. 76 do CC - dos cônjuges art.1.569 ) 
 
c) domicílio especial: pode ser o do contrato. (art. 78 CC) é a sede 
jurídica especificada no contrato ; e o de eleição (art. 111 CPC) que é o 
escolhido pelas partes para propositura de ações relativas às referidas 
obrigações e direitos recíprocos. 
Tipos de domicílio. 
41 
a) o local em que estabelece a sua residência com ânimo definitivo; e 
b) o local em que pratica a sua atividade profissional. 
 
Se a profissão for explorada e exercitada em lugares diversos, em que 
se lhe concentram os interesses, cada um deles constituirá domicílio 
para as relações que lhe corresponderem. 
Domicílio da pessoa natural 
Art 70 “ O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela 
estabelece a sua residência com ânimo definitivo”. 
42 
Pluralidade domiciliar - É admitida pela nossa legislação quando a pessoa 
natural tiver mais de uma residência, pois cada uma delas será 
considerado domicílio dessa pessoa. 
 
Ex.: Uma pessoa abre escritórios de advocacia em Maceió e Aracajú, 
fixando residências nessas duas cidades e atuando em dias alternados. 
Se um réu tiver vários domicílios, poderá ser acionado em qualquer um 
deles. 
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, 
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. 
Pluralidade de domicílio 
MODOS DE EXTINÇÃO DA PESSOA 
Morte real – à luz do cadáver - (art. 6°) 
Morte simultânea ou comoriência (art.8°) 
Morte presumida 
 Sem declaração de ausência - (art. 7°) 
 Com declaração de ausência. - (art.6°, segunda parte) 
 
A morte marca o fim da personalidade física, faz cessar consequentemente 
a personalidade jurídica. 
 
A prova da morte faz-se pelo atestado de óbito ou por ação declaratória de 
morte presumida, sem decretação de ausência (art. 7º), podendo, ainda, ser 
utilizada a justificação de óbito prevista no art. 88 da LRP – Lei n. 6.015/73. 
 
Art 6º. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, 
quando aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da 
sucessão definitiva. 
Art. 3° da Lei dos Transplantes: A cessação da vida se dá com a morte 
encefálica - (critérios clínicos de verificação - Resolução 1.480/97 do CFM) 
 Extingue a personalidade jurídica 
 Extingue o poder familiar 
 Dissolve o vínculo matrimonial, 
 Abertura da sucessão, 
 Extinção dos contratos personalíssimos, 
 Extinção da obrigação de pagar alimentos, que se 
transfere aos herdeiros do devedor. 
O de cujus não é susceptível de ser titular de direitos e 
obrigações 
EFEITOS JURÍDICOS DA MORTE 
Art.7° Morte presumida sem declaração de ausência 
Art. 7º . Pode ser declarada a morte presumida, sem 
decretação de ausência: 
I – se for extremamente provável a morte de quem 
estava em perigo de vida; 
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito 
prisioneiro, não for encontrado até 2 (dois) anos após 
o término da guerra. 
 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses 
casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas 
as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data 
provável do lançamento. 
O art. 77 da LRP permite a justificação de óbito, por meio de testemunhas, 
de perícia ou de documentos, a ocorrência de morte, bem como o dia, hora 
e local, para que o juiz, ouvido o promotor de justiça, dê por justificado o 
óbito, determinando a lavratura do registro respectivo. (cidades de interior) 
 
O art. 88 da LRP permite a justificativa de óbito das pessoas que não se 
tem mais notícias, desaparecidas em naufrágios, incêndios, 
inundações, maremotos, terremotos, enfim, em grandes catástrofes. 
 
NÃO SE TRATA DE PRESUNÇÃO DE MORTE. 
 
No entanto, mesmo que acolhida uma justificação nesse sentido, nada 
impede que a pessoa surja posteriormente sã e salva, o que anula todos os 
atos praticados com sua morte justificada, protegendo-se os terceiros de 
boa-fé. 
Requisitos: prova de que a pessoa estava no local em que ocorreu a 
catástrofe e de que, posteriormente, não mais há notícias dela. 
JUSTIFICATIVA DE ÓBITO 
COMORIÊNCIA 
Art. 8°-Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo 
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão 
simultaneamente mortos. 
Conceito: Comoriência é a presunção de morte simultânea (ao mesmo 
tempo) de duas pessoas que se sucedem entre si. 
 
Relevância: A regra da comoriência tem relevância principalmente nas 
questões do direito de sucessão. 
 
Para que seja aplicada é necessário que tenham morrido juntos parentes 
que sejam sucessores recíprocos, ou seja, somente interessa saber qual 
delas morreu primeiro se uma for herdeira ou beneficiária da outra. 
 
Efeitos jurídicos : não ocorre transmissão de bens entre os 
comorientes, ou seja não há sucessão. 
AUSÊNCIA 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se 
não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe 
os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, 
declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Objetivo: A declaração de ausência objetiva a proteção do patrimônio 
do desaparecido levando à sucessão provisória e à sucessão definitiva. 
 
Finalidade: Os fins do instituto são exclusivamente patrimoniais. 
O Código aponta que sejam consideradas mortes presumidas as 
situações que autorizam a abertura da sucessão definitiva (artigos 37 
ss.). 
 
Ao se analisar o tempo que perdura a ausência, três momentos distintos 
podem ser destacados, a saber: 
1)Curadoria dos bens do ausente 
2)Abertura da Sucessão provisória 
3)Abertura da Sucessão definitiva 
CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE: ART. 22 CC 
 
Nesta fase o juiz declara a ausência da pessoa e 
nomeia-lhe curador. Quando o desaparecimento é 
recente e a possibilidade de retorno do ausente é, 
portanto, bem grande, o legislador tem a preocupação de 
preservar os bens por ele deixados, evitando a sua 
deterioração. 
AUSÊNCIA 
Ao nomear o curador o juiz deve fixar os limites de seus deveres e suas 
obrigações (art. 24). Deve zelar pela administração e conservação dos 
bens do ausente. A nomeação deverá respeitar a ordem estabelecida 
pelo legislador no art. 25 do CC. 
MOMENTO 
 
Decorrido um ano da data da arrecadação dos bens do 
ausente, ou três anos no caso de haver sido deixado 
mandatário constituído, os interessados podem requerer 
a declaração de ausência e abertura da sucessão 
provisória do ausente. 
Estabeleceu o legislador um rol de pessoas que têm 
legitimidade para requerer a sua abertura: Art. 27,CC 
 
I) o cônjuge não separado judicialmente. 
II) os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários. 
III) aquele que tenha direito a algum bem do ausente 
subordinado à sua morte, como no caso do donatário que 
recebe uma doação subordinada à condição suspensiva 
da morte do doador. 
IV) os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
ABERTURA DA SUCESSÃO PROVISÓRIA - ART. 26 
Mesmo com a abertura da sucessão provisória a probabilidade de volta 
do ausente, remota, existe. Por isso prevê o Código. 
 
a) a decisão que declarar a ausência só produzirá efeitos após 180 dias 
da sua publicação. 
b) a partilha dos bens deixados será feita, mas para que os herdeiros 
entrem na posse dos bens recebidos deverão prestar garantias (Art. 
30, CC). 
c) os bens imóveis do ausente não poderão ser vendidos, salvo para 
evitar a deterioração -art 31. 
d) a renda produzidapelos bens cabentes aos descendentes, 
ascendentes e ao cônjuge, pertencerá a estes. (Arts. 29 e 33). 
e) Havendo frutos (rendimentos), aqueles imitidos provisoriamente na 
posse, deverão capitalizar metade. 
Se o ausente retornar depois da sucessão provisória, mas antes de aberta a 
definitiva, mantém o direito à propriedade dos bens, mas não à totalidade dos 
frutos e rendimento destes. 
ABERTURA DA SUCESSÃO DEFINITIVA - ART. 37 
 
Decorridos dez anos do trânsito em julgado da sentença 
concessiva da abertura da sucessão provisória, é 
permitido que os interessados requeiram a abertura da 
sucessão definitiva do ausente, bem como o levantamento 
das cauções anteriormente prestadas. 
 
Tal faculdade será ainda conferida a eles no caso de se 
provar que o ausente conta com oitenta anos e há mais de 
cinco anos são suas últimas notícias (art. 38). 
ATENÇÃO Se o ausente retornar após a sucessão definitiva, mas antes 
de transcorridos dez anos, tem apenas o direito à restituição dos seus 
bens no estado em que se encontram. 
 
Regressando depois de dez anos da sucessão definitiva, não tem mais 
direito aos seus bens. 
Se voltar dentro desses 10 anos, antes da suc. Definitiva recebe 
seus bens menos metade dos rendimentos. 
1 ou 3 anos 
+ 180 dias 
10 
anos 
CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE ART 22 CC 
Nesta fase o juiz declara a ausência da pessoa e 
nomeia-lhe curador 
ABERTURA DA SUCESSÃO PROVISÓRIA ART. 26 CC 
os interessados podem requerer a declaração de 
ausência e abertura da sucessão provisória do 
ausente. 
ABERTURA DA SUCESSÃO DEFINITIVA - ART. 37 
Decorridos dez anos do trânsito em julgado da 
sentença que concedeu a abertura da sucessão 
provisória, é permitido que os interessados 
requeiram a bertura da sucessão definitiva 
Direitos da Personalidade 
Fundamentos do Estado Democrático de Direito brasileiro, os direitos da 
personalidade resguardam a dignidade da pessoa humana. 
 
Se propõe a defender os valores como a vida, a honra, a integridade 
física a intimidade... “É o direito subjetivo de exigir um comportamento 
negativo de todos, protegendo um bem próprio, valendo-se de ação 
judicial.” 
 
 
Objetivo: os direitos da personalidade foram criados para dotar o direito 
de mecanismos eficientes para tutelar três princípios básicos 
constitucionais: o princípio da dignidade da pessoa humana, da 
igualdade e da solidariedade. 
 
Características: Os direitos da personalidade caracterizam-se por 
serem absolutos, indisponíveis(relativamente), imprescritíveis e 
extrapatrimoniais. 
Caráter absoluto Possuem eficácia contra todos (são oponíveis erga omnes). São 
sujeitos passivos todos aqueles que ameacem ou impeçam o livre 
exercício dos direitos da personalidade. 
Generalidade 
 
Todas as pessoas, naturais ou jurídicas são titulares dos direitos da 
personalidade, basta que tenham personalidade jurídica. 
Extrapatrimonialidade São direitos sem conteúdo econômico. 
Indisponibilidade/ 
intransmissibilidade e 
irrenunciabilidade 
Intransmissibilidade é a não modificação subjetiva.” Não se pode 
separar a honra, a intimidade de seu titular.” 
A irrenunciabilidade é a impossibilidade do titular do direito da 
personalidade renunciar desse seu direito 
Imprescritibilidade O direito da personalidade não prescreve, não se perde com o 
tempo. 
Impenhorabilidade “ Não posso dar minha vida em penhora.” 
Vitaliciedade Os direitos da personalidade são para toda a vida e depois da 
morte. 
QUADRO ESQUEMÁTICO DAS CARACTERÍSTICAS 
Discutem a à técnica a ser utilizada para viabilizar a introdução dos direitos 
da personalidade no ordenamento civil. Indaga-se a respeito da forma mais 
adequada de se tutelar os bens humanos extrapatrimonias mais 
relevantes) 
Teorias dos Direitos da Personalidade 
Teoria Monista: defende o reconhecimento de um direito geral de 
personalidade, por meio de que a proteção da pessoa humana seria 
obtida através de uma regra geral que envolvesse todas as hipóteses 
em que valores essenciais ao ser humano fossem colocados sob 
ameaça. 
 
Teoria Pluralista: A personalidade apresenta várias ramificações que 
devem ser protegidas separadamente. 
 
Teoria Negativista: consideravam a personalidade humana como algo 
muito abstrato. Não aceitavam a idéia de que a personalidade pudesse 
atuar como sujeito e objeto em uma relação jurídica, pois isso criaria 
uma contradição. 
Direitos da Personalidade 
Foram criados para 
proteger os indivíduos de si 
mesmos e de terceiros 
(direito privado). Os direitos 
da personalidade são um 
reconhecimento da 
dignidade da pessoa, 
apesar e além das relações 
de poder, e devem ser 
respeitados, 
independentemente de 
qualquer formalismo, 
positividade ou tipicidade. 
Direitos Fundamentais 
Foram criados para proteger 
os indivíduos do Estado 
(direito público). A tutela dos 
direitos fundamentais da 
pessoa na Constituição tem 
origem e finalidade na 
necessidade de criar limites 
ao poder político na sua 
capacidade para ofender a 
pessoa, como indivíduo e 
cidadão. A tutela jurídica 
funda-se na lei e depende 
dela. 
Dir. da Personalidade e Dir. Fundamentais 
 
“O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação 
voluntária, desde que não seja nem permanente nem geral” 
(Enunciado 4, Jornada de Direito Civil) 
 
ATENÇÃO: Os direitos da Personalidade são imprescritíveis. Não 
confundir com a prescritibilidade da pretensão indenizatória que é de 3 
anos. 
Imprescritível é a pretensão de garantir o exercício do direito, mas não 
a de reparar pecuniariamente eventual dano sofrido. 
Ex.: uso indevido da imagem. 
Não prescreve a pretensão de fazer parar a lesão mas prescreve em 3 
anos a pretensão de reparação do dano causado à imagem. 
NÃO ESQUEÇA! 
 
Reconhece-se, como direito da personalidade da pessoa 
viva, a proteção dos direitos da personalidade de alguém 
que já morreu. Art. 12, parágrafo único. São os 
chamados lesados indiretos. 
A pessoa jurídica é titular de direitos da personalidade. O inciso X utiliza a 
palavra pessoa, segundo o artigo 1º do CC, pessoas são todas as 
pessoas naturais ou jurídicas. 
A pessoa jurídica possui honra objetiva, portanto, pode sofrer dano moral. 
 
S.227 STJ – “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral” 
Entendimento majoritário da doutrina que prega que a pessoa jurídica 
possui alguns atributos que a pessoa natural goza tais como a honra, o 
nome, a imagem. (os autores de Direito Civil Constitucional negam) 
O tema não possui tratamento pacífico. 
A doutrina e a jurisprudência mais clássicas sustentam 
que o direito de imagem de pessoas públicas, não resta 
violado se não causar dano ou lesão, se a divulgação tem 
intuito apenas de informar ao público. 
 
A doutrina e a jurisprudência mais modernas consideram 
que a simples divulgação da imagem do autor, quando 
evidenciada sua pessoalidade e não quando privilegiado fato 
social no qual alguém se veja inserido, requer a competente 
autorização do próprio, que inexistindo acarretará a violação 
do direito da personalidade passível de gerar indenização, 
bem como, não consideram necessário o aproveitamento 
econômico ou a perda econômica para tal caracterização. 
O DIREITO À IMAGEM

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