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Biossegurança em Laboratórios

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2 
 
 
 
BIOSSEGURANÇA PARA LABORATÓRIOS DE ENSINO E PESQUISA 
 
 
AUTORES 
 
CRISLEIDY LAUTON DAVID 
Aluna graduação em Farmácia 
Instituto Multidisciplinar em Saúde, Campus Anísio Teixeira-UFBA 
 
JAPY SOUZA GONDIM ÁVILA 
Aluno graduação em Nutrição 
Instituto Multidisciplinar em Saúde, Campus Anísio Teixeira-UFBA 
 
 
LUIS EDUARDO DA SILVA 
Aluno graduação em Farmácia 
Instituto Multidisciplinar em Saúde, Campus Anísio Teixeira-UFBA 
 
 
FRANCINE CRISTINA SILVA ROSA 
Profa. Dra. Microbiologia e Imunologia Geral 
Instituto Multidisciplinar em Saúde, Campus Anísio Teixeira-UFBA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
AGRADECIMENTOS 
 
• Aos técnicos de laboratório Alan Dimitri Rocha Nogueira, Cristiana Rocha Moura Souza, Janeide Muritiba 
de Oliveira, Lucimara Aparecida da Silva Pereira e Rejane Alves de Moura Cançado que colaboraram com 
o projeto para “Implementação de protocolos de Biossegurança no IMS/CAT-UFBA – fase I”; 
• A Profa. Dra. Denise Janzen (UFBA) que colaborou com a correção da parte sobre riscos químicos; 
• Ao Prof. José Palmito Rocha que realizou a correção gramatical; 
• A bibliotecária Flávia Bulhões de Sousa que colaborou com a adequação das Referências às normas da 
NBR6023/2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
EPÍGRAFE 
 
 
 
 
 
 
A obra BIOSSEGURANÇA PARA LABORATÓRIOS DE ENSINO E PESQUISA foi 
desenvolvida pelos alunos de graduação do Instituto, sob a orientação da Professora do componente 
curricular Microbiologia Geral, Dra. Francine Cristina Silva Rosa e com o inestimável apoio do 
“PROJETO PERMANECER”, da Universidade Federal da Bahia. A elaboração deste livro foi muito 
gratificante por ter despertado o interesse sobre o assunto Biossegurança e sua importância na prática 
diária nas dependências do Instituto, nos alunos e em todos os envolvidos. Além disso, o livro foi uma 
forma encontrada pela equipe para expor o trabalho dos alunos e da equipe envolvida, compartilhando 
com a comunidade a importância deste assunto na viabilização das atividades de ensino, pesquisa e 
extensão e na qualidade do trabalho nas dependências do Instituto. Embora o assunto Biossegurança seja 
muito extenso, procurou-se sintetizar os aspectos de maior relevância, com uma abordagem objetiva e de 
fácil compreensão. Teve-se essa preocupação a fim de possibilitar que toda a comunidade do IMS/CAT-
UFBA possa ter acesso às informações sobre os riscos e os procedimentos de segurança padrão frente a 
cada situação que exponha o indivíduo a qualquer tipo de acidente nas dependências da instituição. 
Houve, do mesmo modo, uma abordagem sucinta sobre os principais tipos de acidentes e os primeiros 
socorros frente aos mesmos. Ao mesmo tempo, poderão ser observados no livro alguns aspectos 
importantes sobre gerenciamento de resíduos, um assunto de muita repercussão na atualidade e que 
envolve interesses de toda a população. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 7 
1.1 Laboratório e seus riscos.................................................................................................... 7 
2 MAPA DE RISCO............................................................................................................. 9 
3 RISCOS BIOLÓGICOS..................................................................................................... 10 
3.1 Classificação de microrganismos infecciosos por grupo de risco...................................... 10 
3.2 Níveis de Biossegurança.................................................................................................... 11 
3.3 Boas práticas para manipulação de materiais biológicos................................................... 11 
3.4 Acesso aos laboratórios...................................................................................................... 15 
3.5 Áreas de trabalho do laboratório........................................................................................ 16 
3.6 Normas Gerais de Biossegurança frente a riscos biológicos............................................. 17 
4 RISCOS QUÍMICOS......................................................................................................... 18 
4.1 
4.1.1 
4.1.2 
Boas práticas em laboratórios de química.......................................................................... 
Segurança Pessoal.............................................................................................................. 
Estocagem e manuseio de agentes químicos...................................................................... 
18 
18 
19 
4.2 Acidentes mais comuns em laboratórios de química......................................................... 22 
4.3 Sinalização em laboratório de química.............................................................................. 24 
4.4 Prevenção de acidentes químicos....................................................................................... 32 
4.5 Normas Gerais de Biossegurança frente a riscos químicos............................................... 32 
5 RISCOS FÍSICOS.............................................................................................................. 34 
5.1 Ruídos................................................................................................................................. 34 
5.2 Temperaturas extremas – Calor.......................................................................................... 35 
5.3 Umidades extremas............................................................................................................ 36 
5.4 Eletricidade – Choque elétrico........................................................................................... 36 
5.5 Radiações............................................................................................................................ 37 
5.6 Incêndios............................................................................................................................. 38 
5.7 Símbolos relacionados aos riscos físicos............................................................................ 40 
5.8 Normas de segurança para riscos físicos............................................................................ 41 
6 ACIDENTES COMUNS EM LABORATÓRIOS............................................................. 42 
6.1 Como se prevenir de acidentes em laboratórios................................................................. 42 
7 EPC..................................................................................................................................... 45 
8 EPI...................................................................................................................................... 47 
8.1 Cuidados especiais.............................................................................................................. 48 
6 
 
9 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS - LABORATÓRIOS ENSINO/ PESQUISA........ 49 
9.1 Identificação de resíduos.................................................................................................... 49 
9.2 Acondicionamento de resíduos........................................................................................... 50 
9.3 Segregação de resíduos....................................................................................................... 51 
9.4 Transporte interno..............................................................................................................52 
9.5 Armazenamento temporário e externo............................................................................... 52 
9.6 Tratamento dos resíduos..................................................................................................... 52 
9.7 Coleta e transporte externo................................................................................................. 55 
9.8 Disposição final.................................................................................................................. 55 
10 PRIMEIROS SOCORROS................................................................................................ 58 
10.1 Orientações básicas para prestar primeiros socorros.......................................................... 60 
10.2 Procedimentos específicos de primeiros socorros.............................................................. 61 
10.3 Técnicas especiais.............................................................................................................. 62 
10.4 Caixa de primeiros socorros............................................................................................... 63 
11 BIBLIOGRAFIA................................................................................................................ 65 
 ANEXO A.......................................................................................................................... 69 
 ANEXO B.......................................................................................................................... 70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Os laboratórios Institucionais de ensino e pesquisa e as demais repartições relacionadas 
apresentam incontáveis riscos de acidentes. Os envolvidos na rotina desses ambientes devem estar 
conscientes de certas precauções imprescindíveis para a segurança no desenvolvimento de suas 
atividades. Este manual tem por objetivo informar aos usuários dos laboratórios e repartições afins do 
Instituto Multidisciplinar em Saúde, da Universidade Federal da Bahia, Campus Anísio Teixeira, sobre os 
cuidados de maior relevância quanto aos procedimentos de Biossegurança adequados às necessidades 
prementes do Instituto. 
 
 
1.1 O laboratório e seus riscos 
 
 
A identificação dos riscos em uma Instituição de ensino e pesquisa constitui aspecto importante 
para o estabelecimento de um programa adequado de Biossegurança. O conhecimento dos riscos facilita a 
utilização de técnicas e práticas adequadas na redução dos mesmos, com a finalidade de promover o 
desenvolvimento de um trabalho mais seguro, aumentando os parâmetros de qualidade e eficiência. 
São múltiplos os riscos encontrados no ambiente de trabalho em uma Instituição de ensino e 
pesquisa, destacando-se o ambiente laboratorial. Dentre os riscos, podemos citar aqueles relacionados 
com a exposição aos agentes biológicos, às substâncias químicas e aos agentes físicos. Podemos 
acrescentar como fator de risco, a conduta humana e a deficiência na organização laboratorial, que 
podem ser consideradas riscos psicossociais, por estarem associadas ao conhecimento, às atitudes e ao 
hábito humano. É importante considerar também o risco ergonômico, que está relacionado a qualquer 
fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou 
afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento e transporte manual de peso, o 
ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a postura 
inadequada de trabalho, o trabalho em turnos, entre outros. 
De maneira geral, os procedimentos de Biossegurança visam diminuir os riscos, melhorando as 
condições de trabalho, com o intuito de prevenir os acidentes. O cumprimento das boas práticas no 
ambiente de trabalho, o empenho da equipe de segurança, associados às instalações adequadas é essencial 
para a redução de eventos indesejáveis nos ambientes de trabalho. É necessário salientar que a constante 
informação é também fator importante na redução dos riscos. 
8 
 
 Devido à grande ocorrência de acidentes em ambientes laboratoriais, é necessário se estudar e ter 
conhecimento a respeito dos riscos ocorrentes, com o intuito basicamente de evitá-los. Os laboratórios são 
partes de enorme importância em instituições de ensino e pesquisa e em razão dos tipos de trabalho 
desenvolvidos, existem diversos riscos de acidentes derivados da manipulação ou exposição a agentes 
tóxicos e/ou corrosivos, resultando muitas vezes em queimaduras, lesões, incêndios e explosões, 
radiações ionizantes e agentes biológicos patogênicos. É com objetivo de minimizar ao máximo esses 
riscos, que se estabelecem algumas normas de segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
2 MAPA DE RISCO 
 
 
A implementação de um programa de Biossegurança em uma instituição de ensino e pesquisa tem 
como estratégia a identificação dos riscos, incluindo as atividades que serão realizadas frente à 
constatação dos mesmos. Com o diagnóstico dos riscos e os locais relacionados pode ser estabelecido o 
“mapa de risco”, constando as diferentes áreas onde deverão estar sinalizados e potencializados os riscos 
físicos, químicos, biológicos, mecânicos e ergonômicos. 
As áreas deverão ser indicadas com círculos de diferentes cores para um entendimento mais fácil, 
conforme indicado na Figura 1: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FIGURA 1 – Indicadores de cores relacionando a cor com o tipo de risco 
 
 
A criação do mapa de risco do Instituto ainda não foi realizada, pois apesar de ter sido feita a avaliação da 
planta baixa do prédio, o mesmo ainda está em construção, o que impossibilita um conhecimento melhor 
da distribuição dos laboratórios e espaço físico destinado aos mesmos. 
 
 
 
 
 
 
 
VERDE FÍSICO 
 
VERMELHO QUÍMICO 
 
MARROM BIOLÓGICO 
 
AZUL MECÂNICO 
 
AMARELO ERGONÔMICO 
10 
 
3 RISCOS BIÓLOGICOS 
 
 
O risco biológico está associado à manipulação ou exposição a agentes biológicos que podem 
causar infecções, muitas vezes resultando na morte do indivíduo. O trabalho seguro com microrganismos 
depende das boas práticas de laboratório, da disponibilidade e uso de equipamentos de segurança, da 
instalação e funcionamento apropriado dos locais de ensino e pesquisa e de uma organização eficiente na 
prevenção de infecções. 
 
 
3.1 Classificação de microrganismos infecciosos por grupo de risco 
 
 
A referência aos perigos relativos de microrganismos infecciosos é feita por grupos de riscos 
(grupos de risco 1, 2, 3 e 4 da Organização Mundial de Saúde-OMS). 
� Grupo de Risco 1 (nenhum ou baixo risco individual e coletivo): um microrganismo que 
provavelmente não pode causar doença no homem ou em um animal. 
� Grupo de Risco 2 (risco individual moderado, risco coletivo baixo): Um agente patogênico que 
pode causar uma doença no homem ou no animal, mas que é improvável que constitua um perigo 
grave para o pessoal dos laboratórios, a comunidade, os animais ou o ambiente. A exposição a 
agentes infecciosos no laboratório pode causar uma infecção grave, mas existe um tratamento 
eficaz e medidas de prevenção e o risco de propagação de infecção é limitado. 
� Grupo de Risco 3 (alto risco individual, baixo risco coletivo): um agente patogênico que causa 
geralmente uma doença grave no homem ou no animal, mas que não se propaga habitualmente de 
uma pessoa a outra. Existe um tratamento eficaz, bem como medidas de prevenção. 
� Grupo de Risco 4 (alto risco individuale coletivo): um agente patogênico que causa geralmente 
uma doença grave no homem ou no animal e que se pode transmitir facilmente de uma pessoa 
para outra, direta ou indiretamente. Nem sempre está disponível um tratamento eficaz ou medidas 
de prevenção. 
 
 
 
 
 
 
11 
 
3.2 Níveis de Biossegurança 
 
 
Para manipulação dos microrganismos pertencentes a cada uma dos quatro grupos de risco 
devem ser atendidos alguns requisitos de segurança, conforme o nível de contenção necessário. Estes 
níveis de contenção são denominados de níveis de Biossegurança. Os níveis são designados em ordem 
crescente, pelo grau de proteção proporcionado ao pessoal do laboratório, meio ambiente e à comunidade, 
conforme segue: 
� Nível de Biossegurança 1: é o nível de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios de 
ensino básico, onde são manipulados os microrganismos pertencentes a classe de risco 1. 
� Nível de Biossegurança 2: diz respeito ao laboratório em contenção, onde são manipulados 
microrganismos da classe de risco 2. Aplica-se aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis 
primários de diagnóstico, sendo necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras 
físicas primárias (cabine de segurança biológica e equipamentos de proteção individual) e 
secundárias (desenho e organização do laboratório). 
� Nível de Biossegurança 3: é destinado ao trabalho com microrganismos da classe de risco 3 ou 
para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de microrganismos da classe de risco 
2. Para este nível de contenção são requeridos além dos itens referidos no nível 2, desenho e 
construção laboratoriais especiais. Deve ser mantido controle rígido quanto à operação, inspeção e 
manutenção das instalações e equipamentos e o pessoal técnico deve receber treinamento 
específico sobre procedimentos de segurança para a manipulação destes microrganismos. 
� Nível de Biossegurança 4: ou laboratório de contenção máxima, destina-se a manipulação de 
microrganismos da classe de risco 4, onde há o mais alto nível de contenção, além de representar 
uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios 
requerem, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de 
contenção (instalações, desenho equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de 
segurança. 
 
 
3.3 Boas práticas para manipulação de materiais biológicos 
 
 
Resumo de métodos técnicos destinados a evitar ou a reduzir os problemas mais comuns na 
manipulação de microrganismos ou amostras infecciosas: 
12 
 
� Manipulação segura de amostras em laboratório: os recipientes devem ser de vidro ou plástico, 
devem ser resistentes e corretamente etiquetados para facilitar a identificação. O transporte de 
amostras deve ser feito em caixas com separações para que os recipientes se mantenham em 
posição vertical. Estas caixas devem ser de material resistente (vidro ou plástico) a desinfetantes 
químicos ou a esterilização em autoclave. Os laboratórios devem ter uma sala especial para a 
recepção de amostras. 
� Uso de pipetas e meios de pipetar: cuidados como pipetar com a boca deve ser evitado, nunca se 
deve soprar com a pipeta num líquido contendo agentes infecciosos; não misturar materiais 
infecciosos aspirando e soprando alternadamente através de uma pipeta; não soprar na pipeta para 
expelir os líquidos; deve se dar preferência a pipetas graduadas que não necessitam de expulsar as 
últimas gotas; pipetas contaminadas devem ser imersas num desinfetante apropriado contido num 
recipiente inquebrável; pipetas contaminadas devem ficar no desinfetante durante o tempo que for 
indicado antes de serem eliminadas; recipiente para as pipetas a eliminar deve ser colocado no 
interior e não no exterior da câmara de segurança biológica; não utilizar seringas com agulha 
hipodérmica para pipetar; utilizar-se de dispositivos para abrir frascos com cápsula que permitem 
a utilização de pipetas e evitam a utilização de seringas e agulhas hipodérmicas, para evitar a 
dispersão de material infeccioso caído de uma pipeta; a área de trabalho deve ser coberta com um 
material absorvente que depois deve ser eliminado como resíduo infeccioso. 
� Evitar a dispersão de materiais infecciosos: para evitar o derrame prematuro do material, as 
alças de transferência microbiológica devem ter um diâmetro de 2–3 mm e estarem 
completamente fechadas. Os cabos não devem ter mais de 6 cm de comprido para minimizar a 
vibração; o risco de projeção de material infeccioso com a chama do bico de Bunsen pode ser 
evitado utilizando um micro-incinerador elétrico para esterilizar as alças de transferência; devem 
preferir-se as alças descartáveis que não precisam ser esterilizadas; as mostras e culturas a 
esterilizar em autoclave e/ou a eliminar devem ser colocadas em recipientes estanques, por 
exemplo, sacos de resíduos de laboratório (antes de colocados em contendores de lixo, devem ser 
bem fechados por exemplo, com fita isoladora de autoclave); as zonas de trabalho devem ser 
desinfetadas com solução desinfetante apropriada no fim de cada período de trabalho. 
� Utilização de câmaras de segurança biológica (CSB): a utilização e limitações das CSB devem 
ser explicadas a todos os utilizadores potenciais. O pessoal deve receber protocolos escritos ou 
manuais sobre proteção ou funcionamento. Em especial, deve ser bem explicado que a câmara não 
protege o trabalhador de derrame, quebra ou técnica deficiente; a câmara só deve ser utilizada se 
estiver em pleno funcionamento; o painel de vidro não deve ser aberto quando a câmara estiver 
em funcionamento; na câmara deve ter-se o mínimo de aparelhos e materiais para não bloquear a 
circulação do ar no espaço do fundo; evitar a utilização de bico de Bunsem no interior das câmaras 
13 
 
(é possível utilizar um microincinerador, mas deve-se dar preferência a alças de transferência 
estéreis e descartáveis); todas as operações devem ser realizadas no centro ou na parte de trás da 
área de trabalho e devem ser visíveis através do painel; a passagem de pessoal por trás do 
operador deve ser reduzida ao mínimo; o operador não deve perturbar o fluxo do ar introduzindo 
ou retirando os braços da câmara repetidamente; as grelhas de ar não devem ser obstruídas com 
papéis, pipetas ou outro material, pois isso interrompe o fluxo do ar causando contaminação 
potencial do material e exposição do operador; uma vez o trabalho terminado e no fim do dia, a 
superfície da câmara de segurança biológica deve ser limpa com um desinfetante apropriado; o 
ventilador da câmara deve funcionar pelo menos durante 5 minutos antes do início do trabalho e 
outros 5 depois do trabalho terminado. 
� Evitar a ingestão de material infeccioso e o contato com a pele e os olhos: o pessoal de 
laboratório deve utilizar luvas descartáveis e evitar tocar na boca, olhos e face; alimentos e 
bebidas não devem ser consumidos nem armazenados no laboratório; não se deve levar à boca 
nenhum objeto – canetas, lápis, goma de mascar; não se deve fazer a maquiagem no laboratório; 
durante operações que possam resultar em projeções de materiais potencialmente infecciosos, 
deve proteger-se a face, olhos e boca. 
� Evitar a inoculação de material infeccioso: a inoculação acidental devido a ferimento com 
vidros ou utensílios partidos pode ser evitada com medidas de precaução; sempre que possível, os 
utensílios de vidro devem ser substituídos por utensílios em plástico; ferimentos com agulhas ou 
seringas hipodérmicas, pipetas de Pasteur de vidro ou vidro partido, por exemplo, podem causar 
inoculação acidental; podem reduzir-se os ferimentos com agulhas limitando ao mínimo o uso de 
seringas e agulhas; as agulhas nunca devem ser reinseridas nos seus invólucros com a própria 
mão; os artigos descartáveis devem sercolocados em recipientes especiais imperfuráveis, 
providos de tampa; as pipetas de vidro devem ser substituídas por pipetas Pasteur de plástico 
� Separação de soro: este trabalho só deve ser realizado por pessoal devidamente preparado; 
projeções e aerossóis só podem ser evitados ou minimizados com boas técnicas de laboratório; o 
sangue e o soro devem ser pipetados cuidadosamente e não vazados de um recipiente para outro; 
tubos de amostras contendo coágulos de sangue, ou hemoderivados destinados a serem eliminados 
devem ser tampados e colocados em recipientes estanques apropriados para esterilização em 
autoclave e/ou incineração; desinfetantes adequados devem estar disponíveis para limpar salpicos 
e derrames. 
� Utilização de centrífugas: as centrífugas devem ser utilizadas segundo as instruções do seu 
fabricante; devem ser colocadas de maneira que os usuários possam ver o interior da cuba para 
colocar corretamente os recipientes e os copos; os tubos e recipientes de amostras para centrífugas 
antes de serem utilizados devem ser inspecionados para detectar defeitos eventuais; os tubos e 
14 
 
recipientes de amostras devem ser sempre bem tampados (se possível com rolhas de rosca) para 
centrifugação; os copos devem ser carregados, equilibrados, fechados e abertos em CSB; os copos 
e os recipientes devem ser postos aos pares segundo o peso e, uma vez os tubos no lugar, 
corretamente equilibrados; o espaço que deve ser deixado entre o nível do fluido e a borda do tubo 
de centrifugação deve estar assinalado nas instruções do fabricante; para equilibrar os copos 
vazios deve utilizar-se água destilada ou álcool (propanol a 70%); não se devem utilizar soluções 
salinas nem hipocloritos, pois corroem os metais; para microrganismos dos Grupos de Risco 3 e 4 
devem utilizar-se copos de centrifugas fechados (copos de segurança); para utilizar rotores 
angulares, é preciso assegurar-se que os tubos não estejam demasiado cheios, pois podem verter; 
copos, rotores e cubas das centrífugas devem ser descontaminados depois de cada utilização; 
depois de utilizados, os copos devem ser guardados invertidos para secar o líquido que serviu para 
equilibrar; quando as centrífugas estão a funcionar, pode haver ejeção de partículas infecciosas 
transportadas pelo ar. Contudo, uma boa técnica de centrifugação e tubos cuidadosamente tapados 
oferece proteção apropriada contra aerossóis infecciosos e partículas dispersas. 
� Utilização de homogeneizadores, batedores, misturadores e geradores de ultra-sons: os 
homogeneizadores domésticos (de cozinha) não devem ser utilizados em laboratório, pois podem 
verter ou libertar aerossóis; as tampas e copos ou frascos devem estar em boas condições e sem 
rachas ou deformações; durante o funcionamento de homogeneizadores, batedores e geradores de 
ultra-sons, a pressão aumenta no interior dos recipientes, e aerossóis contendo material infeccioso 
podem escapar-se por interstícios entre estes e as tampas por isso recomendam-se recipientes 
plásticos, em particular em politetrafluoroetileno (PTFE), pois o vidro pode partir-se libertando 
material infeccioso e ferir alguém; durante a utilização, homogeneizadores, batedores e geradores 
de ultra-sons devem estar cobertos com uma cobertura plástica transparente e robusta que será 
desinfetada depois da utilização; sempre que possível, tais máquinas devem ser utilizadas com a 
sua cobertura numa câmara de segurança biológica; no fim da operação, o recipiente deve ser 
aberto numa CSB; uma proteção auditiva deve ser fornecida ao pessoal utilizando geradores de 
ultra-sons. 
� Manutenção e utilização de frigoríficos e congeladores: frigoríficos, congeladores e arcas de 
dióxido de carbono sólido (neve carbônica) devem ser descongelados e limpos periodicamente; 
ampolas, tubos, entre outros, quebrados durante a conservação devem ser retirados; rurante a 
limpeza, deve utilizar-se uma proteção facial e luvas de borracha resistente; depois da limpeza, 
devem desinfetar-se as superfícies internas da câmara; todos os recipientes conservados em 
frigoríficos e congeladores devem estar claramente etiquetados com o nome científico do 
conteúdo, a data em que foram colocados no frigorífico e o nome da pessoa que o fez; materiais 
sem etiqueta e antigos devem ser descartados,mas antes serem autoclavados; deve manter-se um 
15 
 
inventário do conteúdo do congelador; não se devem guardar soluções inflamáveis num frigorífico 
exceto se este for à prova de explosão. 
� Abertura de ampolas contendo material infeccioso liofilizado: é preciso ter cuidado quando se 
abre ampolas de material liofilizado, pois, estando o interior da ampola a uma pressão inferior, a 
entrada súbita de ar pode dispersar uma parte do conteúdo na atmosfera; as ampolas devem ser 
sempre abertas numa CSB; segurar a ampola com algodão embebido em álcool para proteger as 
mãos antes de parti-la no risco da lima; retirar delicadamente a parte superior da ampola e tratá-la 
como material contaminado; se o tampão de algodão ainda estiver por cima do conteúdo da 
ampola, removê-lo com pinças esterilizadas; juntar líquido para voltar a formar a suspensão 
lentamente, para evitar a formação de espuma. 
 
 
3.4 Acesso aos laboratórios 
 
 
No acesso aos laboratórios observar: 
 
� O símbolo e o sinal internacional de risco biológico (Figura 2) devem estar expostos nas portas 
das salas onde se estão a manusear microrganismos do Grupo de Risco 2 ou acima; 
� Só o pessoal autorizado deve entrar nas áreas de trabalho do laboratório; 
� As portas do laboratório devem permanecer fechadas, mas devem ter janelas de vidro ou outro 
material transparente que permita identificar os usuários; 
� Crianças não devem poder nem ser autorizadas a entrar nas áreas de trabalho do laboratório; 
� Acesso aos compartimentos de animais requer autorização especial; 
� Nenhum animal deve entrar no laboratório, além dos que se inserem nas atividades do mesmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
FIGURA 2 – Sinal internacional do risco biológico que deve identificar portas onde ocorre manipulação 
de materiais biológicos potencialmente patogênicos. 
 
 
 
3.5 Áreas de trabalho do laboratório 
 
 
� O laboratório deve estar arrumado, limpo e sem materiais que não sejam pertinentes ás suas 
atividades; 
� As superfícies de trabalho devem ser desinfetadas após qualquer derrame de material 
potencialmente perigoso e no fim de um dia de trabalho; 
� Todos os materiais contaminados, espécimes e culturas devem ser desinfetados antes de serem 
ejetados ou limpos para reutilização; 
� A embalagem e o transporte devem obedecer aos regulamentos nacionais e/ou internacionais 
pertinentes. 
 
 
 
17 
 
3.6 Normas Gerais de Biossegurança frente a riscos biológicos 
 
 
� Pipetar com a boca deve ser imperiosamente proibido; 
� Nenhum material deve ser colocado na boca. Não lamber rótulos; 
� Todos os procedimentos técnicos devem ser efetuados de forma a minimizar a formação de 
aerossóis e gotículas; 
� A utilização de agulhas e seringas hipodérmicas deve ser limitada; estas não devem ser utilizadas 
como substitutos de pipetas ou qualquer outro fim, além de injeções parentéricas ou aspiração de 
fluidos de animais de laboratório; 
� Qualquer derrame, acidente, exposição efetiva ou potencial a materiais infecciosos deve ser 
notificado ao supervisor do laboratório. Deve-se manter um registro escrito de tais acidentes e 
incidentes; 
� Devem ser elaboradas normas escritas para a limpeza destes derrames e devidamente aplicadas; 
� Os líquidos contaminados devem ser (química ou fisicamente) desinfetados antes de serem 
lançados nos esgotos sanitários. Pode ser necessário um sistema de tratamento de efluentes, 
segundo a avaliação de riscos do agente (ou agentes) manuseado (s);� Os documentos escritos susceptíveis de saírem do laboratório precisam ser protegidos de 
contaminação dentro do laboratório. 
18 
 
4 RISCOS QUÍMICOS 
 
 
As condições de trabalho em ambientes laboratoriais, normalmente são inseguras. Isso por causa 
da má utilização do laboratório, dos moveis, de instalações mal feitas e da falta dos equipamentos de 
proteção. Uma dificuldade bastante comum está ligada ao fato do laboratório, na maioria das vezes, ser 
montado em local já construído; raramente constrói-se um edifício para ser usado especificamente como 
laboratório - vantagem apresentada pelo prédio do IMS/CAT-UFBA que está em construção para ser 
utilizado como laboratórios. 
Um local muito importante para os laboratórios é o almoxarifado, pois é onde são armazenados os 
produtos químicos, e deve-se ter o cuidado de analisar as propriedades físicas e químicas e dosagem 
desses, o que é considerado medida preventiva em casos de incêndios, explosões, emissão de gases 
tóxicos, vapores, pós e radiações ou combinações variadas desses efeitos. 
 
 
4.1 Boas práticas em laboratórios de química 
 
 
São normas, procedimentos e atitudes de segurança que visam minimizar os acidentes ocorridos 
nos laboratórios. O maior risco dentro do laboratório é o próprio laboratorista e, portanto, é de extrema 
importância o seu desempenho de maneira responsável e consciente. Como os acidentes em sua maioria 
são causados por descuidos de usuários do laboratório, é muito importante a utilização de palestras de 
conscientização, dando uma maior ênfase aos meios de prevenção dos acidentes. 
 
 
4.1.1 Segurança pessoal 
 
 
Abaixo estão estabelecidos alguns termos que são muito utilizados em laboratórios, tais como: 
segurança no trabalho, risco, toxicidade, acidentes, prevenção de acidentes, equipamentos de segurança e 
aerossóis. Assim, é importante defini-los antes de se estabelecer às regras de segurança. 
� Segurança no trabalho: é o conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas 
e psicológicas que são empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando condições inseguras 
do ambiente, quer instruindo ou convencendo pessoas na implantação de práticas preventivas. 
19 
 
� Risco: é o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao entrar em contato com um agente 
tóxico ou certa situação perigosa. 
� Toxicidade: qualquer efeito nocivo que advém da interação de uma substância química com o 
organismo. 
� Acidentes: são todas as ocorrências não programadas, estranhas ao andamento normal do 
trabalho, das quais poderão resultar danos físicos ou funcionais e danos materiais e econômicos à 
instituição. 
� Prevenção de acidentes: é o ato de se por em prática as regras e medidas de segurança, de 
maneira a se evitar a ocorrência de acidentes. 
� Equipamentos de segurança: são os instrumentos que têm por finalidade evitar ou amenizar 
riscos de acidentes. Os equipamentos de segurança individuais (EPIs) mais usados para a 
prevenção da integridade física do indivíduo são: óculos, máscaras, luvas, aventais, gorros, etc. 
Existem também equipamentos tais como capelas e blindagens plásticas que protegem a 
coletividade (EPCs). 
� Aerossóis: são constituídos à base de soluções coloidais, nas quais a fase dispersora é gasosa e a 
fase dispersa é líquida ou sólida. Constituem-se de suspensões de diminutas partículas (líquidas ou 
sólidas) em um gás ou mistura de fases. 
 
 
4.1.2 Estocagem e manuseio de agentes químicos 
 
 
O processo de estocagem exige cuidados como: não armazenar produtos químicos sem seu devido 
símbolo, que represente qual o risco este traz a quem ira utilizá-lo. 
Os problemas nos casos de estocagem desses produtos químicos ocorrem devido à quantidade de 
produtos químicos que são estocados. A estocagem de forma errônea junto com o não planejamento e 
controle propiciarão acidentes pessoais e prejuízos materiais. Entretanto, um almoxarifado 
cuidadosamente planejado e supervisionado pode prevenir muitos acidentes. Os produtos químicos 
que necessitam estocagem podem ser sólidos, líquidos e gasosos, e serem contidos em embalagens de 
papel, plástico, vidro ou metal que podem ser caixas, garrafas, cilindros ou tambores. 
Um meio de tornar mais fácil a estocagem é agrupar os produtos químicos nas seguintes 
categorias gerais: Inflamáveis; Tóxicos; Explosivos; Agentes Oxidantes; Corrosivos Gases Comprimidos; 
Produtos sensíveis à água; Produtos incompatíveis. 
 
20 
 
� Produtos Inflamáveis: os líquidos inflamáveis são muito comuns nos laboratórios. E importante 
analisar as propriedades dos produtos inflamáveis: ponto de ebulição (temperatura em que o 
material passa ao estado de vapor), ponto de fulgor, (temperatura na qual o material se inflama se 
houver fonte de ignição próxima embora a chama não se mantenha) e tipo de extintor adequado 
para ser usado em caso de incêndio. O tipo de recipiente adequado para líquidos inflamáveis 
depende em parte da quantidade estocada e da freqüência com que é utilizado. A quantidade de 
líquido inflamável em estoque deve ser a mínima necessária. Quando for necessária a estocagem 
de grandes quantidades de inflamáveis em laboratórios, é necessário um sistema automático de 
“sprinklers”. Uma ventilação adequada para remoção dos vapores. Embalagens de vidro devem 
ser evitadas na estocagem de líquidos inflamáveis. Pequenas quantidades de líquidos inflamáveis 
(menos de 20 litros) podem ser estocadas em latas devidamente identificadas. São recomendados 
recipientes em aço inoxidável, pois estes são mais adequados. Deve ser proibido fumar nas 
proximidades do local de estocagem. As instalações elétricas devem atender aos requisitos de 
segurança específicos para o caso. 
� Produtos Tóxicos: existem muitos produtos químicos que são considerados tóxicos. Para se saber 
o risco envolvido na manipulação de um produto químico, deve-se levar em consideração as 
relações entre toxicidade, freqüência de manipulação e concentração durante a exposição. As 
substâncias tóxicas podem entrar no corpo por inalação, ingestão, absorção através da pele ou pela 
combinação desses caminhos. Alguns compostos químicos não tóxicos podem se decompor 
gerando material tóxico quando submetidos ao calor, à umidade ou presença de outros produtos 
químicos. Tais informações são importantes para que se determine o tipo de EPI (equipamento de 
proteção individual) contra a exposição e o tratamento médico adequado adotado no caso de 
exposição. O estoque de produtos tóxicos deve ser o mínimo possível e em local que de 
preferência não se tenha um fluxo de pessoas. Em casos em que se deve estocar no local de 
trabalho por um curto período de tempo, deve-se ter um sistema de ventilação adequado e com a 
sinalização exigida. Nesses locais, é proibida a ingestão de alimentos sólidos ou líquidos, só 
pessoas autorizadas devem ter acesso a tais materiais. Pessoas treinadas no uso de EPI`s 
adequados e cientes dos sintomas de uma exposição aos tóxicos, além de conhecerem os primeiros 
socorros. Qualquer efeito tóxico nocivo proveniente da exposição de um organismo vivo a uma 
substância estranha (xenobiótico) pode ser considerado como manifestação de toxicidade. Os 
efeitos causados pelas substâncias tóxicas podem ser locais ou sistêmicos A ação tóxica vai 
depender da quantidade de agente químico que se teve o contato. Em decorrência da ação tóxica o 
dano pode ser reversível ou irreversível. A maioria dos casos de câncer humano é de origem 
química. 
21 
 
� Produtos explosivos: Existem produtos químicos que são sensíveis a choque, impactos ou calor. 
Nesta categoria se encontram os explosivos. Estes materiais expostos a choques impactos, calor, 
podem liberar instantaneamente energia sob a forma de calor ou uma explosão. É necessário 
elaborar tabelas contendo as distâncias quedevem existir para a estocagem dos produtos 
classificados como altamente explosivos. Algumas substâncias explosivas encontradas em 
laboratórios: Peróxido de benzoíla, Dissulfeto de carbono, Éter di-isipropílico, Éter etílico, Ácido 
pícrico, Ácido perclórico, Potássio metálico. 
� Agentes Oxidantes: é a espécie reagente que sofre redução (ganha elétrons). Ao ganhar elétrons, 
esta espécie promove a perde de elétrons (oxidação) de outra espécie, agindo assim, como um 
agente oxidante. São exemplos de agentes oxidantes os peróxidos, nitratos, bromatos, cromatos, 
cloratos, dicromatos, percloratos e permanganatos. Agentes oxidantes não devem ser armazenados 
na mesma área que combustíveis, tais como: inflamáveis, substâncias orgânicas, agentes 
desidratantes ou agentes redutores. Qualquer vazamento de material deve ser imediatamente 
removido, pois a limpeza da área é essencial para a segurança. A área para estocagem de agentes 
oxidantes deve possuir resistência ao fogo, deve ser blindada, bem ventilada de preferência longe 
das áreas de trabalho. O piso também deve ser resistente ao fogo, e sem deformações onde possam 
reter algum material. São recomendados “sprinklers” para a área de estocagem. Sprinklers são 
chuveiros automáticos são dispositivos com elemento termo-sensível projetados para serem 
acionados em temperaturas pré-determinadas, lançando automaticamente água sob a forma de 
aspersão sobre determinada área, com vazão e pressão especificadas, para combater um foco de 
incêndio. 
� Produtos corrosivos: os ácidos reagem com muitos metais formando hidrogênio. Os álcalis 
podem formar hidrogênio quando em contato com alumínio. Como o hidrogênio forma uma 
mistura explosiva com o ar, a acumulação de hidrogênio nas áreas de estocagem de materiais 
corrosivos deve ser evitada. A estocagem dos líquidos corrosivos deve ser feita em uma área 
fresca, mas, mantidos em temperatura maior que a de seu ponto de fusão. Esta área deve ter ralos 
para remoção de qualquer vazamento que venha a acontecer e alem de tudo deve ser seca e bem 
ventilada. Os chuveiros lava-olhos e de emergência devem ser testados freqüentemente para 
avaliar o equipamento e treinar as pessoas que estão em uso dos laboratórios. 
� Gases Comprimidos: os gases comprimidos são classificados em gases liquefeitos, gases não 
liquefeitos e gases em solução. E representam um risco potencial nos laboratórios, por causa da 
pressão dentro dos cilindros e ainda por serem inflamáveis e tóxicos. Os cilindros, onde esses 
gases são armazenados, devem ser manipulados com cuidado para prevenir sua queda ou o choque 
com outros objetos. Os cilindros que não estejam em uso devem conter uma cápsula de proteção 
na válvula. Quando a válvula do cilindro é arrancada ou o cilindro rompido de alguma forma, o 
22 
 
cilindro pode ser lançado em direção contraria a da válvula e causar sérios acidentes. Os cilindros 
devem ser devidamente rotulados, e estocados longe de materiais inflamáveis. Os cilindros não 
devem sofrer alterações de temperatura, quando colocados em locais abertos. Esses também têm 
que ser estocados na posição vertical e garantidos contra eventuais quedas. Os cilindros cheios 
devem ficar separados dos cilindros vazios. Se os espaços para estocagem exigir que os cilindros 
contendo gases de diferentes tipos sejam estocados juntos, deve-se ao menos agrupá-los por tipo. 
Os gases inflamáveis devem ser separados dos gases oxidantes usando os cilindros dos gases não 
combustíveis. Os cilindros de gases inflamáveis e oxigênio devem mantidos fora dos prédios e 
distribuídos por sistemas de tubulação até os locais de uso. É da maior importância que algumas 
das propriedades dos gases comprimidos, que representam perigos (como inflamabilidade, 
toxidez, atividade química e efeitos corrosivos) sejam bem conhecidas pelos usuários do gás. 
� Produtos sensíveis à água: alguns produtos químicos reagem com a água quando há aumento de 
calor e de gases inflamáveis ou explosivos. O potássio e o sódio metálico e hidretos metálicos 
reagem quando em contato com água produzindo hidrogênio com calor suficiente para uma 
ignição a uma explosão. Os produtos sensíveis a água devem ser estocados em local distante de 
quaisquer possíveis fontes de água. Os “sprinklers” não devem colocados onde grande quantidade 
dos materiais está guardada porque esses podem produzir ou potencializar incêndios ou causar 
uma explosão, contudo tem sido demonstrado que os “sprinklers” têm sido utilizados no controle 
de incêndios causados por materiais tais como o magnésio. 
� Produtos Incompatíveis: os produtos incompatíveis são aqueles produtos que podem reagir com 
outros causando uma condição de perigo devido a essa reação. Áreas separadas de estocagem 
devem ser providenciadas para produtos químicos incompatíveis. 
 
 
4.2 Acidentes mais comuns em laboratórios de química 
 
 
Em laboratórios de química, os acidentes mais comuns estão relacionados com quebras de peças 
de vidro, queimadura por substâncias cáusticas, incêndios e explosões, podendo ser observada a 
necessidade de tentar reduzir os riscos de acidentes 
 
� Cortes por uso inadequado de vidrarias: em casos de cortes por uso inadequado de vidrarias, 
quando se tratar de ferimentos leves, é necessário lavar as mãos com água e sabão, antes de fazer 
o curativo, removendo do local eventuais corpos estranhos, como terra, fragmentos de vidros entre 
23 
 
outros. Cobrir o local com gaze esterilizada, não deixando o ferimento aberto e se necessário 
procurar auxílio médico. Avisar ao professor responsável pelo laboratório sobre o acidente. 
� Derrame de substâncias cáusticas ou corrosivas: o contato da pele com substâncias corrosivas 
ou cáusticas causa queimaduras, e isso ocorre, muitas vezes, devido ao descuido no manuseio 
desses produtos. Em casos de queimaduras de pequena extensão, por agentes químicos, lave 
lentamente com grande quantidade de água, cubra com gaze limpa, dependendo da parte atingida 
(olhos, face, boca, órgãos genitais, etc.) procure logo um médico. Avisar ao professor responsável 
pelo laboratório sobre o acidente. Nos casos de média e grande extensão, lave a área atingida com 
bastante água, em seguida aplique jato de água, enquanto retira as roupas da vítima, coloque a 
cabeça e o tórax da vítima em plano inferior ao resto do corpo. Se possível levante suas pernas. Se 
a vítima estiver consciente. Quando a queimadura for aos olhos lave os olhos com água abundante 
ou se possível, com soro fisiológico durante vários minutos, depois se deve vendar os olhos com 
uma gaze ou pano limpo e procurar ao médico urgentemente. 
� Explosões: Algumas reações químicas resultam em explosões. Em casos de explosões devido a 
essas reações químicas, deve-se manter a calma e imediatamente procurar lavar os respingos 
atingidos na pele com água corrente, mas antes verificar se a substância é compatível com água. 
Se esses respingos atingirem os olhos deve-se fazer uso do lava-olhos, para que não cause danos à 
visão. Procure auxilio do responsável. É importante observar se existe algum corte, por que muitas 
vezes são lançados ao ar pequenos pedaços de vidro, se perceber a presença de sangue lave o local 
com bastante água, em seguida limpe o local e cubra com uma gaze para estancar o sangramento. 
� Estado de Choque: em casos de estado de choque a pessoa apresenta pele fria, sudorese, palidez 
de face, respiração curta, rápida e irregular, visão turva, pulso rápido e fraco, semiconsciência, 
vertigem ou queda ao chão e náuseas ou vômitos. As possíveis causas para essa situação são 
queimaduras, ferimentos graves ou externos, esmagamentos, perda de sangue, envenenamento por 
produtos químicos, ataque cardíaco, exposições extremas ao calor ou frio, intoxicação por 
alimentos, fraturas, inalação de gases ou vapores tóxicos. E, os procedimentos a serem seguidos 
parase evitar maiores complicações decorrentes do estado choque são os seguintes: a) avaliar 
rapidamente o estado da vítima e estabelecer prioridades; b) colocar a vítima em posição lateral de 
segurança (PLS) se possível com as pernas elevadas; c) afrouxar as roupas e agasalhar a vítima; d) 
lembre-se de manter a respiração; e) fornecer ar puro, ou oxigênio, se possível; se possível dê-lhe 
líquidos como água, café ou chá. 
� Inalação de gases ou vapores tóxicos: maior grau de risco devido a rapidez com que as 
substâncias químicas são absorvidas pelos pulmões. A inalação é a principal via de intoxicação no 
ambiente de trabalho, daí a importância que deve ser dada aos sistemas de ventilação. A grande 
superfície pulmonar facilita a absorção de gases e vapores, os quais podem passar para o sangue, 
24 
 
para serem distribuídos a outras regiões do organismo. Sendo o consumo de ar de um homem 
adulto normal de 10 a 20 kg/dia, dependendo do esforço físico realizado, é fácil chegar à 
conclusão de que mais de 90% das intoxicações generalizadas tenham essa origem.O uso de 
mascaras é recomendado quando se está trabalhando com gases ou vapores tóxicos. 
� Ingestão de produtos químicos: Muitos acidentes ocorrem nos laboratórios por causa da 
pipetagem errada de soluções, nunca deve se pipetar uma solução ou amostra com a boca. Para 
isso existem as peras de sucção, pipetadores elétricos ou automáticos. Normalmente, quando 
certas soluções são ingeridas deve-se induzir o vômito. A melhor maneira para provocá-los é a 
excitação mecânica da garganta. Em alguns casos, o vômito não deve ser provocado, como nas 
intoxicações em conseqüência da ingestão de substâncias cáusticas e derivados de petróleo. 
 
4.3 Sinalização em laboratório de química 
 
 
 Em se tratando de produtos químicos, é importante considerar não somente a sua toxicidade, mas 
também a quantidade manipulada. Algumas drogas, por exemplo, são efetivas na cura de doenças até 
certa dosagem, que se excedida, podem provocar efeitos nocivos. Aqueles que trabalham no laboratório 
devem conhecer a simbologia existente em recipientes de produtos A simbologia apresentada a seguir é 
utilizada em embalagens de produtos químicos (classificados ou não pela ONU). Na Figura 3 estão 
demonstradas algumas das principais sinalizações relacionadas a produtos químicos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
PICTOGRAMAS E CLASSES DE PERIGO DO GHS 
 
FIGURA 3 – Exemplos de sinalizações utilizadas em agentes químicos 
 
 
� Diagrama de Hommel: utilizado para identificação dos agentes químicos quanto aos riscos à 
saúde, a inflamabilidade, a reatividade e aos riscos específicos que porventura o produto venha a 
apresentar. 
 
 
 
 
 
 
26 
 
DIAGRAMA DE HOMMEL 
 
 
AZUL – Risco à saúde, onde os cinco são os seguintes: 
0 – Produto não perigoso ou de risco minimo; 1 – Produto levemente perigoso; 2 – Produto 
moderadamente perigoso; 3 – Produto serevamente perigoso; 4 – Produto Letal. 
 
VERMELHO –Inflamabilidade, onde os risco são os seguintes: 
0 – Produtos que não queimam; 1 – Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição; 
2 – Produtos que entram em ignição quando aquecidos moderadamente; 3 – Produtos que entram 
em ignição a temperatura ambiente; 4 – Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais 
pirotécnicos; 
 
AMARELO – Reatividade, onde os riscos são os seguintes: 
0 – Normalmente estável; 1 – Normalmente estável, porem pode se tornar instável quando aquecido; 2 – Reação química violenta 
possível quando exposto a temperaturas e/ou pressões elevadas; 3 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão quando a 
fonte de energia severa; 4 – Capaz de detonação ou decomposição com explosão a temperatura ambiente; 
 
Branco – Riscos especiais, onde os riscos são os seguintes: 
OXY, Oxidante forte; ACID, Ácido forte; ALK, Alcalino forte; COR - Corrosivo W - Não misture com água 
 
 
FIGURA 4- Cores e seus significados no Diagrama de Hommel 
 
 
� Regras para rotulagem: há ainda algumas regras a serem seguidas para realizar corretamente 
uma rotulagem e identificação em produtos ou resíduos como: etiqueta deve ser colocada no 
frasco antes de se inserir o resíduo químico para evitar erros; abreviações e fórmulas não são 
permitidas; o “Diagrama” deve ser completamente preenchido, ou seja, os 3 itens (risco à saúde, 
inflamabilidade e reatividade); se a etiqueta for impressa em preto e branco, esta deve ser 
preenchida usando canetas das respectivas cores do Diagrama; a classificação do resíduo deve 
priorizar o produto mais perigoso do frasco, mesmo que este esteja em menor quantidade (Figura 
5). 
 
 
 
 
FIGURA 5 - Exemplo de etiqueta utilizada em produtos químicos 
 
 
27 
 
� Frases de Risco e Segurança: São informações sobre os riscos potenciais dos produtos químicos 
e dos cuidados a ter ao manipulá-los. 
� Frases de Risco: As frases de Risco indicam a natureza dos riscos específicos que a substância 
oferece. São representadas pela letra R seguida de números. Os números serão separados por um 
hífen (-) quando se tratar de indicações distintas ou por um traço oblíquo (/) quando se tratar de 
uma indicação combinada, que reuni numa só frase vários riscos específicos. 
Exemplos: 
R 10-35 = "Inflamável. Provoca queimaduras graves" 
R 23/24/25 = “Tóxico por inalação, por ingestão e em contacto com a pele " 
 
Códigos Frases de Risco 
R 1 Explosivo em estado seco 
R 2 Risco de explosão por choque, fricção, fogo ou outras fontes de ignição 
R 3 Grande risco de explosão por choque, fricção, fogo ou outras fontes de ignição 
R 4 Forma compostos metálicos explosivos muito sensíveis 
R 5 Perigo de explosão em caso de aquecimento 
R 6 Explosivo em contacto e sem contacto com o ar 
R 7 Pode provocar incêndios 
R 8 Perigo de incêndio em caso de contacto com materiais combustíveis 
R 9 Perigo de explosão se misturado com materiais combustíveis 
R 10 Inflamável 
R 11 Facilmente inflamável 
R 12 Extremamente inflamável 
R 13 Gás liquefeito extremamente inflamável 
R 14 Reage violentamente com a água 
R 15 Reage com a água libertando gases extremamente inflamáveis 
R 16 Explosivo se misturado com substâncias comburentes 
R 17 Inflama-se espontaneamente em contacto com o ar 
R 18 Pode formar misturas de ar-vapor explosivas/inflamáveis durante a utilização 
R 19 Pode formar peróxidos explosivos 
R 20 Nocivo por inalação 
R 21 Nocivo em contacto com a pele 
R 22 Nocivo por ingestão 
R 23 Tóxico por inalação 
R 24 Tóxico em contacto com a pele 
R 25 Tóxico por ingestão 
R 26 Muito tóxico por inalação 
R 27 Muito tóxico em contacto com a pele 
R 27 a Muito tóxico em contacto com os olhos 
28 
 
R 28 Muito tóxico por ingestão 
R 29 Em contacto com a água liberta gases tóxicos 
R 30 Pode inflamar-se facilmente durante o uso 
R 31 Em contacto com ácidos liberta gases tóxicos 
R 32 Em contacto com ácidos liberta gases muito tóxicos 
R 33 Perigo de efeitos cumulativos 
R 34 Provoca queimaduras 
R 35 Provoca queimaduras graves 
R 36 Irritante para os olhos 
R 36 a Lacrimogêneo 
R 37 Irritante para as vias respiratórias 
R 38 Irritante para a pele 
R 39 Perigo de efeitos irreversíveis muito graves 
R 40 Possibilidade de efeitos irreversíveis 
R 41 Risco de lesões oculares graves 
R 42 Possibilidade de sensibilização por inalação 
R 43 Possibilidade de sensibilização em contacto com a pele 
R 44 Risco de explosão se aquecido em ambiente fechado 
R 45 Pode causar cancro 
R 46 Pode causar alterações genéticas hereditárias 
R 47 Pode causar má formações congênitas 
R 48 Risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposiçãoprolongada 
R 49 Pode causar cancro por inalação 
R 50 Muito tóxico para os organismo aquáticos 
R 51 Tóxico para os organismo aquáticos 
R 52 Nocivo para os organismo aquáticos 
R 53 A longo prazo pode provocar efeitos negativos no ambiente aquático 
R 54 Tóxico para a flora 
R 55 Tóxico para a fauna 
R 56 Tóxico para os organismos do solo 
 
 
 
� Frases de Segurança: As Frases de Segurança indicam as precauções que devem ser tomadas 
durante a utilização dos produtos químicos. São representadas pela letra S seguida de números. Os 
números serão separados por um hífen (-) quando se tratar de indicações distintas ou por um traço 
oblíquo (/) quando se tratar de uma indicação combinada, que reuni numa só frase vários riscos 
específicos. 
Exemplos: 
29 
 
S 7-16 = “Manter o recipiente bem fechado. Conservar longe de 
fontes de ignição - Não fumar" 
S 3/9/49 = “Conservar unicamente no recipiente original, em lugar fresco e bem ventilado" 
 
Códigos Frases de Segurança 
S 1 Conservar bem trancado 
S 2 Manter fora do alcance das crianças 
S 3 Conservar em lugar fresco 
S 4 Manter longe de lugares habitados 
S 5 Conservar em... (líquido apropriado a especificar pelo fabricante) 
S 6 Conservar em ... (gás inerte a especificar pelo fabricante) 
S 7 Manter o recipiente bem fechado 
S 8 Manter o recipiente ao abrigo da humidade 
S 9 Manter o recipiente num lugar bem ventilado 
S 10 Manter o conteúdo húmido 
S 11 Evitar o contacto com o ar 
S 12 Não fechar o recipiente hermeticamente 
S 13 Manter longe de comida, bebidas incluindo os dos animais 
S 14 Manter afastado de... (materiais incompatíveis a indicar pelo fabricante) 
S 15 Conservar longe do calor 
S 16 Conservar longe de fontes de ignição - Não fumar 
S 17 Manter longe de materiais combustíveis 
S 18 Abrir manipular o recipiente com cautela 
S 20 Não comer nem beber durante a utilização 
S 21 Não fumar durante a utilização 
S 22 Não respirar o pó 
S 23 Não respirar o vapor/gás/fumo/aerossol 
S 24 Evitar o contacto com a pele 
S 25 Evitar o contacto com os olhos 
S 26 Em caso de contacto com os olhos lavar imediata abundantemente em água e chamar um 
médico 
S 27 Retirar imediatamente a roupa contaminada 
S 28 Em caso de contacto com a pele lavar imediata e abundantemente com... (produto adequado a 
indicar pelo fabricante) 
S 29 Não atirar os resíduos para os esgotos 
S 30 Nunca adicionar água ao produto 
S 33 Evitar a acumulação de cargas eletrostáticas 
S 34 Evitar choques e fricções 
S 35 Eliminar os resíduos do produto e os seus recipientes com todas as precauções possíveis 
S 36 Usar vestuário de proteção adequado 
30 
 
S 37 Usar luvas adequadas 
S 38 Em caso de ventilação insuficiente usar equipamento respiratório adequado 
S 39 Usar proteção adequada para os olhos/cara 
S 40 Para limpar os solos e os objetos contaminados com este produto utilizar ...(e especificar 
pelo fabricante) 
S 41 Em caso de incêndio e/ou explosão não respirar os fumos 
S 42 Durante as fumigações/pulverizações, usar equipamento respiratório adequado 
(denominação(ões) adequada(s) a especificar pelo fabricante) 
S 43 Em caso de incêndio usar... (meios de extinção a especificar pelo fabricante. Se a água 
aumentar os riscos acrescentar "Não utilizar água") 
S 44 Em caso de indisposição consultar um médico (se possível mostrar-lhe o rótulo do produto) 
S 45 Em caso de acidente ou indisposição consultar imediatamente um médico (se possível 
mostrar-lhe o rótulo do produto) 
S 46 Em caso de ingestão consultar imediatamente um médico e mostrar o rótulo ou a embalagem 
S 47 Conservar a uma temperatura inferior a ... ºC (a especificar pelo fabricante) 
S 48 Conservar húmido com ... (meio apropriado a especificar pelo fabricante) 
S 49 Conservar unicamente no recipiente de origem 
S 50 Não misturar com ... (a especificar pelo fabricante) 
S 51 Usar unicamente em locais bem ventilados 
S 52 Não usar sobre grandes superfícies em lugares habitados 
S 53 Evitar a exposição – obter instruções especiais antes de usar 
S 54 Obter autorização das autoridades de controlo de contaminação antes de despejar nas 
estações de tratamento de águas residuais 
S 55 Utilizar as melhores técnicas de tratamento antes de despejar na rede de esgotos ou no 
meio aquático 
S 56 Não despejar na rede de esgotos nem no meio aquático. Utilizar para o efeito um local 
apropriado para o tratamento dos resíduos 
S 57 Utilizar um contentor adequado para evitar a contaminação do meio ambiente 
S 58 Elimina-se como resíduo perigoso 
S 59 Informar-se junto do fabricante de como reciclar e recuperar o produto 
S 60 Elimina-se o produto e o recipiente como resíduos perigosos 
S 61 Evitar a sua libertação para o meio ambiente. Ter em atenção as instruções específicas das 
fichas de dados de Segurança 
S 62 Em caso de ingestão não provocar o vômito: consultar imediatamente um médico e mostrar o 
rótulo ou a embalagem 
 
 
Códigos Frases Combinadas 
S ½ Conservar bem trancado e manter fora do alcance das crianças 
S 3/7/9 Conservar o recipiente num lugar fresco, bem ventilado e manter bem encerrado 
S 3/9 Conservar o recipiente num lugar fresco e bem ventilado 
31 
 
S 3/9/14 Conservar num local fresco, bem ventilado e longe de ... (materiais incompatíveis a 
especificar pelo fabricante) 
S 3/9/14/49 Conservar unicamente no recipiente original num local fresco, bem ventilado e longe 
de ... (materiais incompatíveis a especificar pelo fabricante) 
S 3/9/49 Conservar unicamente no recipiente original, em lugar fresco e bem ventilado 
S 3/14 Conservar em lugar fresco e longe de ... (materiais incompatíveis a especificar pelo 
fabricante) 
S 7/8 Manter o recipiente bem fechado e num local fresco 
S 7/9 Manter o recipiente bem fechado e num local ventilado 
S 20/21 Não comer, beber ou fumar durante a sua utilização 
S 24/25 Evitar o contacto com o s olhos e com a pele 
S 36/37 Usar luvas e vestuário de proteção adequados 
S 36/37/39 Usar luvas e vestuário de proteção adequados bem como proteção para os 
olhos/cara 
S 36/39 Usar vestuário adequado e proteção para os olhos/cara 
S 37/39 Usar luvas adequadas e proteção para os olhos/cara 
S 47/49 Conservar unicamente no recipiente original e a temperatura inferior a ...ºC (a 
especificar pelo fabricante) 
 
� FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico): As informações contidas 
na FISPQ são necessárias para a utilização segura da substância manuseada. Contém informações 
sobre o transporte, manuseio, armazenamento e descarte de produtos químicos, considerando os 
aspectos de segurança, saúde e meio ambiente. É regulamentada pela NBR 14725. 
� Quadro de incompatibilidade: Importante para evitar que se façam misturas de produtos 
incompatíveis no laboratório. 
 
FIGURA 6 – Quadro de Incompatibilidade química 
32 
 
4.4 Prevenção de acidentes químicos 
 
Os produtos químicos exigem cuidados em seu manuseio e estocagem e a prevenção dos riscos de 
acidentes causados por eles deve considerar a seguinte classificação (de acordo com a periculosidade): 
agentes tóxicos, corrosivos, corantes, voláteis, inflamáveis, explosivos, oxidantes, irritantes, gases 
comprimidos e gases liquefeitos, produtos sensíveis à água e produtos químicos incompatíveis, pois os 
acidentes podem ser eliminados ou minimizados a partir de um maior conhecimento dos materiais que são 
usados no laboratório. 
Sempre que for iniciar uma nova tarefa deve-se ler no rótulo as instruções de toxicidade, 
inflamabilidade, reatividade. Assim, a partir do conhecimento dessas informações, planejar as operações 
quanto ao(s) local(s) adequado(s) e eventual uso de EPIs, comotambém verificar formas de 
armazenamento, descarte e ações para o caso de derramamento acidental. 
 
4.5 Normas Gerais de Biossegurança frente a riscos químicos 
 
 A manipulação de produtos químicos exige que regras de segurança sejam seguidas rigorosamente 
para evitar acidentes e prejuízos aos envolvidos e ambiente de trabalho. A seguir estão listadas algumas 
regras de segurança que devem ser seguidas pelos manipuladores de agentes químicos: 
 
• Utilizar sempre jaleco de algodão com mangas compridas, na altura dos joelhos; 
• Vestir calçados fechados, nunca sandálias ou chinelos; 
• Não utilizar relógios, pulseiras, ou qualquer tipo de adornos dentro dos laboratórios; 
• Manter cabelos presos na realização de qualquer atividade dentro do laboratório; 
• Não alimentar-se dentro do laboratório; 
• Nunca fumar; 
• Nunca correr nos laboratórios; 
• Não lamber ou deglutir amostras do laboratório; 
• Tomar cuidado com a inalação de reagentes; 
• Não abandonar experimentos sem identificação; 
• Não executar reações a você estranhas em grande escala e sem proteção; 
• Não retornar reagentes aos seus frascos de origem; 
• Não levar a mão ao rosto quando estiver manuseando produtos químicos; 
• As vestimentas, e equipamentos de proteção não devem ser usados fora do laboratório; 
• Em caso de acidentes, mantenha a calma e chame o professor ou técnico responsável; 
• Brincadeiras são proibidas no laboratório; 
33 
 
• Distração com jogos, conversas e música alta, principalmente com fones não devem existir; 
• Evitar trabalhar sozinho no laboratório; 
• Usar capela sempre que trabalhar com solventes voláteis, tóxicos e reações perigosas, explosivas 
ou tóxicas; 
• Solventes inflamáveis devem ser manuseados distante de fontes de calor; 
• Substâncias inflamáveis, devem ser manipuladas longe de fontes de aquecimento; 
• Utilizar pipetadores sempre; 
• Evitar uso de lentes de contato, para evitar lesões oculares; 
• Óculos de segurança são necessários em todo o tempo no laboratório; 
• Utilizar os EPI’s e EPC’s presentes no laboratório; (equipamentos de proteção individual e 
coletiva): luvas, óculos, capelas, blindagens etc.; 
• Nunca jogar restos de reagentes na pia, utilizar sempre o vaso de descarte; 
• Não adicionar água a ácidos, mas sim os ácidos a água; 
• Antes do manuseio de produtos químicos deve-se saber suas características com relação a 
toxidade, inflamabilidade e explosividade; 
• Vidrarias quebradas devem ser descartadas e notificadas ao técnico ou responsável; 
• Cuidado ao manipular substância com potencial carcinogênico; 
• Os reagentes e soluções devem possuir identificação clara e as soluções conterem data de preparo, 
validade e o nome do preparador; 
• O derramamento de reagentes deve ser limpo imediatamente protegendo-o caso necessário; 
Ácidos e bases devem ser neutralizados antes da limpeza; 
• Não fazer improvisações, seguir o roteiro inteiramente, pois improvisações podem causar 
acidentes; 
• Utilizar sempre materiais e equipamentos adequados; 
• Lembrar que todas as substâncias são tóxicas, dependendo de sua concentração. 
• Nunca confiar no aspecto de uma droga, deve-se conhecer suas propriedades para manipulá-la; 
• Receber visitas apenas fora do laboratório; 
• Ao encerrar as atividades verificar equipamentos ligados (bombas, motores, mantas, chapas, 
gases, etc.) e reagentes ou resíduos em condições de risco. 
� É importante salientar que o primeiro acidente pode ser o último; os acidentes não acontecem, são 
causados. 
 
 
 
 
34 
 
5 RISCOS FÍSICOS 
 
 
Em geral, quando as condições físicas do ambiente laboratorial são boas, trabalha-se melhor com 
menor esforço. Mas, quando essas condições fogem muito aos limites de tolerância, atinge-se facilmente 
o incômodo e a irritação determinando muitas vezes o aparecimento de cansaço, a queda de produção, 
falta de motivação e desconcentração, que são decorrentes da exposição aos agentes físicos e seus riscos. 
Estes levam aos acidentes físicos, definidos como aqueles ocasionados por um intercâmbio brusco de 
energia com o ambiente em quantidade superior àquela que o organismo é capaz de suportar. Existem 
diversos tipos de riscos físicos em um laboratório e eles podem ser identificados com a cor verde em um 
mapa de riscos. Os acidentes decorrentes de agentes físicos são capazes de provocar doenças 
ocupacionais e necessitam de constante prevenção evitando-se lesões como queimaduras (ocasionadas 
pela exposição ao calor), perda de consciência/parada respiratória (devido a choques elétricos), e 
inclusive evitando problemas oncológicos/mutagênicos (causados por contato indevido com agentes 
mutagênicos ou carcinogênicos em potencial). 
Os principais agentes físicos que podem vir a ocasionar acidentes em um laboratório são ruídos, 
temperaturas extremas, umidades extremas, eletricidade e radiação. 
 
 
5.1 Ruídos 
 
 
O ruído constitui uma causa de incômodo na realização de um trabalho, um obstáculo às 
comunicações verbais e sonoras, podendo provocar fadiga geral, mau humor, que se manifestam, por 
vezes, no comportamento individual e social, como também, em casos extremos, trauma acústico e 
alterações fisiológicas extra-auditivas. O ruído: exerce um efeito de mascaramento sobre os sinais de 
alarme, perturba a comunicação e pode mascarar as mensagens de aviso de perigo, perturba a 
concentração e reduz a capacidade de manter a atenção. A exposição inadequada ao ruído pode causar 
surdez temporária – em casos de exposição a níveis de ruído variando entre 90 e 120dB (mesmo por curto 
tempo), permanente – decorrente de exposições repetidas por longo tempo ou exposição a ruído muito 
intenso em curto período, como também trauma acústico – devido a explosões ou outros impactos 
sonoros, e várias outras alterações, como afetar os sistemas nervoso central, cardiovascular e digestivo. 
Em laboratórios que possuem equipamentos dotados de sons exuberantes que podem causar 
desconfortos auditivos e/ou ocasionarem comprometimento na saúde daqueles relacionados à rotina do 
laboratório, faz-se necessário o uso de protetores auriculares (protetores auditivos que consistem em 
35 
 
calotes posicionadas contra cada um dos pavilhões auriculares ou numa calote circum-aural posicionada 
contra a região periauricular), tampões auditivos (protetores auditivos que são introduzidos no canal 
auditivo ou na cavidade do pavilhão auricular para obturar a entrada, impedindo dessa forma que o ruído 
se propague até ao ouvido interno) e o isolamento sonoro visando uso exclusivo de tais equipamentos 
como medida para a prevenção de danos à audição. Essas medidas devem ser observadas sempre que a 
questão relacionada a aparelhos ruidosos não possa ter sido resolvida previamente com aquisição e 
manutenção dos equipamentos de forma a diminuir o barulho. 
 
 
5.2 Temperaturas extremas – Calor 
 
 
Nas atividades de laboratório e de serviços de saúde, observa-se que o risco mais freqüente de 
temperaturas extremas está relacionado com o calor. A exposição a este em quantidade e/ou tempo 
excessivo, denominada sobrecarga térmica, pode provocar diversos efeitos nos indivíduos através de 
mecanismo de reações que interferem na vasodilatação periférica e na sudorese. O calor é bastante usado 
em operações de limpeza, desinfecção e esterilização de vários materiais e áreas de um laboratório de 
ensino, pesquisa ou serviço de saúde. Entretanto, são necessárias precauções no momento em que se 
realiza um procedimento com envolvimento do calor, para se evitar queimaduras, como por exemplo, ao 
usar uma chama do bico de Bunsen – para flambar uma alça de platina, que atinge altas temperaturas e 
provocar severas injúrias aos tecidos. Além disso, há outros problemas relacionados a temperaturas 
extremas como osriscos de incêndio, dentre os quais, pode-se citar o esquecimento de substâncias 
inflamáveis nas bancadas ou cantos do laboratório e o superaquecimento de aparelhos com possibilidade 
de incêndio, que pode afetar todas as pessoas presentes no local. 
Como medidas de controle para redução de acidentes devido a intensidade de calor podem 
ocorrer: (a) isolamento das superfícies quentes com materiais isolantes; insuflamento de ar no ambiente; 
(b) aumento da circulação de ar; (c) exaustão de vapores de água; (d) em locais em que ocorre calor 
emitido por radiação pode-se ter a utilização de anteparos refletores, uso de barreiras absorvedoras de 
radiação infravermelha localizadas entre a fonte e o trabalhador; (e) bem como, quando ocorre perda de 
calor pelo metabolismo (no momento em que este é bastante alterado) pode-se haver a automatização de 
tarefas e redução de atividade no ambiente de risco. 
Deve-se observar que em laboratórios que possuam aparelhos como autoclaves e estufas existem 
mais riscos de transtornos decorrentes do aumento excessivo da temperatura. Dessa forma, a presença de 
janelas garante a aeração, tornando o ambiente mais agradável, o que é mais saudável, pois, além de 
garantir a amenização da temperatura por ventilação, fica também garantida a renovação do ar presente 
36 
 
no lugar. No caso dessa ventilação não ser suficiente podem ser utilizados ventiladores de chão 
(observando se essa medida favorecerá ou não os riscos de acidentes) ou de teto, ou ainda aparelhos de ar 
condicionado. No caso de recintos fechados, deve-se tomar cuidado com a contaminação do ar com gases 
e produtos tóxicos. 
 
 
5.3 Umidades extremas 
 
 
O ser humano é muito sensível à umidade, já que a pele precisa do ar para se livrar da umidade 
que nossos corpos produzem. As pessoas sentem-se mais confortáveis quando a umidade relativa está por 
volta de 45%. Equipamentos como umidificadores e desumidificadores ajudam a mantê-la em locais 
fechados num nível confortável. Em um laboratório a umidade extrema pode contribuir para que 
aconteçam acidentes de duas maneiras: tanto quando se estabelecerem níveis reduzidos ou excessivos. 
Sabe-se que o álcool etílico e outros líquidos combustíveis podem formar misturas explosivas com 
o ar ou deslocar-se até uma fonte de ignição e provocar retrocesso da chama, situação potencializada por 
elevadas temperaturas e reduzidos níveis de umidade relativa ambiental. Além desse fato, baixos valores 
de umidade relativa aumentam as chances de produção de centelhas provocadas pelo armazenamento de 
eletricidade estática, com um grande risco de ignição. 
Em relação a locais que apresentam valores de umidade excessiva é conveniente alertar sobre o 
risco de choques elétricos em equipamentos e fiação exposta em tais locais. Um equipamento jamais deve 
ser conectado em tomadas que apresentarem umidade. É importante, nos casos de umidade excessiva, o 
uso de sapatos adequados (com sola de borracha) principalmente em pisos molhados (neste caso, melhor 
calçado de couro). 
 
 
5.4 Eletricidade – Choque elétrico 
 
 
O choque elétrico é um estímulo rápido e acidental do sistema nervoso do corpo humano causado 
pela passagem de uma corrente elétrica. A sua gravidade é determinada pela intensidade de corrente que o 
provocou e que depende basicamente dos seguintes fatores: diferença de potencial a que foi submetido o 
corpo; área de contato do corpo; pressão de contato; umidade da superfície de contato; duração do 
contato; tensão de contato; fatores psicológicos. Esses fatores definem a intensidade de corrente que irá 
circular pelo corpo, corrente essa geralmente expressa em miliamperes. O percurso e o tempo de duração 
37 
 
da passagem da corrente são também muito importantes nos efeitos que serão produzidos no corpo. As 
correntes mais perigosas são as que atravessam o corpo de mão a mão, da mão esquerda para os pés ou da 
cabeça para os pés, pois afetam diretamente o coração. Se a superfície de contato do corpo estiver úmida 
ou suada e os pés molhados, a intensidade de corrente pode assumir valores muito elevados, produzindo 
efeitos gravíssimos (danificar os tecidos, provocar coágulos nos vasos sanguíneos, levar a perda de 
consciência etc.). 
Para se prevenir de acidentes ocasionados por choque elétrico em um laboratório, recomenda-se 
que a voltagem da rede local de eletricidade esteja evidenciada, assim como a de cada aparelho que deve 
trazer essa informação em local de fácil visualização; o número de tomadas deve ser previsto de acordo 
com a capacidade total dos aparelhos do setor onde são instalados, evitando-se a sobrecarga no uso das 
tomadas, o que pode provocar curtos-circuitos e originar incêndios; os equipamentos devem ser instalados 
usando-se sempre o fio terra para descarga elétrica excessiva; uma pessoa que irá operar um aparelho 
deve sempre certificar-se da voltagem ao liga-lo evitando, assim, danos ao sistema e ao aparelho e nas 
instalações elétricas nunca sejam deixados fios desencapados. 
 
 
5.5 Radiações 
 
 
Radiações são formas de energia emitidas que se transmitem pelo espaço como ondas ou, em 
alguns casos, possuem comportamento corpuscular. As radiações acima das condições permitidas podem 
provocar lesões e conseqüências graves ou irreversíveis. 
Em um laboratório de ensino e pesquisa, as radiações com que o usuário deve tomar mais cuidado 
e precauções são as ionizantes (emitidas por isótopos radioativos) e as não-ionizantes. 
As radiações ultravioletas (UVs) são não-ionizantes e frequentemente emitidas por equipamentos 
comumente encontrados em laboratórios que manipulam microrganismos, culturas de células ou tecidos e 
que utilizam técnicas de biologia molecular. Manipulações em fluxos laminares só devem ocorrer após 
um tempo no qual se deixa uma lâmpada de ultravioleta ligada na área de trabalho. Durante esse período, 
a radiação pode ser absorvida por qualquer indivíduo que se encontrar no mesmo local que ela e com isso 
há tendência de ocorrer queimaduras, cegueira e câncer de pele. 
Para se proteger das radiações UVs deve-se dispor de barreiras que possam eliminar a reflexão no 
ambiente e absorção direta pelo indivíduo. As barreiras podem ser construídas de chapas metálicas, 
tecidos opacos, entre outros. Os EPIs que protegem de radiação direta sobre a superfície exposta também 
devem ser usados, como os jalecos de algodão de manga comprida, luvas, óculos de proteção de 
qualidade comprovada ou protetores de face inteira, além de anteparos de acrílico, com espessura capaz 
38 
 
de proteger contra tais radiações. Há laboratórios que destinam salas apropriadas para o cultivo de células 
e tecidos de forma que o manipulador só permaneça no local na ausência de radiação UV. 
As radiações ionizantes podem provocar dois efeitos no organismo humano: 1) produzir lesões nas 
células germinativas, causando alterações hereditárias e 2) causar lesões nas células somáticas, levando a 
alterações sem natureza hereditária. Essas radiações são emitidas por radioisótopos de fonte natural 
(elementos radioativos presentes na crosta terrestre: urânio - 238 e carbono - 14) ou artificial (produzidos 
pelo homem com tecnologias específicas), podendo ter natureza corpuscular (raios alfa – e beta e nêutros) 
ou eletromagnética (raios X, gama, e aceleradores lineares). Em ambos os casos para se proteger dos seus 
efeitos nocivos deve-se seguir práticas referentes à radioproteção, que tem o objetivo de assegurar que os 
níveis de radiações ionizantes em ambientes de trabalho sejam aceitáveis, com o mínimo de risco à saúde 
e bem estar das pessoas. 
Algumas medidas de controle que podem ser adotadas, visando à radioproteção são: reduzir ao 
mínimo o tempo de exposição a radiações; manter-se o mais longe possível da fonte de irradiação; 
blindagem do espaço físico de materiais que

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