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Pode-se afirmar que a Ciência Contábil surgiu juntamente com o homem, pois desde os primórdios da vida humana os indivíduos sentem necessidade de controlar, de alguma forma, o seu patrimônio. Necessitam mensurar, ou seja, medir o quanto ganham, quanto o patrimônio aumenta e o destino dos seus bens. A evolução da Contabilidade como ciência ocorreu com o florescimento do comércio. Nessa época, o controle do patrimônio tornou-se essencial. Surgiram as primeiras formas realmente organizadas de empresa e era preciso, mais do que nunca, controlar o que acontecia com estas entidades. Analisaremos nesta aula como a Ciência da Contabilidade passou a mensurar, controlar, estudar e verificar o patrimônio das entidades, visando fornecer informações sobre a situação da empresa a todos os interessados ― proprietário, funcionários e fornecedores.Vamos estudar também o conceito de Contabilidade, seu objeto de estudo, finalidade e as situações em que pode ser aplicada. Você já ouviu falar no método das partidas dobradas? É o método considerado, até hoje, como base para a Contabilidade, que afirma que toda a origem de capital deverá ter sempre uma aplicação de igual valor. Como vimos até aqui, após a divulgação do método das partidas dobradas, a contabilidade se desenvolveu como ciência e ganhou cada vez mais espaço. neste método todo débito corresponde a um crédito com valor igual ao do débito e vice-versa, isto é, para cada crédito deverá haver um débito de valor igual ao do crédito. 1) Ainda que seja uma das quatro fórmulas de escrituração, esta opção não é a mais comum. 2) Essa fórmula foi aprovada no Congresso de Contabilidade de 1924, mas não é a mais comum. 3) Opção correta! Essa é a fórmula mais comum e a que melhor explica o conceito do método: “a todo débito corresponde um crédito de igual valor e vice-versa”. 4) Também é uma opção correta, mas não é a mais comum. 5) Essa não é válida, pois apenas a opção “Um débito para cada crédito” atende ao que estava sendo pedido. Por que o contador antigamente era conhecido como guarda-livros? “Há muito tempo, em uma terra não muito distante, os contadores eram chamados de ‘guarda-livros’. A origem desse estranho nome era proveniente da sua principal função que, até então, era a de escriturar e manter em boa ordem os livros mercantis das empresas comerciais”. A contabilidade passou a se desenvolver a partir da necessidade de tornar a área contábil mais compreensível e dinâmica. No Brasil, por exemplo, a construção da contabilidade vem evoluindo desde o surgimento das escolas de contabilidade e das regulamentações contábeis. Vamos acompanhar como aconteceu esta evolução? Você sabia que nesse ano o Brasil deu os seus primeiros passos para a organização contábil? O alvará publicado na época dizia que os contadores deveriam usar obrigatoriamente as partidas dobradas como método de escrituração. 1850 Em 25 de junho de 1850, o Imperador Pedro II promulgou o primeiro Código Comercial Brasileiro. Essa promulgação tornou obrigatória a escrituração contábil, além da elaboração anual do balanço. 1880 1902 1946 A USP criou nesse ano a Faculdade de Ciências Contábeis, que coincide com a criação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 1964 Em 1964, houve a promulgação da Lei nº 4.230 que instituiu as principais normas para a elaboração e controle de orçamento da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. 1976 Esse ano é marcado por um grande acontecimento para Contabilidade no Brasil: a criação da Lei nº 6.404 ou Lei das Sociedades por Ações. Em 1976 também houve a Criação da Comissão de Valores Mobiliários (CMV). 2007 Nesse ano ocorreu uma revolução na Contabilidade através da promulgação da Lei nº 11.638, que alterou diversos dispositivos da Lei das Sociedades Anônimas e aproximou a Contabilidade brasileira do modelo que vem sendo adotando mundialmente. A partir daí o Brasil passou a utilizar os princípios das IFRS visando a melhor apresentação e compreensão das normas e demonstrações contábeis. Mas afinal, o que é Contabilidade? Definida como a ciência responsável pelo estudo dos fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, a Contabilidade é a responsável, portanto, pelo registro, classificação e demonstração dos fatos ocorridos no patrimônio das entidades, através da escrituração contábil. A Contabilidade também fornece informações para a análise e interpretação dos fatos obtidos mediante a escrituração contábil, e possibilita que sejam evidenciadas, ou seja, que sejam conhecidas as variações através dos períodos em que houve alteração no patrimônio. No que diz respeito ao patrimônio das entidades, pode-se dizer que a Contabilidade atua em três campos: Pessoa física Considera-se pessoa física toda pessoa natural que é registrada em cartório e que possui bens, direitos e obrigações junto ao Estado. A pessoa física responde individualmente por seus atos e só terá fim quando decretada a sua morte. Pessoa jurídica Trata-se da composição de uma ou mais pessoas físicas, por meio de um contrato que deverá ser registrado em cartório, na Receita Federal ou junta comercial. Mas se a pessoa jurídica é formada por uma ou mais pessoas físicas, por que devemos considerar que entidade é igual à pessoa jurídica? Na verdade os responsáveis pela pessoa jurídica são as pessoas físicas que a formaram e seu término será dado por um acordo entre estas pessoas ou por decisão judicial.No caso de constituição por pessoa física, os dois tipos mais comuns são as sociedades limitadas e as sociedades anônimas, sendo que para as limitadas o documento de nascimento é o Contrato Social e para as anônimas é o Estatuto Social. Suponhamos que a situação da sua empresa neste mês foi a seguinte: Agora é com você… Opção certa. Sendo o valor do passivo maior do que o valor do ativo, a empresa fechou com o patrimônio líquido negativo ou passivo a descoberto. Contrato Social e Estatuto Social? ESTATUTO SOCIAL O Estatuto Social é o documento peloqual são constituídas as sociedades anônimas. No caso destas sociedades, é feita uma assembleia que deverá representar, no mínimo, metade do capital social, ou seja, o capital da empresa. •Nome; •Prazo de duração; •Localização da empresa; •Objeto social (ou seja, o que ela terá como atividade); •Seu capital social; e •Outros dados primordiais para o nascimento da entidade. CONTRATO SOCIAL O Contrato Social é o documento de nascimento de uma entidade com fins lucrativos e não anônima. Este documento não pode conter nenhum tipo de emendas, rasuras ou qualquer tipo de entrelinha. Além disso, o documento deverá designar o objeto da sociedade e o nome desta. É possível que você esteja se perguntando... ... já que o objeto da Contabilidade é o patrimônio das entidades, onde eu, profissional da área de Contabilidade, posso atuar? Atualmente há uma lista ampla e bem diversificada de áreas em que você poderá atuar. Vamos ver alguns exemplos: 1) Contador: É a forma independente que assume a contabilidade. Atualmente, o profissional que deseja trabalhar nesta área precisa fazer o exame de suficiência do CRC e obter o registro junto ao órgão para exerc er a profissão. Um profissional que deseja atuar como contador pode ter seu próprio escritório, desenvolvendo funções generalistas com relação a uma empresa. O contador pode ser também analista ou assistente, atuando na área tributária, de custos, gerencial, de controladoria, entre outras. 2) Perito Contabil: A profissão de perito contábil é prerrogativa exclusiva do contador, ou seja, somente o bacharel em Ciências Contábeis, devidamente habilitado (com CRC), poderá atuar nesta área. Este profissional atua com a indicação de juízes ou partes envolvidas em processos e é responsável pela elaboração de laudos que serão utilizados para a tomada de decisão judicial, em casos de dissolução de entidades, pensão alimentícia, recálculo de encargos financeiros com Sistema Financeiro Habitacional, com bancos em geral, entre outros. 3) Controller: É aquele profissional que atuará como gestor de uma determinada entidade, trabalhando para fazer a gestão de forma eficaz. 4) Tributarista: Levandose em conta a complexidade do sistema tributário brasileiro, esta é uma área que possui uma vasta demanda de profissionais. O contador pode trabalhar de forma independente, ou seja, oferecendo consultoria nesta área, ou atuar dentro de uma empresa, planejando quais as melhores formas de tributação para aquela entidade. A figura do leão faz referência a um das mais famosas tributa ções: o imposto de renda. 5) Auditor: Assim como o perito contábil, somente o profissional formado em Ciências Contábeis, devidamente habilitado, poderá atuar como auditor. Este profissional é responsável por analisar as demonstrações contábeis, bem como trabalhar para que os controles internos sejam respeitados e para que isso seja feito de forma eficiente. Lembrando que a auditoria está dividida em duas modalidades: • Auditoria interna: que é aquela realizada dentro das entidades para a verificação dos procedimentos internos; e • Auditoria externa: que é aquela normalmente requerida por uma sociedade anônima para a verificação da veracidade de suas demonstrações contábeis. 6) Contador Publico: É aquele profissional que prestou concurso e trabalha na área pú blica. As entidades públicas por possuírem patrimônio também são objet o da Contabilidade. 7) Pesquisador e professor: Assim como em todas as profissões, o profissional graduado em Ciências Contábeis poderá atuar na área da docência ou pesquisa. Mas, se você não se encaixou em nenhum desses perfis, não se desespere... ... além das áreas citadas, existem outras possibilidades de atuação para o profissional contábil. Porém, antes de escolher a área que se deseja atuar, é muito importante entender que o objetivo da Contabilidade é fornecer informações sobre a composição do patrimônio e como funcionam as suas variações. A partir daí, é possível pensar na área que se quer seguir. Outro ponto que pode ajudar na decisão da carreira a seguir é o pensamento voltado para as finalidades da Contabilidade, pois, atualmente, a sua principal função é o planejamento que serve de base para a análise de situações futuras e o controle do que acontece com as instituições. Você consegue imaginar quem são os possíveis usuários da contabilidade? Qual o interesse destes na informação contábil? Os usuários da contabilidade são divididos em dois tipos: Você já parou para pensar como seria se cada um fizesse as coisas do jeito que quisesse? Se não houvesse normas para executar cada tarefa? E na Contabilidade? Como seria se cada um fizesse o registro das informações contábeis do jeito que quisesse? Se cada um decidisse o que deveria ou não registrar? Para que haja uma padronização, é preciso que existam órgãos responsáveis pela normatização contábil. No Brasil as normatizações são de responsabilidade da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do ConselhoFederal de Contabilidade (CFC). A resolução de nº 750/93, emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade, definiu alguns princípios contábeis com o intuito de padronizar a Contabilidade. Alguns autores dividem os princípios contábeis em três categorias: Conhecido como “Pilares da Contabilidade”, os Postulados são considerados a base da teoria contábil e se divide em Postulados Entidade e Postulados da Continuidade, onde o primeiro estabelece o patrimônio como sendo o objeto da Contabilidade e o segundo prevê que o processo contábil deve ser considerado sem prazo estimado de du ração. Fonte: Portal de contabilidade É a padronização das técnicas contábeis adotadas pela maioria dos profissionais, com o intuito de normatizar os lançamentos e relatórios, para um melhor controle do patrimônio da entidade. No Brasil, os princípios contábeis são os estabelecidos pela Resolução CFC 750/93. Tais princípios servem como padrões a serem seguidos na contabilizaçã o dos fatos contábeis. Conceitos que servem como um guia para o profissional da área contábil, normatizando padrões de conduta na hora de escriturar os fatos contábeis, tais como: objetividade, conservadorismo, materialidade e evidenciação. Chegamos ao fim da primeira aula. Nela foi possível ver a evolução da Contabilidade e sua normatização, explicando, minuciosamente, que suas regras e procedimentos devem ser respeitados para que haja uma padronização e, com isso, melhorarmos o entendimento de forma geral. Você já parou para pensar em tudo que possui? Já percebeu que isso faz parte do seu Patrimônio? Muitas pessoas acham que só os bens que elas possuem fazem parte do patrimônio, mas é preciso lembrar que o que elas têm a receber, ou seja, os direitos, e o que elas têm a pagar também fazem parte do conjunto denominado Patrimônio. Outro aspecto importante é compreender como funcionam as movimentações no patrimônio, ou seja, como este aumenta, diminui ou sofre qualquer tipo de movimentação. É importante saber também quais as possíveis situações patrimoniais, o que demonstra e como o balanço pode ser configurado. ... Mas será que você lembra como se constitui o patrimônio de uma entidade ou de uma pessoa? Até este ponto conhecemos o conceito de bens, direitos e obriga ções. De que forma isto é representado para que faça sentido do pont o de vista contábil? Para que você entenda, vamos retomar alguns conceitos estudados na primeira aula. Só que dessa vez, usando a terminologia contábil. A igualdade entre Bens, Direitos e Obrigações é possível? Imagine uma balança. Para que ela fique equilibrada é preciso que os dois lados estejam com o mesmo peso, não é? Assim também acontece na Relação Patrimonial, onde o Ativo e o Passivo devem permanecer equilibrados. No balanço patrimonial, o dinheiro “entra” pelo lado do Passivo. Você sabe de que forma isso ocorre? Analise o quadro: Lembrese: as origens de recursos correspondem às obrigações e podem ser divididas em dois tipos: De terceiros – são recursos provenientes de entes alheios à companhia ou que não fazem parte diretamente desta, como, por exemplo, os fornecedores, o governo através dos impostos, financiamentos, salários a pagar, entre outras dívidas. De recursos próprios – recursos provenientes de capital dos sócios, do capital social ou, ainda, de lucros e reservas que são valores decorrentes das ativi dades normais da empresa. Pense nos seus bens, direitos e obrigações. O que hoje você possui mais? Ambas as respostas configuram uma Situação Patrimonial, ou seja, uma das formas de apresentação do balanço que pode ser aplicada tanto à pessoa fí sica quanto à jurídica. Em uma Situação Patrimonial podem ser apresentados mais Bens e Direitos do que Obrigações, mais Obrigações do que Bens e Direitos ou ainda Ati vo e Passivo iguais. Agora, vamos trabalhar algumas formas de apresentação do Patrimônio e como elas podem ser entendidas mediante o uso de ilustrações. A maneira mais simplificada para que sejam demonstradas as situações possíveis em relação à estrutura patrimonial é a utilização de balanças no lugar dos gráficos. ... Mas como? Com valores iguais para o Ativo e para o Passivo, o equilíbrio estará alcançado. Isso é fácil de perceber. Porém, normalmente, o Ativo e o Passivo apresentam valores diferentes e esta balança virtual penderá para um dos lados. Você deve buscar sempre o equilíbrio. O peso (valor) que se utiliza para se alcançar este equilíbrio é chamado Patrimônio Líquido e, por lógica, estará no lado do menor valor, compensando, assim, a diferença. Na balança, você colocará a quantidade de peso que represente a fórmula exibida. Existem dois pesos para cada função, representada da seguinte fo rma: Veja o EXEMPLO e observe que na tabela demonstramos a forma de distribuição dos pesos que você indicará na balança. Observação: Não consideraremos aqui a situação de Ativo igual a zero, em que o Patrimônio Líquido (PL) é igual ao Passivo (P), pois essa circunstância é muito improváve l. Ela apenas é citada na situação hipotética de uma empresa que apresente prejuízos consecutivos, gerando um Patrimônio Líquido Negativo e, posteriormente, liquidando todo o seu Ativo sem conseguir liquidar todas as suas Obrigações. Afinal de contas, como o Patrimônio se movimenta? O que o f az aumentar ou diminuir? Pensando na evolução do Patrimônio de uma empresa, analise: Afinal de contas, como o Patrimônio se movimenta? O que o f az aumentarou diminuir? Pensando na evolução do Patrimônio de uma empresa, analise: Afinal de contas, como o Patrimônio se movimenta? O que o f az aumentar ou diminuir? Pensando na evolução do Patrimônio de uma empresa, analise: Afinal de contas, como o Patrimônio se movimenta? O que o f az aumentar ou diminuir? Pensando na evolução do Patrimônio de uma empresa, analise: Afinal de contas, como o Patrimônio se movimenta? O que o f az aumentar ou diminuir? Pensando na evolução do Patrimônio de uma empresa, analise: Chegamos ao final de mais uma aula e para encerrar vamos a mais uma atividade de fixação. Imagine que você tenha a seguinte situação: Uma casa no valor de R$100.000,00; Um veículo no valor de R$25.000,00; Direitos a receber de uma venda de um terreno que você fez n o valor de R$20.000,00; e Uma patente registrada, daquela brilhante invenção, no valor de R $10.000,00. Em contrapartida, você tem: Um financiamento de R$80.000,00; Um empréstimo de R$20.000,00; e Dívidas, em geral, no valor de R$5.000,00. Dica de resolução Para apurar o valor dos bens, direitos e obrigações é necessário fazer a diferenciação entre os conceitos: primeiro com relação aos bens é preciso lembrar que é tudo o que possuo e que pode me gerar benefício futuro, no caso dos direitos é que tudo o que se tem a receber e com relação às obrigações é só lembrar que é tudo aquilo que deverá ser pago. Por fim, a riqueza líquida será a comparação dos bens mais os direitos e menos as obrigações, ou seja, o que realmente sobra de patrimônio. Depois de estudarmos alguns conceitos de contabilidade, já entendemos que existem bens, direitos e obrigações e verificamos que o registro que modifica esses elementos ocasiona alterações no patrimônio e, assim, cada elemento deverá ser devidamente identificado. É neste momento que surge o conceito de conta ― nome que irá definir cada elemento da contabilidade. O plano de contas, por sua vez, será uma lista organizada de como são essas contas, ou seja, de como estes elementos patrimoniais, devidamente organizados, deverão aparecer na contabilidade. O plano de contas é, por isso, um elemento essencial no dia a dia do contador e apresenta as contas de acordo com a sua codificação e classi ficação devidas. Quando você pensa em conta, qual das opções abaixo lhe vem primeiro à cabeça? Difícil decidir, não é? Todas fazem parte do nosso dia a dia. Mas você reparou que mesmo com significados bem variados o conceito de conta nesses três casos está ligado a um elemento que representa valores monetári os? Será que isso acontece também em Contabilidade? Não é bem assim... Justamente em Contabilidade, conta perde esse aspecto generalizado e ganha um significado bastante específico. Contas patrimoniais São aquelas que representam os elementos patrimoniais, ou seja, aquelas que compõe o patrimônio. Tais contas demonstram a posição do patrimônio em certo momento. Além disso, também são contas patrimoniais aquelas que representam o patrimônio líquido das entidades, ou seja, a riqueza líquida das entidades. Podese afirmar, então, que as contas patrimoniais são aquelas que demonstram a posição financeira da entidade, pois representam valores monetários. Contas de resultados As contas de resultado, ainda pouco exploradas por nós, são aquelas que aparecem durante o exercício social ― período em que a empresas têm o seu ciclo de operações (normalmente um ano), que deverão ser encerradas no final desse tempo. Estas contas estão divididas em Receitas e Despesas e, mediante o confronto destas, é obtido o Lucro ou Prejuízo de um determinado período. Você deve estar se perguntando: Como foram definidos os conceitos de contas? Em Contabilidade, existem as chamadas teorias patrimoniais, a função delas é explicar como os elementos são representados por contas. Entre elas destacam-se: Nesta teoria as contas são comparadas a pessoas e essas pessoas mantêm relação com a entidade em que atuam. Assim, o débito de uma dessas pessoas representará uma dívida e o crédito desta mesma pessoa representará um direito. Com isso, cada débito do proprietário será um crédito dos agentes consignatários e dos agentes correspondentes e viceversa. Existem três grupos nesta teoria: Contas dos proprietários – é o titular do patrimônio que se relaciona diretamente com os agentes consignatários. O patrimônio líquido, bem como as receitas e despesas, é uma conta que representa o proprietário. Contas dos agentes consignatários – são as contas guardadas pelo proprietário, ou seja, os bens da empresa, como, por exemplo, caixa, bancos (contas deve doras). Contas dos agentes correspondentes – agentes correspondentes são aquelas pessoas que não pertencem à empresa e as contas deles são aquelas com que o empresário mantém débitos ou créditos. No caso dos direitos, correspondem aos créditos no Ativo, como duplicatas ou clientes. No passivo, representam obrigações, como duplicatas a pagar e fornecedores. Na Teoria Materialista, como o próprio nome já diz, as contas representam relação material com as instituições. Assim, os bens (contas patrimoniais), os direitos e as obrigações são chamadas de Contas integrais. Já o patrimônio líquido e suas variações do resultado são conhecidos como Contas diferenciais. Patrimonialista Esta é a teoria mais adequada à legislação societária brasileira e tem como objetivo principal a administração das entidades, separando os elementos em Contas Patrimoniais (Ativo ePassivo) e Contas de Resultado (Receitas e despesas). Por que as contas são importantes? Para que elas servem? Segundo Ribeiro (2009), é por meio das contas que a contabilidade desempenha o seu papel, que nada mais é do que registrar e controlar os acontecimentos que modificam o patrimônio das entidades. A conta serve para que a contabilidade reconheça a alteração em cada elemento patrimonial e isto, por consequência, trará alterações na estrutura contábil de uma empresa como um todo. Assim, todos os acontecimentos que ocorrem na empresa são registrados por meio de contas e depois anotados em livros próprios para que sejam disponibilizados aos usuários interessados. Para ter Razão... A representação gráfica das contas é o respectivo registro em fo lhas ou fichas individuais. O conjunto destes registros forma o livro contábil chamado Razão, onde cada ficha é utilizada para uma conta específica e os elementos mínimos necessários para cada registro são os valores a débito e a crédito, a data, o histórico e o saldo da conta. Um modelo de Razão utilizado largamente pelas empresas é especificado conforme o seguinte quadro: Existe outra forma para que sejam corretamente evidenciados os saldos das contas no livro Razão, chamada de razonete ou de “conta em T”. Essa maneira é apenas uma simplificação da ficha vista no quadro, onde apenas são evidenciados o título da conta e duas colunas, sendo uma para os débitos (coluna da esquerda) e outra para os créditos (coluna da direita). Para que seja obtido o saldo de cada conta, devese realizar o cálculo da soma de cada coluna. A diferença será o saldo da conta. E o que são despesas? O que elas representam? Como elas podem ser diferenciadas das contas patrimoniais? Pode- se dizer que as despesas são bens e serviços consumidos para a geração de receitas. Essas contas são responsáveis pela diminuição do patrimônio, uma vez que são gastos efetuados todos os meses e que saem da empresa. Elas se diferenciam das contas patrimoniais facilmente porque estas são contas que permanecem no patrimônio (como os veículos, móveis, contas a pagar), ou seja, essas contas são geradas todos os meses e zeradas no final do período para a apuração do resultado. Você sabe o que é receita? Chamase de receita todas aquelas contas que representam o resultado do sacrifício da empresa, ou seja, o que ela ganha com a venda de mercadorias ou a prestação de serviço. As receitas ocorrem em um número menor do que as despesas e podem ser representadas pela receita com vendas ou prestação de serviços, juros ganhos com aplicação financeira ou com duplicatas recebidas em atraso, bem como descontos obtidos. Quando você se depara com as palavras débito e crédito o que você pensa? Para que sejam feitos lançamentos contábeis, ou seja, movimentações nas contas utilizando a técnica do débito e do crédito, é preciso utilizar o seguinte raci ocínio: É preciso lembrar que cada lançamento fará com que haja movimentação em, pelo menos, duas contas, pois deverá ser respeitado o princípio das partidas dobradas. Imaginando a constituição de capital da empresa, o lançamento ficará da seguinte forma, se feito sob a forma de razão: Você já conheceu o que é uma conta e para que ela serve, mas já parou para imaginar como elas ficam organizadas na contabilidade? Elas ficam organizadas por um elemento conhecido como Plano d e Contas. Para que o plano de contas seja elaborado é necessário, inicialmente, que sejam observados alguns pontos. Veja: • A legislação da empresa em que o plano de contas será implantado, pois, por exemplo, o plano de contas de uma indústria possui diferenças do de uma prestadora de serviços; • As normas da legislação societária, Lei nº 6.404/76, nº 11.638/0 7 e nº 11.941/09; • Os Princípios Contábeis (PC) estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Conheça agora os elementos do Plano de contas Elenco de contas Depois de seguidos os requisitos como observação da legislação societária e especificidade da entidade deverão ser escolhidas as contas que serão utilizadas . Manual de contas No manual de contas estão descritas as explicações para o bom uso de cada elemento do grupo. Neste manual, deverão ser discriminadas a função e o funcioname nto de cada conta. As contas de resultados estão divididas em dois grupos (receitas e despesas) e o resultado do exercício será apresentado a partir do confronto desses grupos. O resultado é apurado pela diferença entre a soma das despesas e das receitas e após isso é feita a transferência dos resultados para uma conta (apresentada no plano de contas modelo) chamada de Resultado do Exercício, em que finalmente é obtido o lucro ou prejuízo da empresa no período. O plano de contas permite a existência de um manual de consulta que será usado toda vez que for realizada a escrituração contábil e para que não haja dú vidas nesse processo. Os códigos de forma resumida são apresentados da seguinte form a: No plano de contas, para que não haja confusão das contas com os grupos, deverá ser utilizado apenas um código numérico para cada conta. Esse código é composto por um ou mais algarismos que farão a identificação de cada conta ao longo do plano de contas, que serve para diferenciar as contas de resultado das contas patrimoniais e, no caso de registro feito via sistema, substituir o nome da conta pelo seu título. Além disso, esse processo facilita a organização e o bom entendimento das contas na hora deseu registro. Assim, em resumo, o plano de contas serve para padronizar os procedimentos que deverão ser adotados na escrituração contábil, para delimitar os títulos, funcionamento e função das contas, bem como a classificação de acordo com a sua natureza. Serve também como um guia que orientará a pessoa responsável pela contabilização dos dados de uma empresa e permitirá que sejam entendidas e vistas as relações entre as contas. Lembrese de que o plano de contas apresentado é apenas um modelo simplificado do que é realmente utilizado nas empresas. Não esqueça também que cada plano de contas, como já comentado anteriormente, apresenta particularidades próprias ao tipo de atividade que a empresa executa. Então, o plano de contas de uma empresa industrial apresentará mais contas do que um de uma empresa prestadora de serviços, devido à complexidade do tipo d e atividades da entidade. É preciso observar por último que os diversos setores da economia, como financeiro, secundário e outros necessitarão de adaptações no plano de cont as. APRENDA MAIS! Clique aqui para ver um exemplo de plano de contas. Faça também uma visita ao Portal da Contabilidade e aprenda todos os passos para a construção de um Plano de Contas Contábeis. Agora que você já sabe identificar os elementos patrimoniais, ou seja, os bens, direitos e obrigações e também entendeu como estes são classificados de acordo com o plano de contas, é necessário que entenda o funcionamento e o registro d os atos e fatos contábeis. Além disso, você precisará compreender como estes elementos são contabilizados durante o exercício social, ou seja, como ocorre o seu registro na contabilidade, que é feito pela escrituração contábil. Dessa forma, ficará claro que os registros contábeis que possibilitam a visualização e o entendimento lógico das informações nascem deste fato. Como o patrimônio se altera? Quais são os fatos que provocam modificações e como elas se configuram? Você já parou para pensar nisso? Para compreender como os fatos fazem com que o patrimônio se altere é preciso abordar o tópico atos administrativos e fatos contábeis. Existe também a permutação entre elementos de Ativo e do Passivo e esta pode ocorrer de duas formas, chamadas de aumentativo e diminutivo. Pense no seguinte fato: A empresa obteve um empréstimo no valor de R$2.500,00 e o contador na hora de classificálo contabilizou o valor na conta de Contas a Pagar em vez de classificálo corretamente na Conta Empréstimos. Veja: As duas opções estão corretas, pois Contas a Pagar e Conta Empréstimo representam duas operações distintas, sendo necessária a reclassificação do valor que está na conta de Contas a pagar para a Conta Empréstimo, caracterizando desta forma um fato permutativo entre os elementos do passivo. A escrituração contábil é a técnica responsável pelo registro de todos os fatos contábeis de uma entidade, segundo os princípios e normas contábeis, com o objetivo de evidenciar a situação econômica, financeira e patrimonial das entidades que estão submetidas a ela, além dos resultados obtidos em um determinado período de tempo, o qual é denominado exercício social. (MARION, 2009) Tem como objetivo principal o estudo, o controle e a geração de informações e orientações acerca do estado patrimonial e de suas variações. Para que sejam efetuados todos os registros dos atos e fatos que figurarão no patrimônio empresarial e no Balanço Patrimonial contábil é utilizada a técnica do registro contábil por meio do método das partidas dobradas. Sendo assim, a soma dos valores debitados deve ser sempre igual à soma dos valores creditados. O que vai definir o saldo final de cada conta contábil é a diferença entre os valores debitados e creditados nela. É importante destacar que o sistema de escrituração contábil se utiliza de distintas maneiras para registrar os fatos contábeis que evoluíram na escrituração contábil com o passar do tempo. Nesse contexto, temos o sistema manual e o sistema eletrônico. Para que servem os Livros de escrituração? Para que as informações sejam registradas é necessário que sejam utilizados livros específicos que variam de acordo com a forma jurídica, o porte e também o ramo de atividade em que a empresa atua. Os livros deverão conter a numeração mecânica em suas páginas, bem como termos de abertura e fechamento, registro de acordo com o órgão fiscalizador competente e a forma de encadernação. O profissional responsável pelo preenchimento deverá evitar rasuras, borrões e emendas. Além disso, o livro deverá ser organizado em ordem cronológica e sem nenhum tipo de registro nas entrelinhas e margens. Existem diversos livros na contabilidade, entre eles os contábeis, os auxiliares, os societários, os fiscais e os trabalhistas. Dentre os principais destacamse: Pensando no que estudamos sobre fatos contábeis, relacione os f atos aos seus conceitos: Arraste as caixas aos seus respectivos conceitos. Você já parou para pensar em tudo que possui? Já percebeu que isso faz parte do seu Patrimônio? Muitas pessoas acham que só os bens que elas possuem fazem parte do patrimônio, mas é preciso lembrar que o que elas têm a receber, ou seja, os direitos, e o que elas têm a pagar também fazem parte do conjunto denominado Patrimônio. Outroaspecto importante é compreender como funcionam as movimentações no patrimônio, ou seja, como este aumenta, diminui ou sofre qualquer tipo de movimentação. É importante saber também quais as possíveis situações patrimoniais, o que demonstra e como o balanço pode ser configurado. Como os fatos são registrados? Como nascem os registros na Co ntabilidade? Ribeiro (2010) afirma que a escrituração contábil é o modo de registros de fatos e atos administrativos e, conforme visto anteriormente, ela pode ser feita por dois métodos: Método que registra somente o controle de um elemento contábil. Podemos considerar como exemplo o controle do livro caixa em que são registradas as entradas e saídas de dinheiro, sem a preocupação de evidenciação do controle dos outros elementos patrimoniais, lucro ou prejuízo. Este método é incompleto e não evidencia as mutações de forma global no patrimônio. Este método, que já foi rapidamente abordado, está baseado na seguinte premissa: A soma de todos os débitos é igual à soma de todos os crédit os. Segunda fórmula: quando existe um débito e mais de um crédito. O exemplo abaixo corresponde à compra de mercadorias em São Paulo, em 25/05/2012, conforme nota fiscal 01 da Cia Brasil Ltda., no valor de R$15.000,00, sendo 50% à vista e 50% a prazo, em 30 dias: Terceira fórmula: quando existe mais de um débito e apenas um crédito. Um bom exemplo para se entender essa situação é a criação de uma empresa, isto é, quando o dinheiro é colocado na entidade pelos sócios. Suponha que uma empresa foi criada com capital social de R$100.000,00, que foram integralizados, ou seja, colocados na empresa da seguinte forma: Observe que agora a palavra diversos não vem precedida da letra “a”, o que indica que ela representa múltiplos débitos que serão posteriormente detalhados. O crédito ficou restrito à conta “Capital Social”, que possui um breve histórico de como esse capital foi integralizado. Posteriormente, são apresentados os dois débitos: um referente ao valor que entrou em dinheiro e outro referente a móveis e utensílios.
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