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Imunidade Parlamentar

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IMUNIDADE PARLAMENTAR
	A imunidade parlamentar é um conjunto de prerrogativas e garantias aos parlamentares destinadas ao livre exercício da função parlamentar e para garantir a defesa da liberdade de expressão dos representantes do povo.
	A imunidade parlamentar tem origem no direito europeu, na Grécia Antiga, onde já se falava em imunidade ao Tribuno da plebe, representante do povo diante do senado da república romana. Os tribunos eram invioláveis (sacrosancta) e não poderiam ser acusados, presos, punidos por exercerem um direito sagrado. Aqueles que violassem a regra eram condenados à pena de morte.
	No direito inglês as imunidades foram garantidas a partir da Bill of rights, de 1688, com a promulgação da freedom of speech (liberdade de palavra) e a freedom from arest (imunidade à prisão arbitraria) que permitiu aos parlamentares expressar livremente seus votos e trocar opiniões sem serem acionados em juízo. A jurisprudência norte americana pacificou o entendimento de que os parlamentares só gozam de imunidade durante as sessões ou nas comissões. A imunidade parlamentar foi garantida também na Constituição dos Estados Unidos da América, no art. 1º, seção 6 desde sua promulgação, em 17 de setembro de 1787.
	No direito brasileiro as imunidades estão presentes desde a Constituição do Império, de 25 de março de 1824 e foi mantida até mesmo durante o Regime Militar, porém, com uma ressalva, se no prazo de 90 dias a Câmara não deliberar sobre o pedido de licença para processar o parlamentar, o pedido será incluído automaticamente em Ordem do Dia e assim ficará por 15 sessões ordinárias consecutivas. Se, durante esse prazo, não houvesse deliberação, considerar-se-ia autorizada a licença para processar.
Após o fim do Período Militar e o retorno do Regime Democrático houve então a promulgação da nova Constituição, em 1988, que está em vigor até os dias de hoje e regula as imunidades parlamentares no art. 53 e seus parágrafos. A constituição garante aos Deputados e Senadores inviolabilidade civil e penal por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos e estabelece foro especial por prerrogativa de função para os mesmos e outras garantias. Os vereadores também gozam de imunidade parlamentar, porém, somente no exercício da função desde que dentro do município em que atua.
	A doutrina divide as imunidades em dois grupos: material e formal:
A imunidade material visa a liberdade de expressão dos parlamentares, ou seja, permite que manifestem suas opiniões, palavras e votos sem o risco de sofrerem qualquer sanção penal, civil ou disciplinar. Apesar de, em regra, os parlamentares serem imunes, existem alguns limites a serem observados como menciona Michel Temer (Elementos de Direito Constitucional, Malheiros, 22ª edição, p. 31) “Opiniões, palavras e votos proferidos sem nenhuma relação com o desempenho do mandato representativo não são alcançados pela inviolabilidade. ”
A imunidade formal é subdividida em imunidade processual e imunidade prisional:
A imunidade processual permite à casa em que o parlamentar pertence sustar o andamento do processo contra o parlamentar a qualquer momento, pelo voto da maioria absoluta dos membros, conforme previsto no art. 53, § 3º, da CRFB, “Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. ”
A imunidade prisional proíbe a prisão de parlamentares a partir da expedição do diploma até a data da próxima legislatura, como previsto no art. 53, § 2º, “Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. “
A imunidade prisional garante que o parlamentar só seja preso depois de sentença transitada em julgado.
Além das várias imunidades, os parlamentares ainda gozam de prerrogativa testemunhal, imunidade probatória e foro especial por prerrogativa de função.
A prerrogativa testemunhal permite aos parlamentares, na condição de testemunha, combinar com o juiz o dia, hora e local de seu depoimento.
A imunidade probatória garante ao parlamentar a faculdade de não testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas no exercício de suas funções, nem sobre as pessoas que lhes passaram informações ou deles receberam. Esta imunidade visa preservar a liberdade e independência dos parlamentares.
Por fim, o foro especial por prerrogativa de função garante que os deputados sejam julgados somente perante o STF nas infrações comuns. As exceções ao foro privilegiado são as causas de natureza civil que são processadas normalmente em primeira instância e as denúncias por falta de decoro que são julgadas pela própria casa do representante, no conselho de Ética e posteriormente no plenário.

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