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Aula de Farmacologia 16 08

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Aula de Farmacologia – 16/08
Farmacodinâmica: ramo da Farmacologia que estuda os mecanismos de ação e os efeitos dos fármacos. Através da farmacodinâmica é possível ver como um medicamento age para promover determinado efeito. 
Entre esses efeitos estão incluídos:
Terapêuticos: que são os efeitos desejados; que se espera que seja desenvolvido no paciente. 
Indesejáveis: nenhum medicamento é isento de efeitos indesejáveis. Eles são divididos em colaterais e adversos.
Colaterais: já são esperados; a dose, o tempo de uso dos medicamentos pode aumentar a probabilidade da ocorrência dos efeitos colaterais. Eles são mais comuns de ocorrer e, geralmente, estão associados ao próprio mecanismo de ação dos medicamentos. Ou seja, o medicamento vai promover seu efeito de ação através de um mecanismo, mas o alvo de ação dele está presente em outros locais também. Aí, o medicamento acaba agindo nesses outros locais, quando ele não tem seletividade. 
Adversos: normalmente não estão associados ao próprio mecanismo dos medicamentos. Apesar de serem mais graves, não são tão comuns.
Os fármacos sempre irão interferir em algum processo fisiológico ou fisiopatológico. Algum processo que já acontece no organismo vai ser intensificado ou inibido por algum medicamento. 
De um modo geral, pode-se dizer que os fármacos agem no organismo através de mecanismos não celulares e através de mecanismos celulares. 
Mecanismos não celulares: o fármaco não interage com nenhuma célula para promover seu efeito no organismo. O fármaco promove seu efeito terapêutico sem interagir diretamente com nenhuma célula. Está presente em poucos medicamentos. 
Mecanismos celulares: mais importantes, a maioria dos fármacos age através de mecanismos celulares.
Mecanismos não celulares:
Reações químicas: 
Fármacos antiácidos, que são medicamentos utilizados no tratamento da dispepsia. 
Dispepsia é um quadro temporário, está associada a algum alimento ingerido, é uma azia, causada devido ao aumento de ácido clorídrico no estomago. 
Entre os antiácidos mais importantes, tem-se: o hidróxido de alumínio e o hidróxido de magnésio. 
O hidróxido de alumínio tem como efeito colateral a constipação intestinal. Já o hidróxido de magnésio tem efeito catártico, ou seja, promove diarreia. Então normalmente, os dois são associados numa mesma solução, para promover um equilíbrio a nível intestinal, para que o paciente não tenha nem constipação e nem diarreia. Eles são administrados por via oral. 
Na dispepsia, o acido clorídrico está elevado no estomago. O acido clorídrico em excesso no estomago, acaba entrando em contato com a mucosa gástrica causando queimação. O antiácido utilizado vai chegar à luz gástrica e vai reagir quimicamente, na própria luz gástrica, com o acido clorídrico, produzindo sal + agua. 
Al(OH)3 –hidróxido de alumínio + 3HCl AlCl3 –cloreto de alumínio + 3H2O
Mg(OH)2–hidróxido de magnésio+2HCl MgCl2–cloreto de magnésio + 2H2O
Essas reações químicas dos antiácidos com o acido clorídrico tem como objetivo controlar o quadro de azia, aumentando o pH, sem interagir com célula nenhuma. A reação química ocorre na própria luz gástrica sem haver necessidade nem de o fármaco ser absorvido. 
Obs.: o hidróxido de alumínio e o hidróxido de magnésio podem ser usados separadamente, mas é mais comum encontra-los na forma associada. 
Fármacos que agem através da modificação da composição dos fluidos corpóreos:
A principal classe de fármacos que age através desse mecanismo são os diuréticos osmóticos. 
O protótipo dos diuréticos osmóticos, ou seja, o que representa essa classe é o Manitol. O Manitol é o fármaco de escolha nos quadros de edema cerebral. Ele é usado através da via intravenosa. Quando o Manitol é administrado, ele vai chegar à corrente sanguínea, e ele não consegue ser distribuído para os tecidos. Como o Manitol é um tipo de açúcar, enquanto ele estiver na corrente sanguínea, ele vai aumentar a pressão osmótica do sangue. Aumentando a pressão osmótica do sangue, o Manitol vai atrair água. Como a agua vai ser atraída para a corrente sanguínea, vai aumentar o volume sanguíneo. 
Porem, o manitol só é indicado em quadros de edema cerebral, em outros tipos de edema são usadas outras medicações.
O manitol é considerado farmacologicamente inerte. Ele permanece na corrente sanguínea e sua presença lá irá aumentar a pressão osmótica, aí a agua irá direto para o sangue. O manitol sofre filtração glomerular e chega aos túbulos renais. Ao chegar aos túbulos renais, o Manitol aumenta a pressão osmótica nos túbulos renais, fazendo com que a agua que está no sangue seja atraída para os túbulos renais, o que irá promover maior excreção de água. O manitol será eliminado na urina, juntamente com a água e com alguns eletrólitos. A simples passagem do manitol da corrente sanguínea para os túbulos renais promoveu alteração, por isso diz-se que ele é um fármaco farmacologicamente inerte.
Mecanismos celulares
Inibição enzimática: 
Inibidores da ECA (IECA): apresentam como protótipo o captopril. O sistema renina-angiotensina-aldosterona está envolvido principalmente na regulação da pressão arterial. Quando esse mecanismo é ativado, a renina vai atuar sobre o angiotensinogênio e vai formar a angiotensina I. A angiotensina I vai ser convertida em angiotensina II, através da ECA (enzima conversora de angiotensina). O nome da ECA é peptidil-dipeptidase A.
A angiotensina II vai se ligar aos seus receptores teciduais. Nos vasos sanguíneos, ela irá causar vasoconstrição. Além disso, ela irá promover liberação de aldosterona. A aldosterona, por sua vez, vai se ligar aos seus receptores específicos e vai promover a formação de uma proteína mediadora de aldosterona, usada para reabsorção de sódio e de agua. A vasoconstrição e a reabsorção de sódio e agua vão aumentar a pressão arterial. 
O captopril vai inibir a ECA, reduzindo a concentração de Angiotensina II. A inibição da ECA vai causar vasodilatação e vai reduzir a liberação de aldosterona. Consequentemente, reduz a reabsorção de sódio e agua. Com isso, haverá diminuição da pressão arterial. 
As enzimas microssomais hepáticas são as principais responsáveis pela biotransformação de vários medicamentos. Existem medicamentos que são inibidores de enzimas microssomais hepáticas e, consequentemente, esses medicamentos podem comprometer a biotransformação de outros medicamentos. Se há a inibição da biotransformação de um medicamento, ou seja, se um medicamento não for biotransformado adequadamente, suas concentrações irão aumentar no organismo, pois eles irão demorar mais para serem excretados. Isso pode promover um quadro de intoxicação. 
Exemplos de medicamentos inibidores de enzimas microssomais hepáticas são: cimetidina, eritromicina, cetoconazol.
Eles inibem as enzimas microssomais hepáticas, mas não é esse seu mecanismo de ação. Como por exemplo, o mecanismo de ação da cimetidina é através da interação droga-receptor. Ou seja, a inibição das enzimas microssomais hepáticas seria tipo um “efeito colateral” desses medicamentos.
Já os indutores de enzimas microssomais hepáticas aumentam a quantidades dessas enzimas. 
Alteração da função da membrana celular:
Anestésicos locais (como, por exemplo, a lidocaína): todos eles têm o mesmo mecanismo de ação.
Se eu tenho um corte no braço, em que é preciso fazer uma sutura, se eu não usar anestesia para fazer a sutura ocorrerá propagação do estimulo da dor. Primeiro, haverá estimulação dos nociceptores (receptores da dor presentes naquele local). Em seguida, haverá propagação do estimulo até o sistema nervoso central. Ocorre a abertura de canais de sódio voltagem-dependentes. Os canais de sódio vão se abrir, havendo a entrada de sódio e, consequentemente, a propagação do estimulo ate o sistema nervoso central. A função dos canais de sódio nas fibras nervosas aferentes sensitivas é promover despolarização, para que haja a propagação do estimulo. 
O anestésico local inibe os canais de sódio voltagem-dependente de fibras nervosas sensitivas. Aoinibir os canais de sódio, o estimulo não é propagado até o Sistema Nervoso Central. Só terei consciência da dor se o estimulo chegar ate o sistema nervoso central. 
Ou seja, os anestésicos locais alteram a função da membrana celular, eles alteram a função das fibras nervosas sensitivas, que, através dos canais de sódio, tinham a função de propagar o estímulo até o Sistema Nervoso Central. Ao serem inibidos, não há essa propagação. 
Dependendo do canal que for inibido, haverá um efeito diferenciado. 
O diazóxido, por exemplo, que é um fármaco usado em quadros de crises hipertensivas, promove abertura de canais de potássio no musculo liso dos vasos, promove um efluxo (saída do potássio). A saída de potássio promove hiperpolarização no meio interno. A hiperpolarização aumenta o limiar de excitabilidade, o que vai causar relaxamento dos vasos sanguíneos, ou seja, vasodilatação. 
Fármacos que agem sobre neurotransmissores:
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS), que são representados pela Fluoxetina. O mecanismo de ação dela é o mesmo da Citralina, do Excitalopram, ou seja, são todos fármacos da mesma classe. 
A principal hipótese que explica os quadros de depressão é a de que os quadros depressivos estão associados a uma deficiência de serotonina e noradrenalina em algumas áreas centrais. Desse modo, para controlar a depressão, é necessário aumentar os níveis dessas aminas. Se for utilizado um fármaco que inibe a recaptação dessas aminas, como os ISRS, que inibem a recaptação da serotonina, irá potencializar o efeito da serotonina, que controlará o quadro de depressão. 
Há, também, fármacos que inibem a liberação do neurotransmissor. Como por exemplo, a toxina botulínica, que inibe a liberação de acetilcolina na fenda sináptica.
Dependendo do tipo de ação e dependendo do neurotransmissor será produzido um efeito diferenciado.
As classes de antidepressivos mais utilizados são os ISRS e os ADTs. Os ADTs são os antidepressivos tricíclicos, representados, por exemplo, pela amitriptilina. Os ADTs irão inibir tanto a recaptação de serotonina quanto a de noradrenalina. No entanto, os ISRS são mais utilizados que os ADTs por terem menos efeitos indesejáveis. 
Interação droga-receptor:
Refere-se a qualquer ligação do fármaco ao sitio receptor. A inibição enzimática também é um exemplo de interação droga-receptor. 
Fisiologicamente, substâncias endógenas, como, por exemplo, os neurotransmissores e hormônios, vão estimular os receptores. Desse modo, teremos fármacos que apresentarão características químicas semelhantes a esses agentes ligantes endógenos. Consequentemente, esses fármacos conseguirão ligar aos mesmos receptores. Ao se referir à interação droga-receptor, está sendo referido, mais especificamente, a esses receptores de membrana. 
O fármaco sempre terá que se ligar a um local para promover o efeito dele, assim, o local onde o fármaco se ligou é o sitio-receptor dele.
Os receptores de membrana são formados por subunidades de proteínas. Isso significa que esses receptores são variados. A quantidade de receptores que existem no organismo é muito superior à quantidade de receptores que precisa ser estimulada para causar o efeito. 
Existem alguns fármacos clínicos que podem promover alterações nesses receptores. No hipertireoidismo, por exemplo, ocorre aumento da expressão de receptores β1 adrenérgicos no coração.
Considerando a ação dos fármacos nos receptores, eles podem ser classificados como agonistas ou como antagonistas. 
Se a molécula de um fármaco tem a capacidade de se ligar a esse receptor, diz-se que ela tem afinidade a esse receptor. Se, ao se ligar a esse receptor, essa molécula estimular uma serie de mecanismos no meio intracelular, que levarão ao efeito, nós dizemos que o fármaco, além de ter afinidade, tem atividade intrínseca. Para que ele tenha afinidade ao receptor, ele deve ter semelhanças químicas com o agente ligante endógeno. 
Fármaco agonista: tem afinidade e atividade intrínseca em determinado receptor. O termo agonista está associado ao aumento do receptor. O receptor recebe o seu nome de acordo com o agente ligante endógeno (ex.: fármaco agonista dopaminérgico/ dopamínico, histaminérgico/histamínico, colinérgico, adrenérgico). 
Alguns fármacos não conseguem promover o efeito máximo no tecido. Eles ativam o receptor, causam o efeito, mas não conseguem a resposta máxima do tecido. Nesse caso, eles são chamados de agonistas parciais.
Os fármacos agonistas podem ser divididos em parciais ou totais. 
Agonista parcial se liga ao receptor, tem afinidade por ele, tem atividade intrínseca. Porem, não promove a resposta máxima no tecido. O agonista parcial acaba atrapalhando o agente ligante endógeno. Ex.: Cebutolol, Pembutolol (se ligam aos receptores β1 adrenérgicos no musculo cardíaco, ativando esses receptores, mas a resposta que ele promove nessa ativação é inferior à resposta da noradrenalina. Ao se ligar ao receptor, o fármaco irá competir com a noradrenalina. No final, acaba havendo uma redução da atividade cardíaca, porem a redução é menor do que a que seria causada, por exemplo, pelo Atenolol, que é um agonista total ).
Agonista total tem afinidade e atividade intrínseca por um determinado receptor e promove o efeito máximo no tecido. O agente ligante endógeno sempre irá conseguir a resposta máxima. O agonista total promove a mesma resposta do agente ligante endógeno. 
Fármaco antagonista: consegue se ligar ao receptor (tem afinidade ao receptor), mas não o ativa (não tem atividade intrínseca com o receptor). Eles são conhecidos como sendo bloqueadores daquele receptor. Esses fármacos não promovem efeito direto por ação de determinado mecanismo, pois não é ativado mecanismo. Ou seja, o efeito não é direto. No entanto, eles causam efeito no tecido, porque enquanto eles estiverem ligados ao receptor, o agente ligante endógeno não consegue ativar o receptor, o que irá gerar um efeito. Esse efeito será sempre contrario ao efeito do agente ligante endógeno.
OBS.: O efeito de um agonista parcial é equivalente ao de um antagonista, só que em menor proporção. Ou seja, o agonista parcial, na presença de um agonista total, tem efeito antagonista. O agonista parcial, assim como o total, se liga e ativa o receptor, porem sua resposta é inferior ao do agonista total, assim, acaba tendo uma redução do efeito, ou seja, o efeito final acaba sendo inferior do que ele normalmente seria.
Classificação dos receptores
De acordo com o agente ligante endógeno:
Praticamente todos os receptores tem o nome semelhante com o agente ligante endógeno.
Receptores da histamina: receptores histamínicos/ histaminérgicos
Receptores da 5-hidroxitriptamina (5–HT) – serotonina: receptores 5-hidroxitriptaminergicos.
Obs.: Receptores opióides: Únicos receptores que existem no organismo que foram descobertos antes do agente ligante endógeno. Primeiro se descobriu a morfina, que é protótipo dos analgésicos opioides, e depois se descobriu que a morfina promovia o efeito dela através da ligação e ativação de determinados receptores. Mas, ate então, aqueles receptores não eram conhecidos, dando a eles, por esse motivo, o nome de receptores opioides. Depois descobriu que se o receptor existe no organismo é porque existe algum agente ligante endógeno. 
Os agentes ligantes endógenos dos receptores opioides receberam nome semelhante ao receptor, ou seja, são chamados de neuropeptídios opioides endógenos. Contudo, esse fato é uma exceção, pois em todos os outros casos é o receptor que recebe o nome de acordo com o agente ligante endógeno. 
Sempre é usado agonista ou antagonista + nome do receptor de acordo com o agente ligante endógeno (Ex.: agonista muscarinico)
De acordo com o mecanismo de transdução com o qual estão acoplados:
Quando a molécula se liga, se ela for agonista, ela vai ativar o mecanismo de transdução. Quando o receptor é ativado, vários mecanismos são estimulados, gerando um efeito. Todos os mecanismos que ocorrem a partir da estimulação do receptoraté o efeito são chamados de mecanismos de transdução de sinais.
5 tipos de receptores de acordo com o mecanismo de transdução de sinais: 
Receptores acoplados a canais iônicos;Presentes na Membrana Celular
C
Receptores acoplados à proteína G;
Receptores acoplados à tirosina-quinase;
Receptores acoplados à guanilato-ciclase; 
Receptores reguladores da transdução do DNA;Presente dentro da célula
Nos 4 primeiros tipos de receptores a molécula do fármaco não vai entrar na célula: ela vai se ligar ao receptor e, a partir dali, vai ativar um determinado mecanismo de transdução e vai ser produzido um efeito. Ou seja, o fármaco não entra na célula, mas interage com a célula.
Já os receptores reguladores da transdução do DNA estão dentro da célula (são intracelulares): a molécula do fármaco vai ter que entrar na célula pra chegar até o receptor e, dessa forma, cumprir o seu efeito.
Receptores acoplados a canais iônicos:
Estão presentes na membrana celular.
Formados por subunidades de proteínas, que estão dispostas de forma circular.
Quando a molécula agonista se liga ao receptor, ela vai ativa-lo. O canal iônico em repouso está, normalmente, fechado. Quando a molécula se liga, ela promove a abertura desse canal iônico, havendo o fluxo de íons. 
Receptores acoplados a canais iônicos seletivos para cátions: com a abertura dos canais iônicos, ocorre a entrada de Na+ e saída de K+. Porém, vai entrar mais Na+ do que sair K+. A maior entrada de Na+ promove despolarização, promovendo efeito estimulatório. Ex.: receptores nicotínicos (receptores colinérgicos, presentes na Junção Neuromuscular Esquelética, nos gânglios e no Sistema Nervoso Central).
Agonistas nicotínicos – contração dos músculos esqueléticos.
Antagonistas nicotínicos – relaxamento dos músculos esqueléticos; relaxantes musculares de ação periférica (usados como pré- anestésicos na anestesia geral). Ex.: tubocurarina. Glutamato é o principal neurotransmissor excitatório, que se liga a receptores glutamatergicos, que são receptores acoplados a canais iônicos seletivos para cátions, que vão produzir efeito excitatório.
Receptores acoplados a canais iônicos seletivos para ânions: com a abertura desses canais, ocorre entrada de Cl-. O meio interno fica mais negativo, havendo hiperpolarização. Isso irá aumentar o limiar de excitabilidade, promovendo efeito inibitório. Ex.: receptor GABA- A (acido gama aminobutirico - presente no Sistema Nervoso Central, principal neurotransmissor inibitório). 
Obs.: Cada receptor já está acoplado a um determinado mecanismo de ação. Receptores GABA – A são seletivos apenas para ânions. Então, sempre que o receptor for ativado, será produzido apenas determinado efeito. 
Fármacos que potencializam a ação do GABA (aumentam a afinidade do GABA pelo GABA- A): benzodiazepínicos (Clonazepam, Diazepam) - eles não são agonistas gabaérgicos, mas aumentam a afinidade do GABA pelo receptor GABA-A, de forma que esses canais iônicos vão se abrir com mais frequência. Logo, eles vão promover aumento do limiar de excitabilidade, gerando efeito inibitório.
Ex.: no estado epiléptico, que são convulsões (despolarizações neuronais, que ocorrem em algumas áreas cerebrais, de forma irregular e súbita, gerando efeitos estimulatorios) sucessivas, usam-se fármacos anti-epilepticos (anti-convulsivantes). Esses fármacos vão aumentar o limiar de excitabilidade nessas regiões neuronais. A maioria deles potencializa o efeito do GABA.
Receptores acoplados a proteína G:
Também estão presentes na membrana celular. O receptor tem o sitio externo, de ligação para o fármaco ou para a molécula agonista, e o sitio interno, de ligação para a proteína G.
A proteína G em repouso está na membrana celular, sendo formada por 3 unidades de proteína: as unidades beta, gama e alfa. A subunidade alfa está ligada ao GDP (guanosina difosfato).
Quando a molécula agonista se liga, terá ação da conformação do sitio interno desse receptor. Assim, o receptor irá adquirir afinidade pela proteína G. A proteína G se liga ao receptor, fazendo com que haja substituição do GDP pelo GTP. Assim que isso acontece, a proteína G irá se dissociar e alfa-GTP irá para o citoplasma. A proteína G está ativa quando alfa vai para o citoplasma e, beta e gama estão na membrana celular. 
Cada receptor que está acoplado à proteína G está acoplado de uma maneira especifica a determinada proteína G.
A proteína G é classificada como:
Proteína Gq: estimula enzima Fosfolipase C
Proteína Gs: estimulaSistema Adenilato Ciclase/ AMPciclico (AC/AMPc)
Proteína Gi: inibe
Proteína Go: atua sobre canais iônicos. Na maioria das vezes, atua abrindo canais de K+
 Proteína Gq:
Quando a molécula agonista se liga ao receptor acoplado à proteína Gq, ocorrerá estimulação da proteína Gq, estimulando a Fosfolipase C. A Fosfolipase C, sempre quando é estimulada, curva sobre o fosfolipídio difosfato de fosfatidil inasitol. Essa enzima age sobre o difosfato de fosfatidil inazitol promovendo a clivagem dele em: IP3(trifosfato de inasitol) e DAG (diacilglicerol).
O DAG age sobre enzimas especificas de cada tecido, mas seu efeito sempre acompanha o efeito do IP3.
O IP3, sempre quando for formado no meio intracelular, promove liberação do Ca+2 no reticulo sarcoplasmático. Isso irá gerar aumento nas concentrações de cálcio intracelular, o que produz efeito estimulatorio. 
A acetilcolina estimula o peristaltismo no intestino. Os receptores colinérgicos presentes no intestino são os receptores M3 (muscarinicos M3), que estão acoplados à proteína Gq. Quando a acetilcolina é liberada no intestino, ela se liga aos receptores M3, que estão acoplados à proteína Gq. Isso vai ativar a proteína Gq, que vai ativar a Fosfolipase C, que vai atuar sobre o difosfato de fosfatidil inasitol, vai formar IP3, que vai aumentar o cálcio a nível intestinal, o que vai estimular o peristaltismo. 
Se uma pessoa apresenta um quadro de atomia intestinal (falta de peristaltismo de origem neurológica), pode ser usado um medicamento que seja agonista muscarinico, como a pilocarpina, por exemplo. 
Já em quadros de diarreia podem ser usados medicamentos antagonistas muscarinicos. O antagonista muscarinico se liga ao receptor M3, mas não o ativa. Assim, não vai ativar a proteína Gq, não vai ativar a fosfolipase C, não ocorre a formação do IP3. Consequentemente, reduz o cálcio intracelular e vai promover um relaxamento do musculo liso intestinal, o que vai reduzir o quadro de diarreia. Ex.: atropina. Atrovent (ipratropico) é um fármaco antagonista muscarinico, no musculo liso dos brônquios há receptores M3, o ipratropico vai causar bronco dilatação (relaxamento) nesse musculo. 
Proteína Gs:
O fármaco agonista se liga ao receptor acoplado à Proteína Gs, estimulando a enzima Adenilato Ciclase, que vai atuar sobre o ATP, que vai formar AMPciclico. O AMPciclico intracelular vai provocar ativação de proteínas quinases. As proteínas quinases ativadas vão fosforilar. As proteínas quinase no coração vão promover a fosforilação de canais de cálcio, provocando abertura dos canais de cálcio, com entrada de Ca+2. Ocorrerá o aumento da concentração de Ca+2 intracelular, aumentando a frequência cardíaca (Fc) e a força de contração. Em nível cardíaco, os receptores presentes são os β1-adrenérgicos (noradrenalina), que estão acoplados à proteína Gs.
Já nos músculos lisos (vasos, brônquios, bexiga urinaria, intestino), as proteínas quinase irão promover a fosforilação da miosina quinase (enzima responsável pela contração de músculos lisos). A miosina quinase tem dois sítios de fosforilação: um sítio, quando ativado irá ativar a enzima, outro sítio, quando ativado, inibe a enzima. Nesse caso, a fosforilação da miosina quinase irá promover sua inativação, havendo relaxamento dos músculos lisos. 
No musculo liso dos brônquios, há receptores β2-adrenérgicos, que também estão acoplados a proteína Gs. Um exemplo de agonista β2-adrenérgico é o Fenoterol (Berotec), que vai, através de inalação, se ligar a receptoresβ2-adrenérgicos do músculo liso dos brônquios, que estão acoplados a Proteina Gs, promovendo ativação da Proteína Gs, que vai ativar Adenilato Ciclase, promover formação do AMPciclico. Isso vai ativar as proteínas quinase, que vão fosforilar a miosina quinase no musculo liso dos brônquios, promovendo relaxamento do musculo liso dos brônquios (broncodilatação). O Berotec, apesar de ser seletivo para receptores β2-adrenérgicos, não tem uma seletividade de 100%, agindo também em receptores β1-adrenérgicos no coração, aumentando a frequência cardíaca.
Proteína Gi:
Se for usado um fármaco agonista com atuação no receptor acoplado à Proteína Gi, ocorre estimulação da Proteína Gi, que inibe a Adenilato Ciclase. Isso promove redução dos níveis de AMPciclico, o que vai inibir a produção de proteínas quinases. Em nível cardíaco, isso promoverá a não fosforilação dos canais de cálcio, não ocorrendo abertura de canais de cálcio. Como não ocorre abertura dos canais de cálcio, os íons Ca+2 não irão entrar reduzindo Ca+2 intracelular. Isso irá reduzir a frequência cardíaca e a força de contração. Os receptores acoplados à proteína Gi no coração são receptores de acetilcolina do tipo M2.
Em repouso, predomina a atividade da acetilcolina (parassimpático) quando comparada a noradrenalina (simpático).
Se houver estimulação do receptor acoplado a proteína Gi, a proteína Gi será ativada. 
	β1
	Proteína Gs
	β2
	Proteina Gs
	β3
	Proteína Gs
	α1
	Proteína Gq
	α2
	Proteína Gi
	M1 
	Proteína Gq
	M2
	Proteina Gi
	M3
	Proteina Gq
No musculo liso, a ativação da Proteína Gi promove a não fosforilação da miosina quinase, ativando a miosina quinase. Isso vai promover contração do musculo liso.

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