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RESUMO MACROECONOMIA

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RESUMO DE MACROECONOMIA – Felipe Lemos 
 
AULA 1 
Na nossa primeira aula, vamos estudar o Produto Interno Bruto (PIB), evidenciando sua 
importância como indicador da avaliação da economia de um país. 
Vamos apresentar o PIB sob as óticas da produção, da despesa e da renda, mostrando sua 
importância, sua composição e o que é considerado ou não no seu cálculo. 
Para melhor entendimento do PIB, vamos definir o PIB nominal e o PIB real e apresentar a 
forma de cálculo destes dois tipos de PIB. Vamos introduzir o cálculo do deflator do PIB e da 
taxa de inflação, evidenciando sua utilidade para o estudo do crescimento da economia de um 
país. 
Por fim, vamos mostrar as limitações da consideração do PIB como medida do crescimento 
econômico e como indicador do bem-estar social, mencionando os conceitos de PIB per capita 
e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). 
Medição das variáveis macroeconômicas 
A Ciência Econômica divide-se em dois ramos: a Microeconomia e a Macroeconomia. 
Microeconomia: A Microeconomia estuda como as famílias e empresas tomam decisões e 
como interagem nos mercados. Basicamente estuda a relação entre vendedores e 
compradores, ou seja, entre a oferta e a demanda. 
O encontro entre os ofertantes e os demandantes acaba por determinar o preço do produto 
comercializado. A determinação dos preços é a essência da Microeconomia. 
Macroeconomia: Já a Macroeconomia parte da relação entre a oferta e a demanda na 
determinação dos preços, mas consiste no estudo da Economia como um todo e tem por 
objetivo explicar as mudanças que afetam o seu funcionamento. 
Assim, procura explicar, por exemplo, por que a renda média é elevada em alguns países e 
baixa em outros, por que os preços sobem rapidamente em algumas épocas e permanecem 
estáveis em outras e por que a produção e o emprego aumentam em alguns anos e se 
contraem em outros. 
Produto Interno Bruto (PIB) 
Para monitorar o desempenho da economia em sua totalidade, os órgãos estatísticos calculam 
o Produto Interno Bruto (PIB), que vem a ser a produção total de um país ou de regiões. 
Uma vez que a produção que está sendo calculada é a produção vendida, o PIB de um país 
pode também ser mensurado através da despesa total dos compradores na aquisição dos bens 
e serviços produzidos na sua economia. 
O dinheiro gerado nas vendas totais no país vem a ser o total dos recursos financeiros que 
todos têm para viver. 
É a renda total de um país e indica se uma economia vai bem ou vai mal; se a população conta 
com mais ou menos recursos financeiros para viver. O PIB pode ser então mensurado ainda 
através da renda total. 
O PIB é o indicador mais utilizado na avaliação do desempenho de uma economia. Por ser a 
medição de estatísticas sobre a produção total do país, é acompanhado por responsáveis pela 
política econômica, por homens de negócio e pela comunidade financeira. 
Mais precisamente, o PIB pode ser definido como o valor de todos os bens e serviços finais 
produzidos em um país, em um dado período de tempo, geralmente o ano civil. 
O PIB soma vários tipos de produtos em uma economia em um valor total. É preciso atentar 
para o termo “valor”. Isto porque surge sempre uma dúvida inicial quando se diz que o PIB é a 
soma de tudo que é produzido no país. 
Como calcular o PIB? Se for assim, como é possível somar grandezas heterogêneas, como 
quantidade de pães, quilos de café, litros de leite, prestação de serviços como os ingressos de 
cinema? Realmente esta soma não pode ser feita. A solução é então utilizar o conceito de 
valor. Se a produção do país fosse só de café e pão, por exemplo, bastaria verificar quantas 
unidades de café foram vendidas e a que preço e obteríamos o faturamento do vendedor na 
venda de café, ou seja, o valor em reais apurado com o café. O mesmo seria feito com o pão. 
Ao final, os dois valores seriam somados e teríamos o PIB, em valor. Em suma, o PIB sempre é 
medido em valor, ou seja, monetariamente. O PIB brasileiro é expresso em reais, o PIB 
americano em dólares e o alemão em euros, para citarmos apenas alguns exemplos. Vimos 
então que o PIB pode ser expresso através de três óticas: da produção, da despesa e da renda. 
PIB pela ótica da produção 
4 Observações: 
1- Sendo o PIB uma medida de produto, não se pode chegar ao seu valor simplesmente 
somando todas as receitas registradas no país. Assim, todos os bens e serviços 
produzidos no ano devem apenas ser contados uma vez. 
Muitos bens passam por vários estágios de produção, antes de chegar às mãos do 
cliente final. 
2- As transações financeiras e as transferências de renda não estão incluídas no PIB 
porque não envolvem produção. 
Por exemplo: compra e venda de ações, debêntures, títulos da dívida pública, pois 
consistem em transferências de renda entre particulares ou agentes públicos. 
3- Só a produção elaborada dentro do país é contada. Quando um estrangeiro ganha 
renda no Brasil, ela é contada no PIB brasileiro, mas não a renda recebida por 
brasileiros no exterior. 
4- Só os produtos produzidos no período corrente são contados. Produtos produzidos no 
passado não são contados. O PIB mede duas coisas ao mesmo tempo: a renda total de 
todas as pessoas da economia e a despesa total com os bens e serviços produzidos na 
economia. O PIB consegue medir tanto a renda total como a despesa total porque, na 
verdade, para a economia como em seu todo, a renda deve ser igual à despesa. 
Para se evitar a dupla contagem, é preciso que se retirem os bens que são usados em 
estágios intermediários da produção — bens intermediários — dos cálculos dos bens 
finais e serviços, que são aqueles comprados pelo usuário final, e não por quem vai 
revendê-los ou promover uma transformação produtiva neles. 
PIB pela ótica da despesa 
 
 
PIB pela ótica da renda 
Pela ótica da renda, o PIB pode ser calculado pela soma da remuneração dos fatores de 
produção utilizados na obtenção de todos os bens e serviços, durante o ano. 
 A produção de bens e serviços tem custo porque os recursos devem ser alocados para a 
produção desses bens e serviços. Estes custos geram as rendas dos proprietários dos fatores 
de produção. 
Renda (Y) = componentes da renda (salários, renda de autônomos, juros, lucros e aluguéis) + 
impostos indiretos, depreciação e renda líquida enviada ao exterior. 
PIB real 
Se a despesa total aumenta de um ano para o outro, pelo menos uma das duas situações pode 
ter ocorrido: 
1) A economia está produzindo uma quantidade maior de bens e serviços e/ou 
2) Os bens e serviços estão sendo vendidos a preços mais elevados. 
Quando os economistas estudam mudanças ao longo do tempo, esses dois efeitos devem ser 
separados. Ou seja, eles desejam estabelecer uma medida da quantidade de bens e serviços 
produzidos na economia que não sejam afetados pelas variações nos preços desses bens e 
serviços. 
Para isso, os economistas usam uma medida chamada de PIB real, que responde à seguinte 
questão hipotética: 
Qual seria o valor dos bens e serviços produzidos este ano se os avaliássemos aos preços 
vigentes em algum outro ano específico? 
Avaliando a produção a preços fixos em níveis passados, por exemplo, o PIB real mostra como 
a produção geral de bens e serviços da economia muda com o passar do tempo. 
Vale ressaltar que o crescimento econômico corresponde ao aumento do PIB. Como o cálculo 
do PIB é realizado pela multiplicação do preço pela quantidade, seu crescimento pode se dar 
tanto pelo aumento dos preços como pelo aumento das quantidades. 
Como no PIB real o que interessa é verificar se houve aumento das quantidades produzidas, a 
solução é imaginar que não houve aumento dos preços, ou seja, a ocorrência de inflação, poisdesta forma, se houver variação do PIB, o aumento decorre de variação nas quantidades. 
Deflator do PIB 
Até este ponto, vimos a avaliação da evolução do valor do PIB (PIB nominal), e a evolução da 
quantidade produzida (PIB real). Podemos agora ver também como as variações dos níveis de 
preços podem ser aferidas, através do cálculo do chamado deflator. 
O deflator do PIB é calculado de forma a refletir apenas os aumentos dos preços dos bens e 
serviços. É uma medida do nível de preços calculada como a razão entre o PIB nominal e o PIB 
real multiplicada por cem. 
Como o PIB nominal e o PIB real devem ser iguais no ano-base, o deflator do PIB para o ano-
base é sempre igual a 100. 
 O deflator do PIB é um número adimensional que mostra apenas o patamar em que se 
encontra a média dos preços dos produtos que foram considerados no cálculo do PIB nominal. 
O exemplo mostra os níveis de preços a partir do patamar de 100. 
Inflação 
A inflação se refere a uma situação em que o nível geral de preços da economia aumenta. A 
taxa de inflação é a mudança percentual do nível de preços de um período para o outro. Ao 
empregar o deflator, a taxa de inflação entre dois anos consecutivos é calculada da seguinte 
forma: 
 
 
O que você entende de PIB como medida do bem estar? 
Para considerarmos o PIB como medida do bem-estar, precisamos, inicialmente, entender este 
conceito. 
Considerando-se o conceito de bem-estar econômico, pode-se afirmar que o crescimento 
econômico aumenta o bem-estar, na medida em que o aumento e a diversificação da 
produção permitem à população contar com mais produtos à sua disposição, bem como 
contar com a introdução de novos produtos (o celular e a internet são exemplos). 
Todavia, o PIB pode não captar alterações do bem-estar social, que apresenta um conceito 
mais amplo, envolvendo aspectos qualitativos como condições de saúde, educação, não 
violência urbana, distribuição de renda etc. 
 
PIB per capita 
O PIB per capita, que é o PIB total dividido pelo número de habitantes, pode ser considerado 
uma medida natural do bem-estar econômico do indivíduo médio. 
Todavia, existem críticas quanto à validade do PIB per capita como medida perfeita do bem-
estar, por não levar em consideração aspectos qualitativos da educação, saúde, lazer, 
qualidade do meio ambiente e distribuição de renda. 
Em síntese, podemos afirmar que o PIB per capita é uma boa medida do bem-estar econômico 
para a maioria dos propósitos, mas não para todos os propósitos. 
Uma maneira de avaliar a utilidade do PIB como medida do bem-estar econômico é examinar 
dados internacionais do PIB. Países pobres e ricos têm níveis muito diferentes de PIB per 
capita. Se um PIB elevado se traduz em melhor padrão de vida, deve-se observar que o PIB 
está fortemente correlacionado com medidas de qualidade de vida. 
Nos países ricos, como os EUA, Japão, Canadá, Suécia, Noruega, Alemanha, Inglaterra, Suíça e 
França, as pessoas têm expectativa de vida de 80 anos, quase toda a população sabe ler, 
grande parte usa internet regularmente, a taxa de mortalidade infantil e desnutrição é baixa e 
há acesso à água tratada. 
Já em países pobres como o Haiti, Paquistão, Somália, Nigéria e Bangladesch, a expectativa de 
vida é de 60 anos, grande parte da população é analfabeta, o uso da internet é raro, as taxas 
de mortalidade infantil e desnutrição são altas e não há acesso à água tratada, dentre outros 
aspectos que denotam baixa qualidade de vida ou sua ausência. 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 
Um indicador utilizado para avaliar o bem-estar do ponto de vista social é o Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado periodicamente pelas Nações Unidas. 
Trata-se de um índice calculado a partir de uma média de indicadores sociais (taxa de 
alfabetização, nível de escolaridade e expectativa de vida) e econômicos (PIB real per capita). 
São considerados no cálculo do IDH os seguintes indicadores: 
 Índice de esperança de vida, esperança de vida ao nascer em anos; 
 Índice de educação; 
 Taxa de alfabetização de adultos (2/3 do índice); 
 Taxa de escolaridade bruta conjunta do 1º, 2º e 3º graus (1/3 do índice); 
 Índice do PIB: PIB real per capita, em dólares ajustados pelo poder de compra dos 
países. 
Para a maioria dos países, a classificação a partir do IDH apresenta alto grau de correlação com 
o PIB per capita. 
Os maiores contrastes são registrados nos países árabes produtores de petróleo, que 
apresentam IDH baixo e estão entre os países mais ricos do mundo. Já os países que integram 
a União Soviética apresentam IDH proporcionalmente mais elevado que o PIB per capita. 
 
AULA 2 
Nesta aula, vamos examinar como os economistas medem o custo de vida geral, ou seja, como 
verificam de quanto aumentou ou diminuiu a despesa média da sociedade, em decorrência 
das alterações dos preços em geral. As variações dos preços são observadas através dos 
índices de preços. 
Índices de preços 
São estatísticas que visam monitorar mudanças no custo de vida dos consumidores ao longo 
do tempo. 
O aumento do índice de preços significa que um consumidor gasta mais dinheiro para manter 
o mesmo padrão de vida. 
 
Inflação 
Ocorre quando há elevação do nível geral de preços e a equivalente desvalorização do valor da 
moeda (valor do dinheiro). 
O Processo Inflacionário 
Falar em inflação é falar do aumento geral dos preços. 
Embora a variação dos preços possa ser diferente para cada produto, a variação do índice geral 
reflete a média dessas variações. 
A inflação não se limita a um grupo específico de bens ou de serviços. 
Quando se instala efetivamente ela alcança, praticamente, todos os produtos, ainda que com 
intensidades variadas. 
Trata-se de um processo dinâmico de preços em alta, e não de uma situação estática de preços 
altos. 
No processo inflacionário, os índices de preços mudam de patamar, reproduzindo-se em níveis 
cada vez mais altos. 
É um processo de alta dos preços em geral, persistente e continuada. 
A cada período de tempo, deteriora-se o valor da moeda, ou seja, as pessoas compram menos 
produtos com o mesmo valor de dinheiro. 
Em suma, a inflação é o aumento contínuo e generalizado de preços. 
Como a inflação é calculada? 
A mensuração da inflação é feita através de índices, calculados a partir de preços coletados em 
intervalos de tempo regulares, ponderados por suas relativas importâncias nos gastos do 
consumidor. 
Os índices atendem a diferentes objetivos e têm diferentes níveis de abrangência setorial ou 
espacial. 
Os principais índices calculados no Brasil são apurados pelas instituições relacionadas a seguir: 
 IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): Calcula o INPC (Índice Nacional de 
Preços ao Consumidor) e o INPCA (Ìndice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), 
que são os índices de preço ao consumidor em âmbito nacional. 
 FGV - RJ (Fundação Getúlio Vargas): Calcula, dentre outros, o IGP-M (Índice Geral de 
Preços do Mercado) e o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), que 
são índices gerais de preços, calculados como médias ponderadas de outros índices. 
 FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas): Calcula o IPC (Índice de Preços ao 
Consumidor de São Paulo). 
 
Diferenças entre os índices de preços 
As diferenças detectadas nos índices de preços decorrem: 
1. Da cesta de produtos considerada, que define se o índice de preços é de varejo ou 
atacado; 
2. Das faixas de renda cobertas expressas em termos de salários mínimos; 
3. Da abrangência nacional ou regional 
4. Do período de coleta 
5. Do período de divulgação 
*Atenção! 
O Índice de Preços ao Consumidor, que se refere aos preçosno varejo, reflete o nível dos 
preços dos produtos ou serviços no ato da venda final. 
Etapas para definição do índice de preços 
São cinco as etapas consideradas para a elaboração do índice de preços ao consumidor, como 
veremos no seguinte exemplo: 
A primeira etapa no cálculo deste índice é a escolha dos itens que compõem a cesta de 
produtos adquiridos por um consumidor típico, que tem determinada faixa de renda. 
A segunda etapa é a coleta de preços de cada um dos bens e serviços escolhidos em cada 
instante do tempo. 
A terceira etapa corresponde ao cálculo do custo da cesta de bens e serviços, utilizando os 
preços coletados em diferentes momentos. 
A quarta etapa consiste na escolha de um ano base (no caso, 2010) e cálculo do índice. 
 
 
Como quinta etapa, pode-se usar o índice de preços ao consumidor para calcular a taxa de 
inflação em relação ao ano anterior. 
 
 
Fatores que podem influenciar no nível de inflação 
Em resumo, o Índice de Preços ao Consumidor mostra o custo de uma cesta de bens e serviços 
em relação ao custo da mesma cesta no ano base. O IPC é usado para medir o nível geral de 
preços da economia. A variação percentual desse índice mede a taxa de inflação. 
São três as razões que podem superestimar a inflação detectada: 
1. O índice não leva em consideração a capacidade que os consumidores têm de 
substituir, com o passar do tempo, os bens que se tornam mais caros por outros que 
se tornam relativamente mais baratos; 
2. 2. O índice não leva em consideração aumentos do poder aquisitivo da moeda causado 
pela introdução de novos bens. Isso porque se, quando existe maior quantia de 
dinheiro para a mesma quantidade de bens significa que a moeda perdeu valor, uma 
vez que os preços sobem, então quando há mais bens para a mesma quantia, os 
preços teriam que descer, e a moeda teria mais valor, mas a cesta fixa de bens impede 
o registro deste fato; 
3. O índice pode ser distorcido por variações não medidas na qualidade dos bens 
(produtos) e serviços, que fazem com que os produtos não sejam mais os mesmos na 
realidade. O índice de preços ao consumidor, que estamos estudando agora, e o 
deflator do PIB, que vimos no capítulo anterior, medem a inflação. 
*Um ponto importante a se destacar é que o índice de preços ao consumidor é uma medida 
imperfeita do custo de vida. 
Deflator do PIB x IPC 
Deflator do PIB 
Inclui todos os bens e serviços produzidos no país que compuseram o PIB, e não os bens e 
serviços de uso do consumidor. 
Deflator do IPC 
Considera apenas os bens e serviços que compuseram a cesta do consumidor. 
Por exemplo: 
O preço do avião da EMBRAER consta do deflator do PIB, mas não do IPC, pois as pessoas não 
compram avião no seu dia a dia. 
Além disto, as importações afetam o IPC, mas não o deflator do PIB, já que não fazem parte do 
produto do país. 
Ademais, o IPC usa uma cesta fixa de bens (quantidades fixas dos produtos que consomem). Já 
o deflator do PIB toma por base bens e serviços que vão se alterando ao longo do tempo, na 
medida em que as quantidades produzidas mudam a cada ano na composição do PIB, além de 
poderem passar a considerar produtos que não existiam, por exemplo. 
 
 
Os índices de preços são importantes, pois são usados para corrigir os efeitos da inflação 
quando comparamos valores monetários em diferentes anos. 
Quando uma quantia de dinheiro é corrigida por mudança no nível de preços (por força de lei, 
contrato etc.), diz-se que a quantia está indexada pelos índices que medem a inflação. Os 
valores serão corrigidos pelos índices de preços. 
Por exemplo: se você aluga uma casa por R$2.000,00, quando o IGP-M era 300 e se, um ano 
depois, este índice tiver aumentado para 600, vê-se que a inflação foi de 100%, ou seja, os 
preços dobraram. 
Se o contrato de aluguel tiver estipulado que o reajuste será indexado pelo IGP-M, o valor será 
também aumentado em 100%, ou seja, dobrará automaticamente no fim do período para 
R$4.000,00. 
Principais índices de preços no Brasil 
O Índice Geral de Preços do Mercado – IGP-M, Nos quadros a seguir constam os principais 
índices calculados no Brasil: 
Dentre os índices mais relevantes utilizados, no Brasil, destaca-se o Índice de Preços ao 
Consumidor Ampliado – IPCA, que é um índice de varejo e acompanha a evolução dos preços 
dos produtos ou serviços no ato da venda final. 
É importante do ponto de vista da política monetária, porque foi escolhido pelo Conselho 
Monetário Nacional como referência para o sistema de metas para inflação a implementado 
em 1999 e é o medidor oficial da inflação. 
É calculado pela Fundação Getúlio Vargas, e é o mais utilizado como indexador financeiro, 
corrigindo títulos da dívida pública federal e preços administrados como as tarifas de energia 
elétrica. 
 
AULA 3 
Os fatores de produção, o PIB Potencial e o PIB Efetivo 
Conforme já vimos na aula 1, o mercado de recursos produtivos ou dos fatores de produção 
que são utilizados na produção de produtos e serviços é composto por: 
 Reservas naturais ou terra 
 Trabalho ou mão de obra 
 Capital físico 
 Capital humano 
 Capacidade tecnológica 
 Capacidade empresarial 
 
 
PIB real 
No Brasil, assim como em outros países, o PIB real tem crescido, observando-se, porém, uma 
instabilidade em sua taxa de crescimento. 
Ocorrem períodos de expansão econômica, com elevadas taxas de crescimento do PIB, 
seguidas de períodos de redução no crescimento econômico. 
Tais flutuações nas taxas de crescimento do PIB real são chamadas de ciclos econômicos, que 
alteram fases de crescimento e fases de redução de crescimento. 
Ciclos Econômicos 
Quando o PIB real está em fase de crescimento, diz-se que uma economia está em período de 
boom ou aquecida. 
Na situação oposta, diz-se que a economia inicia um processo de recessão ou contração. 
Quando uma recessão se prolonga e ocorre forte redução da atividade econômica, identifica-
se uma fase de depressão. 
Para melhor entender as flutuações econômicas ou ciclos de negócios observados no PIB real, 
observe, a seguir, três características importantes: 
1. As flutuações econômicas são irregulares e imprevisíveis. 
2. A maior parte das variáveis macroeconômicas flutua conjuntamente. 
3. Com a queda da produção, o desemprego cresce. 
Ofertantes x demandantes 
As flutuações no nível do PIB influenciam a demanda e a oferta de trabalho. Entenda que, os 
trabalhadores são os ofertantes de trabalho (mão de obra) e as empresas são os demandantes 
de trabalho. 
Para medir as condições do emprego, os economistas usam o conceito de população em idade 
ativa (PIA), ou seja, que tem mais de 16 anos de idade. 
 
Entretanto, no Brasil, existem crianças com dez anos que já participam de atividades de 
trabalho na área rural, sendo este o limite inferior considerado. 
Taxa de desemprego 
A taxa de desemprego é o principal instrumento de medida das condições do mercado de 
trabalho e é calculada da seguinte forma: 
(Número de pessoas desempregadas/Número de pessoas na força de trabalho) x 100 
É importante destacar que o termo “desempregado” pode suscitar dúvidas. Estar 
desempregado é diferente de não estar trabalhando. 
Existem muitas situações nas quais as pessoas não são contadas como desempregadas, tais 
como: aposentadoria, invalidez ou doença, trabalho feito em domicílio, estar frequentando a 
escola etc. 
Alguns economistas preferem outro indicador — relação emprego / população —, que é 
considerado mais objetivo e com maior conteúdo de informação que a taxa de desemprego. 
Veja: 
(Número de pessoas empregadas com 10 anos ou mais/Total da população com 10 anos ou 
mais) 
Existem três tipos dedesemprego: 
 Desemprego Friccional: 
É causado por mudanças no mercado de trabalho. Este desemprego ocorre pela falta 
de informação perfeita entre trabalhadores e empregadores. Assim, essa falta de 
informação, que tem um custo e pode ser escassa, dificulta que empregados e 
empregadores identifiquem as melhores alternativas. 
 Desemprego Estrutural: 
Ocorre devido a características estruturais da economia. Dessa forma, para os 
trabalhadores, é difícil encontrar os empregos disponíveis e para os empregadores, 
não é fácil encontrar os trabalhadores qualificados para os postos de trabalho 
ofertados. Embora existam vagas disponíveis para os trabalhadores, as qualificações 
requeridas diferem daquelas que os trabalhadores desempregados possuem. Uma 
explicação para a ocorrência do desemprego estrutural são as mudanças do mercado e 
da tecnologia (introdução de novos produtos e de novas tecnologias). A “revolução 
dos computadores” substitui mão de obra e exclui trabalhadores não qualificados para 
postos que exigem adaptações a novas tecnologias. A diferença entre o desemprego 
friccional e o estrutural é que, no primeiro, os trabalhadores possuem a qualificação 
para ocupar os postos de trabalho e, no segundo, não possuem a qualificação exigida 
pelos empregos disponíveis. 
 Desemprego Cíclico: 
Ocorre quando há uma contração da economia de um país. Este passa a produzir 
menos bens em um tipo de indústria, e por consequência, os empregadores 
dispensam os empregados. 
Política macroeconômica 
Os resultados da política macroeconômica podem ser aferidos através de diferentes 
indicadores de desempenho como as taxas de crescimento do PIB, as taxas de desemprego e 
os índices gerais de preço. 
Muitas vezes, a economia como um todo pode apresentar resultados satisfatórios em alguns 
indicadores e menos satisfatórios em outros. Da mesma forma, as taxas de crescimento 
podem variar bastante conforme o grau de desenvolvimento dos países. 
Se compararmos economias de países desenvolvidos com as de países emergentes, veremos 
que: 
Países desenvolvidos: O crescimento demográfico é baixo e o PIB per capita e outros índices de 
bem-estar já estão consolidados, sofrendo as taxas de crescimento do PIB acréscimos 
menores. 
Países emergentes: As taxas de crescimento do PIB podem ser mais altas, pois são submetidas 
a altas pressões de crescimento demográfico, e suas atividades produtivas ainda têm potencial 
a explorar. 
PIB atual x PIB potencial 
PIB atual (ou efetivo) 
É o PIB realmente observado, ou seja, o que resulta do emprego corrente dos fatores de 
produção. 
PIB potencial 
É atingido quando os fatores de produção estão plenamente empregados. Quando o PIB 
efetivo se iguala ao PIB potencial, define-se uma situação típica de pleno emprego dos fatores 
de produção. 
O PIB potencial pode aumentar por duas razões: 
 Aumento da quantidade utilizada de cada fator de produção; 
 Aumento da produtividade dos fatores de produção. 
 
A variação no PIB efetivo depende dos seguintes fatores: 
 Objetivos definidos pelos gestores das políticas macroeconômica — tais como a 
estabilização da economia —, contraindo ou expandindo a demanda total e o 
emprego, o que aumenta a produção; 
 Políticas econômicas para alcançar os objetivos supracitados: cortes ou expansão das 
despesas, consumo e investimento do governo, expansão ou redução da carga 
tributária (cobrança de impostos), restrição ou liberação do crédito, abertura ou 
proteção das importações, restrição ou liberação dos capitais de risco externos e 
contenção ou aumento dos salários; 
 Clima dos negócios realizados na economia e da confiança na política econômica 
adotada e das expectativas dos consumidores e empresários na evolução geral da 
economia; 
 Desempenho econômico do resto do mundo, que pode afetar a economia de um país. 
A variação do PIB potencial depende dos seguintes fatores: 
 Disponibilidade dos fatores de produção (terra, recursos naturais, trabalho, capital), 
que definem o potencial de produção de uma economia em um dado momento; 
 Qualificação dos fatores de produção, notadamente do fator de produção trabalho, 
que melhora a produção de uma economia; 
 Relação entre os fatores de produção, ou seja, o crescimento do fator de produção do 
capital em relação aos demais fatores define os padrões de produtividade, o que pode 
fazer variar o potencial de produção de uma economia; 
 Alterações de ordem tecnológica e na eficiência do processo produtivo das economias, 
na medida em que inovações e melhorias tecnológicas influem positivamente no 
potencial de produção de uma economia. 
Hiato do PIB 
O hiato do PIB é um indicador-síntese do desempenho macroeconômico, que mede a distância 
entre o PIB potencial e o PIB efetivo. Ele é expresso pela relação a seguir, evidenciando a 
ocorrência de desemprego e ociosidade da economia: 
(PIB potencial – PIB efetivo/PIB potencial) x 100 
Relação entre o PIB 
A relação entre o PIB potencial e o efetivo reflete os ciclos econômicos. 
Por exemplo: 
Nas fases de boom ou expansão econômica, o PIB efetivo se expande e pode exceder o PIB 
potencial de longo prazo, enquanto que nas recessões o PIB efetivo é sempre inferior ao 
potencial. 
Dessa forma, quando o hiato do PIB aumenta, a ociosidade da economia eleva-se, ou seja, a 
economia não está produzindo a totalidade do que poderia. 
Diferença entre o PIB 
O PIB potencial refere-se à capacidade total de produção da economia, enquanto que o PIB 
efetivo mede o que efetivamente está sendo produzido. Assim, podemos afirmar que: 
PIB efetivo < PIB potencial 
Havendo igualdade (PIB efetivo = PIB potencial), significa que a economia está em uma 
situação de pleno emprego dos fatores produtivos. 
 
PIB potencial 
Falando um pouco sobre o PIB potencial, ele apresenta como principal problema o fato de que 
o seu cálculo parte da hipótese de que se pode prever o comportamento futuro da economia a 
partir de seu desempenho no passado. 
Se, no passado recente, a economia registrou uma lenta expansão, projeta-se um crescimento 
pequeno para o PIB potencial. À medida que a política monetária se orienta por tal estimativa, 
ela pode acabar produzindo o baixo crescimento projetado inicialmente. 
Resumindo: O PIB potencial é igual ao maior produto sustentável pela economia, consistente 
com a sua base de recursos produtivos, com a atual tecnologia e estrutura institucional. 
Crescimento econômico 
Em termos gerais, pode-se dizer que o PIB potencial indica a capacidade de crescimento da 
economia no longo prazo, enquanto que o PIB efetivo mostra as oscilações do PIB no curto 
prazo. 
Dessa forma, o crescimento econômico refere-se não aos aumentos e diminuições das taxas 
de crescimento no curto prazo, mas ao crescimento do PIB potencial ou produto de pleno 
emprego mensurado em períodos mais longos de tempo. 
O crescimento econômico depende dos aumentos na quantidade e qualidade dos dois insumos 
básicos no processo de produção — capital e trabalho — e da melhoria do modo como esses 
insumos são combinados. Veja, a seguir, os fatores determinantes para o crescimento do PIB: 
 Aumento no tamanho da força de trabalho; 
 Aumento na qualidade da força de trabalho; 
 Aumento no tamanho do estoque de capital físico (instalações produtivas, 
equipamentos etc.); 
 Aumento na qualidade do estoque de capital físico (instalações produtivas, 
equipamentos etc.); 
 Melhorias na forma pela qual o capital e o trabalho são combinados para a produção. 
Como exemplos, podemos citar: a melhora no relacionamento entre patrões e 
empregados, maior grau de especialização, migração de trabalhadores de áreas de 
baixa produtividadepara áreas de mais elevada produtividade, dentre outras. 
Um conceito associado ao crescimento econômico é o aumento do padrão de vida da 
população determinado pela produtividade da economia, geralmente medida como produção 
por hora de trabalho. 
O aumento da produtividade resulta de: 
 Aumentos no capital físico; 
 Melhorias na qualidade do trabalho; 
 Capital; 
 Aperfeiçoamento na maneira como o capital e o trabalho são combinados. 
O papel de cada um dos fatores de aumento da produtividade, pode ser afetado pelas 
características institucionais da economia, como: 
 Cultura da ética nas relações de trabalho; 
 Iniciativa empresarial; 
 Habilidade da população em se ajustar às mudanças etc. 
 
AULA 4 
O mercado monetário 
- O início do dinheiro 
As sociedades primitivas usavam como prática comercial o escambo, que é a troca direta de 
uma mercadoria por outra. 
Moeda bancária ou escritural: Representada por depósitos do público nos bancos comerciais e 
são movimentadas pelos seus titulares através de cheques. 
Funções da moeda: 
 Reserva de valor 
 Unidade de medida ou de conta 
 Meio de troca 
Sistema financeiro monetário e não monetário 
 
Taxa de Juros 
A taxa de juros representa o preço do dinheiro no tempo. Existem duas abordagens principais 
para a determinação da taxa de juros: 
De fundos emprestáveis: A taxa de juros expressa o prêmio de espera que um indivíduo aufere 
por renunciar ao consumo presente em favor do consumo futuro. 
A taxa de juros é determinada pela igualdade entre a oferta (poupança) e a demanda 
(investimento) dos fundos disponíveis para empréstimo. 
A teoria de fundos emprestáveis baseia-se na Lei de Say, ou seja, todo investimento não 
financiado por poupança prévia do próprio investidor é financiado por bancos comerciais, com 
o uso de parte das poupanças dos outros agentes econômicos depositadas em bancos 
comerciais. 
Os bancos cumprem apenas o papel de repassadores das poupanças dos outros agentes 
depositadas nos bancos. A poupança é claramente uma condição necessária para o 
investimento; 
Preferência pela liquidez: A taxa de juros é estritamente monetária e determinada pela 
preferência pela liquidez (demanda de moeda) e pela oferta de moeda. 
É o preço que equilibra o desejo de reter moeda com a quantidade de moeda existente. 
Ela não guarda relação com a poupança e o investimento, nesta teoria, mas é a recompensa 
que os agentes econômicos recebem por abrir mão da posse da moeda, ou seja, da liquidez. 
A taxa de juros é uma taxa de rentabilidade para os aplicadores e é o custo do 
empréstimo para os tomadores. Normalmente, é expressa por uma porcentagem por um 
período de tempo. Por exemplo: taxa de 10% ao ano. 
A taxa depende da oferta e demanda de moeda na economia. O Banco Central tem o 
monopólio de emissão de moeda, influenciando, portanto, de maneira decisiva a taxa de juros. 
Uma alta da taxa de juros influencia toda a economia da seguinte forma: 
 Aumenta o custo de oportunidade de estocar mercadorias, dado que o mercado 
financeiro é mais atrativo; 
 Incentiva o ingresso financeiro de outros países (entrada de moeda estrangeira no 
país); 
 É um instrumento anti-inflacionário, controlando o consumo agregado, pelo 
encarecimento do custo do crédito e estímulo às aplicações financeiras (estimula as 
pessoas a pouparem mais e a diminuírem o consumo); 
 Desestimula o investimento produtivo, pois encarece os empréstimos para os 
empresários; 
 Aumenta o custo da dívida pública interna, pois o dinheiro tomado emprestado pelo 
governo tem que ser devolvido com juros maiores. 
AULA 5 
O balanço de pagamentos 
O balanço de pagamentos é um instrumento da contabilidade onde se registra todas as 
transações efetuadas entre as pessoas residentes e não residentes em um determinado país. 
Sabemos que as transações com o exterior têm uma importância vital para as atividades 
econômicas de um país. Os países buscam, cada vez mais, ampliar sua participação nos fluxos 
de comércio internacional. Por isso, é importante manter um registro contábil de todas as 
transações de um país com o resto do mundo, e o balanço de pagamentos é o instrumento 
fundamental para esse registro. 
O balanço de pagamentos envolve: 
 Os serviços (pagamentos de juros, royalties, remessa de lucros, turismo, pagamento de 
fretes). 
 O comércio de mercadorias (exportações e importações). 
 As transações com capitais físicos e financeiros (investimentos diretos estrangeiros, 
empréstimos e financiamentos, capitais especulativos etc.). 
O registro no balanço de pagamentos é feito por meio do lançamento contábil. Este, segue a 
lógica das partidas dobradas, veja: 
A cada lançamento de débito em uma conta, com sinal negativo... ...ocorre um lançamento de 
crédito em outra conta, isto é, com sinal positivo. 
Os lançamentos provenientes de recebimentos do resto do mundo são lançados a crédito, isto 
é, com sinal positivo, enquanto que todos os pagamentos feitos ao resto do mundo são 
lançados a débito, isto é, com sinal negativo. 
Em cada item do balanço de pagamentos é lançado o saldo da saída e a entrada da moeda 
estrangeira. 
Apesar de as transações com o exterior serem efetuadas em diversos países com divisas ou 
moedas diversas, normalmente o balanço de pagamentos é expresso em apenas uma divisa ou 
moeda para fins de homogeneização. 
Por ser uma moeda de aceitação internacional, o dólar americano é a divisa normalmente 
utilizada para a apresentação dos dados. 
A seguir, vamos apresentar a estrutura do balanço de pagamentos. 
O balanço de pagamentos divide-se nas seguintes contas: 
A - Balança de transações correntes 
Reflete todas as transações comerciais que envolvem a movimentação de bens (balança 
comercial) e serviços (balança de serviços). 
B - Balança de movimento de capitais ou de capitais autônomos 
Reflete os deslocamentos de moeda, créditos e títulos que constituem formas de 
investimento. 
C - Erros e omissões 
Este item existe porque nem tudo que entra e sai do país é corretamente contabilizado. Dentre 
os motivos, por exemplo, há o comércio clandestino, que não é contabilizado pelo governo. 
D - Transações compensatórias ou balança de capitais compensatórios 
Envolve operações que permitem zerar o saldo do balanço de pagamentos, que significa 
manter o balanço de pagamentos em equilíbrio. 
Regime cambial 
O mercado de câmbio é regido por um conjunto de regras denominadas regime cambial. 
Existem dois regimes cambiais: câmbio flutuante e fixo. 
As diferenças entre os dois regimes são dadas pela forma de determinação da taxa de câmbio 
e pelo grau de liberdade de compra e venda da moeda estrangeira, isto é, pelo grau de 
conversibilidade da moeda nacional. 
Taxa de câmbio flutuante: Ocorre quando seu valor é determinado livremente no mercado de 
divisas (moeda estrangeira), através da interação entre os processos de procura e oferta. 
A procura por divisas é constituída pelos importadores ou pessoas que necessitem enviar 
dinheiro estrangeiro para o exterior. Já a oferta de divisas é constituída pelos exportadores ou 
pessoas que trazem dinheiro estrangeiro do exterior. 
Atenção! 
Nesse regime cambial, não há interferência do Banco Central na fixação da taxa de câmbio. 
Taxa de câmbio fixa: A taxa de câmbio é fixa quando, no lugar de ser determinada pelo 
mercado, tem o valor fixado pelo Banco Central do país, que se compromete a comprar e 
vender qualquer quantidade de dividas a esta taxa. 
Podemos, então, afirmar que a taxa de câmbio fixa é uma taxa tabelada pelo Banco Central. 
 
Quando a taxa de câmbio é flutuante e seu valor aumenta, diz-se que houve uma depreciação 
da moeda nacional, ouseja, ela perde valor em relação à moeda estrangeira. Muitos chamam 
este processo de DESVALORIZAÇÃO. 
No caso inverso, quando a taxa de câmbio flutuante diminui de valor, diz-se que houve 
apreciação da moeda nacional, ou seja, ela ganha valor em relação à moeda estrangeira. Esse 
processo é chamado de VALORIZAÇÃO. 
 
AULA 6 
Comércio internacional 
O comércio internacional pode ser definido como o conjunto de operações entre países onde 
há intercâmbio de bens e serviços ou movimento de capitais. 
Ele é regido por normas e regras resultantes de acordos negociados em instituições 
internacionais, como a OMC (Organização Mundial do Comércio) e a CCI (Câmara de Comércio 
Internacional). 
Razões pelas quais os países comercializam entre si 
 Os países possuem diferentes dotações de recursos naturais. 
 O fator de produção terra influencia na produção, pois alguns países possuem 
extensão territorial maior que outros. 
 As condições climáticas favorecem ou dificultam a produção de produtos nos 
diferentes países. 
 A assimetria entre os países influencia na produção, pois os atributos construídos são 
diferentes em cada país. 
Especialização nas atividades produtivas 
Para produzir mais eficazmente determinados tipos de produtos, os países buscam se 
especializar nas atividades produtivas em que são mais competitivos. Os excedentes dessas 
produções são trocados por outros produtos necessários às suas populações. Assim, tornam-se 
mais competitivos, surgindo novos produtos para atender a novas demandas. 
Definição de globalização 
A maior intensidade dos fluxos interfronteiras dos países e o enfraquecimento do grau de 
territorialidade das atividades econômicas. 
Ou seja, as ações locais dos países têm sido cada vez mais substituídas por ações “globais 
localizadas” que resultam da integração de territórios, por acordos multilaterais entre 
governos ou pela atuação de empresas transnacionais. 
Pré-requisitos para a globalização 
 A consolidação dos processos de integração econômica e política entre as nações; 
 O crescimento das transações mundiais; 
 O avanço tecnológico em áreas chaves para a atuação global; 
 A desregulamentação e liberalização. 
Consequências da globalização ao comércio internacional 
 A melhoria do padrão de vida em escala mundial; 
 O aumento do desemprego estrutural; 
 A desnacionalização do setor produtivo; 
 A necessidade do Estado de regulamentar e fiscalizar o mercado. 
Organizações Internacionais 
Diante dos processos de globalização e de desenvolvimento do comércio exterior, houve a 
necessidade de se criar Organizações Internacionais para regular as relações estabelecidas 
entre os países. No período pós-guerra e até os anos recentes, foram criadas três instituições 
econômicas de destaque no cenário mundial. São elas: 
FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL: O FMI foi fundado em 1944 e tem como meta 
promover a cooperação monetária entre as nações e ajudar a resolver seus problemas 
conjunturais de balanço de pagamentos. 
Ele estimula a expansão e o desenvolvimento do comércio internacional, a estabilidade 
cambial e permite aos países membros a utilização de recursos do FMI — os Direitos Especiais 
de Saque. 
Esses direitos são as quotas dos países filiados. Dessa forma, quando um país membro do FMI 
sofre um desequilíbrio no balanço de pagamentos, ele pode recorrer ao Fundo para obter 
crédito em Direito Especial de Saque ou moeda estrangeira, o que é feito mediante um acordo 
que pressupõe uma avaliação técnica precisa das contas do país. 
BANCO MUNDIAL: Também conhecido como Banco Internacional de Reconstrução e 
Desenvolvimento (BIRD), foi criado em 1944. Ele é um organismo fornecedor e captador de 
crédito para investimentos produtivos em países subdesenvolvidos a ele filiados, sem visar 
lucros. 
Para um país se filiar ao Banco Mundial, é necessário que ele seja membro do FMI e subscrever 
quotas de suas ações, em número estipulado de acordo com seus recursos econômicos, que 
constituirão o capital do banco expresso em Direitos Especiais de Saque. 
O país interessado em receber recursos deve fazer um projeto avalizado pelo governo ou pelo 
Banco Central do país. A execução do projeto é fiscalizada pelo Banco Mundial. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO: Substituiu, em 1995, o Acordo Geral de Tarifas de 
Comércio (GATT), que tratava da redução das restrições ao comércio internacional e da 
liberação do comércio multilateral. 
A OMC é responsável pela estruturação de um conjunto de regras e instituições que regulam o 
comércio internacional e encaminham a resolução de conflitos entre os países. 
Tem como objetivos: 
 a redução de barreiras comerciais; 
 a não discriminação comercial entre os países; 
 a compensação aos países prejudicados por aumentos nas tarifas alfandegárias; 
 a arbitragem dos conflitos comerciais. 
Práticas desleais de comércio exterior e defesa comercial 
Algumas práticas são consideradas desleais no comércio exterior de mercadorias. Essas 
práticas são as que tenham por finalidade desestimular ou eliminar a indústria local dos países. 
Em geral, essas práticas não são integradas num sistema normal de concorrência, e podem 
levar à extinção de determinados setores da indústria atingida. 
Dentre os tipos de práticas desleais no comércio internacional, podemos citar basicamente as 
seguintes: 
Dumping  Consiste em exportar uma mercadoria para outro país por um preço abaixo do 
“valor normal”, ou seja, por um preço inferior ao seu custo de produção ou inferior àquele 
praticado internamente no país exportador. 
Subsídios  É a concessão de um benefício na hipótese de sustentação de renda ou de preços 
que contribua para aumentar exportações ou reduzir importações. Ou, ainda, quando há 
contribuição do governo do país no país exportador. 
Dentre as formas mais usuais de medidas de subsídio às exportações, podemos citar: 
 Tarifas de transporte interno e fretes para exportação mais favoráveis; 
 Concessão de financiamentos governamentais; 
 Fornecimento pelo governo de produtos importados para uso, na produção de 
mercadorias exportadas; 
 Isenção ou redução de impostos e encargos sociais; 
 Concessão de prêmios às exportações. 
As medidas de dumping e subsídios fazem com que os custos dos produtos exportados sejam 
reduzidos, favorecendo sua entrada nos países importadores, a preços mais competitivos que 
os dos produtores locais. 
Os países importadores normalmente tentam se defender das práticas desleais de comércio, 
sobretaxando os produtos importados (“medidas antidumping”) ou restringindo 
temporariamente sua entrada no país (“salvaguarda”). 
 
AULA 7 
Curva de oferta na Macroeconomia 
Alguns países utilizam o IPC como o medidor dos preços gerais da Economia, pois consideram 
que a evolução dos preços dos produtos que compõem a cesta do consumidor é que importa 
para a sociedade. Chamaremos este índice de preços gerais da economia de P. 
Vemos que a oferta agregada apresenta uma relação entre preço (nível geral de preços) e 
quantidade ofertada (produção agregada), semelhante à relação observada entre o preço de 
um produto e sua quantidade ofertada. 
Temos que observar ainda que a oferta agregada de curto prazo pressupõe, como dada (como 
fixa), a quantidade de fatores de produção disponível na economia. 
Assim, a produção do país vai contar com uma quantidade fixa, vale dizer, limitada de capital 
(máquinas, equipamentos e edificações), de mão de obra, de recursos naturais exploráveis, 
além de um dado estágio de desenvolvimento tecnológico momentâneo. 
O formato da curva de oferta agregada (OA) pode ser agora facilmente explicável. Novamente, 
partindo-se da esquerda para a direita, pecebe-seque a economia está operando, no início, 
com grande capacidade ociosa dos fatores de produção. Não está utilizando os fatores de 
produção plenamente, daí o seu formato horizontal. 
Na medida em que a produção vai aumentando, os fatores restantes não são mais tão 
abundantes. 
Dessa forma, a disputa entre os produtores pela sua utilização faz com que fiquem cada vez 
mais caros, o que leva os produtores a repassar os acréscimos dos custos, aos preços, mas os 
acréscimos do custos são ainda inferiores aos acréscimos do preços, havendo então incentivo 
ao aumento de produção a cada aumento de preços. 
Esse fato se traduz no ramo ascendente da curva de oferta agregada, logo após a parte 
horizontal. 
Parte vertical da oferta agregada 
Se a produção continuar aumentando, a economia chegará então ao limite de utilização de 
fatores e vai operar em sua plena capacidade. Qualquer aumento da demanda não poderá 
mais ser atendido pela oferta. 
A disputa pelo produto, por parte dos demandantes, provocará somente aumento de preços, 
sem que haja aumento da produção. Esta é a parte vertical da oferta agregada. 
Demanda agregada por bens e serviços 
Vamos estudar a demanda agregada (DA) por bens e serviços, que é composta pela demanda: 
 das famílias (C), 
 das empresas por bens de capital, que chamamos de investimentos (I), 
 das compras do governo (G) 
 e das exportações líquidas (EL), que é a diferença entre as exportações (X) e as 
importações (IM). 
Cálculo do PIB real 
Se o PIB real for chamado de (Y) e for destinado às famílias, às empresas, ao governo e aos 
estrangeiros, diremos que: 
Y = C + I + G + (X – IM) ou Y = C + I + G + EL. 
No ponto de equilíbrio, fica determinado o nível do PIB real do país (ou nível de produto da 
economia) e o nível de preços da economia. 
AULA 8 
Vimos ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) mede tanto a renda total auferida na economia 
como a despesa total gasta em bens e serviços na mesma economia. O crescimento do PIB real 
é uma medida de progresso econômico. 
A taxa de crescimento de um país mede a velocidade com a qual o PIB real per capita cresceu 
em um ano. Quando o PIB de um país cresce mais rápido do que a sua população, o PIB per 
capita (PIB por habitante) também cresce. 
O crescimento do PIB per capita significa que haverá mais bens e serviços por pessoa. 
De um modo geral, o crescimento do PIB per capita promove um padrão de vida melhor para a 
maior parte das pessoas, aumentando a expectativa de vida, a escolaridade e a saúde da 
população em geral. A taxa de crescimento de um país mede a velocidade com a qual o PIB 
real per capita cresceu em um ano. 
O que determina o crescimento da produtividade da economia? 
Nesta aula, veremos como o PIB potencial aumenta e o que determina o crescimento da 
produtividade da economia. 
A taxa de crescimento econômico do produto de um país varia expressivamente ao longo dos 
ciclos econômicos. 
Ao emergir de uma recessão, um país pode, por exemplo, crescer de 5% a 6% assim que os 
trabalhadores desempregados voltarem ao trabalho e os equipamentos ociosos sejam postos 
em funcionamento. 
Todavia, o crescimento econômico não se refere às guinadas da taxa de crescimento da 
economia no curto prazo, mas considera ainda o crescimento do produto potencial da 
economia ou produto de pleno emprego em prazos mais longos. 
O crescimento econômico depende de aumentos na quantidade e na qualidade dos insumos 
macroeconômicos básicos do processo de produção — capital e trabalho — e da melhoria na 
forma estes são combinados. 
Produtividade 
Associado ao conceito de crescimento econômico está o de aumento do padrão de vida 
experimentado pelas pessoas na economia. A produtividade encontra-se associada ao 
crescimento econômico de um país. 
Podemos definir o conceito de produtividade como a quantidade de bens e serviços 
produzidos por trabalhador. 
Podemos dizer também que a produtividade é o determinante principal do padrão de vida e 
que o crescimento da produtividade é o determinante principal do crescimento dos padrões 
de vida. São os seguintes os fatores que determinam a produtividade: 
 Capital Físico 
 Capital Humano 
 Reservas Naturais ou terra 
 Capacidade Tecnológica 
 
Crescimento econômico e políticas públicas 
Até aqui, verificamos que o padrão de vida de uma sociedade depende de sua capacidade de 
produzir bens e serviços e que a sua produtividade depende do capital físico, do capital 
humano, dos recursos naturais e do conhecimento tecnológico. 
Mas surge uma questão relacionada às medidas que a política governamental pode colocar em 
prática para aumentar a produtividade e o padrão de vida da população. 
As políticas de governo podem influenciar a taxa de crescimento da economia de muitas 
maneiras, a saber: 
 Incentivando a poupança e o investimento; 
 Estimulando o investimento estrangeiro; 
 Promovendo a educação e a saúde; 
 Mantendo os direitos de propriedade; 
 Permitindo o livre comércio; 
 Promovendo pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. 
São algumas das medidas governamentais fundamentais para a prosperidade econômica de 
um país: 
 Os incentivos ao investimento interno e estrangeiro; 
 Estímulo à promoção da educação; 
 Fomento à pesquisa e desenvolvimento e ao livre comércio; 
 Esforço pela manutenção dos direitos de propriedade e estabilidade política, que dão 
segurança aos investidores. 
O aumento da população apresenta efeitos variados sobre o crescimento econômico. 
 
AULA 9 
As políticas macroeconômicas, sejam as fiscais, monetárias, cambiais e/ou comerciais, e de 
rendas, afetam diretamente a demanda agregada e consequentemente os níveis gerais de 
preço e/ou de produto de equilíbrio. As metas serão alcançadas em decorrência das alterações 
nos níveis de equilíbrio na economia. 
Existem as metas e as políticas macroeconômicas. Um governo, quando estabelece as suas 
metas macroeconômicas, escolhe a ordem de prioridades que lhe interessa, quando nas 
políticas macroeconômicas existentes, os governos podem lançar mão para diversos objetivos. 
Você já deve ter ouvido que o desemprego é um problema que aflige todos os países do 
mundo. Mesmo nos países ricos, podem ocorrer crises econômicas que deixam boa parte da 
população desempregada. O governo muitas vezes tenta atacar o problema diretamente, 
adotando medidas setoriais, mas o que de fato pode diminuir o desemprego no país e 
portanto, aumentar o emprego, é o próprio crescimento econômico. 
O crescimento da produção vai aumentar a necessidade de contratação de mão de obra. Neste 
sentido, pode-se dizer que o crescimento econômico leva ao aumento do nível do emprego e, 
ao contrário, a recessão, que é a diminuição da produção, leva à sua diminuição. 
A microeconomia nos ensina que os preços devem flutuar de acordo com as leis da oferta e da 
procura. Portanto, em princípio, não há mal algum na flutuação de preços. Ocorre, porém, que 
a queda acentuada e constante dos preços (deflação) pode ser o reflexo de queda profunda na 
atividade econômica, assim como o aumento contínuo e generalizado dos preços caracteriza o 
processo inflacionário. Ambas as situações são nocivas ao país e o governo costuma intervir na 
economia tentando reverter ambos os processos. 
É comum os governos buscarem o equilíbrio entre as exportações e importações, manterem as 
exportações líquidas nulas, que é o mesmo que o equilíbrio na Balança Comercial. Muitas 
vezes os governos não querem manter por muito tempo déficits ou superávits na Balança 
Comercial, que vão pressionar a conta de capital para restabelecer o equilíbrio. 
Exportações > Importações = Superávit 
Importações > Exportações =Déficit 
Ao observar o crescimento econômico per capita, falamos que o seu aumento mostra que a 
população está tendo aumento de bem-estar, pois a produção por pessoa está aumentando e, 
portanto, a renda por pessoa também está aumentando. Ocorre que, em quase todos os 
países, esse aumento não é repartido equitativamente por todos. Esses recursos financeiros 
não são distribuídos entre todas as pessoas da mesma forma. 
Normalmente, o rendimento dos proprietários de capital é maior do que o dos trabalhadores. 
Entre os trabalhadores há também variadas categorias com remunerações diversas. O governo 
pode, então, querer melhorar a distribuição de renda, aumentando a renda dos mais pobres. 
Quando o governo pratica uma política fiscal, ele está aumentando ou diminuindo os 
impostos cobrados (o que, normalmente é simbolizado pela letra “T” na literatura econômica) 
e/ou aumentando ou diminuindo os seus gastos (G). Quando o governo aumenta ou diminui os 
impostos, a teoria nos diz que a variável da demanda agregada afetada é o consumo das 
famílias (C). 
A hipótese da teoria é a de que se os impostos aumentarem, a renda das famílias que sobra 
depois de pagar os impostos diminui, vale dizer que a renda disponível das famílias diminui, 
logo, o consumo vai diminuir. A consequência imediata é a queda da demanda agregada (DA), 
pois (C) é uma das variáveis da demanda agregada. 
Se, ao contrário, o governo diminuir os impostos, a demanda agregada (DA) vai aumentar. No 
caso da política fiscal consistir em alterar os gastos do governo (G), outra componente da 
demanda agregada, teremos as seguintes relações diretas: aumentos em (G) fazem (DA) 
aumentar e diminuições em (G) fazem (DA) diminuir. 
Os impactos na economia decorrentes da política fiscal podem ser vistos no exemplo 
disponível aqui. 
A política monetária consiste no fato de o governo, através do Banco Central, aumentar ou 
diminuir a quantidade de moeda na economia. Quando o governo aumenta a oferta de moeda 
na economia, a taxa de juros diminui. 
Se o governo fizer o oposto, diminuir a quantidade de moeda na economia, a taxa de juros vai 
aumentar, haverá diminuições no consumo das famílias, dos investimentos e das exportações 
líquidas. O resultado será a diminuição da demanda agregada. Será uma política monetária 
contracionista ou restritiva. 
A política monetária expansionista deslocaria (DA) para a direita, e a política monetária 
restritiva ou contracionista faria (DA) se deslocar para a esquerda. A política monetária 
expansionista poderia ser utilizada para promover o crescimento econômico e, a restritiva, 
para o combate à inflação. Valem as mesmas observações quanto aos efeitos na economia, 
dependendo dos três trechos da curva AO. 
A diminuição da taxa de juros ainda faria as pessoas preferirem aplicar no exterior. A procura 
por moeda estrangeira iria aumentar a taxa de câmbio e, portanto, as exportações líquidas 
(aumento de X e diminuição de IM) e, por esta via, DA também aumentaria. 
Os investidores, que são os empresários que querem comprar bens de capital, iriam perceber 
que o custo do empréstimo de dinheiro teria diminuído e valeria à pena pegar empréstimo 
para comprar máquinas e equipamentos, ou seja, para investir. Assim, (I) iria aumentar com a 
diminuição da taxa de juros e, consequentemente, DA também aumentaria. 
Em suma, podemos dizer que, quando o governo pratica uma política monetária expansionista, 
a demanda agregada aumenta pelo aumento de três de seus componentes: (C), (I), e (EL). 
Equilíbrio das Contas Externas 
As contas externas envolvem o Balanço de Pagamentos (BP). Um dos seus componentes mais 
importantes é a Balança Comercial, que é o saldo entre as exportações (X) e as importações 
(IM). Este saldo é exatamente o valor das exportações líquidas (EL), componente da (DA). 
Como as exportações e importações variam diretamente e inversamente, respectivamente, 
com a taxa de câmbio, o governo pode interferir no mercado de câmbio para influir em (EL). Se 
a taxa de câmbio, por exemplo, estiver muito baixa, o governo pode entrar no mercado de 
câmbio adquirindo moeda estrangeira. 
A maior procura pela moeda estrangeira provoca o aumento da taxa de câmbio 
(desvalorização cambial), que faz (X) aumentar e (IM) diminuir. Se a Balança Comercial estiver 
deficitária (X<IM), esta medida pode levar ao seu equilíbrio (X=IM). Se a política de aquisições 
de moeda estrangeira continuar, poderá haver superávit na Balança Comercial (X>IM). 
As depreciações cambiais, ao elevar (EL), elevam (DA). O movimento oposto, de venda de 
moeda estrangeira, pode diminuir a taxa de câmbio (valorização cambial) e assim diminuir (EL) 
e, portanto, diminuir (DA). O governo pode atuar indiretamente também através da taxa de 
juros, como visto anteriormente. Quando o governo não quer alterar a taxa de câmbio, pode 
atuar através de políticas comerciais. Um exemplo é a alteração de tarifas, dos percentuais do 
imposto de importação. 
Ao elevar o imposto de importação, há a diminuição das importações e não há alteração nas 
exportações. Esta seria uma forma de elevar as exportações líquidas, por exemplo. O governo 
pode usar ainda outra política comercial que é a quota de importação. Neste caso, o governo 
estabelece um limite à quantidade que pode ser importada de determinado produto. O 
objetivo é, também, de evitar a deterioração da Balança Comercial. 
 
AULA 10 
- A Escola Liberal Clássica: 
Principal mentor foi Adam Smith. Ele e seus seguidores não acreditavam na forma 
mercantilista de desenvolvimento econômico e sim na concorrência que impulsiona o mercado 
e conseqüentemente faz girar a economia, e que, na verdade, a eficiência do mercado seria 
regida pelo sistema de preços, tendendo para o equilíbrio sem qualquer intervenção do 
Estado. 
 
- A Escola Marxista: 
Principal mentor foi Karl Marx. Sua defesa consistia no fator de que o Estado deve assumir o 
papel de interventor, ao menos na fase inicial do modelo de economia. 
Durante a metade do século XIX, observou-se que grandes desigualdades econômicas foram 
geradas a partir da Revolução Industrial, evidenciando que o progresso econômico não estava 
sendo compartilhado por todos. Com isso surgiu o modelo do Socialismo, que era contra a 
liberdade de empreendedorismo e da propriedade de bens e meios de produção. O Estado 
preconizava a não obtenção de bens, pois só assim haveria a igualdade em termos 
econômicos, pois ninguém seria dono de nada. 
 
- A Escola Keynesiana: 
Principal mentor foi John Maynard Keynes. Considera uma posição intermediária em relação as 
Escolas anteriormente citadas, por defender que o Estado deve sim ter um papel 
intervencionista corretivo através de políticas governamentais, e entre essas políticas, 
principalmente as fiscais e monetárias.

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