Buscar

LIVRO construindo em alvenaria

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

See	discussions,	stats,	and	author	profiles	for	this	publication	at:	https://www.researchgate.net/publication/44343728
Construindo	em	alvenaria	estrutural	/
Humberto	Ramos	Roman,	Cristine	do
Nascimento	Mutti,	Hércules	Nunes	de	Araújo
Article
Source:	OAI
READS
594
3	authors,	including:
Humberto	Roman
Federal	University	of	Santa	Catarina
10	PUBLICATIONS			11	CITATIONS			
SEE	PROFILE
Cristine	Mutti
Federal	University	of	Santa	Catarina
26	PUBLICATIONS			1	CITATION			
SEE	PROFILE
Available	from:	Humberto	Roman
Retrieved	on:	19	August	2016
ÍNDICE 
 
I - INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 1 
II - A ALVENARIA ESTRUTURAL ................................................................................................................ 3 
1. APRESENTANDO A ALVENARIA............................................................................................................ 3 
1.1 TIPOS DE ALVENARIA ......................................................................................................................... 3 
1.2 PAREDES COMO ELEMENTOS DE ALVENARIA ............................................................................... 4 
2. O PRINCÍPIO BÁSICO DA ALVENARIA ESTRUTURAL ....................................................................... 4 
2.1 Forma da parede .................................................................................................................................... 5 
2.2 Arranjo apropriado das paredes ............................................................................................................ 6 
2.3 Uso de alvenaria armada ou protendida ................................................................................................ 7 
3. VANTAGENS DA ALVENARIA ESTRUTURAL ..................................................................................... 8 
4. MATERIAIS CONSTITUINTES DA ALVENARIA ................................................................................... 9 
4.1 UNIDADES DE ALVENARIA ................................................................................................................. 9 
4.2 ARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO ................................................................................................. 13 
4.3 Graute ................................................................................................................................................... 19 
5. FATORES IMPORTANTES NA DEFINIÇÃO DO PROJETO ................................................................. 22 
6. FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE DA ALVENARIA ............................................................... 23 
6.1 Resistência do bloco ............................................................................................................................. 23 
6.2 Geometria da Unidade ......................................................................................................................... 24 
6.3 Resistência da Argamassa .................................................................................................................... 24 
6.4 Espessura das juntas ............................................................................................................................. 25 
6.5 Qualidade da mão de obra ................................................................................................................... 25 
III - OS PROJETOS ......................................................................................................................................... 28 
1. COORDENAÇÃO DE PROJETOS ............................................................................................................ 28 
2. PROJETO ARQUITETÔNICO .................................................................................................................. 29 
2.1 Definição dos condicionantes de projeto .............................................................................................. 30 
2.2 Simplificação do projeto ....................................................................................................................... 30 
2.3 Simetria ................................................................................................................................................. 31 
2.4 Modulação ............................................................................................................................................ 32 
2.5 Passagem de Dutos ............................................................................................................................... 35 
2.6 Paginação ............................................................................................................................................. 37 
3. PROJETO HIDRÁULICO .......................................................................................................................... 39 
4. PROJETO ELÉTRICO ............................................................................................................................... 41 
5. PROJETO EXECUTIVO ............................................................................................................................ 54 
5.1 Planta Baixa ......................................................................................................................................... 55 
5.2 Paginações............................................................................................................................................ 55 
5.3 Detalhes Construtivos ........................................................................................................................... 55 
IV - A EXECUÇÃO .......................................................................................................................................... 57 
1. COMUNICAÇÃO PROJETO/OBRA .................................................................................................................... 57 
1.1 Padronização ........................................................................................................................................ 57 
1.2 Seqüência executiva e interdependência entre atividades .................................................................... 58 
1.3 Acessibilidade e espaços adequados para trabalho ............................................................................. 59 
2. IMPLANTAÇÃO DE CANTEIRO ............................................................................................................. 59 
2.1 Planejamento de layout ........................................................................................................................ 60 
2.2 Treinamento de mão de obra ................................................................................................................ 63 
2.3 Equipamentos e Ferramentas ............................................................................................................... 66 
2.4 Cronograma (planejar a execução) ...................................................................................................... 67 
V - NORMAS TÉCNICAS RELEVANTES E BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA PARA ALVENARIA 
ESTRUTURAL ................................................................................................................................................. 69 
 
 
 1I - INTRODUÇÃO 
 
 
A Alvenaria Estrutural para prédios de vários pavimentos tornou-se uma opção de 
construção largamente empregada no mundo, devido a vantagens como flexibilidade de 
construção, economia, valor estético e velocidade de construção. A grande vantagem que a 
Alvenaria Estrutural apresenta é a possibilidade desta incorporar facilmente os conceitos de 
racionalização, produtividade e qualidade, produzindo ainda, construções com bom 
desempenho tecnológico aliado a baixos custos. 
 
A Alvenaria Estrutural nos últimos 30 anos, devido a extensos trabalhos de pesquisa, 
à imaginação de projetistas e à grande melhoria da qualidade dos materiais, apresentou 
maiores e mais visíveis avanços do que qualquer outra forma de estrutura usada na 
construção. 
 
Como conseqüência, pode-se afirmar com segurança que a Alvenaria Estrutural é o 
mais econômico e moderno método de construção. Em países como Inglaterra, Austrália, 
Alemanha e Estados Unidos, este método construtivo é o mais utilizado e de maior aceitação 
pelo usuário. 
 
No Brasil, a técnica de cálculo e execução com Alvenaria Estrutural é relativamente 
recente (final dos anos 60) e até hoje pouco conhecida da maioria dos profissionais da 
Engenharia Civil. No entanto, a abertura de novas fábricas de materiais assim como o 
surgimento de grupos de pesquisa sobre o tema fazem com que a cada dia, mais e mais 
construtores utilizem e se interessem pelo sistema. 
 
Este livro foi elaborado com o objetivo de fornecer ao projetista informações sobre o 
sistema construtivo, os procedimentos adequados às etapas de projetos, informações técnicas 
sobre os materiais, comportamento estrutural dos mesmos e exemplos básicos, um 
instrumento prático que facilite o projeto em Alvenaria Estrutural. 
 
 
 
 
 2 
 
 
 
 
 É embasado num dos princípios fundamentais do sistema construtivo em Alvenaria 
Estrutural. Este princípio considera indispensável a interligação dos vários projetos 
complementares, para que um não interfira sobre os outros com prejuízo sobre o produto 
final. A ação da racionalização na fase de execução dos empreendimentos torna-se efetiva 
quando coerentemente aplicada com um projeto desenvolvido segundo os mesmos 
princípios. Por este motivo, condensou-se num único volume as instruções para elaborar o 
projeto arquitetônico, os projetos hidráulicos e elétricos. Espera-se que o mesmo represente 
um acréscimo técnico para o usuário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
II - A ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
 
1. APRESENTANDO A ALVENARIA 
 
1.1 TIPOS DE ALVENARIA 
 
Dependendo da utilização e da forma como é feita, a alvenaria pode apresentar-se das 
seguintes formas: 
 
 Alvenaria não armada: neste tipo de alvenaria, os reforços de aço (barras, fios e 
telas) ocorrem apenas por necessidades construtivas. 
 
 Alvenaria armada: a alvenaria é reforçada devido à exigências estruturais. São 
utilizadas armaduras passivas de fios, barras e telas de aço. 
 
 Alvenaria protendida: alvenaria reforçada por uma armadura ativa (pré-tensionada) 
que submete a alvenaria a esforços de compressão. 
 
 Alvenaria resistente: são as alvenarias construídas para resistirem a cargas outras 
além do próprio peso. 
 
 Alvenaria estrutural: diferencia-se da alvenaria resistente por ser dimensionada 
segundo métodos de cálculo racionais e de confiabilidade determinável enquanto a 
alvenaria resistente é dimensionada empiricamente. 
 
 
1.2 PAREDES COMO ELEMENTOS DE ALVENARIA 
 
As paredes são os elementos estruturais da alvenaria. São definidos como elemento 
laminar vertical apoiado de modo contínuo em toda a sua base, com comprimento maior que 
5 vezes a espessura. De acordo com a função estrutural que exercem, as paredes são 
definidas como: 
 
 
 
 4 
 
 
 
 
 Paredes de vedação: são aquelas que resistem apenas ao próprio peso e têm função 
de separação de ambientes internos ou de fechamento externo. Não têm nenhuma 
responsabilidade estrutural. 
 
 Paredes estruturais: têm a função de resistir todas as cargas verticais, de peso 
próprio e acidentais aplicadas sobre elas. 
 
 Paredes de contraventamento: são as paredes estruturais projetadas para 
suportarem também às cargas horizontais, originadas especialmente pela ação dos 
ventos, paralelas ao seu plano. 
 
 Paredes enrijecedoras: têm a função de enrijecerem as paredes estruturais contra a 
flambagem. 
 
 Pilares de Alvenaria: são os elementos isolados que resistem a cargas de 
compressão e com largura menor que 4 vezes a espessura. 
 
 
2. O PRINCÍPIO BÁSICO DA ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
Alvenaria Estrutural é o processo construtivo em que se utiliza as paredes da 
habitação para resistir às cargas, em substituição aos pilares e vigas utilizados nos sistemas 
de concreto armado, aço ou madeira. 
 
O desenvolvimento de projetos em alvenaria estrutural exige do projetista 
procedimentos diferentes dos tomados quando do cálculo de outros tipos de estruturas. Por 
serem sistemas diferentes, com filosofias distintas, o projetista e o construtor não devem 
conceber soluções com base em conhecimentos e procedimentos aplicáveis ao concreto 
armado. Deve pensar alvenaria estrutural. 
 
A base de projetos em alvenaria estrutural se assenta nos seguintes princípios: 
 
 
 
 5 
 
 
 
 
 alvenaria pode suportar grandes tensões de compressão, mas pequenas tensões de 
tração; 
 todo momento fletor, que sem pré-compressão causa tração, deve ser evitado. 
 
Logo, aumentando a compressão, diminui-se a possibilidade de aparecimento de 
esforços de tração na alvenaria. 
 
Deve-se, portanto explorar a resistência à compressão do bloco estrutural para 
compensar a fraca resistência à tração. 
 
Para tal, é importanteo conhecimento por todos os projetistas (arquitetônico, 
hidráulico, elétrico, estrutural) das maneiras de potencializar as vantagens da alvenaria 
estrutural, obtendo maior qualidade e economia das edificações construídas usando este 
processo. 
 
As formas de se otimizar o projeto, conferindo estabilidade estrutural ao prédio, com 
menor custo de materiais e mão-de-obra podem ser divididas em quatro grupos: 
2.1 Forma da parede 
 
 Pode-se utilizar paredes com diferentes formas, aumentando-se a inércia das mesmas, 
em caso de necessidade. As formas mais usadas são: 
 
(a) fin walls 
(b) paredes diafragma 
(c) paredes duplas 
(d) paredes mais grossas 
(e) paredes com colunas 
 
 
 
 6 
 
 
 
 
(a)
(e)(d)(c)
(b)
 
Figura 2.1 - Formas possíveis de paredes estruturais 
 
 
2.2 Arranjo apropriado das paredes 
 
Um bom projeto arquitetônico deve prever uma distribuição tal das paredes de forma 
que cada parede atue como elemento enrijecedor e estabilizador de outra. Não é difícil 
desenvolver um projeto arquitetônico capaz de atender tanto às exigências estruturais quanto 
às funcionais a que se destina o prédio. Pode-se obter grande economia e estabilidade 
explorando-se adequadamente os elementos essenciais da edificação. Assim, por exemplo, 
lajes e pisos podem ser usados para: 
 
 aplicar cargas verticais às paredes; 
 amarrar a estrutura; 
 distribuir as cargas horizontais. 
 
As escadas, poços de elevadores e de condução de eletrodutos são importantes para a 
obtenção de rigidez lateral. 
 
 
 
 7 
 
 
 
 
 
Figura 2.2 - Arranjos de paredes que conferem maior estabilidade à estrutura 
 
 
2.3 Uso de alvenaria armada ou protendida 
 
Quando, por alguma razão, mostrar-se necessário, pode-se utilizar alvenaria armada 
ou protendida. Estas técnicas são geralmente simples, práticas, econômicas e mais rápidas do 
que o concreto armado e protendido. Podem ser usadas para reforçar pontos localizados de 
uma obra em concreto armado ou como princípio estrutural de todo o projeto. Favorecem o 
desenvolvimento de formas arquitetônicas mais arrojadas (Figura 2.3). 
 
A Alvenaria armada é excelente solução também, quando necessidades funcionais 
requeiram grandes espaços abertos no térreo, tais como área de recepção e restaurante de 
hotel, estacionamentos, grandes lojas, etc. Normalmente consiste de pilares de alvenaria, 
concreto ou aço, suportando uma laje de concreto. Acima desta laje, a estrutura pode ser de 
paredes de alvenaria estrutural, armada ou não. 
 
 
 
 8 
 
 
 
 
(a) (b)
 
Figura 2.3 – (a) armadura passiva; (b) armadura protendida 
 
 
3. VANTAGENS DA ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
 
A alvenaria estrutural, após passar por adequada etapa de implantação, apresenta 
várias vantagens em relação aos processos construtivos tradicionais. 
 
Para a execução dos projetos, o sistema permite detalhamentos estéticos bastante 
atraentes, com variadas formas, texturas e cores, oferecendo boas possibilidades 
arquitetônicas e estruturais. Devido à coordenação modular apresentada, todos os projetos 
são mais fáceis de detalhar. Possibilita a elaboração de um projeto executivo de fácil 
compreensão pela mão de obra. Projetos realizados em alvenaria estrutural são aplicáveis a 
uma grande variedade de usos funcionais. 
 
Quanto ao custo, normalmente, é mais econômica do que prédios estruturados, o que 
ocorre não só por se executar estrutura e alvenaria numa só etapa, mas também devido à 
economia no uso de madeiras para formas, redução no uso de concreto e ferragem, menores 
espessuras de revestimentos, maior rapidez na execução. Além disto, a simplificação nas 
instalações, onde são evitados rasgos nas paredes, ocasiona menor desperdício de material 
do que o verificado em obras convencionais. 
 
 
 
 9 
 
 
 
 
Em relação à mão de obra, verifica-se boa receptividade ao treinamento, com 
aprendizagem rápida, o que possibilita menor número de equipes ou sub-contratados para o 
trabalho, e redução significativa na mão de obra de carpintaria e ferragens, além do que, 
extrema facilidade de supervisão da obra. 
 
Como inconveniente, fica a limitada possibilidade de remoção de paredes, havendo a 
necessidade de definir, já no projeto quais as que podem ser removidas. Também como 
desvantagem, verifica-se, em alguns casos, o aumento de custo para projetos mais arrojados 
(com detalhes específicos e grandes vãos). 
 
 
4. MATERIAIS CONSTITUINTES DA ALVENARIA 
 
4.1 UNIDADES DE ALVENARIA 
 
 
Produto industrializado de dimensões e peso que o fazem manuseável, de formato 
paralelepipedal e adequado para compor uma alvenaria. 
 
É bastante comum associar-se a expressão alvenaria estrutural à alvenaria executada 
com blocos de concreto. Na verdade, a técnica não se restringe apenas a construções com 
este tipo de material. De uma forma sintetizada, as unidades de alvenaria poderiam ser assim 
classificadas: Blocos; cerâmicos, concreto e sílico calcário - Tijolos: maciços (cerâmicos, 
concreto e sílico calcário), furados (cerâmico). 
 
Os tijolos diferenciam-se dos blocos pelas dimensões. São denominados tijolos as 
unidades com dimensões máximas de 250X120X55 mm. Unidades com dimensões 
superiores são denominadas blocos. Normalmente os blocos possuem dimensões nominais 
múltiplas de 5cm. As dimensões mais comumente empregadas são 10x20X40, 15X20X40 e 
20x20X40 (espessura, altura e comprimento respectivamente em cm). Devido a 
multiplicidade de funções, os blocos apresentam diferentes designs. 
 
 
 
 
 10Para utilização em alvenaria estrutural as unidades devem apresentar as seguintes 
qualidades: resistência à compressão, baixa absorção de água, durabilidade e estabilidade 
dimensional. 
 
As unidades de alvenaria classificam-se em: unidades cerâmicas, sílico-calcários e 
unidades de concreto. 
 
Unidades Cerâmicas 
 
Bloco cerâmico, segundo a NBR 7171/83, é definido como sendo um componente de 
alvenaria que possui furos prismáticos e/ou cilíndricos perpendiculares às faces que os 
contém. Define também, que blocos portantes são unidades vazadas com furos na vertical, 
perpendiculares à face de assentamento e são classificados, de acordo com sua resistência à 
compressão. 
 
A qualidade das unidades de cerâmica está intimamente relacionada à qualidade das 
argilas empregadas na fabricação e também ao processo de produção. Pode-se obter unidades 
de baixíssima resistência (0,1MPa) até de alta resistência (70MPa). Devido a isto, torna-se 
imprescindível a realização de ensaios de caracterização das unidades 
 
Unidades de Sílico-calcário 
 
Os tijolos e blocos sílico-calcário são unidades de alvenaria compostas por uma 
mistura homogênea e adequadamente proporcionada de cal e areia quartzosa moldadas por 
prensagem e curadas por vapor de pressão. 
 
As principais características das unidades sílico-calcários são a sua boa resistência, 
durabilidade e grande uniformidade dimensional. A resistência à compressão varia 
internacionalmente entre 14 e 60MPa. No Brasil, as unidades fabricadas apresentam 
resistências de 6 a 20MPa. 
 
 
 
Unidades de Concreto 
 
 
 11 
 
 
 
 
 
O tipo de unidade mais comum são os blocos. Estes podem ser produzidos em 
diferentes geometrias e com resistências à compressão variáveis, de acordo com a proporção 
das matérias primas que o constituem. 
 
Atualmente existem no mercado várias fábricas de blocos de concreto, as quais 
utilizam tecnologia avançada para controle da qualidade do bloco, levando-se em conta, 
desde exigências estruturais, até a estética do produto (para utilização à vista, por exemplo). 
 
O concreto deve ser constituído de cimento Portland, agregados e água. Os cimentos 
devem ser normalizados e os agregados podem ser areia, pedrisco, argila expandida ou 
outros tipos, desde que satisfaçam às especificações próprias de cada um destes materiais. A 
dimensão máxima característica do agregado deve ser menor que 1/4 da menor espessura da 
parede do bloco. 
 
Os blocos devem ser fabricados e curados por processos que assegurem a obtenção 
de um concreto suficientemente homogêneo e compacto e devem ser manipulados com as 
devidas precauções para não terem as suas qualidades prejudicadas. As tolerâncias 
permitidas nas dimensões dos blocos devem ser de  3mm, estas dimensões devem ser 
verificadas com precisão de 0,5mm. 
 
Os blocos devem ter aspecto homogêneo, compacto e arestas vivas. Não devem 
apresentar trincas, fraturas ou outros defeitos que possam prejudicar o seu assentamento ou 
afetar a resistência e durabilidade da construção. Os blocos destinados a receber 
revestimento devem ter superfície suficientemente áspera para garantir uma boa aderência, 
não sendo permitida qualquer pintura que oculte defeitos eventualmente existentes no bloco. 
 
Os blocos-padrão encontrados apresentam resistência à compressão de 6 a 15 MPa, 
podendo apresentar, em casso especiais, resistência de até 20 MPa. São fabricados vários 
tipos de blocos, com diferentes funções, os quais seguem as modulações de 15 cm ou de 20 
cm, conforme a malha modular definida no projeto. 
 
Abaixo são apresentados alguns tipos de blocos mais comuns: 
 
 
 
 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.4 – Tipos de Blocos mais comuns 
 
Algumas indústrias cerâmicas estão ingressando no mercado da alvenaria estrutural, 
fabricando alguns dos modelos de blocos apresentados acima, e pesquisando novos 
formatos. 
 
4.2 ARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO 
 
A argamassa é o elemento de ligação das unidades de alvenaria em uma estrutura 
única, sendo normalmente constituída de cimento, areia e cal. É importante ressaltar, que 
embora as argamassas de assentamento sejam compostas, na essência, pelos mesmos 
elementos constituintes do concreto, estas tem funções e empregos bastante distintos. Assim, 
não é correto utilizar procedimentos iguais aos de produção de concreto para produzir 
argamassas de qualidade. 
 
Enquanto para o concreto o objetivo final é obter a maior resistência à compressão 
com menor custo, para as argamassas o importante é que sejam aptas a transferir as tensões 
de maneira uniforme entre os blocos, compensando as irregularidades e as variações 
dimensionais dos mesmos. Além disto, deve unir solidariamente as unidades de alvenaria e 
ajudá-las a resistir os esforços laterais. Para tanto, as propriedades mais importantes para a 
argamassa são: 
 
 trabalhabilidade; 
 retentividade de água; 
 tempo de endurecimento; 
 liga; 
 durabilidade; 
 
 
 14 
 
 
 
 
 resistência à compressão. 
 
4.2.1 Trabalhabilidade 
 
A trabalhabilidade é medida indiretamente pelo teste de fluidez (consistência), que é 
definida como a porcentagem do aumento de diâmetro da base de um tronco de cone, depois 
de submeter-se a impactos sucessivos em uma mesa vibratória padrão. A argamassa de boa 
trabalhabilidade deve se espalhar facilmente sobre o bloco e aderir nas superfícies verticais. 
A consistência deve ser tal que o bloco possa ser prontamente alinhado mas seu peso e o 
peso das fiadas subsequentes não provoquem posterior escorrimento da argamassa. Testes 
com pedreiros experientes, mostraram que uma argamassa de boa trabalhabilidade tem 
fluidez entre 115 e 150 %. Entretanto, a medição de fluidez nem sempre é indicativa de umaboa trabalhabilidade. Misturas ásperas e sem coesão, mesmo com fluidez nesta faixa, 
produzirão argamassas inadequadas para uso em alvenaria. 
 
Argamassa de boa trabalhabilidade deve se espalhar facilmente sobre o bloco e aderir 
nas superfícies verticais. A consistência deve ser tal que o bloco possa ser prontamente 
alinhado mas seu peso e o peso das fiadas subsequentes não provoquem posterior 
escorrimento da argamassa. 
 
A trabalhabilidade depende da combinação de vários fatores destacando-se a 
qualidade do agregado, a quantidade de água usada, a consistência, a capacidade de retenção 
de água da argamassa, o tempo decorrido da preparação, a adesão, a fluidez e a massa. 
 
Em condições normais o tempo entre a mistura e o uso da argamassa não deve 
exceder 2 horas e meia. 
 
4.2.2 Retentividade de Água 
 
Retentividade é a capacidade da argamassa de reter água contra a sucção do bloco. Se 
o bloco for muito poroso e retirar muito rapidamente a água da argamassa, não haverá 
líquido suficiente para a completa hidratação do cimento. Isto resulta em uma fraca ligação 
 
 
 15 
 
 
 
 
entre o tijolo e a argamassa. Além disso, o endurecimento muito rápido da argamassa pela 
perda de água, impede o assentamento correto da fiada seguinte. 
 
A má retentividade de água pode ser resultante de uma má granulometria do 
agregado, agregados muito grandes, mistura insuficiente ou escolha errada do tipo de 
cimento. 
 
O uso de material pozolânico ou a adição de mais água e mais tempo de mistura 
podem aumentar a retentividade. 
 
4.2.3 Tempo de Endurecimento 
 
O endurecimento é função da hidratação, ou seja, da reação química entre o cimento 
e a água. Se o endurecimento for muito rápido, causará problemas no assentamento dos 
blocos e no acabamento das juntas. Se for muito lento, causará atraso na construção pela 
espera que se fará necessária para a continuação do trabalho. 
 
Temperaturas muito altas tendem a acelerar o endurecimento. Inversamente, clima 
muito frio retarda o endurecimento. 
 
Uma mistura mais homogênea espalha melhor o cimento facilitando o contato com a 
água, e conseqüentemente acelera o processo de endurecimento. 
 
4.2.4 Aderência 
 
A resistência de aderência é a capacidade que a interface bloco-argamassa possui de 
absorver tensões tangenciais (cisalhamento) e normais (tração) a ela, sem romper-se. 
 
A aderência entre a argamassa e o bloco é uma combinação do grau de contato entre 
ambos e da adesão da pasta de cimento à superfície do tijolo. A aderência, portanto, não é 
uma propriedade intrínseca da argamassa, mas depende também das características das 
unidades. 
 
 
 16 
 
 
 
 
Os fatores que influenciam o grau de contato e a adesão são a trabalhabilidade da 
argamassa, a retentividade, a taxa de absorção inicial do bloco, a mão-de-obra, a quantidade 
de cimento na mistura, a textura da superfície do bloco, o conteúdo de umidade do bloco, 
temperatura e umidade relativa. 
 
4.2.5 Resistência à Compressão 
 
A resistência à compressão depende do tipo e da quantidade de cimento usado na 
mistura. É importante notar que uma grande resistência à compressão da argamassa não é 
necessariamente sinônimo de uma melhor solução estrutural. A argamassa deve ser 
resistente o suficiente para suportar os esforços a que a parede será submetida. No entanto, 
não deve exceder a resistência dos blocos da parede, de maneira a que as fissuras que 
venham a ocorrer devido à expansões térmicas ou outros movimentos da parede ocorram na 
junta. 
 
Uma argamassa mais forte não implica necessariamente numa parede mais forte. Não 
há uma relação direta entre as duas resistências. Para cada resistência de bloco existe uma 
resistência ótima da argamassa. Um aumento desta resistência não aumentará a resistência da 
parede. 
 
4.2.6 Materiais Constituintes da Argamassa 
 
a) Cimento 
 
São utilizados cimentos Portland Comum (CP). Outros tipos como o pozolânico 
(Poz) e o Alto-Forno (AF) também podem ser utilizados. O cimento proporciona resistência 
à argamassa e melhora a aderência. Adicionalmente, colabora na melhora da trabalhabilidade 
e retentividade. Por outro lado, o excesso de cimento (quando maior que 1/3 do volume 
total) aumenta exageradamente a contração da argamassa prejudicando a durabilidade da 
aderência. 
 
 
 
 
 17 
 
 
 
 
Os cimentos com maior superfície específica têm potencial para tornar as argamassas 
mais trabalháveis e com maior retenção de água. Os cimentos de endurecimento mais lento 
podem produzir argamassas mais resilientes (com maior capacidade de absorver pequenas 
deformações). 
 
b) Cal 
 
Se entende como cal, a cal hidratada com uma percentagem de componentes ativos 
(CaO e MgO) superior a 88%. Podem também ser utilizadas cales extintas em obra capazes 
de produzir argamassas de melhor qualidade final. 
 
A cal confere à argamassa plasticidade, coesão, retentividade e extensão da 
aderência, sendo o componente fundamental para assegurar a durabilidade da aderência. 
 
c) Areia 
 
A areia, atuando como agregado inerte na mistura, reduz a proporção dos 
aglomerantes permitindo aumentar seu rendimento e diminuindo os efeitos nocivos do 
excesso de cimento. As areias grossas aumentam a resistência à compressão da argamassa, 
enquanto que as areias finas reduzem esta resistência mas aumentam a aderência, sendo 
portanto preferíveis. 
 
As normas Britânica (BS – 1200) e Norte Americana (ASTM C-144) recomendam as 
granulometrias apresentadas na tabela 4.1 para as areias destinadas às argamassas de 
assentamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
 
 
 
 
Tabela 4.1 - Granulometrias Recomendadas para as Areias de Argamassa 
Peneira - Abertura Percentagem (em peso) que passa nas peneiras 
nominal (em mm) BS - 1200 ASTM C-144 
4,8 100 100 
2,4 90- 100 95 - 100 
1,2 70 - 100 70 - 100 
0,6 40 - 80 40 - 75 
0,3 5 - 40 10 - 35 
0,15 0 - 10 2 - 15 
 
 
d) Água 
 
A água além de permitir o endurecimento da argamassa pela hidratação do cimento, é 
a responsável pela trabalhabilidade da argamassa A quantidade de água deve permitir um 
bom assentamento mas não pode causar a segregação dos constituintes. 
 
4.2.7 Tipos de Argamassa 
 
Os tipos de argamassa utilizados no assentamento de unidades são misturas a base de 
cal, cimento, cimentos com aditivos, cimentos de alvenaria, cal e cimento (mistas). A 
argamassa à base de cal não é recomendada para alvenaria estrutural. 
 
Outros tipos de argamassas têm sido desenvolvidas por empresas especializadas, são 
as chamadas argamassas mistas, estas são mais adequadas para uso em alvenaria estrutural. 
São constituídas de cimento, cal e areia. Apresentam, quando adequadamente dosadas, as 
vantagens das argamassas de cal e de cimento. 
 
O tipo de argamassa a ser usado depende principalmente da função que a parede vai 
exercer, das condições de exposição da parede e do tipo de bloco que será utilizado. Nem 
sempre uma argamassa mais resistente é a mais indicada. 
 
 
 
 19 
 
 
 
 
A seleção de um tipo particular de argamassa para um determinado projeto deve ser 
função do balanço das necessidades da alvenaria que será construída e das propriedades dos 
vários tipos de misturas disponíveis. Nesta seleção dois pontos fundamentais devem ser 
considerados: 
 
 não existe um único tipo de argamassa que seja o melhor para todos os tipos de 
aplicações disponíveis; 
 
 não deve ser utilizada uma argamassa com resistência à compressão maior que a 
necessária para atender as exigências estruturais do projeto. Neste caso, o bom senso 
é muito importante. Seria anti-econômica e pouco prática uma mudança contínua do 
tipo de argamassa para as várias partes de uma mesma obra. 
 
A tabela abaixo mostra os traços recomendados pela norma britânica. 
 
Tabela 4.2 - Traços de Argamassa - Norma Britânica 
Designação Tipo de Argamassa (proporção por volume) Resistência à Comp. aos 28 
dias (MPa) 
 cimento cal areia laboratório obra 
(i) 1 0 a 1/4 3 16,0 11 
(ii) 1 1/2 4 a 4,5 6,5 4,5 
(iii) 1 1 5 a 6 3,6 2,5 
(iv) 1 2 8 a 9 1,5 1,0 
 
 
4.3 Graute 
 
O graute é usado para preencher os vazios dos blocos quando se deseja aumentar a 
resistência à compressão da alvenaria sem aumentar a resistência do bloco. 
 
O graute é composto dos mesmos materiais usados para produzir concreto 
convencional. As diferenças estão no tamanho do agregado graúdo (mais fino, 100% 
passando na peneira 12,5 mm) e na relação água/cimento. 
 
 
 20 
 
 
 
 
 
Para preencher todos os vazios, e considerando ainda que o bloco normalmente tem 
grande absorção de água, o graute deve apresentar elevada trabalhabilidade. O Slump Test 
deve mostrar um abatimento entre 20 e 28 cm. A relação água/cimento deve estar entre 0,8 e 
1,1 dependendo do módulo de finura da areia. A fixação do Slump nesta faixa dependerá da 
taxa de absorção inicial das unidades e da dimensão dos furos dos blocos. 
 
4.3.1 Materiais Constituintes do graute 
 
Para o graute devem ser usados exclusivamente cimentos do tipo CP e MRS. Em 
certos casos pode ser adicionada cal na mistura para diminuir a rigidez da mesma (até 1/10 
do volume de cimento). 
 
São recomendadas areias com módulo de finura entre 2,3 e 3,1 pois estas requerem 
menos cimentos e o graute, além de alcançar maior resistência à compressão, apresenta 
menor retração no endurecimento. 
 
Tabela 4.3 - Granulometria Recomendada para Areias: Porcentagem Retida Acumulada 
Abertura da peneira (mm) Tipo 1 Tipo 2 
9,5 0 0 
4,8 0 - 5 0 
2,4 0 - 20 0 - 5 
1,2 15 - 50 0 - 30 
0,6 40 - 75 25 - 60 
0,3 70 - 90 65 - 90 
0,15 90 - 98 85 - 98 
0,075 95 - 100 95 - 100 
 
 
O agregado graúdo, quando utilizado, deve ter a granulometria indicada na tabela 4.4. 
Tabela 4.4 - Granulometria Recomendada do Agregado Graúdo para o Graute. 
Abertura da peneira (mm) % retida acumulada 
 
 
 21 
 
 
 
 
12,5 0 
9,5 0 - 15 
4,8 70 - 90 
2,4 90 - 100 
1,2 95 - 100 
 
 
4.3.2 Dosagem, Mistura e Lançamento 
 
Para os blocos disponíveis no mercado podem ser usados graute com agregado 
graúdo. Alternativamente pode ser utilizado também graute sem agregado graúdo. 
 
As proporções mais usuais são indicadas na tabela 4.5. Em caso da necessidade de 
uso de blocos mais resistentes (acima de 10 MPa) com graute, recomenda-se o 
desenvolvimento de uma dosagem para estabelecer o traço adequado. 
 
Tabela 4.5 - Proporções Recomendadas para a Dosagem do Graute 
 Materiais Constituintes 
 cimento areia brita 0 
sem agregado graúdo 1 3 a 4 --- 
com agregado graúdo 1 2 a 3 1 a 2 
 
 
A dosagem dos materiais componentes deve ser feito de tal forma que as quantidades 
especificadas possam ser controladas e mantidas com precisão de +/- 5%. 
 
A mistura dos materiais constituintes deve efetuar-se mecanicamente por um tempo 
não menor que 5 minutos de forma a se obter total homogeneidade. 
 
O transporte e lançamento do graute pode ser por bombeamento ou manualmente. 
Recomenda-se, sempre que possível, grautear de fiada em fiada, ou pelo menos em 2 vezes, 
 
 
 22 
 
 
 
 
uma até meio pé-direito e outra ao se atingir a última fiada. Este procedimento diminuirá a 
possibilidade de ocorrência de vazios nos alvéolos dos blocos. 
 
O graute deve ser adensado, Podem ser utilizados vibradores de agulha de pequeno 
diâmetro ou compactação manual. Muitas vezes, a própria pressão hidráulica gerada pela 
coluna líquida da mistura é suficiente. Em alguns casos pode ser necessário vibrá-lo 
(vibradores de agulha de pequeno diâmetro) ou compactá-lo manualmente (barras de aço do 
mesmo tipo utilizado como armadurana parede). A cura não é efetuada. 
 
 
5. FATORES IMPORTANTES NA DEFINIÇÃO DO PROJETO 
 
O construtor que optar pela Alvenaria Estrutural deve preparar o projeto para este 
sistema desde o início a fim de otimizar vantagens do mesmo. Procedimentos comuns na 
construção tradicional, principalmente a desvinculação dos projetos complementares, devem 
ser evitados. 
 
Assim, no anteprojeto, devem ser definidas quais serão as paredes estruturais e de 
vedação e os tipos de blocos a serem usados para estas paredes. Esta escolha é importante 
para a modulação do projeto. Com a modulação serão utilizados blocos e meio-blocos, sem 
necessidade de ajustes na obra com quebras dos mesmos para adequação das dimensões. 
Nesta etapa deve também ser definido o tipo de laje a ser usado (moldada in loco ou pré-
moldada). 
 
Após terminado o anteprojeto, são feitos os projetos complementares (hidráulico, 
elétrico, etc.). É importante que os responsáveis pelos projetos tenham em mãos o 
anteprojeto com todas as informações relevantes e sejam coordenados por um único 
responsável pelo projeto global. Desta forma, serão evitadas interferências de um projeto 
sobre o outro, tais como passagem de eletrodutos por paredes estruturais, cortes e rasgos 
desnecessários, etc. 
 
 
 
 23 
 
 
 
 
Dispondo-se de todos os projetos complementares, deve-se preparar os projetos 
executivos, com detalhamentos de elevações (internas e fachadas), portas, janelas, junção de 
paredes, blocos especiais, etc. 
 
Do projeto devem constar também os tipos de blocos a serem utilizados, detalhes 
técnicos dos mesmos tais como resistência à compressão, tipo de argamassa e graute (se 
necessário), etc. 
 
 
6. FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE DA ALVENARIA 
 
 
Vários cuidados devem ser tomados em obra para que a alvenaria tenha o 
desempenho e a resistência estabelecidos no projeto. Assim, a resistência de elementos de 
alvenaria (paredes e pilares) depende de uma série de fatores que podem ser divididos em 
dois grupos. O primeiro, relacionado com a resistência básica da alvenaria, inclui as 
características físicas e mecânicas dos materiais empregados e a técnica construtiva utilizada 
na construção. Neste grupo destacam-se: 
 
 resistência do bloco; 
 geometria da unidade; 
 resistência da argamassa; 
 deformação característica do bloco e da argamassa; 
 espessura da junta; 
 taxa de sucção inicial do bloco; 
 retentividade de água da argamassa; 
 qualidade da mão de obra; 
 condições de cura. 
 
O segundo grupo de fatores decorrem da concepção do elemento de alvenaria, como 
por exemplo, taxa de esbeltez, excentricidade do carregamento, etc. 
6.1 Resistência do bloco 
 
 
 
 24 
 
 
 
 
A resistência à compressão do bloco é o mais importante fator na resistência à 
compressão da alvenaria. 
 
A resistência à compressão do bloco é função da matéria-prima empregada, do 
processo de fabricação, da forma e do tamanho. 
 
O aumento na resistência à compressão das unidades implica no aumento da 
resistência da alvenaria. Entretanto esta relação não é linear. A resistência da parede é 
sempre menor que a resistência da unidade. Considerando como “fator de eficiência” à razão 
resistência da alvenaria/resistência da unidade, observa-se que: 
 
 o fator eficiência diminui com o aumento da resistência das unidades; 
 o fator eficiência é maior para blocos do que para tijolos. 
 
O fator de eficiência das alvenarias de blocos de concreto varia de 45 % a 90 %. Já 
para as de blocos cerâmicos obtém-se fator de eficiência entre 25 % e 50 %. Para tijolos 
cerâmicos maciços a eficiência fica em torno de 20 %. 
 
6.2 Geometria da Unidade 
 
Quanto maior a altura do bloco em relação à espessura da junta, maior a resistência 
da parede. 
 
O bloco deve ainda ter as dimensões o mais homogêneas possível e suas superfícies 
devem ser planas e sem fissuras. Com isto evita-se juntas de concentração de tensões que 
podem ocasionar a ruptura da parede. 
 
6.3 Resistência da Argamassa 
 
A influência da resistência à compressão da argamassa aumenta com o aumento da 
qualidade do bloco e conseqüente aumento das tensões admissíveis. As propriedades 
mecânicas do material de assentamento são muito importantes para a resistência à 
 
 
 25 
 
 
 
 
compressão da alvenaria, uma vez que o mecanismo de ruptura da parede está diretamente 
ligado à interação entre junta e unidade. 
 
6.4 Espessura das juntas 
 
Pode-se melhorar a resistência de uma alvenaria diminuindo-se as espessuras das 
juntas e a relação espessura da junta/altura da unidade. 
 
Diversas pesquisas indicam que a espessura ótima para as juntas de alvenaria é de 1 
cm. Valores menores, que teoricamente levariam a alvenarias mais resistentes, não são 
recomendáveis pois a junta não conseguiria absorver as imperfeições que ocorrem nas 
unidades. 
 
6.5 Qualidade da mão de obra 
 
A mão de obra tem grande influência na qualidade da alvenaria. A falta de 
treinamento e motivação pode trazer prejuízos ao desenvolvimento dos serviços. Os 
problemas mais comuns nas construções de alvenaria, relacionados com a mão-de-obra são: 
 
6.5.1 Preenchimento das juntas 
 
As juntas horizontais devem ser completamente preenchidas. Juntas incompletas 
podem reduzir a resistência da alvenaria em até 33%. 
 
O não preenchimento das juntas verticais tem pouco efeito na resistência à 
compressão, mas afeta a resistência à flexão e ao cisalhamento da parede. 
 
6.5.2 Espessura da junta 
 
A espessura das juntas deve ser controlada. Quando a mão de obra é despreparada, é 
comum a construção com juntas mais grossas que o desejável, pois estas facilitam o 
processo de assentamento das unidades e aumentam a produtividade. 
6.5.3 Exposição a condições climáticas adversas logo após o assentamento 
 
 
 
 26Perda excessiva de umidade por evaporação em clima quente pode impedir a 
hidratação completa do cimento, ocasionando redução na resistência da argamassa. 
 
6.5.4 Proporcionamento da argamassa 
 
O traço da argamassa a ser empregado deve manter-se sempre igual ao longo da obra 
conforme especificação do projeto. É importante que a argamassa tenha resistência, 
trabalhabilidade e retenção de água adequadas. 
 
São procedimentos bastante comuns em obra a adição de mais cal e/ou água para 
melhorar a trabalhabilidade e a perda de água decorrente da evaporação. Estes 
procedimentos, embora não tenham uma influência muito significativa na resistência final, 
são indesejáveis. 
 
6.5.5 Perturbação das unidades após o assentamento 
 
A perturbação das unidades após o assentamento pode alterar as condições de 
aderência entre as unidades e a argamassa. Pode também produzir fissuras na argamassa, 
alterando assim a resistência final da alvenaria. Este fato é comum e ocorre quando o 
pedreiro tenta corrigir eventuais erros de prumo, através de batidas nas unidades, tentando 
recolocá-las na posição correta. 
 
6.5.6 Ritmo da construção 
 
Quando se constrói em um ritmo exagerado, pode-se estar assentando um número 
excessivo de fiadas sobre uma argamassa que ainda não tenha adquirido uma resistência 
adequada à compressão gerando deformações. Esta não é necessariamente uniforme, e 
prejudica o prumo e o alinhamento da parede. 
 
 
6.5.7 Desvio do prumo ou alinhamento da parede 
 
 
 
 27 
 
 
 
 
Paredes fora de prumo, com reentrâncias ou não alinhadas com as paredes dos 
pavimentos inferior ou superior, produzirão cargas excêntricas com conseqüente redução na 
resistência. Um defeito de 12 a 20 mm implicará num enfraquecimento da parede entre 13 e 
15%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III - OS PROJETOS 
 
 
 
 
 28 
 
 
 
 
1. COORDENAÇÃO DE PROJETOS 
 
A coordenação dos projetos eleva a qualidade do projeto global e, conseqüentemente, 
melhora a qualidade da construção. Muitas medidas de racionalização e praticamente todas 
as medidas de controle da qualidade dependem de uma clara especificação na sua fase de 
concepção. Não é possível controlar uma atividade ou produto, se suas características não se 
encontram perfeitamente definidas. Da mesma forma, a execução somente poderá ser 
planejada de forma eficiente se o projeto apresentar todas as informações necessárias para o 
planejamento. 
 
O processo construtivo em Alvenaria Estrutural deve ser concebido, sempre que 
possível, a partir da coordenação dos projetos. Os principais objetivos da coordenação são: 
 
 promover a integração entre os participantes do projeto, garantindo a 
comunicação e a troca de informações entre os integrantes e as diversas etapas 
do empreendimento; 
 controlar as etapas de desenvolvimento do projeto, de forma que este seja 
executado conforme as especificações e requisitos previamente definidos (custos, 
prazos, especificações técnicas); 
 coordenar o processo de forma a solucionar as interferências entre as partes do 
projeto elaboradas pelos distintos projetistas; 
 garantir a coerência entre o produto projetado e o modo de produção, com 
especial atenção para a tecnologia do processo construtivo utilizado. 
 
Para atingir os objetivos acima os principais aspectos a serem observados na 
coordenação dos projetos são: 
 
 definição clara dos objetivos e parâmetros a serem repassados aos diversos 
profissionais como requisitos do projeto; 
 definição clara de todas as partes que constituem os projetos, bem como o seu 
conteúdo; 
 definição e padronização da forma de apresentação das informações 
(padronização da representação gráfica); 
 
 
 29 
 
 
 
 
 criação de uma sistemática de avaliação e retroalimentação dos problemas 
enfrentados durante a execução dos projetos, de forma a aumentar continuamente 
a tecnologia da empresa através da experiência; 
 integração intensa entre projeto e obra, inclusive durante a execução do 
empreendimento, de forma a dar suporte a possíveis alterações a serem 
realizadas; 
 definir antecipadamente a quem caberá o detalhamento executivo de cada projeto 
complementar. 
 
A implantação de um sistema de coordenação de projetos aumenta a confiabilidade 
do processo e diminui as incertezas em todas as atividades, principalmente na execução. Por 
esta razão, recomenda-se que o projetista busque a integração dos diversos projetos. 
 
 
2. PROJETO ARQUITETÔNICO 
 
Como mencionado anteriormente, o projetista de alvenaria estrutural deve pensar 
alvenaria estrutural, devido às particularidades de seus procedimentos. 
 
O projeto arquitetônico é restringido pelos condicionantes ligados a todos os demais 
projetos. Por outro lado, ele é o projeto que estabelece o partido geral do edifício, e assim 
condiciona o desenvolvimento de todos os demais. Por este motivo, o sucesso do 
empreendimento dependerá da cuidadosa elaboração do projeto arquitetônico que 
influenciará todos os outros projetos. Caso o partido arquitetônico não seja adequado, será 
muito difícil compensá-lo através de medidas tomadas nos projetos complementares ou em 
intervenções na obra. 
 
Algumas restrições estruturais são impostas ao projeto arquitetônico, e devem ser 
levadas em conta na criação do mesmo. Entre as restrições devem ser destacadas: 
 
 o número de pavimentos possíveis de serem alcançados com os materiais 
disponíveis no mercado; 
 o arranjo espacial das paredes e a necessidade de amarração entre os elementos; 
 
 
 30 
 
 
 
 
 as limitações quanto à existência de transição para estruturas em pilotis no térreo 
ou subsolos; 
 a impossibilidade de remoção de paredes. 
 
FUNDAMENTOS DO PROJETO ARQUITETÔNICO 
Verificar condicionantesdo projeto. 
Objetivar máxima simetria. 
Utilizar modulação. 
Compatibilizar os projetos arquitetônicos com o estrutural e os de instalações. 
Prever as paredes que podem funcionar como vedação, utilizando-as para passagem de 
tubulações. 
Apresentar os detalhes construtivos de forma clara e objetiva. 
Usar escalas diferentes para planta e detalhes. 
Quadro 2.1 - Fundamentos do projeto arquitetônico 
 
 
2.1 Definição dos condicionantes de projeto 
 
Os principais fatores condicionantes do projeto são: arranjo arquitetônico, 
coordenação dimensional, otimização do funcionamento estrutural da alvenaria, 
racionalização do projeto e da produção. 
 
Devem ainda ser levados em conta os requisitos dos usuários, os custos (incluindo 
aqueles de utilização e de tempo de execução), os requisitos de desempenho e os aspectos de 
segurança e confiabilidade. 
 
 
O problema da impossibilidade de remoção de paredes, que limita a flexibilidade 
funcional dos ambientes, pode também ser satisfatoriamente resolvido, se algumas poucas e 
determinadas paredes forem previamente classificadas como possíveis de serem eliminadas. 
 
2.2 Simplificação do projeto 
 
 
 
 31 
 
 
 
 
A simplificação do projeto é uma das principais formas de melhorar a 
construtibilidade. Para se obter um projeto simplificado, é recomendável seguir os passos 
abaixo: 
 
 utilizar o menor número de componentes possível; 
 concentrar trabalhos com um único tipo de material ou função; 
 utilizar materiais facilmente encontrados no mercado, com tamanho e 
configuração padrões; 
 utilizar materiais e componentes simples, fáceis de serem conectados, 
empregando o mínimo de serviço especializado possível; 
 concentrar atenção nas juntas entre componentes e entre elementos construtivos; 
 reunir em um só elemento vários componentes ou funções; 
 priorizar prumo, nível e esquadro (evitar projetar ângulos, inclinações e 
superfícies curvas); 
 usar grandes componentes, para que cubram grandes áreas, volumes, metragens 
lineares, não esquecendo, entretanto, de limitar seu tamanho para não dificultar o 
manuseio. 
 
2.3 Simetria 
 
O projetista deve procurar um equilíbrio, na distribuição das paredes resistentes por 
toda a área da planta, Caso contrário, os carregamentos podem concentrar-se em uma 
determinada região do edifício levando a necessidade de utilização de materiais com 
resistências diferentes para as paredes do mesmo pavimento ou do grauteamento de 
determinadas paredes, o que não é recomendável em relação ao custo e à construtibilidade. 
 
 
O projetista deve buscar distribuir igualmente as paredes estruturais em ambas as 
direções para garantir a estabilidade do edifício em relação às cargas horizontais. Também 
devido às cargas horizontais, é importante a criação de plantas o mais simétricas possíveis 
para diminuir o surgimento de tensões devido à torção. 
 
 
 
 32 
 
 
 
 
2.4 Modulação 
 
Coordenação modular é a técnica que permite relacionar as medidas de projeto com 
as medidas modulares por meio de um reticulado especial modular de referência. 
 
A modulação é a base do sistema de coordenação dimensional utilizado nos edifícios 
em alvenaria estrutural. O arquiteto, desde a elaboração dos primeiros traços, deverá 
trabalhar sobre uma malha modular, cujas medidas são baseadas no tipo de componente 
utilizado na alvenaria. 
 
A coordenação modular pode representar acréscimos de produtividade de cerca de 
10%. Consegue-se evitar cortes e outros trabalhos de ajuste no canteiro que representariam 
perda de tempo, material e mão de obra. Além disso, os projetos arquitetônicos estruturais e 
de instalações devem ser compatibilizados, bem como deve se ter um adequado controle da 
execução com controle das juntas. 
 
A facilidade com que se implanta a coordenação modular nos edifícios em alvenaria 
estrutural é um dos principais motivos que tornam o processo favorável à implantação de 
medidas de racionalização. Estas facilidades, são obtidas devido a própria forma de 
execução, que simplifica a padronização dos serviços, a coordenação das atividades, o 
treinamento e qualificação da mão de obra entre outras. 
 
A coordenação modular só pode ser alcançada se os blocos forem padronizados e se 
os projetos arquitetônicos, estruturais e de instalações forem compatibilizados. Além disto 
durante a execução na obra devem ser tomadas medidas para garantir juntas com tolerâncias 
adequadas a modulação adotada. 
 
A modulação deve ocorrer tanto na vertical quanto na horizontal. Ela é obtida através 
do traçado de um reticulado de referência, a partir de um módulo básico escolhido 
(dimensões do bloco mais espessura de juntas, sendo que usualmente os módulos são de 
15cm ou 20cm). As alturas e larguras das paredes devem ser considerados múltiplos do 
módulo básico. A posição dos blocos no reticulado é tal que duas faces suas sempre 
tangenciam as linhas tracejadas. Segundo a experiência de vários projetos e projetistas, a 
 
 
 33 
 
 
 
 
modulação ideal é aquela em que o módulo é igual a espessura da parede, não sendo 
necessária a criação de blocos especiais para ajustes nas amarrações. 
 
A coordenação modular deve ser compatibilizada com os vãos de portas e janelas, 
tendo em vista as dimensões externas de marcos e forras e a necessidade de juntas entre estes 
e a alvenaria. Conforme o tipo de janela (madeira, ferro ou alumínio), a fixação deve ser 
estudada e estabelecidas as folgas necessárias, para consideração na coordenação modular. 
 
Na prática, entretanto, diversos parâmetros construtivos nos obrigam a acomodar 
algumas dimensões. As lajes, por exemplo, têm sua espessura determinada pelo seu 
dimensionamento econômico que raramente coincide com o módulo. Nessas condições a 
preocupação de modulação vertical se restringirá à medida de piso a teto, tomando-se o 
cuidado de utilizar uma espessura constante de laje em todo o pavimento a fim de se obter 
um único nível de respaldo na última fiada e um único nível de saída para a primeira fiada 
do andar superior. 
 
Em muitos projetos são utilizados mais de uma espessura de parede. Assim, deve-se 
ter o cuidado de dispor o layout em planta de tal maneira que os comprimentos individuais 
de cada painel de parede fiquem modulados entre as paredesortogonais que as limitam. 
 
 
 
 
 
 
 34 
 
 
 
 
 banheiro
 copa/cozinha quarto
 hall
 sala quarto
 bloco 34 cm bloco 39 cm
 
Figura 2.5 - Exemplo de Modulação 
 
 
Além das peças-padrões descritas, existem inúmeros modelos para aplicações mais 
específicas, tais como: bloco canaleta estrutural, meia canaleta estrutural, bloco hidráulico 
estrutural, bloco especial estrutural de canto 45
o
, etc. 
 
 
(a) 
 
(b) 
 
(c) 
Figura 2.6 – Blocos especiais: (a) hidráulico; (b) Canaleta; (c) Meia-Canaleta 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
 
 
 
 
2.5 Passagem de Dutos 
 
Na execução das instalações do edifício deve-se evitar o rasgo de paredes estruturais 
para o embutimento das instalações. Rasgos de paredes significam retrabalho, desperdício, 
maior consumo de material e mão de obra e principalmente insegurança sob o ponto de vista 
estrutural pela redução da secção resistente. 
 
Para evitar este problema pode-se utilizar as seguintes alternativas: 
 
 a utilização de paredes não estruturais para o embutimento das tubulações; 
 aberturas de passagens tipo shafts para a passagem das tubulações; 
 a passagem por blocos especiais (blocos hidráulicos); 
 o emprego das tubulações aparentes. 
 
A melhor alternativa tanto sob o ponto de vista construtivo quanto da segurança 
estrutural é o uso de shafts. Deve-se prestar atenção quanto à localização e dimensão dos 
mesmos. 
 
O projetista arquitetônico deve procurar agrupar ao máximo as instalações, ou seja, 
projetar banheiros e cozinhas o mais próximos possível. Com isto economizará espaço na 
arquitetura e reduzirá a quantidade de shafts. 
 
Os shaft podem ter os mais variados tamanhos. Isto depende do número de 
instalações que o projetista conseguir agrupar. Como regra, sugere-se os tamanhos mínimos 
mostrados nos exemplos abaixo. 
 
 
 
 36 
 
 
 
 
 variável conforme box
 vazio na laje para
 passagem de dutos
 placa de fechamento
 mínimo meio-bloco
 
Figura 2.7 - Detalhe de shaft de alvenaria com blocos (19x19x39 cm) 
 
 vazio na laje para passagem de dutos
 placa de fechamento
 bloco de vedação (14x19x39 cm)
 mínimo 25 cm 
 mínimo 19 cm (meio-bloco)
 
Figura 2.8 - Detalhe de shaft de alvenaria com blocos (19x19x39cm) 
 
 parede estrutural
 Variável
 
 
 vazio na laje
 
 parede de vedação
 
Figura 2.9 - Exemplos de shafts 
 
 
 
 37 
 
 
 
 
2.6 Paginação 
 
É o detalhamento das paredes, uma a uma, onde são representadas janelas (com 
vergas e contra-vergas), instalações, etc. 
 
Nas elevações deverão ser mostradas além de aberturas, vergas, contra-vergas, etc., 
também os eletrodutos, caixas de passagem, interruptores, bem como as tubulações 
hidráulicas. Essas paginações devem ser providas pelo projetista arquitetônico para a 
elaboração dos projetos hidráulico e elétrico. 
 
Tanto a primeira fiada como as elevações das paredes devem ser desenhadas em 
escalas não inferiores a 1:50. Para facilitar a leitura em obra é recomendável que estes 
desenhos sejam feitos em escala 1:25. 
 
Detalhes de fixação de tubulações aparentes poderão ser apresentados em cortes com 
escala apropriada. 
 
 
 QDL verga interruptores tomadas
 
Figura 2.10 - Exemplo de Paginação 
 
 
 
 
 
 
 38 
 
 
 
 
 
Resumindo-se o que foi visto nesta secção, têm-se o seguinte roteiro para projeto 
arquitetônico: 
 
(a) Conhecer condicionantes do projeto; 
(b) Fazer reticulado; 
(c) Fazer partido sobre a malha, procurando o máximo de simetria possível entre as paredes 
estruturais; 
(d) Compatibilizar vãos e portas com dimensões externas dos marcos e com o tipo de 
abertura a ser usada (madeira, ferro ou alumínio); 
(e) Dispor os shafts e considerar espaços para passagens de tubulações, estudando as paredes 
que podem ser utilizadas somente como vedação; 
(f) Desenhar a primeira e segunda fiadas; 
(g) Fazer as paginações, principalmente das paredes mais

Outros materiais