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Processo e Procedimento de Impeachment

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PROCESSO E PROCEDIMENTO DE IMPEACHMENT
Impeachment é um termo de origem inglesa que significa impedimento. No âmbito político é um instrumento pelo qual os regimes liberais limitam os poderes dos membros do Poder Executivo. Sua origem se dá no Direito britânico medieval.
Na antiga Inglaterra era utilizado como forma de punir os Ministros do Rei, na antiga Inglaterra, caso estes abusassem de suas prerrogativas. A Câmara dos Comuns, equivalente à Câmara dos Deputados em nosso sistema político, era o tribunal de acusações, enquanto que a Câmara dos Lordes, que corresponde ao Senado Federal, julgava assim como ocorre no ordenamento jurídico brasileiro atualmente.
Apesar de que na sua origem o processo de impeachment era utilizado como meio de punir, penalmente, os nobres, durante sua evolução, após ser adotado pelos Estados Unidos, o processo perde a capacidade penal e se torna um processo político, como menciona Paulo Brossard (O Impeachment, 1965. p. 21) “Na Inglaterra o impeachment atinge a um tempo a autoridade e castiga o homem, enquanto, nos Estados Unidos, fere apenas a autoridade, despojando-a do cargo, e deixa imune o homem, sujeito, como qualquer, e quando for o caso, à ação da justiça” inclusive o mesmo ocorre por toda a América Latina e, consequentemente, no Brasil.
No Brasil, a Constituição Brasileira de 1824 previa a responsabilização dos ministros condenados por crimes de traição, suborno e abuso de poder através de processo penal. Com a Constituição de 1891, o impeachment brasileiro passou a funcionar de maneira semelhante à atual, fazendo com que a competência para julgar procedente, ou não, as acusações contra o Presidente ou Ministros de Estados seja exclusiva da Câmara e tornando o Senado Federal o órgão competente para o julgamento.
Atualmente, o processo de impeachment brasileiro é fundamentado pela lei 1.079/50 que foi recepcionada pela CRFB/88 e possui como penalidade o afastamento do acusado e a inabilitação, por até 8 anos, para o exercício de qualquer função pública, como previsto no art. 52, §U da CRFB. Podem sofrer processo de impeachment o Presidente da República, Ministros de Estado, Ministros do Supremo Tribunal Federal, o Procurador Geral da República, Governadores e Secretários de Estado.
O pedido de impeachment pode ser feito por qualquer cidadão, segundo art. 14 da lei 1.079/50. Após feita a denúncia, que será encaminhada à Câmara dos Deputados, esta fará juízo de admissibilidade observando a autoria e materialidade dos crimes de responsabilidades da denúncia. O responsável por aceitar o pedido é o presidente da Câmara, no entanto, caso o pedido seja indeferido cabe ao denunciante recurso perante o plenário da Câmara. Para a aprovação da denúncia, o quórum necessário para a aprovação é de 2/3 dos Deputados. Em caso de aprovação, a denúncia será remetida ao Senado Federal, nos casos de crimes de responsabilidade ou para o STF, nos crimes comuns.
Nos crimes comuns o julgamento será conforme as normas do CPP e nos crimes de responsabilidade o procedimento é regulamentado pela lei 1.079/50. Em ambos os casos, após o recebimento da queixa-crime ou o recebimento da denúncia pelo Senado Federal, o Presidente ficará suspenso de suas atividades, retornando em 180 dias caso o julgamento ainda não tenha ocorrido.
Nos crimes de responsabilidade após a denúncia ser apresentada ao Plenário da Câmara uma comissão especial será formada para analisar o caso e dar prosseguimento. Após a formação da comissão especial o presidente poderá apresentar, durante o prazo de 10 sessões, sua defesa e após isso, durante 5 sessões, a Comissão Especial apresentará parecer, favorável ou não.
Após 48 horas da apresentação do parecer o documento será incluso na Ordem do Dia e será votado pelos deputados. Caso a votação alcance o quórum necessário, de 2/3 dos deputados, o processo será instaurado no Senado. Após a instauração o Presidente é automaticamente afastado de suas funções pelo prazo de 180 dias. Para ser condenado, é necessário que um total de 2/3 dos senadores votem a favor da condenação.
Se condenado o presidente será destituído do cargo e que assume é o Vice-Presidente. Caso o Vice-Presidente não possa exercer o cargo então este ficará sob o comando do Presidente da Câmara dos Deputados. No entanto, caso ocorra, o Presidente da Câmara dos Deputados só ficará responsável pelo cargo até que seja eleito um novo presidente.
Se o presidente e o vice deixarem os cargos nos primeiros dois anos de mandato, deverá ser convocada novas eleições diretas no prazo máximo de 90 dias e então o presidente eleito governará até o fim do mandato do presidente destituido. Caso deixem os cargos nos dois últimos anos de mandato o Congresso Nacional é que irá eleger um novo Presidente

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