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Métodos de controle usados no MIP Legislativos Mecânicos Físico Controle cultural Comportamento Genético Variedades resistentes Controle biológico Químico Métodos de controle usados no MIP Controle legislativo é um método de controle que se baseia em leis, decretos e portarias, quer federais ou estaduais, que obrigam o cumprimento de medidas de controle como: Serviço quarentenário: Previne a entrada de pragas exóticas e impede a disseminação das nativas; Executado pelo Serviço de Defesa Sanitária Vegetal; Inspecionam Portos; Aeroportos; Fronteiras. Procurando tratar, destruir ou impedir a entrada de vegetais e animais atacados, através da quarentena. Controle legislativo As pragas quarentenárias se agrupam em duas categorias: A1 – são as pragas exóticas não presentes no país A2 – são pragas de importância econômica potencial, já presentes no país, porém apresentando disseminação localizada e submetidas a programa oficial de controle. Exemplos de pragas quarentenárias A2: Cydia pomonella , maçã e frutas da família rosácea. (RS e SC) Sirex noctilio, Pinus spp. (PR, RS e SC) Bactrocera carambolae, carambola, manga, sapoti, goiaba, jambos, caju, jaca, citros, pitanga, tomate, amendoeira, cajá, ingá. (Amapá) Controle legislativo São medidas legais que obrigam ao produtor o controle de determinadas pragas consideradas importantes para região. Medidas obrigatórias: Exemplo: Controle do bicudo-do-algodoeiro em algumas regiões do país Controle legislativo INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 44, DE 29 DE JULHO DE 2008 O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, tendo em vista o disposto no Decreto nº 5.741, de 30 de março de 2006, no Decreto nº 24.114, de 12 de abril de 1934, e o que consta do Processo nº 21000.008002/2007-00, resolve: Art. 1º Instituir o Programa Nacional de Controle do Bicudodo- Algodoeiro - PNCB, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, visando à prevenção e ao controle do bicudo Anthonomus grandis em cultivos de algodão nas Unidades da Federação. Controle legislativo Lei no 7802/90 (lei dos agrotóxicos) que tem por finalidade controlar a fabricação, formulação, comércio e uso adequado, em termos de toxicidade, segurança, eficiência e idoneidade dos inseticidas, além de obrigar o uso do Receituário Agronômico para qualquer atividade envolvendo o uso destes produtos. O Receituário Agronômico é um parecer técnico sobre a situação fitossanitária da cultura e que tem a finalidade de instituir o uso adequado dos agrotóxicos. Tem por objetivo maximizar a eficiência no controle com o uso mais racional de produtos fitossanitários. Fiscalização da fabricação, comércio e uso de inseticidas: Controle mecânico Incluem práticas que envolvem a utilização de barreiras e/ou destruição direta dos insetos. Apanha manual ou catação: coleta manual de ovos, larvas ninfas e/ou insetos adultos facilmente visíveis Técnica da batida: é usada como forma de controle de insetos em fruteiras, onde são feitas sucessivas batidas no tronco após colocação de panos ou plásticos sob a copa das árvores para coleta dos insetos caídos com as batidas. É uma técnica utilizada também para a amostragem de insetos em culturas anuais como da soja. Controle mecânico Barreiras: são dispositivos ou práticas que visam impedir ou dificultar o acesso do inseto à planta. Controle mecânico Controle mecânico Controle físico Utilização de temperatura, umidade e luminosidade são os principais agentes físicos de controle com exemplos de utilização prática. Controle através de manipulação da temperatura: a maioria dos insetos não é capaz de se reproduzir a temperaturas inferiores a 20 oC ou superiores a 35 oC. Portanto esses extremos de temperatura podem levar a interrupção da multiplicação de insetos ou mesmo causar a mortalidade destes. Exemplo: redução da temperatura durante a fase de armazenamento de grãos. C o n tr o le f ís ic o Controle físico Efeito da temperatura no desenvolvimento de insetos em grãos armazenados Possamai, 2012 Efeito da temperatura no desenvolvimento de ácaros em grãos armazenados Possamai, 2012 C o n tr o le f ís ic o Controle através de manipulação de umidade: insetos possuem também limites de umidade onde é possível sua sobrevivência e reprodução. O processo de secagem de grãos normalmente feito antes do armazenamento deles é uma medida importante no controle de fungos e algumas pragas de produtos armazenados. Controle físico Luminosidade: consiste em se utilizar uma faixa de radiação luminosa (300 a 770 nm) para atrair e capturar insetos adultos de hábito noturno. Ex: Armadilhas luminosas para capturar insetos, uso de armadilhas coloridas. Controle físico Armadilhas luminosas possuem lâmpadas que emitem a maior parte de sua energia nas faixa do ultravioleta, o que as tornam atraentes a insetos fototrópicos positivos de vôo noturno. Controle físico Controle cultural Emprego de práticas agrícolas normalmente utilizadas no cultivo das plantas objetivando o controle de pragas. Época de plantio: visa dessincronizar a fase suscetível da cultura com o pico de ocorrência da praga. Ex: plantio no início da época chuvosa reduz os danos de cupins e formigas. Controle cultural Preparo de solo: a aração e gradagem promovem um ressecamento da camada superficial do solo, matando algumas pragas que passam algum estádio no solo. Ex: gradagem para matar ninfas e adultos do percevejo castanho. Controle cultural Adubação: planta bem nutrida é mais resistente ao ataque de pragas. Plantio direto: favorece os inimigos naturais das pragas, entretanto favorece algumas pragas de solo, como formigas cortadeiras. Controle por comportamento Os insetos utilizam odores para localização de presas, defesa e agressividade, seleção de plantas, escolha de locais de oviposição, acasalamento, organização das atividades sociais e diversos outros tipos de comportamento. As substâncias químicas usadas na comunicação, em geral, são denominadas semioquímicos (sinais químicos). Os semioquímicos podem ser divididos em aleloquímicos e feromônios. Controle por comportamento Aleloquímicos: substâncias químicas envolvidas na comunicação entre organismos de espécies diferentes. Dividem-se em: 1) Cairomônios - quando a substância beneficia o receptor. Ex. O parasitóide Trichogramma evanescens é atraído pelo tricosano presente nos ovos de Helicoverpa zea. Controle por comportamento 2) Alomônios - quando a substância química beneficia o emissor. Ex. Pentatomídeos (percevejo “maria fedida”) apresentam glândulas que liberam substâncias repelentes. Controle por comportamento 3) Sinomônios - quando as substâncias químicas trazem benefício mútuo. Ex. Ao serem picadas pelo pulgão Brevicoryne brassicae, as crucíferas liberam o isotiocianato de alila que atrai o parasitóide de pulgões, Diaretiella rapae Controle por comportamento 4) Apneumônio - quando as substâncias liberadas por matéria morta atraem parasitóides. Exemplo: A farinha de aveia tem odor que atrai adultos de parasitóides do gênero Venturia Controle por comportamento Feromônios: substâncias químicas ou misturas destas, envolvidas na comunicação entreorganismos da mesma espécie. - Sexuais - Marcadores de trilha - Alarme - Agregação, etc. PRINCIPAIS GRUPOS DE FEROMÔNIOS Formas de utilização de feromônios no MIP. Monitoramento de pragas: é usado para detectar a presença ou a ausência de uma espécie de praga; para medir o aumento ou a diminuição da população entre gerações; e como tentativa de medir a população em relação ao dano potencial, o que contribuiria para a determinação da época de aplicação de medidas de controle na cultura. Controle por comportamento Formas de utilização de feromônios no MIP Coleta massal ou aniquilação de machos: Consiste na captura de insetos (90 a 95% dos machos) por meio de um sistema de armadilhas, contendo feromônios, capaz de remover um número significante de indivíduos, reduzindo a população a níveis econonicamente aceitáveis. Exemplo: Coleta massal da Broca-do-olho-do-coqueiro Controle por comportamento Formas de utilização de feromônios no MIP Confundimento: Consiste na impregnação da área com feromônios sintéticos, visando o rompimento do sistema normal de comunicação entre os indivíduos, reduzindo a probabilidade de encontros e/ou agregação dos sexos e, consequentemente, de acasalamentos. Controle por comportamento Controle genético Refere-se a uma variedade de métodos através dos quais a população de praga pode ser controlada mediante a manipulação de seu genoma ou seus mecanismos de herança. Nesse caso, os insetos-praga são utilizados contra membros de sua própria espécie com o objetivo de reduzir os níveis populacionais, daí estes métodos de controle serem chamados autocidas. Radiações ionizantes além de raios-X e substâncias químicas são os principais agentes esterilizantes usados. O principal método genético de controle de insetos é conhecido como técnica do macho estéril ou técnica do macho estéril. Uso de plantas que devido suas características genéticas sofrem menor dano por pragas. RESISTÊNCIA DE PLANTAS A INSETOS Mecanismos de resistência Não-preferência ou Antixenose: mecanismo através do qual o inseto evita determinada planta hospedeira, seja para alimentação, oviposição, ou abrigo. Número de ovos/100 folhas e porcentagem de folíolos minados por Tuta absoluta em diferentes genótipos de tomateiro. (Suinaga et al., 1999) Mecanismos de resistência A antixenose pode ser de natureza química ou morfológica dependendo dos fatores causadores da mesma. Mecanismos de resistência Antibiose: Mecanismo que engloba todos os efeitos fisiológicos adversos, de natureza temporária ou permanente, resultante da ingestão de uma planta por um inseto. Esses efeitos podem ser letais ou subletais. Os principais sintomas comumente observados são: Morte de larvas jovens, crescimento anormal, conversão alimentar anormal, fracasso para empupar, falha na transformação de pupa a adulto, adultos pequenos e/ou mal formados, falha no armazenamento de reservas para dormência, decréscimo de fecundidade e redução de fertilidae e outros comportamentos anormais. Mecanismos de resistência Antibiose Porcentagem de adultos com defeito, longevidade de adultos não acasalados e fecundidade de T. absoluta provenientes de lagartas mantidas em folhas de diferentes genótipos de tomateiro.(Tomazini et al., 2001) Tolerância: Refere-se a capacidade de certas plantas de reparar a injúria sofrida ou produzir adequadamente suportando uma população de insetos a níveis capazes de danificar uma planta mais susceptível. Tolerância usualmente resulta de um ou mais dos seguintes fatores: Vigor geral das plantas Regeneração do tecido danificado Força da haste e resistência ao acamamento Produção adicional de ramos Utilização, pelo inseto, de partes não vitais da planta Compensação lateral por plantas vizinhas Mecanismos de resistência Vantagens da resistência de plantas Facilidade de adoção Especificidade Relativa harmonia com o ambiente Persistência Efeito cumulativo Baixo custo e compatibilidade com outros métodos de controle Longo tempo para desenvolvimento. Limitações genéticas da planta (ausência de genes para resistência). Limitações Ocorrência de biótipos e características conflitantes (algumas plantas podem apresentar fatores de resistência a alguns insetos que conferem maior susceptibilidade a outros ou mesmo reduzem a produção). Devido à crescente demanda por novas variedades, os programas de melhoramento genético têm buscado tecnologias que acelerem o desenvolvimento de variedades. Entre as ferramentas com potencial para acelerar o desenvolvimento de novas variedades está a transformação genética, possibilitando a introdução de genes de espécies afins ou mesmo de espécies mais distantes. A grande maioria das plantas geneticamente modificadas resistentes a insetos expressa genes derivados da bactéria Bacillus thuringiensis. Atualmente, culturas como soja, milho, algodão, batata e fumo, têm sido modificadas geneticamente, para expressar as proteínas derivadas de B. thuringiensis, e são utilizadas em escala comercial em vários países. Bacillus thuringiensis é uma bactéria que habita naturalmente o solo, e que tem sido empregada há muitos anos como um inseticida microbiano por agricultores e, mais recentemente, é utilizada como nova ferramenta para o controle de pragas, por meio da sua expressão nas plantas transgênicas. Feijão: a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão, já possui, desde 2000, plantas transgênicas de feijão para resistência ao vírus do mosaico dourado, considerado o pior inimigo da cultura na América do Sul. Exemplos Trangênicos - Brasil Batata: A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em parceria com a Embrapa Hortaliças, Universidade Federal de Pelotas, o Instituto de Ingeniería Genética Y Biotecnologia (Ingeb, da Argentina), e o Centro Brasileiro- Argentino de Biotecnologia, desenvolveram variedades transgênicas de batata resistentes aos vírus "Y" e PLRV, ou vírus do enrolamento das folhas. Exemplos Trangênicos - Brasil Algodão: A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em parceria com a Embrapa Algodão, está desenvolvendo plantas transgênicas de algodão para resistência a herbicidas, insetos, doenças fúngicas e bacterianas. Exemplos Transgênicos - Brasil CONTROLE BIOLÓGICO CONCEITO É um fenômeno natural que consiste na regulação do número de plantas e animais por inimigos naturais (agentes de mortalidade). Os agentes podem ser peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos (inespecíficos) ou insetos, ácaros e outros artrópodes, além de entomopatógenos (mais específicos). Parra et et al. (2002) CONTROLE BIOLÓGICO Já no Século III os chineses utilizavam formigas predadoras para controle de pragas dos citros. Bosch et et al. (1982) al. HISTÓRICO Oecophylla smaragdina CONTROLE BIOLÓGICO HISTÓRICO Citação do parasitóide Apanteles glomeratus em lagartas de Pieris rapae. Aldrovandi, 1602 • Nos séculos XVIII e XIX ocorre grande número de descrições de inimigos naturais. • Evolui o conceito de controle biológico: as pragas possuíam seu complexo de controladores. CONTROLE BIOLÓGICO AGENTES DE CONTROLE BIOLÓGICO INIMIGOS NATURAIS Parasitóides Predadores Patógenos PREDADOR Geralmente maior que a presa Necessita de vários indivíduos paracompletar o desenvolvimento Pouca dependência da presa 25% dos insetos são carnívoros Adaptações: -Pernas: captura e manipulação da presa Ex: pernas raptatórias e preensoras -Aparelho bucal (mandíbulas adaptadas) Ex: sugador labial = rostro= sugar fluídos Predadores Predadores Predadores PARASITÓIDE São insetos cujas larvas se desenvolvem dentro ou externamente ao hospedeiro, o qual é geralmente morto. Necessita de apenas um hospedeiro para completar o desenvolvimento. O adulto tem vida livre. Muita dependência do hospedeiro. Pode parasitar ovos, larvas ou ninfas, pupas e adultos. Órdens mais importantes: Hymenoptera e Diptera Parasitóides de ovos Parasitóides de larvas Parasitóides de pupas Parasitóides de adultos Parasitóides de pulgões Múmia CATEGORIAS DE PARASITISMO Parasitóide primário: espécie que se desenvolve sobre hospedeiros não parasitados. H P Hiperparasitóide: parasitóide que se desenvolve em outro parasitóide. H P P Endoparasitóide: parasitóide que se desenvolve dentro do corpo do hospedeiro. Solitário ou gregário. H P Hiperparasitismo CATEGORIAS DE PARASITISMO Ectoparasitóide: espécie que se desenvolve fora do corpo do hospedeiro. Solitário ou gregário. H P Parasitismo múltiplo: mais de uma espécie de parasitóide ocorre dentro ou sobre um único hospedeiro. H P2 Superparisitismo: vários indivíduos de uma espécie de parasitóides podem se desenvolver em um hospedeiro. P3 P1 H P1a P1b P1c FORMAS DE EXPLORAR O HOSPEDEIRO Permitem que o hospedeiro cresça após o parasitismo. Ex.: Parasitóides ovo-larva, larva-pupa e larvais. Matam seus hospedeiros antes da emergência e se desenvolvem em hospedeiros mortos ou paralisados. PATÓGENOS Fungos, bactérias, vírus, protozoários, nematóides Fungo – Beauveria bassiana Fungo – Metarhizium anisopliae PATÓGENOS Bactéria- Bacillus thuringiensis (Bt) O Bt produz diversas toxinas que possuem atividade inseticida, por produzirem cristais em diferentes composições protéicas. Após a ingestão por um inseto susceptível, o cristal é dissolvido no intestino médio e as pró-toxinas são enzimaticamente quebradas dando origem às toxinas. Tal ação causa a paralisia intestinal e eventualmente resulta em morte do inseto hospedeiro PATÓGENOS Bactéria- Bacillus thuringiensis (Bt) PATÓGENOS PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE CONTROLE BIOLÓGICO PRINCIPAIS PROGRAMAS DE CONTROLE BIOLÓGICO NO BRASIL Cotesia flavipes x broca-da-cana PRINCIPAIS PROGRAMAS DE CONTROLE BIOLÓGICO NO BRASIL Trissolcus basalis x percevejo-verde-da-soja PRINCIPAIS PROGRAMAS DE CONTROLE BIOLÓGICO NO BRASIL Trichogramma pretiosum x Traça-do-tomateiro PRINCIPAIS PROGRAMAS DE CONTROLE BIOLÓGICO NO BRASIL Ageniaspis citricola x Minador-dos-citros PRINCIPAIS PROGRAMAS DE CONTROLE BIOLÓGICO NO BRASIL Podisus nigrispinus x lagartas desfolhadoras de eucalipto PRINCIPAIS PROGRAMAS DE CONTROLE BIOLÓGICO NO BRASIL Orius insidiosus x tripes, mosca-branca, pulgões PRINCIPAIS PROGRAMAS DE CONTROLE BIOLÓGICO NO BRASIL Cryptolaemus montrouzieri x cochonilha-farinha PRINCIPAIS PROGRAMAS DE CONTROLE BIOLÓGICO NO BRASIL Crisopídeos x pulgões, mosca-branca
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