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Direito Natural é: O direito natural é a ideia abstrata do Direito; o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior e anterior – trata-se de um sistema de normas que independe do direito positivo, ou seja, independe das variações do ordenamento da vida social que se originam no Estado. O direito natural deriva da natureza de algo, de sua essência. Sua fonte pode ser a natureza, a vontade de Deus ou a racionalidade dos seres humanos. O direito natural é o pressuposto do que é correto, do que é justo, e parte do princípio de que existe um direito comum a todos os homens e que o mesmo é universal. • Leis superiores • Direito como produto de ideias (Metafísico) • Pressuposto: Valores • Existência de leis naturais Direito positivo é: Direito positivo: Entende-se o ordenamento jurídico do Estado Soberano incluindo-se a definição administrativa ou judiciaria. Expressão que designa o conjunto de normas produzidas pelo estado, por atos dos indivíduos ou de associações não estatais, desde que admitidas por ordenamentos estatais. • Leis impostas • Leis como produto da ação humana (empírico-cultural) • Pressuposto: o próprio ordenamento positivo • Existência de leis formais JUSNATURALISMO/ DIREITO NATURAL: Jusnaturalismo teológico Jusnaturalismo racionalista Jusnaturalismo cosmológico I. TEOLÓGICO: - Surgido na Idade Média, tendo como fundamento jurídico a ideia da divindade como um ser onipotente, onisciente e onipresente; - O jusnaturalismo teológico sai de uma ética social e vai para uma moral individual e divina. Durante o jusnaturalismo teológico o homem é colado como o objeto central de preocupação do direito; - Existem duas grandes fases, a patrística e a escolástica: i. Patrística: O movimento leva esse nome por que era formado por padres. Foi a fase mais conservadora do jusnaturalismo teológico Santo agostinho foi um dos principais representantes desse movimento, entrando tardiamente. Delegavam a favor da ideia que poder do rei era concebido por Deus “O rei é o representante de Deus na terra”, “O rei reina, porque Deus quis assim” Jean Bodin e Jacques Boussuet foram importantes teóricos em defesa desse assunto. E ainda o famoso brocardo “Omnis potestas nisi a Deo“ Todo poder nasce de Deus; ii. Escolástica: a) A escolástica é o segundo momento do jusnaturalismo teológico, nessa fase se reformula alguns métodos de prisão dos dogmas e conhecimentos. Ela [a escolásticas] vai se propagar em duas frentes totalmente distintas, o primeiro a revisão dos dogmas e o segundo o julgamento ferrenho para aqueles que fossem contrários aos dogmas católicos; b) Revisão do pensamento cristão (razão + fé): A missão da escolástica foi unir razão e fé, ou seja, trazer uma discussão jusnaturalista mais racional e que seja mais próximo das pessoas, seu principal teórico foi são Tomás de Aquino Ler: Boaventura de Sousa Santos - Crítica da Razão Indolente: contra o desperdício da experiência (p. 94-117 – Argumentação, relativismo e etnocentrismo / Uma tópica da emancipação: para um novo senso comum). II. RACIONALISTA: - Também chamado de direito Natural Abstrato, o jusnaturalismo racionalista afasta o vínculo teológico e procura o fundamento de validade do direito natural na própria razão humana; - A razão era a válvula central do motor ideológico do Jusnaturalismo Racionalista; - Francis Bacon traz a ideia que devemos nos afastar do idealismo em ídolos, é necessário trazer o direito e as ciências humanas ao plano do humano; - O jusnaturalismo racionalista irá encontrar o seu ápice com o advento do iluminismo com Kant, despontando a razão humana como um código de ética universal e acreditando que a racionalidade humana poderia ordenar a natureza e vida social; - Kant traz a ideia de que nenhuma lei posta por um sistema é justa; a lei justa, em Kant, é aquela que habita dentro si. E para que não haja conflitos é necessário que se pense em uma lei que possa ser aplicada para todos, sem exceção. Se uma lei poder ser aplicada para todos, sem exceção, essa lei torna-se para Kant um imperativo categórico e esse imperativo categórico será justo. Se todos os homens tiverem boa vontade, todos os homens descobrem o mesmo imperativo categórico e é então alcançado a paz perpétua. III. COSMOLÓGICO: - O jusnaturalismo cosmológico foi a doutrina do direito natural que caracterizou a antiguidade greco-latina, fundado na ideia de que os direitos naturais corresponderiam à dinâmica do próprio universo, refletindo as leis eternas e imutáveis que regem o funcionamento do cosmos; - Filosofia da empiria: diferente de Platão que era um idealista, Aristóteles era empirista, e a partir da ação humana que ele faz a distinção entre o justo, o ético. Etc; - A concepção de justo, em Aristóteles, está ligado a virtude, ou seja, a forma que o homem age na sociedade e ele vai dizer que a virtude está no justo meio; - “O meio termo”: Virtuoso é o homem que consegue alcançar o meio termo. E a justiça está entre a maior virtude de um homem; - Desde a Grécia anterior ao século VI a.C., durante o denominado período cosmológico, já se admitia uma justiça natural, emanada da ordem cósmica, marcando a indissociabilidade entre natureza, justiça e direito. JUSPOSITIVISMO/DIREITO POSITIVO: Exegese Pandectista/Jurisprudência dos conceitos Positivismo Kelseniano– Teoria Pura I. ESCOLA DA EXEGESE/ESCOLA FILOLÓGICA/GLOSADORES: - Nasce na França pós revolução francesa e a reboque do código civil de napoleão ou simplesmente código de napoleão. Este, representou a própria figura de napoleão, ou seja, uma figura forte, um código com aspectos fortes; - Era a noção que todas as respostas para quaisquer questões estariam no código civil napoleônico, sendo ele perfeito e acabado por ele mesmo. Isso se torna a lança propulsora para o juspositivismo; - Compreende o direito a partir de esquemas lógico-formais criados para interpretar a lei literalmente, nada acrescentando ou retirando da regra interpretada, buscando atingir o seu espírito, guiando-se o intérprete pelas verdades legais estabelecidas, segundo as quais não há Direito fora dos códigos; - Onipotência do Legislador: i. O legislador era posto como um semideus. O legislador sabia tudo e tinha todo o poder, ele mesmo se basta para produção de normas, com isso evidencia-se a ideia de supervalorização da vontade do legislador; ii. Isso por que as soluções legalmente propostas são justas para todos os conflitos; e as palavras são tão claras que não comportam interpretação equívoca, porquanto a dicção da lei é absolutamente inequívoca, e, bem por isso, por ser clara, dispensa interpretação contrária a intenção do legislador, devendo ser somente aplicada; iii. Na expressão de NORBERTO BOBBIO como "...a admiração incondicional pela obra realizada pelo legislador através da codificação, uma confiança cega na suficiência das leis, a crença de que o código, uma vez promulgado, basta-se completamente a si próprio, isto é, não tem lacunas: numa palavra, o dogma da completude jurídica"(NORBERTO BOBBIO. Teoria do Ordenamento Jurídico, p. 121, Ed. UNB, grifo nosso). - Culto a lei: ao colocar o legislador no patamar de onipotência, o direito é reduzido a lei. Coloca a norma sempre como ponto de partida do direito, tira do juiz a capacidade criativa e torna o direito mecânico e engessado; - Interpretação fundada na legislação: resulta em métodos específicos de interpretação que são os métodos usados pela escola da exegese, com isso se inaugura diversos métodos de interpretação, como o método gramatical que preza em extrair a literalidade da lei. II. ESCOLA PANDECTISTA/JURISPRUDÊNCIA DOS CONCEITOS - Aconteceram na Alemanha no século XIX e são estudadas como uma coisa só, aconteceram junto com a escola exegese francesa, mas essa surge na Alemanha; - O pandectismo se identifica com a escola da exegese quanto ao formalismo e a sistematicidade; o que diferencia o pandectismo da escola da exegese é o objeto de estudo, a escola Pandectista possuía um perfil doutrinário, se debruçava sobre o corpus iuris civilis, principalmente a segunda parte, o pandectas ou digesto; é por isso que a escola recebe esse nome; enquanto a escola da exegese era codicista, se debruçava sobre o código napoleônico; - A escola Pandectista, portanto, estuda o direito a partir do direito romano. O pandectismo tinha como missão dar organicidade e sistematizar o direito, para facilitar a transmissão do conhecimento jurídico; - Delega na ideia de que o direito provém de fonte dogmática, imposição do homem sobre o homem e não consequência natural de outras ciências ou da fé metafísica. - As principais características do pandectismo/jurisprudência dos conceitos são: i. O formalismo, com a busca do direito na lei escrita; ii. A sistematização, uma interpretação normativa junto com a totalidade, ou seja, não interpretar o direito em tiras, sozinho, de maneira isolado, mas sim com vistas em todo o ordenamento jurídico; iii. O silogismo, raciocínio dedutivo, com a possibilidade de associar normas distintas; iv. Depuração do conhecimento jurídico, torna a interpretação do direito pura v. Plenitude logica do ordenamento, um ordenamento e disposição perfeita das normas. Mais tarde é aperfeiçoado por Kelsen. - Seus principais representantes foram Ihering, Savigny e Puchta; III. POSITIVISMO KELSENIANO – TEORIA PURA - O livro a teoria pura do direito se inicia em meados dos anos vinte, com alguns pequenos textos soltos, e apenas em 1935 ele lança a primeira versão do livro. Nessa versão ele não coloca a questão da eficácia como requisito da norma. E é nos EUA com contato com o realismo americano que o faz se aproximar a ideia de eficácia da norma; - Surge por conta dos regimes nazistas e fascistas dois tipos de abordagem a Extremada e a Moderada, surgindo também uma diferenciação; i. Na extremada, a lei é colocada de forma absoluta, devendo ser cumprida independente do efeito social que isso irá causar. O nazismo e fascismo utilizaram o juspositivismo extremado, promulgando leis que afetavam a coletividade, mas que deveriam serem cumpridas; ii. Na moderada, existe um elemento ético e moral a ser analisado, uma análise segundo Tércio Sampaio Ferraz JR., zetética. - Teoria Estática e Teoria Dinâmica: Kelsen reconhece a noção de ordenamento e fala que pode ser estudado de duas formas, de forma estática e de forma dinâmica, a diferença entre os conceitos de estático e dinâmico está na ideia de perspectiva da visão do participante do ordenamento; i. A Teoria dinâmica, proporciona uma visão interna de como o ordenamento funciona, é o mergulho no ordenamento jurídico. A Dinâmica Jurídica seria a análise do Direito enquanto algo em transformação, ou melhor, seria a análise da validação de uma norma. Enfim, a Dinâmica Jurídica busca responder à questão de porque se deve obedecer a uma determinada; ii. A Teoria estática é um recorte, é a fotografia do ordenamento, é sempre o olhar do ordenamento como algo existente, é a visão de fora, o retrato. É a análise do Direito enquanto um sistema de normas postas, cristalizadas, por assim dizer, deixando de lado a questão da validade destas normas, ou melhor, tendo por aceite a validade delas. - Proposição Jurídica (Juízo hipotético condicional): i. Para Kelsen, a fórmula lógica da norma jurídica é deontológica (ou do "dever-ser": dado A deve ser B), cujo enunciado é: “Dada a não-prestação, deve ser sanção”; ii. A norma tem um juízo imputado a conduta, por isso que o direito é uma relação de dever-ser, a norma diz como você deve agir, atribuindo uma consequência caso haja o descumprimento, a sanção. A sanção é o complemento que realiza a norma. A proposição jurídica é, portanto, a ideia de que a norma ela é prescrição de conduta mais consequência jurídica a norma que prescreve conduta, mas não gera consequência jurídica é para Kelsen uma norma secundária; iii. O juízo hipotético condicional se realiza pela existência de uma sanção, para Kelsen a sanção é um elemento fundamental. Para ele a essência da norma jurídica é coercitiva, por isso a definição de que o direito é o poder coercitivo do estado. - Norma Hipotética Fundamental: um dos conceitos mais preconizados pela Teoria Pura de Kelsen onde diz que toda norma precede de uma outra e que só possui validade por conta da primeira, esta norma que valida é anterior cronologicamente e superior hierarquicamente. A norma primeira [a master, primeira de todas] que cria e valida todas as outras normas é a Norma Hipotética Fundamental, que não possui conteúdo definido, e que só é uma norma de caráter autorizativo. - Negação aos dualismos: i. Negação ao direito subjetivo, para Kelsen não existe direito subjetivo; o direito subjetivo estaria incorporado ao próprio direito objetivo por que este advém da proposição da norma jurídica; ii. Negação entre direito e Estado dizendo que o Estado é a personalização do Direito. Ao dizer que o Estado é a personificação do direito ele reduz direito a Estado, dessa forma, basta ter o direito criado que terá a organização estatal criada automaticamente; iii. Negação entre direito público e direito privado, Kelsen diz que o ordenamento jurídico precede de um só lugar que é a norma fundamental. - Ciência Casual x ciência Normativa: i. A ciência social causal estuda o comportamento concreto dos seres humanos, ainda que dotado de sentido subjetivo; ii. A ciência normativa estuda o conjunto de normas sociais enquanto sentido objetivo, independente dos seres humanos individuais. - Críticas: Critica a própria ideia de norma hipotética fundamental. Crítica ao esvaziamento valorativo dado ao direito para dar um sentido puro e cientifico ao direito, desse modo o aspecto valorativo/axiológico foi totalmente retirado, sendo que este é de fundamental importância para análise e compreensão do direito em dado momento. JUSNATURALISMO X POSITIVISMO 1.Perenidade x Sazonalidade Perenidade: Ideia de que a essência da ideia do jusnaturalismo sempre está presente, o discurso jusnaturalista sempre houve, e atravessa a história de maneira perene. Ao contrário o positivismo que surge em um dado momento da história, momento este marcado pelo cientificismo metodológico. 2.Universalidade x Portailarismo O jusnaturalismo defendeu a ideia que o direito é um só e existe esse direito para toda parte, independentemente de onde sujeito vive. Esse pensamento é de herança Europeia 3.Justo acima do válido X Validade é o critério No positivismo: Só basta o dualismo de: Se é norma jurídica é norma válida. No Jusnaturalismo: Validade da norma não significa dizer que a norma é justa. Mais vale uma norma justa que uma norma válida 4.Fonte primeira é a concepção do justo X Fonte primeira é a Lei Por isso surge diferentes fases do jusnaturalismo, por que diferentes esferas de domínio do poder se propõe a dizer o que é de fato justo. No positivismo jurídico a fonte é sempre fundada na lei/código 5.Inato X Inteligência humana O jusnaturalismo advém da própria natureza humana. Ex.: Não é necessário criar uma lei para dizer para não matar, pois já é da própria natureza humana saber que não se deve matar outrem. No positivismo jurídico a concepção de justo assim como a fonte da lei vem da vontade humana caracterizada pela figura do legislador
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