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n"~"O". I,..--Ip::a2lralVa :J~: ""~~~L: S~":~r:"; ::0, Cõ';l~'· (~)(J' - Se" ~:~i, - 5F (::r 054; 3·M ~~5" o" 1c133:C'J S.l.~, ,~: OECJ h 7~:: ;~'~i ::j" <;;~C: ln,cr"i\:.: }i'. ~r ~,_~,:: ~"Y' "l'C;'.~;_I.:Crr.:' fll;AIS .I..\I/IlO)t~V~O~DÔH :Ji~C KJ,I.\\..l,/!( 1.[ '-..< ~ ; s 1·);5 - ~ ~:' ·~3C,; ':, ,. 3:3'{";1_S,:;,.:, SAuR!J ;'iAO PAUl:1 ~;n ,·:,:~,<rt>.c: CiJw, 2-'i5,'7-'jl - . OC"' 'J'";' "I., 31:--;ó!2 - ' . t 32:; lo;; - ir.: (~WPI~ui!~m~H.\O ~i, Fb"e"Q tllrli. 57J - .'X"~-(~ r::re':ê53i:S.2Ji'3:3í338-1 ':~: ISS: 3Z)~·, 331 - 'O~l e:l DISTRITO fEOE<.Al SI.~/SUL 7'ec'~ 2l,') a)~ - 5t'>:l de l:dC\n ! j,:a,"ó( -~,)) f:;:~: :li' 33.lJ.ZliJ / 33H·:~)1 ta;;: :~ 11 3~U·l iJ~ - :!JI:1,( GOI~'i/TQCANT:~S ~I :-c5rd~r.:n, S230 - S,~êr Lc[JO~) F(Ifl; ,:~í~ 322:-2:êZ' 321 '·23Ü6 fa~ ·:621 3'11 1-3D"I- ~d~ a MATO GROSSO 00 íUV',lAiO GROSSO ~'Jc 1 i de 1,110,::' 43 -Ü1:r<J fJr": ')7) m2-3:j~i - fo. lU' 23~! ·GI 2 - [:rr:o G'n"ê' MIN4S GBAIS ~'J(l ~:i'll Ptí(],bl, H9 - la;~:-r- Frõ 131: 3129-83C8 - fc: !2" 3!??·33:C - E • ":lliO'I, p~ti..'A.\I.AP4 r"';.;1( ~~~"~;.,. :'~ - a'f;":1 [r.I")~' ' .. ~ ('1L 3'1?2iü:4./ 3í.i''";~:!~ .:::x: ,1L ml{J~F - B~'~;~ PWIU/~MHA OlA~INA ~1I:l C:m,: .i,: L~_I".ó, 289> - Pd: I'e"; i0~e/flOC I ~L 3::32-!B9~ - ~~··~t PfRNA.IISUCO/PARAilVR. G. DO HO.m/AlJIGO,l,S ~o-" C~rrdll b ;,Spil, :ES - Si>: V;,::: te,_'", [êl) 342H2'-& -'ll, :31) 3oi'i Ij' J-Rode ~l3Elti!l PRfTO Is.iO PAUtO) f"~e : ' ~; 3é ')55.:3 - ::;, :ljj 36' :-32;. - ~:c'_c: "," RIO OE JAHElRO!ES~I~ITa SA.~TO ~Jl \'~(C"~;~, 5ar,'o 1~~,1. 1I ~; 119 _1,\1: :>t::c Fei,e, :2.) 2m·94j! - :l', (21j í:,lJ.Sà61 Z511-H5 - ~tç c;]:","J RIO GRANDE 00 SUL A., A,) P~~'"~r,?3' - ;~r'~~ ft~ô/i"R:i 11 331' -4CJl /331 I· ~ê! l 311)·:' )~.' P:rJ !;j~;rl SAO PAULO h A·rÓli[:. n - ~~:, ',n:l Fc~e: P~BX:: 30' 6·36\6 - S,~ b') C:b ':~'~~(;on~jl ~E Cc':; oç:;GC rJ P~:lqj0 :CIP' -.:dm:~Q ~;c>i;2r: é: t,"C, SP, ~.:: I j)·,t;to <!ir' '~~JI Ir, "·ti",,,:. D'r,'r' _lO ,~il,,'-',m"1 :r' _~"" B,~",: T .~",J I j); I " '" , >, Diretor eJJ'tor'al ~"':': lG~FD C~,;G Gere,7le de prildurõo edilcr;o/ Ug,"o A,'VCí Editora o~;is:~nI~ ~as(;na SimGre S.,'IG Pmdutara editaml 00'''550 eorwM,l1aria Pr~p(fra(õa de originais Aro (1I5,ino Garcia I,~(jrio 1111:!eI Barreiros Bi/"(;f1(ourr BliJ550n Raquel Benchimcl de o.';,e;m Rosen'''al Arte e diogramo,õo (ri5/inc Aparec.:Ja Agudo d~ FI~:tas RevisEo de provas Rira d~ Cóssio Queiro! GorgGri Simone Sllberrchimidr Scrviça<; editoriais Carlo Crr<;/ina l.forqlr~; luperôo de Oliveira Demasia (apa An6ea V,I'~la Produção gráfica Natli Rcmc;m Impressco Br.;r,'11D Grriiim Arab!1menfo 3crtlli! 6.'ofiw DuvidasJ A(E~;i! VI'/Ii'f .. ,s?~ai'ajul.co'Tl.br :''-''<l:,ur,_. FJ I, ~c>l pu ,Iio, '", ç "' r rel',,>d<ll.ldJ p~' q" .. I\I'r~r '''" "I, ""Ta >~t: " H,--'~ Jul< i<"~j, Cl LJ""", 'iH"",' \ ""., ",j",,j,, ~,,", t cc ",1~h~l, 1" IH L~' U ,I' .~, 1',,,,,<1, p~:" li!, .~! do Cód,;o 1\- ~, Dedicado a José SOUIO Maior Borges. adoção, pelo Poder Público. da\ conduta~ nece")~árias para a garantia o manurenção do., Ideal:'> de exprcssividade, sociabilidade, igualdade, funclo~ nalidnde, pe ...... oíllldade e liberdad~ inerentes aos bens jurídicos maiores d dignidade e da liberdade: quanto à forma. revelam-se como limiwções ex.~ pre.'iIiOS e malerirds. na medida em que. sobre estarem previstas expressa_ mente pela ConstilUi\'ão Federal (art. 5', X. XI e XII). impõem ao POder Público a adoção de comportamento::, nece~sários à preservação ou busca dos ideai., de dignidade e de liberdade. (c) A juri.)prudênciu du SI/premo Tribuna! Fedem! Ajunsprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o ,igilo banCário é extensa. Já muito cedo, o Tribunal estabeleceu limite~ para a admini~tra_ ção tributária, também porque o Código Tributário ~Tacional prort!ge o si- gilo profissional e fiscal (am. j 13. In. 1-19 e 197). Foi e,tabelecido. ,0- bretudo, que o ~ujeito passivo deve ajudar a administração tributária a en- conrrar inforll1açõe~ , sem \-iolar, por~m. o seu sigilo profissional.?"t O sigi- lo protisslonal abrange o dever de o comador não divulgar informações financeira., da empresa em que trabalha.~~~ O ~igi lo não t:!. porém, irrestrito.m Apc~ar de a fiscal iLação abranger todos os livros cuja existência seja legal- mente obrigatória. apenas os livros obje to da fisca liznção precisam ~er mostrados. 776 Assim o Supremo Tribunal Federal: "Est;-t Curte tem admitido a quebm do sigilo bancário quando há inte- resse público rcle\·al11~. como o da inve'Sugaçào criminal fundada em sus- peita razoável d~ infração penal:' 11J RCl:urso Extraordinário n. 68.783, STE li Tunna, Relator: t\'hni~tro AIJOmar Baleeiro, julgado em 09.12.69, DJ 20.02.70 .. Recur~o Extraordinário n_ ~6.4"20. STF, 1 i Turma, Relator: Mini,tro Xd\ kr dt: Albuquer- que.julgado em 16.05,78, OJ 02.06. 7~. p. 3932, In: Rc\. i>jt:l Trimestral de J uri'lprudência do Supremo Tribunal ~edl:!ral n 86. t. 2. p. 639. ';< Recurso Extrnordináno n. 99...;97. STF, I ~ Tunna. Relator: :\Iinistro O"car Corrêa. Jul- gado em 16.08.83. OJ 07.10.83. p. 15~31 m, Recurso E:<traordinário n. 54.ROO, STE l' Turma, R"huor' Mini:,;lro LLlí~ Galtoni. Jul- gado em 27.04.65. DJ 23.06.65. In: Re\'istrl Trim":'otral de Jurisprud~m:ia do Supremo Tribunal Federal n. 33. p. ~91: Recurso Extraordinário n. 5R.849-SP, STE li Tunll3, ReblOr' 'vlini~tro Victor t\unc,. Julgado em 02.05.66. DJ 10.08.66, p. 16-+5. In: Revbta Trimc'otral de Jurisprudt':ncia do Supremo Tribunal Federal n, "}'7. I. 3, p, 590. ": Recurso em Mandado de Segurança n. 23.002-RJ. S I'F. I I TUrnl:l. Relator: r-..llnisuo lImar Gal\'ão, julgado eru 02.10.98, OJ 27.11.98, p. 33. 408 I I '·I-lne\.i::,tentt:~ O'S elemento" de prm-a mínimos de auton3. de delito. em inquérito reguhUlllente instaurado. indefere-se o p~di~o ~e requisição d~ iI~:~: mações que implica quebra do sigilo banCi.'ulo. Lel-1..,9). d.:- 1967. art. _,8. "A ruptum da esfera ele intimiJ::HJe de qualquer pes'ooa - ~uando 3usente a hipótese conliguradora de cau,a reprod\ el - re\'eI3~<;e lnc~m patÍ\el COI11 O modelo comagrado na Cun'Stituição da R~p.úbhca, pOI'i a uebra de "igilo não pode ser m'lmpulaJn. de modo arbltrano. pelo Poder q .. '"9 Público ou por seus agt:nte!:! . O Tnbunal Pleno cio Supremo Tribunal Federal reafirmou recentemente ..,arantia de si!:!ilo de dados bancários frente à atuaçào da Receita Federal. ~;2undo o Trib~mtl, conforme di"po'-lto no inciso XII do a~igo 52,da Const~ miçãO Federal. a regra é a prh'acldade quan~o à ~orrcspondencla., as c?mulll- -e' t>lecrra'ftcas. ao~ dados e às COlTIU01CaçOes, ficando a exccçao - a caCO'" .... .::; . . . -, . u~bra do sigilo - submetida ao crivo de órgão eqUldlstante - o Judlcwno ~ e, m~sm(; assim. para efeito de inve<;tigação criminal ou instruçã~ p~oces suaI penal. Des,>e modo, concluiu o Tribunal. conOita co~ ~ C~'~StltUl5ãO ,a na lellal atribuindo à Receita Federal- parte na relaçao JundlcO-lnbuta- nOfl :: • , . . --:80 ria _ o afastamento do sigilo de dados relatl\ os ao contnbulIlte. Aqui pode-se fazer o controle da proporcionalidade, na medida em que há um fim externo estruturador da relação jurídica. isto é. além do núcleo essencial, é preciso verificar ~e o meio é adequado . necessário e proporcio- nai em sentido estrito, (iv) Princípio da igualdade (u) Fl/ndamellto COl!stilllcional O princípio da igualdade da tribulação foi previsto em quase to~as as Constituições. O § 15 do artigo 179 da Constituição de 182-1 detemunava que os cidadãos de\eriam pagar tributos de acordo com suas posses, O § 32 do artilTo 113 da Con!.tituição de 1934 garantiu apenas a imunidade sobre taxa;. especialmente a gmtuidade dos processos. A Constituição de 171 Ques!~() de Ordem na Petiç;lon. 577, STI-. Tribunal Pleno, Relator: ~1ini .. lro Carlu~ Vcllo'oo, julgada em 25.03_91, Dl 23.0493, p_ 6918. l;~ Milndado li.: Segurança n. 13.851. STF. Tribllllal Pleno. Relator: Ministro Ceho de Mello, julgado em 26_09.01. DJ 21.06.02, p. 98. 1S;) Recur~o Extraordinário n 3R9.80S. STF, Tribunal Pleno, Relator: Ministro f\ larco Au- rélio. DJe 10,05.201 J. 409 19..J6 e'(preo;"am~nte pre\iu que os tributos de\ ~riam ter caráter pe.ssoal ser graduados segundo a capacidade econômica do sujeito passi\o. A mes~ ma Con'ltituição garantiu. no § 12 do artigo 15. o mínimo existencial, de modo qUe os produtos essenciais à moradia. à alimentação. à \e:,timenta tI .b.,i"itência médica estavam imunes ao impo\[O sohre circulação de mer~ cadorias. Esses di ... positivos foram revogados pela Emenda Constitucional n. I R de 1965 e deixaram de ser incorporados (''(pr~ssamente à Constituição de 1967. A doutrina reafi, mau . porém, qUe a igualdade da tributação pOde- na .'Ier inferida do"i direitos fundamentais gerai" como iguaJdadc.~~) Depois de a Con,tituiçãü de 1988 estabelecer o princípio geral de igual_ dnde (ru1. 52, cap/{/ e 1). exigiu expressamente no Si:,tema Tribut{u'io ~aci~nal; Art. 145. A União. os Estados. o Distnto Federal e 00;;; ~lunicípios poderão in ... tltuir os Seguintes tributo~: ( ... ) § I g Sempre que possível. o~ impo::.tos terão caráter pcs~oal e serão graduados segundo 2 capacidade econtlmicJ do contribuinte, facultado à administração tributária. especialmente para conferir efetividade ,1 esses objetivo::" idcntiCiça. r~~peitados os direito.., indiv iduais e noo; termos d,1 lei o patrimônio. os rendimentos e as allvidades econômicas do contribuinte. ' Art. 150. Sem prejuízo de outrao; garantias asseguradas 30 contri- buinle. é vedado ~l União, aos Estados. ao DI!::.tnro Federal e ao, f\ l unicí- pio>: ( ... ) II - insticuir tratamento desigual entre conrribuintcs que se encontrem em situaçào equivalente. proibida qualquer distinção em raz.1o de ocup<lção profi .. sional ou função por eles exercida. independentemente da denomina- ção jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos: Como a análise da jurispmdência do Supremo Tribunal Federal irá demonstrar, a aplicação do princípio da igualdade mantém e~ treita vinCll- la~'ão com as finalidades estatais. já que elas podem funcionar como funda- mentos justificadores de um tratamento diferenciado entre os contribuin tes. :--Je!::.~e ca:,o, o princípio da igualdade nào é violado, porque somente é ve- dado o lratamento diferenciado injustificado entre os contrihuintes. rb) Dlmenscio Ilonnatll'(l Na per~pe<.:tiva da espécie normativa que a exterioriza. a igualdJde é tridimensional. Sua dimensão normativa preponderante é de princípio, na medida em que estabelece o dever de buscar um ideal de igualdade. equi- ;XI OLIVEIRA, Jo<;é YTarco" Domingues de. Direlro Trihutário. ClI!1[U'idnc!e Contriburira. 2. ed. Rio J:mdro: Renovar. 199R. p. 46. T dade. generalidade. impes50alidade. ohjeri ,·idade. legitimidade. pluralida- de e represe1i1ntirid(lde no exercício das competências atribuídas ao:, entes federados. É ne<.:t!~~ánu 'Ialient:u, todavia. que a igualdade pO:'l'iui sentido normati\O indireto tanto de regra. na medIda em que de ... cre\e o compor- lamento a ~er adutado pelo Poder Legislativo e pelo Poda E\ecuti\"o. de- terminando a igualdade de lratamenro pJr3 situações equivalentes. quanto de postulado. porquanw exige do aplicador a consideração e avaliação do;.., sujeito, eO\ oh idos. dos critérios de diferenciol'oO e das finalidades j u,titi- cadoras da diferencinção. E-;sa dimensão normativa de postulado I::erá oportunamente examinaua. Na perspectiva da sua dimensão enquanto Iimita~'ãu ao poJer de tri- buwr. a igualdade qualifica-se preponderantemente do ",cguinte modo: quanto ao nível em que se situa. caracteriza-!::.e. n:J. feição de princípio e de regra, como uma limitaçüo de primeiro grcl1I. porquanto se encontra no âmbito das normas que serão objeto de aplicação e. na função de postulado. como limiwçiio de segundo grau. já que orienta o aplicador na relação que dC\'e investigar relativamente aos sujeitos. ao critério c à finalidade da di- ferenciação: quanto ao objeto, qualifIca-se como uma limitaçâo po.liri\'o de ação e tamhém nega/ira, na medida em que exige uma atuação do Poder Público para igualar as pessoas (igualdade de chances. ações afirmativas). bem como proíbe a utilização de critérios irrazoáveis de diferenciação ou o tratamento Li~!::.igual para situações igu ais: qu()nto à forma. revela-:,e como lima limitaçlio expres~'lI, material e formal . na medida em que. sobr~ ser expressamente prevista na Constituição Federal (art. 5" e art. 150.11), esta- belece tanto o conteúdo quanto a forma da tributaçüü.1S1 (c) Ajurisprudêncin do SI/premo TribwllIl Federal li) j1lsrificação em fins internos (finalidade flsm/) Apesar de estar pre,i,ro de fOnTIa privilegiada na Constituição (arts. 145. § L'. e 150, 11), o princípio da igualdade da tributação não recebeu grande significado normati\'o - no ~entido de uma consistente limilação do poder de tributar - pela jurispmdência do Supremo Tribunal Federal. Esse signi ficado restrito não diz respeito apenas às decisões referentes à Constituição de 1988. mas se revela também nas decisões mais anti!:!a~. Nas decisõcs. nâo há uma clara scparaçàoentre ju~tificaçãocom base em fin:, internos (finalidades fiscais) ecom ba!::.e em nn~ externos (finalidades extrafiscais). A divisão posterionncn- te feita neste trabalho serve para explicar didaticaml!nte as decisões. '" . AVI LA, Humberto. Teoria del/gl/a/dade Trihutária. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 133 t45 ~II ...... A referida fónnula. segundo a qual os impostos deverão ser graduados confonne a capacidade econômica dos contribuintes, foi desde cedo utilizada pelo Supremo Tribunal Federal. sem. porém. que fosse atribuído um conteúdo determinado a esse plincípio.~s~ Foi inicialmente decidido que não há direito à igualdade na ilicitude: a igualdade diante da lei não justifica urna ampliação de uma isenção excessiva. mas justifica a declaração de nulidade da isenção.?&.: Mais recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu que a atribui_ ção de um prazo maior para os sujeiws passivos que possuem menor capa_ cidade econômica não viola o princípio da igualdade. iS5 De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, para a aplicação do princípio da igualdade é ~spec:ialmente importante que a dife- renciação normativa dos sujeitos que se encontrem em situação idêntica seja feita da mesma forma. sem a introdu~'ão de exceçõ..?s Oll privilé!zios para determinadas pessoas. A isenção do Imposto sobre a Propriedad~ de Veículos Automotores (IPV A) foi ~ provisoriamente ~ declarada nula, porque a isenção foi prevista apenas para um grupo de proprietários de veículos coletivos. Outros sujeitos passivos. apesar de estarem na mesma situação. deveriam pagar o tributo.~s6 O essencial é o seguinte: os sujeitos passivos que se encontram em idêntica situação devem ser ·igualmente tributados. Isso significa que a aplicação do princípio da igualdade pressupõe o estabelecimento de uma relação entre duas pessoas ou situações de fato.·:rs7 O princípio da igualdade exige não apenas a generalidade das normas (proibição de leges ad personae), mas também proíbe a escolha de critérios J~1 Recurso Extraordinário n. 50.538, STE 2' Turma, Relator: ~:linistro Cunha Mello, jul- gado em 16.10.62. Dl 02.05.63. p. 245. W Recurso Extraordimítio n. 12.782. STE 2~ Turma. Retator: Ministro I1ahnemann Gui· marães,julgado em 26.09.50, DJ 15.04.52. ~jj Recurso Extraordinário n. I 54.Qli -SP, STE 21 Turma. Relator: l\1inistro Carlos Velloso. julgado em 25.11.97. Dl 20.02.98. p. 22 (unanimidade sem julgamento do mérito).É imponante dizer que o Supremo Tribunal Federal nâo decidiu o mérito neste casa. porque as questões constitucionais não tinham sido discutida,; na decisão recorrida (legalidade, igualdade, inconstitucionalidade da taxa, elc.). No voto do Ministro Carlos Velloso f~i alinnado que o estahelecimento de prazos de pagamento mais dilatados para os conto· buintes que possuem menor capacidade contributi\a não viola o princípio dn igualdade, porque os cDntribuintes sâo diferentes (p. 8 da decisão). '% Medid.:l Cautelar na Ação Direta de Inconstitucional idade n. 1.655. STF. Tribunal PlenO. Relator: i\.linistro Maurício Corrê3. julgada em 10.09.97. DJ 24.10.97. p. 54156. Ver. cspecialmeme, o voto do .vlinistro ~vlaurício Corrêa. p.~. Recurso Extraordinário n 203.JOS-CL STI--'. 21 Turma, Relator; Ministro Maurício Cor- rêa. j~t!gado em 26.11.96. DJ 1-+.03.97. p. 6~ I O. 412 arbitrários para a diferenciação de tratamento, objeto de análise no postu- lado da razoabilidade-congruência.:88 (ii) Justificação ell1fill5 extern05 (fillalidade eXlrafiscalJ O Supremo Tribunal Federal decidiu, a respeito de uma diferenciação de tratamento com base em finalidades extra fiscais. que o princípio da igual- dade proíbe apenas desigualdades injustificadas .-:"':}') Deve haver um funda- mento para justificar o tratamento diferenciado. Se hou\'er fundamentos materiais (concretos), o tratamento diferenciado não é arbiuário. As decisõeS apenas afirmam que deve ser encontrado um fundamento, mas nao determi- nam quando um fundamento é suficiente e como isso pode ser controlado. Recentemente o Supremo Tribunal Federal reconheceu determinados fundamentos justificadores para um iratamento constitucional diferenciado. A alegação de que a proibição. decorrente de Portaria Ministerial para im- portar automóveis usados seria inconstitucional pur proibir os cuntribuintes com menor capacidade conlributi \.'a de impoI1ar auromóveis foi negada. Além de decidir que inexistia qualquer discriminação, o Tribunal ainda decidiu que a introdução de uma distinção entre automóveis novos e usados situava- se na competência do :Nlinistério da Economia, ao fiscalizar c controlar o comércio exterior (art. 237).790 Assim uma das decisões referidas: 79 1 '" Bem registrou o voto condutor do acórdão no RE 157.228-1-SP: 'A isenção decorre do implemento da política fiscal c econômica, pelo Estado, tendo em vista determinado interesse social: envolve. assim. um juízo de conveniência e oportunidade do Poder Executivo. Portanto, é aro discricio- nário que escapa ao controle do Judiciário." ]8/1 Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.355-6. STF, Tribunal Pleno, Relator: Ministro limar G<llvão.julgada em 23.11.95, Dl 13.02.96, p. 3ó23 189 Recurso Extraordinário n. 203.954-3-CE, STF, Tribunal Pleno, Relator: Mini"tro limar Galvão, julgado em 2U.II.96. DJ 07.02.97, p. 1365 (Tribunal Pleno. maioria). Veja-se p. 4 do acórdao . 1'J() Recurso Extraordinário n. 199.090-CE. STF, 2"- Tunna, Relator: j\linislro Carlos Velloso. jUlgado em 26.! 1.92, Dl 07.03.97. p. 5421. Ver também: Recurso Extraordinário n. I 85.::;02-SP, STF, 2 i Turma, Relator: l\-limSlfo :\én da Silveira. julgado em 15.12.94, DJ 04.0895. p. 22660; Recurso t,,- traordin :irio n. 18-l..957-SP STE 2i Turma. RebtOl': ~·1ini!: tro Néri da Silveira, julgado em 29.11.94, DJ 04.08.95, p. 22654; Recurso Extf<:lordin:irio n. I S5.993-SP, STF. 2i Turma, Relator: )"1inistro Francisco Rezek, julgado em 21.02.95. DJ 18.08.95. p. 25010: Recurso E\(tilordinário n. 203.308-CE, STF, 24 TUfIllU. Relator: Ministro Maurício Corrêa, jlllgado em 26.11.96. DI 14.03.97. p. 6910. J91 Recurso EXlraordinário n. lSS.S02-SP, STF, 2~ TUnTIa. Relator: MinisLru l\'éri da Sit- veira, julgado em 15.12.94. Dl O-l-.OH.95. p. 21660. 413 ...... AI~m. di~~o. a difere~ciação mantérr:. ~e;sc caso. uma rela~'ào lógica com a dlstmçao est.lbeleclda pela norma Jundlca. . De acord~ cO,m .a.\ dccisõt!s du Supremo Tribunal rederal. o princípio da Igualdade nao e \'lolado. quando: (a) a norma tratar igualmente Os con_ tnbuintes que ~e encontram na me~ma situação: {b} o tralamento diferen. ciado não yiolar nenhum direito fundamental: (e) nenhuma pretcn~dO de. correria do igual tratamento: (d) o tratamento diferenciado possui um fun. damento constitucional jU\tificador.-·" O Supremo T rihl1nal Federal decidiu - como ji mencion~ldo - a re .... peito da con.,>lilUcionalidade de Lima norma que proibia a import3ção de uutomóvei'i usado~. ~e">;c caso. o Poder Exe- cutivo tinha um fund~lmento justificativo para sua atuJ.ção (fiscal ilação e lontrole do com~rcio exterior). Além disso. o tratamento diferenciJdo não violaria nenhum direito fundamental. pai::; - assim o \'oto do \1inistro Relator, página 4 - não há. na Con~tituiçào. nenhum direito fundamental à utilização de automóveis importados. A liberdade d~ importar automóvci~ usados nào leria qualquer aplicação prática. porque - como afirma o voto do Ministro Relator. página 3 - a maioria da população não pode comprar esses automóveis. mesmo quando os seus preços fossem mais baixos.~93 O que o princípio da igualdade proíbe são as diferenciações injustificadas. A norma jurídica atinge somente alguns elementos determinados de uma si- tuação de fato, que são considerados essenciais e, por isso, devem ser igualmente tratados. Assim um dos votos proferidos na referida decisão: "Ora, Se ao poder público é permitido. em determinados momentos, tendo em vista a política econômica ol/financeira, autorizar certas impor- tações. ou proibir outras. não me part!cc desarruLoada a medida que. num determinado momento, autori7a a expedição de guias para a importação de ~g! Emenla e voto do Ministro Néri lia Siheir.l no Recurso E.\tmnrdinirio n. 203.954. STF. Tribunal Pl~no. Relator: ~linistro nmar Galvão.julgado em 20.11.96. Dl 07.02.97, p. 136; (decisão un.1nime d~ m":rito). Ver. também: Rel.:ur~o ExtrJordinário n. 236.931-R-SP. STf, li Turma. Relator: Ministro limar GalYão.julgado em 10.0$.99, Dl 29.10.99. p. 22. W Recurso Extraordinário n. 203.95-l.-3-CE. STE Tribunal Pleno. Relator: Ministro limar Gal\"ão. julg'.H.lo em 20. J 1.96. Dl 07.01.97, p. 1365 (malOlla. Tribunal Pleno). Ver. espe- cialmente. o trabJlho !.:ltadn: DÓRlA. Robertt) Sampaio. DireilU COI/.:.titllciOlUlI Trihutário e .. Dl/e PlVcess of U/lr ". Rio de Janeiro: Forense. 1986. p. 144. Ver. também: SII.VA. José Afonso da. Cur.\{) lh' Direito Comtiwcional PosiÚm. 19. ed São Paulo: Malh~iros. 2001 p. 224. E, na jurisprudência, \er. Mandado de Sc:gurar.ça n. 21.1 54-DF. STF. Tribunal Pleno, Relator; f\rinistro r-.'larcoAurélio.julg~doem 10.11.93. Dl 2KQ.l..95, p. 11154-lln: Kevi<;ta Trimestral de luri"prudência do Supremo Tribuno.l federa! n. 155. p. 440. 414 \ eículos novos e proíbe a expedição de<.,sas guiJS para a lmportaçào ele \"e- ículo~ usauos."-<l~ U fundamento justificativo decoIT~ normalmente de um intcres~e pú- blico. O cntt!r1O de diferenciação de\e pO':.l\uir um fundamento constitucional. Ele deve ser oueql1ado. impessoal c obJetivo.·" Deve haver. sobretudo. con- tfok a respeito do critério de discliminação. que deve ~~r objelivo: o tamanho diminuto de um homem pode ser eleito como critério de discriminação para o preenchimento do cargo de ag~n[c de polícia. porque é razoável (congruen- te) paru garantir o cumprimento da função administrativa.~'~ O Supremo Tribunal Fedeml decidiu recentemente a respeito de uma isenção do Imposto sobre Opcra~ões Financeira~. outorgada somente para determinadas operao;;ões e dependente da data e da mercadoria importada. O Tribunal mallife:'ítou-se da seguinte forma: "0 Decreto-lei n.2.434/88, condicionando o benefício da isen~'ào ti~çal às importa~õe~ cobertas por guia expedida a pm1ir de I" de julho de 1988. estabeleceu critério pertinente, m:::adoem elemento inerente às operações dl' !mporwçào , sem di..,nepar da regra constitucional da igualdade tributária e nem deslocar a data da ocorrência do fato gerador. O tratamento omorgado pelo referido decreto-le i a{c(/IIçOU importadores elll igualsilllação. scm impor exceçõe~ ou pn\'i1tEgi()~ em favor de uns comribuintes em detrimento de outros em idênticaç; circunstânc ias. ~ão cahe ao Poder Judiciário estenuer a isenção de mQ(.Io a alcançar as operações não previstas pclo Icgisbdor. tendo em \ ista que o ato de que decOlTe a isenção fiscal escapa ao seu cumrole".-~~ i9-' VOlO do ~1iIll~lro Carlos Vello:io no Recurso Extraordmário n. 203.95-1--3-CE. STF. Tribunal Pkno, Relator: Ministro [lmar Gahão. julgado em 20.11.96. Dl 07.02.97, P l1ó:). em qu<.:- o )'1inisrro cita o ~cu voto proferido no Recurso Extraordinário n. 202.313. STF. T ribuni.11 Pleno. ReJator: Ministro Carlos Velloso, DJ IlJ.12.96. p. 51798. 93 Voto do t-.-linimo Celso de t\.'lello no Recurso Extraordinário Il. 203.954-3-CE. STf. Tribunal Pkno. Relator: MlIli"tro limar Galvão. julgado em 20.11.96, DJ 07.02.97. p. 1365. Ver. também: Ação Direta de Incon~titul.:ionalidade n. 1.326-S(' STF. Tribunal PI~nlJ. Relator: ~1ini.,tro Carlos Velloso.julg::tda em 14.08.97. Dl 26.09.97. p. 47~75 7"11, Recuno E>-.lraordinário n. 148.095, Relator: J\. limstrtl Nlan:o AurélIO. 01 03.0-l-.98. Ver também: Rccur .. n em Mandado de Segurança n. 21.046-Rl, Relator: MiniSlro Scpúlve- da Pertenct:. 01 1-1-.1191. p. 16356: Recur)o E"\traordincirio n. Ji6A79-RS. Relator' :"linistro Moreira Alves. Dl 26.1 ! .96: Recur~o b.traord1l1úrio n. 184.635-;\IT. Relator: Ministro Car!o~ Vello .. o. DJ 26.11.96. m Recur\o Extraordinário n. 159.026-SP. STF. I' Tumla, Relalor: r-.linbiro limar Gal .... ão. julgado em 30.08.9-1-, 1)J 12.05.95. p. 12997~ Recurso b:!raurdinjrio fi. 186.589·SP. STI. 11 Tuml'~. Relator: !\1ini"tro lImar Galvão. julgado em 21.02.95. Dl 25.0H.95, p. 26117 415 o essencial para a aplicação do pnncíplo da igualdade. segundo o POstu- lado da rnLoabilidade-congruêncln. é a utilização de critérios reais. objetivos e pertinentes. Além disso. uma \"ez escolhido o crilério. ele deve ~er aplicado da mesma forma -e de maneira consequenre - para todos os sujeiws em.olvidas Se o critério diferenciador é proporcional, por':m. nem sempre é analisado. co~ aju<;;tific3ti\ d de que o Poder Judiciário e~[á impedido de ralé-lo. (ih) A lt:!se do legisludor l1egmi\'() Primeira fase A endcia positiva do pnncípio da igualdade da lributação ainda não receb~u grande significado normativo. c~pecialmente porque o Supremo Tribunal Federal desenvolveu a referida tese do "Iegislador negativo": decisões proferidas no controle abstrato de constilucionalidade das leis podem declarar a nulidade das nom1as jurídicas (eficácia negativa das decisões). mas não podem alterar de nenhum modo O seu cont~údo (eficácia positiq] das dcci~ sões).~' 11 Essa jurisprudência reStriti\'3, det:orrente do princípio da separação do::; poderes. foi estendida para normas constitucionais que precisam da in~ Ver. lJmb';;m: Recurso EXlrrlOrdinário n. 203J08-CE, ST F. 2' Turma. Relator: 1\linistro MJurício Corrêa. Julgado em 26.11.96, Dl 14.03.97. p. 6910. ~9' Sobre J tese do legislador negati .... o. dde supra. Na jurisprudência ..... I!r. especialmente Medida Cautelar na Ação Dm:ta de lnconstitucionalrdade n. 896, STF, Tribunal Pleno. Relator: Ministro :-"loreira Alvf!s. julgada em 03.11.93, Dl 16.02.96. p. 2997: Ação Di- retu de lnL'On~titucionalidade n. 8:!2 RS. STF. Tribunal Pleno. Relator: Octavio Galloni, julgada em 15.04.96. DJ 06.06.97. p. 2-1-866; Represemação n. 1.451-DF. STr. Tribunal Pleno. Relator: ;\<l tnistro tvloreira Alves.julgada em 25.05.88, Dl 24.06.88. p. 16113. ln: Revista Trimestral de Jurisprudência n. 127, p. 805-806: Af!r.J'dJ RegimcmaJ em Ação Direta ue lncon:;tiruciun<!lidade n. 779. STF. Tribunal Pleno, Relator: MlOi~!ro Celso de :-"-1ello,julgado em 08.10.92, Dl I 1.03.94, p. 4095; Ação Direta de Incon~ti(Ucionalidade n. 696, STF. Tribunal Pleno, Relator: Mini~tro Sydncy S~mches. julgada em 20.09.95, Dl 20.10.95. p. 3525-l.. Ver, também: Recur\o E\traorchnáno n. 149.659, STF, 2~Tunna. Relator: Ministro Paulo Bros~ard, julgado em 04. J 0.94, DJ 31.03.95. p. 7776: Agravo Re!!imental no A~r3vo de Instrumento n. I 38.3-W-DF. STF. P Turma. Relator: ~1ini'itrO Cel .. o d.: \1ello. j~Ig:3do f!11l 02.0894. Dl 12.05.95. p. 12989: Recurso Extraordinário n. 205.453 ·4-S P, STF, 21 Turma. Relntor: Minil,tm Maurí(,:io Corrêa. julgado em 03.11.97, 0117.02.98. p. n (dc("i~ilo unânime de mérito): Agravo Regimental no Agra\o de l1l- .. trumento n. 181.138. STF. la TunnJ. Relator: Mim ... lro \Ioreira.\l\·e). julgado em O .. LOJ.97, DJ 18.04.97. p. 13775: Recurso b trilordin<Írio n. 191.526. STF. 11 Turma. Relator: Mini'itro Sepúl\etla Pertence. llllgado em m.12.96. OJ 30.05.97. p. 23Iy .. l; Recur .. o Extraordmário n. 196.590-8. $1'1. JI Turma. RelalOr: \Iinislro ~loreira Alve.-,. julgado em 16.04.96, DJ I~. [[.96, p. 44491. 416 T terrosição de leis para sua aplicabilidade (/eges imf'e/fectae. il1/e/pasi/io le- gisla/om). O Poder Judiciário não pode substituir a nOm1,. faltanle.'" Segunda fase Recentemente. [) Supremo Tribunal Federal alterou (um pouco) a referi- da tcse do "legislador negau\o". A te<.,~ continua a mesma. no sentido de que o poder Judicidrio não pode modificar uma nom1ajurídica sob pena de exercer função legislativa. Quando o princípio da igualdade é violado. o Poder JudI- ciário pode declarar a nulidade da norma jurídica, ma, ele próprio não pode. porém. instituir a norma ad~quada .. 'ie~st! sentido. quando o princípio da i2ualdnde é violado porque uma pessoa ou grupo não foi alcançado por uma ;ormn e. por isso. foi discriminado. o Poder Judici.lrio não pode modificar a nomlU, de modo a incluir nda a pessoa ou gmpo objeto de discrim.inação .. O Poder Judiciário exerceria função legislati\a. E isso é proibido (art. ::!'). Em um importame ",''o . porém. o Supremo Tribunal Federal decidiu que, quando o princípio da igualdade é violado porque uma pessoa ou gru- po não foi alcançado por uma norma e foi .. por isso. discriminado. o Poder Judiciârio. ao invés de instiluir uma nova nonna. pode declarar a nulidade do critério de diferenciação violador do princípio du igualdade, de modo que todas as pessoas e grupos possam ser inc luídas. A decisão continua sendo negativa. rna~ pos~ui uma eficácia positi\'a indireta. A~sim a referida decisão: o Supremo Tribunal Federal. no que se rc- fere à revisão geral de salários. decidiu que o Poder Judiciário pode corrigir a inconstitucionalidade de uma discriminação quando a lei estabelecer privilégios para uma pessoa ou grupo relativamente a outros que se encon- tram na mesma situação.soo A le i estabeleceu para os militares lima nova revisão de vencimentos (art. 37. X). sem, porém, incluir os servidores civis no aumento de 28,86o/c. A Constiluição determina expressamenlc que não pode haver discriminação entre servidores ci\is e militares. sol "l99 Medida Cautelur na Ação Dlrela de Inconslitucionalidade n 267-DF. STF. Tribunal Pleno, Rel<llor: Mlllimn Celso de Mello. julgada em 25.10.90. DJ 19.05.93. p. 13990. t)) Recurso Ordinário em Mandado de: Se....:uranca n. 22.307-7-0!-. STF, Tribunal Pleno. Relator: Mlniqro \1arco Auréllo, julg.ad:.., em '19.01.97, DJ 13.06.97, p. ~6722. Ver. e'l- pccialmente, o VOlO do Ministro Maurício COIT~a, p. 7. klt Art. 39. § 111 • da Con~lituição: "§ 19 _ A lei as~gllfará. ao,", sef\itlorcj da administração direta. isonomia de \ellcimf!nto<=. para cargos de 3tribuiçõt!<; iguai~ ou a~semelhadüs do rnesmoPoderou entrl! sCf\·jdorcs dos Poderes Exccuti\o, Legi~lativoe Judiciário. ressalvadJ,!) as \"J,ntai!ens de carát..:r individual c as relali\a.. .. à natureLa ou ao local de trab.1.lho".i\'OVl! reuaçilo Pela Emenda Cun<;..tiludonal n. lW9R: .. § I" A fixação dos padrões de \encimenlo e dos demais compont,;'nt~s do Sl~h;ma rl!muneratório observará: I - a n:1tureza, o grau de 417 Na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. apresentaram-se duns posições: uma no sentido de que as decisões do Poder Judiciári o não podelll ter eficácia p05Jitiva. ilito é. a lei não pode ser posiri\-::tmente alterada pelo Poder Judiciário. mesmo quando o pnndpio da igt:aldade for violado· - ·e outra po(.,ição contrüria. no sentido de que o Poder Judiciário. quando a norma constitucional for capaz de concretização. pode declarar a nulidade do critério de discriminação. de modo que a Con::,tituição pos",u enCOntrar eficp.cia direta.~:J: .\10 caso. cs"a segund3 po ... ição foi majoritária. A declaração d~ nulidade do l'ritério ele disniminilção pre..;,supõe. porém a exist~ncia de algum<l:-' condições: a finalidade da norma constitucional de\'~ :::.er dt!\idarnente Investigada e ab..,tratam~l1Ie detemlin:.'isel. e a nom3 deve ser capaz de complementação. isto é, me~I1lO sem lei. possa ser aplicada (ignorando-se. aquI. a importante quesrão de saber sI:! a~ normas constitucio- nais nào ut:\.em ser sempre aplicadas. pouco importando a <llbência de lei). bso significa, para e~te trabalho, que a eficáda po,;itiva do princípio da igualdade da tributação, cm vinude de normas proccssuais. somente pode adquirir significado no controle concreto de constitucionalidade. Vale diler: quando uma lei arribui uma \"antagem a uma pessoa ou grupo. o Poder Ju- diciário pode, caso êt caso, atribuir a vantagem a outras pessoas ou grupos que se encontrarem na mesma situaçi1o.80_1. F."la ,;olução não \'ale para o con- trole abstrato de constitucionalidade. Nes~e controle, o Supremo Tribunal Federal pode proferir duas decisões: de um lado. o Tribunal pode garantir - indiretamente - os direito~ das pessoas ou grupos discriminados, por meio da supressão do crit~rio de discriminação: de outro lado, o Tribunal pode declarar a nulidade da norma. de modo que a lei em seu conjunto será declarada nula. A primeira ~olução depende - conforme o entendimento do Tribunal - da capacidade de complcmenta'rãu da norma constitucional. É respons;)hilidadc c a t"ompk"iuade do:. çargo~ ..-umpo!lt'ntt'~ de (;ada carn:ira; II - os requi- sito!:- par-d a inve~tidur,:t: lO ~ aI> ]JI!('uliaridJdC'~ dos cargos·'. Ver tamb.5m: A~jo Direta de [ncon"titucionalidade n. ~.I05. sn:, Tribunal Pleno. Relator3: Mtnistra EII~n Gracic. Rela- tor para acórdão: Minbtro Cezar PeI1l~o.julgad3 em 18.08.~. Dl 1 S.02.05, p. 4. "'" Recurso Ordinârio ":ffi j\l;mdado de Segurnnça n 22.307-7-DF. SI 1--. Tribunal Pleno. Relator: ~1lnistro t-.1an.:o Aur~lio. julgado em 19.02.97. DJ 13.06.97, p_ 26722. :V1inisrro5 Celso de .\-Iello. Octuvio Galloni, Sydne) Sanches e \loreimAlvt'!-s (minoria) cntenda<l.1l1 que () Supn:mo Tribunal Feder:.!!. em \"irluui.:: do prmcípio da igualdade, não poderia ter decidido pmitiv3mentt'. ~..:ü':- ,>entido, \er o \"010 do .\lini\tm Celso de .\lell0. p. 7 '1(\ Sobr-= e\sa queqàn. na doutrina: SILV\, J{)\é Afon~o da. C!U".l() de DireilO Com/ilUÔO- !lol POsilil·o. 19 cd. SJo Paulo: :'vlalht:iros. 200 I. p. 231. evidentemente a melhor 'iolução. porque a lI1constilLicionalidade da norma é declarada. sem que ela precise ser declarada totalmente nula.SG-l til') Análise crítica da jurisprudência Como já mencionado. não há. nas deci,ões do Supremo Tribunal Fe- deral. uma clara divisão entre jmtiflcação da desigualdade com base em fin::, interno~ (finalidade::, fiscais, c fins e'\Iemos (finalidades extrafiscai ... ). E!'.l3 compreensão tíaZ consigo dois problema~. Primeiro. a perda da função de controle do princípio da igualdade: enquanto a desigualdade com b3se em fins internos (finalidades fiscais) deve corresponder à capacidade COI1- mbutiva dos contribuintes (relação ··parâmetro-medida'·), a desigualdade com base em fin~ externos (finalidades extrafiscais) deve ser proporciONa! (relação "medida-fim-bem jurídico"). no sentido de saber se a medida (o meio) é apto para promo\'er a finalidade extrafiscal almejada (relação "meio- .fim'·). se a m~dida consiste no meiu mais suave relativamente ao direito fundamental à igualdade de trawmento (relação "meio x meio") e ~e as vantagens decorrentes da promoção da finalidade extrafiscal estão em re- lação de proporção com a~ dcs\-antagens ad\·in<las da desigualdade (rela~ão ··vantagens x des vantagens'"). SO:'i Além di)so, a fundamentação das decisões baseadas no princípio da igualdade é tão obscura que não permite a construção de limitações preci~a~ :lO poder de tributar. Isso viola não apenas o princípio do Estado de Direito (an. 12 , CF), mas também a hierarquia sintática entre as 110rmas. estabele- cida pela Constituição. com referência ao princípio da igualdade como um princípio fundamental do Estado de Direito (arts. 12 e 5'. CF). A análise dessas decisõe~ rc\·ela que ü controle da igualdade nOJ1l1almen- te é insuficiente e, em alguns casos, equivocado. Como mencionam VOGEL e W ALDHOFF. incumbe à doutrina do Direito Constitucional Tributário ~llllbém \eriticar os déjicils de controle do Tribunal Constitucíonal.'lJ6 l.,~ ME..'\"DF.5, Uilmar rcm:ira. D/e abstraí/e .\'onnel1ko/llnJ/le \"Ordem HWldesleifaHlmXI-gerichl ulId I ordem bra.úli.misc!'CII St/premo Tribwud Federal. B~r1il1: Dund,~'rllncl Humhlo(. 1991. p 225. Idem. Jun·.ldiçâo COl1Sfirucional. Brasília: Sar.ü .. a, 1996. p. 303. ~'S HUSTER. Stefan. Reehte und Zlele: l/Ir Dognwti/.. de5 aligellleillel1 Gleichheirlwt:.es. Bcrlin: Duncl<..er und Humblot. 1993. p. 166. 169 C 21 O. '" VOGEL. Klau\ e \VA1.DIIOFF. Chri'ltian. Grl/ndfagen des F-illal/:.\"/;!ifaill/lIgyeclm: S(mderousgl7bc des Rmmer Komml'nlan :;1/111 GI"//IIdgesef::: (Vl)rbcmerkl/lIgcn :'11 Ar!. 104(1 bi_1 J J 5 C(f). Heiddberg ' Müller. 1999 Número de Margem 481 . p. 312. 419 o controle da Igualdade. de acordo com ajuri~prudência. apenas afir_ ma que. quando existem fundamentos concretos e objetivo::. para a desigual_ dade. ela não pode ser arhitrária. \-30 fica delimirado quando '\e pode saber ~~ um fundamt::nto é sujiciente. Isso é importante para tornar controlável o poder de tributar. A e\igência geral de que os contribuintô que se \!nCOntram na mesma ~ituação de\'cm ser tratados igualmente não modifica el::isa COns_ tatação: deve-se primeiro controlar se a medida corrcsponde à capacidade contribuüva e se foi fundada nos pontos de vista rele\antes. para saber se os contribuintes se encontram na me~ma situação. De nada adianta dizer que os contribuinte~ que ~e encontram na mesma situação devem ser trata. dos igualmente. se os aspectos diferenciadores não ~ão juridicamente rele- vante~ ou têm sua utilização vedada pela Con~tituiç~o. A igualdade de tratamento exige igual tratamento em aspectos relevantes. Decisivo é, por- tanto. o critério que determina quais situações devem ter a me~ma e quai~ devem ter outra consequência jllrídica. ~oi O critério de justiça. no Direito Tributário. deve ~er a capacidade contributiva (art. 145. parágrafo 1º). Qualquer afastamento desse direito preliminar de igual tratamento (an. 5") deve ser fundamentado. caso contrário, O própriu significado fundamental do princípio da capacidade contributiva seria afastado (arts. l ' e 52). A insuficiênci a do controle da igualdade efetuado pelo Sopremo Tri. bunal Federal evidenCIa-se ainda mais na justificação com base em linali- dades extrafiscais. Não apenas é afirmado que inexi~te der.,igualdade de tratamento quando o pretendido afastamento da igualdade de tratamento baseia-se na "política social e eCOIuimica do Estado". como. também. que essa espécie de tratamento diferenciado "é wn alO que em'olve apreciação discricionâria". SlJs Esta justificação da desigualdade de tratamento é par-cialmente caneta. Yla~. quando detenninados fins externos e~tão disponíveis para a desigualdade de tratamento (por exemplo, praticabilidade adminis- trativa, planejamenlO econômico), então é preciso posteriormente examinar com quais bens jurídicos colidentes eles deverão ~er ponderados. W' HUSTER. Slef,m. Redlfe //Iul Liele. 71/" Doglllarik de.\ (/lIgemeim:1! GfeicllheirHar:.eJ. Berlin: Duncker und Humblot. 1993. p. 31 e 53. :M Recurso Ex.traordinário n. 185.80:!+SP. STE ~. Turma. Relator: ~[injstro \!~n da Silveira, julgado em 15.119~. Dl 04.08.95. p. n660. Ver. também: Recurso E\.lraordinário n. I 99.090-PE. STJ-. ]1 Turma. Relator: .\tlini"lro Carlm Vello'o. julgado ~1Tl 2fd 1.92. DJ 07.03.97. p. 5..1.21 ; Recurso Extraonlmário n. I ~..J..95 7-SP. STF. ]" Turma. Rel.1tor: i"lini~· tro ~':Ii da Sil\eira.julgado ~m 29.11.94. DJ Q...l,08.95, p. 2265-': Recuf')(} E.\traordillári~o n, IK5993-SP. STF. 2~ Tunna. Relator: \linistro Francisco Rezek.jtllg~du em 21.02.9), DJ 1 K08.95. p. 15010: Rccur"o E\traordinário n. 2D3.308-CE. STF. 2) Tunna. RelalOr: \ linislro ~laurÍC'io Corrt:a. julgado em 26.11.96. DJ 1-1-.03.97. p, 6910. 420 Deve ficar claro que esses fins não se encontram propriamente nas pessoas ou situações. Os referidos fins consistem em fins externo~: ele~ pressupõem uma relação de caw,alidade, no sentido de que a medida esco· lhida pelo Estado deve "causar" um resultado social ou econômico.~·)o} Von WRlGHT esclarece a que ,tão com clareza: ."A relaçelo /IIeio·fim é. grosso modo, callsal. Conhecime1l1o causal, isro é, a crençafllllllumentada sobre linla relaçiio de causa e efeitn é. por i,<;so, um pressuposto para a pondera- ção racional. " Si' ~las qUJndo e'(i~te uma r~laçào entre meio e fim deve ser feito o controle por meio dn po'\lulado da proporcionalidade. O afastamen- to da igualdade dne servir 11 promoção de uma finalidade constitucional· mente estabelecida; o meio escolhido deve ser adequado e necessário il promoção do fim. bem como a ponderação entre os efeitos negatiyos do afa~tamento da igualebde e 0<; efeitos positivos da promoção do fim devem resultar numa equação proporcionclLl!11 As exigências decom:~ntes da proporcionalidade não têm sido. contu- do. aplicadas no âmbito da igualdade pela jurisprudência do Supremo Tri· bunal Federal. Em vez de controlar a aplicação proporcional dos princípios colidentes, o Sopremo Tribunal Federal apenas afirma que a medida do Poder Legislativo. ou do Poder Executivo. é adotada no exercício de lima apreciação discricionária não pa~sível de controle pe lo Poder Judiciário. O Poder Judiciário somente poderia controlar se a discriminação mantinha uma relação lógica com a finalidade da distinção estabelecida pela lei. Isso significa que o Supremo Tribunal Federal faz um controle de congruência nos caso~ de desigualdade baseada em finalidades extrafiscais. E~~e con- trole. porém. somente é adequado para controlar a desigualdade com base em fins internos, que pressupõem um3 relação de,sprovida de causalidade. Ele não é nem suficiente nem adequado para controlar racionalmente urna desigualdade baseada em finalidades extra fiscais, pois a constitucionalida~ de da finalidade e a sua ponderação com as outra~ finalidades que o Estado deve atingir deixam de ser examinadas. 109 HUSTER. Slefan. Re('hre //Iui Ziele: Lur Dogmarik dex ailgemeillell Glt'i('''lzeil~;mf::.e;). Bcrlin: [)lln("ll~r und HumblOl, 1993 p 167 17~ f' 1':;0 II~ \VRIGIIT. Cic'org Hcnri~ \'on. Ralionahüit: \l!1lc!1 und Zw>!cJ...e. NnrIJ/e1l, ~~érrr IIIld Hand/lU/gOl. hankfUl1 i:lm .\tla!n: SuhrJ...amp. 1994, p. 125. Ilt RUE\ER. \Volfgang. Cileichheit:-.'iat7. Das BOIlller Kommcllla,.. 67. tiro Heiddb~ rg: \Itil - l.:r, 1991. Anigo 311 • :'>Iúmero de .\lar,gem 97. V~r. LamlXm: HUSTER. Stdan. Rnhlf! lIf1d ZIe/e. 7/1r Dogmlltik deJ allgl'lfleinell Glei,hlleirssat:.es. Berlin: Dum:ker und Humh1(J( 1993. p. In 421 Importa ~aliemar. ainda. que a referida "te..,!! do legislador negativo" refere·se a ll~a lluwlimiwçeio da atividade do Poder Judiciário: ele Só Pode declarar a nulldílde da nonna. não. porém. aherar seu significado. Por exem_ plo. uma isenção n50 ~erá inconstitucional 'ie o Poder Legi'ilali\io afa~tou_ do principio da igualdade para per>eguir uma finalidade extrafiscal. se . O controle da igualdade efetuado pelo Supremo Tribunal Federal. que analt':>a bens Jur\(llL'ü~ IIldlvlduals. c. porém. errôneo. porque a promocã de finalidades econômico-políticas di/ respeito a ben:; jurídicos coletiv~s ~ não a pessoas que diretamente possam ter proveito delas. em vez de limilar_ se ao exame uo direito individual à igualdade. o Trihunal deveria COntrolar justamente a promoção dessas [inalilbdes econômico-políticas. Isso só poderá ser feito por meio do postulado da proporcionalidade. O direito in- dh-idual à igualdade nào serve de método de controle. como bem demons- tra ajurisprudência do Supremo Tribunal Federal. A tese do "legislador negativo" é decorrente da aplicação do principio da separação dos poderes. Porém. quando o Supremo Tribunal Federal afirma que o Poder Judiciário não pode alterar a; normas jurídica; sob pena de violar o princípio da separação dos poderes pelo exercício da funcão legislativa. ele apequena a sua própria função de controle da compatibili- dade dos atos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário com a Constiruicão Federal (art. 102, m. "a", CF). . Paradoxalmente, o princípio da separação dos podere" que exige independência e harmonia entre os Poderes (art. 2·), termina não sendo promovido. Ao contrário, ele é violado pelo exercício arbitrário da função estatal: o E~tado pode restringir o conteúdo das normas constitucionais com base em qualquer fim, sem que isso seja objew de controle pela ju- risdição constiruciona1.8 J ~ O princípio do Estado de Direito é. com isso. violadoY" Sobre ti a",unIO. no Dir~ilo Alemào: ZACHER. H f-. SOllale GleichheH. AoR (93): 3-tl ~ .. s .. J96R. O du!or rcfere-~e ao min imah ... mo c ao quicli\mo do c(;ntro]c da igualdade nu juri ... pruJência rclali\a à arhi(rarit"JJ.d~ no Tribunal Constitucional .\lcmJo. Critica- mente. sobre j'lso: HL:STF.R, Stefan. Rechtr I/lld Ziele: Zur Dogmalik de~ allgemeinen. Cleichheiruar:.eL Berlin: Duncker und HUlllblot. 1993. p. 59 ~ 60. 111' Vcr sohrc a compreensão do ESUldo de Direito como prindpio Jurídico (Rechf.\prilZzip), sobreconceito (Oberbegriff). protoprincípio (Hollprprinzip) ou elemento (E!emcnr): SOBOTA. Katharina. Das Prill:.ip }((:'ch(Y\/{1(/I. Tühingl.:n: Muhr Siebeck. 1997. p. 41 J e s..,. I É preciso rc:afirmar que o conteúdo de U!nd norma jurídica é necessa- riamente mais extenso do que o significado preliminar de um texto norrna- Ij\'o. mesmo que o=> elemento.') e~:..C'nciai'j da relação obrigacional tenham de ser detert11lmíveis com base na lei.'l : ~ Isso significa que o Poder Judiciá- rio como que transforma textos normati\'os em llorma~jurídica~. Com razão csclnrccc TIPKE: "0 conteúdo do Direito mio pode \'er colhido diretamen- le do te.llO, de modo algl/m de partes de{e". ~ l !o ~la~ se ao;;sim é. então o Poder Judiciário é precisamente o poder incumbido de interpretar textos normati- vos. Nesse ca~o. nào se pode falar na inconstilUcion~lIidade de uma juris- prudência com,trutiva.k1tJ A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. ao estabelecer uma (//lfolimill./{·ôo de cornpetência com ba~c no princípio da separação dos JX,deres. a"emelha-se àquela posição já parcialmente ultrapassada do Tri· bunal Constitucional Federal Alemão. l\uma fase anterior. o Tribunal aplica' a o princípio da igualdade com base na conhecida "fórmula de arbi- trariedade" (lVillkiilforme/). Segundo ela, o tratamento desigual pode na ser feito sempre que houvesse um fundamento racional. objetivo e decorrente da natureza das coisas. O conlrole exercido pelo Tribunal consistiana \'e· rilicação da evidência de [alta de objetividade do critério de diferenciação. O pressuposto dessa fase era o entendimento de que a concretização do princípio da igualdade era de competência do Poder Legislativo. devendo o Poder Judiciário, também em razão de argumentos relacionados à ~ua competência. como ainda ocorre no Brasil. limitar-se a dl::clarar a inconsti- tucionalidade somente nos casos em que a inadequação do critério de dife- renciação fosse evidente. A atuação do Tribunal era predominantemente ne&ath'G ali. no máximo. neutra relativamente ao Poder Legislativo. E~sajurisprudência. porém, se vê alterada ou, no mínimo. complemen- tada pela "nova fórmula" (neue Furmel) desenvolvida pelo Trihunal Cons- titucional Federal Alemão. Segundo ela. o tratamento dc...,igual poderá ser feito sempre que não haja entre dois contribuintes uma diferença de tipo e pe~o que justifique o tratamento diferenciado. O controle exercido pelo Tribunal passou a consistir na ponderação entre a restrição causada pelo l U VQU/;:.L, KJaus. Vergleich und Ge";eLl.maBigJ .. .:il oel Vef\\J.ltung. im Slcuerrecht. Der ojJene Fil1(1I1:-l/Iu! SIí'IIPnl{/lll. Heidelbcrg: Müller, 1991. p. 310. Sobn: () as~unto. lJ.m- bém: B.\RTH. Rainer. ,I,,,fini,uroliche RechnfofrbildulIg 1111 Sre!l(J/Tr:dlF, Bcrlin: Dunckcr unJ Humblot, 1996. p. 31. 606 e ~s. ~: \ T1PKL. Klau~. D/e Sreuerrechlsonlnlll1g. 2, ed t, 1. Ki:iln: Ouo Schmidt. 2000. p. 201 &I~ Sobn.! o horilonte aberto criado por elemell1o~ desconhecido..,: ZIPPELICS. Reinhold. Jllri,Uische MethodellleFlre. 7. ed. München: Beck. 191:19. p. 76. 423 ....- ._, tratam~nto desigual nos direito" fundamentais de liberdade e a promoção de determinadas finalidades atribuídas ao Estado. O pressuposto dessa nOva fase é o entendimento de que a concretização do princípio da igualdade não é de competência exclusiva do Poder Legislativo. devendo o Poder Judici_ ário. órgão ao qual incumbe o controle da concreti7ação material da Cons- tituição, declarar a inconstitucionalidaue nos casos em que o Poder Legis_ lativo utilizou·se de modo desproporcional de finalidades estatais para restringir o princípio da igualdade. Se antes o controle do Tribunal era re- lativo ao prohlema da evidência. com a nova fórmula passou a ser relacio_ nado ao problema da ponderação estnttltrada pelo postulado da proporcio. nalidade. O controle do Tribunal relativamente ao Poder Legislativo deixou de ser predominantemente negativo para ser positivo e tanto maior quanto maior for a eficácia da desigualdade de pessoas ou situações no exercício de uma liberdade constitucionalmente protegida.8l ' O que se vê. portanto. é que a jurisprudência atual do Supremo Tribu· nal Federal limita-se a controlar a arbitrariedade da utilização de critérios diferenciadores, somente declarando a inconstitucionalidade da lei se a distinção não for razoável nem derivada de finalidade übjetivaY,3 Os fun- damentos e os pressupostos são iguais ao da fórmula de arbitrariedade já ultrapassada pelo Tribunal Constiwcional Federal Alemão em razão da dimensão positiva e dinâmica que este Tribunal incorporou no controle de constitucionalidade das leis_ O çurioso é que o Supremo Tribunal Federal aplica os postulados da razoabilidade e da proporcionalidade, efetuando ponderações marcadas, precisamente. pela dimensão positiva e dinâmica em vários casos de controle de constitucionalidade das leis. No que se re- fere à aplicação do princípio da igualdade, porém, mantém-se passivo, observando, sem controle, a atividade do Poder Legislativo. É preciso que o Supremo Tribunal Federal passe a controlar a concretização dos princípios constitucionab na sua plenitude. Essas ponderações crescem em importância, pois a ConstituiçãO Fe- deral. depois de alterações recentes. prevê hipóteses de diferenciação base- adas na atividade econômica (art . 195, S 9º) e no porte econômico do contribuinte (art . 146-A). Nesses casos. há um embricamento entre o dever de promoção de finalidades extrafiscais (fomento de atividades econômicas ~p OSTERLOH, Lerke. Gletchheil \-ordem Ge:.;et/. In: SACHS. Michael (Org .). Gn/l1dge~efZ Kotnmenrar. 2. ed. München: BecJ.", 11)99. p. 21~-219. KI~ Açãu Direta de Inconstitucionalidade n. 1.643, STF, Tribunal Pie nu. Relator: Ministro Maurício Corrêa, Julgada em 05 .12.02, DJ 14.03.03, p. 27 424 e proteção da livre concorrência) e a proibição de discriminação em raLão de ocupação profissional (art. 150. lI). A solução deverá passar por uma ponderação. Em nenhuma hipólese, porém, a diferenciação poderá ser ba- seada exclusit'amenre na ocupação profissional, de modo que o contribuinte seja obrigado a pagar mais ;'porque" exerce essa ou aquela atividade econô- nuca. A diferenc.:iação deverá alendcr a outra finalidade diferente daquela de apenas distinguir espécies de atividades. o que cenamente irá restringir o Livre exercício de atividade econômica. Essa eficácia restritiva - eis o pon- 10 - não poderá nem invadir o núcleo do princípio do livre exercício de atividade econômica (postulado da proibição de excesso)819 nem ser despro- porcional (poswlado da proporcionalidade)8~O. Além disso, como a Consti- tuição continua protegendo o livre exercício de atividade econômica, quan- to maior for o efeito direto ou indireto no exercício desse direito fundamen- tal, tanto maior deverá ser a justificação para essa restrição por parte do Poder Público (posw!"do da jllsliflcabilidade crescente). Mais ainda. se houver falta de clareza com relação ao grau de restrição ao exercido de atividade econômica ou à promoção da finalidade pública justificativa da adoção da medida, deverá ser escolhida uma decisão mais favorável ao di- reito fundamental, especialmente qualificada pelo ônus argumenrativo maior, quanto maior for a restrição e quanto m<-.lis elementares forem os bens juri- dicos atingidos para a eficácia do direÍlo fundamental. Nesse sentido, defen- de-se o postulado de que, na dúvida, deve ser atribuída prevalência prelimi- nar aos direitos de liberdade (In dubio prilllafacie pro liberrate).82! É preciso atentar, também, para o fato de quc o conteúdo normativo do princípio da igualdade não se exaure na igualdade "perante a lei" (Re- chtsamvendl/ngsgleichheit), mas exige também a igualdade ;-na lei" ou na "elaboração da lei" (Rechtssetzullgsg!eichheit). Entender que o conteúdo normati vo da igualdade se limita à igualdade perante a lei conduz a dois problemas: primeiro, deixa o Poder Legislativo fora do alcance do princípio da igualdade; segundo. permite que leis cujo critério de discriminação é irrazoável sejam havidas como constitucionais desde que sejam aplicadas 1 19 Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.910. STE Tribunal Pleno, Relator: Mini~tro Scpúheda Pertence, julgada em 22.04.99, Dl 27.02.2004, p. 19. 820 Sobre a exigência de proporcionalidade da diferenciaç50, ver: Ação Direia de Incom\i- tucionahdadc n. 3.314, SlT, Tribunal Pleno, Relator: Ministro Marco Aurélio. julgada em 16.12.()~. DJ OS.08.05, p. S. ! 21 RAABE, Marius. GrundrechtsschutL und gesetLgeberi~cher Ein"chatLungspielraum - Ein Konstruktionsvorschlag. In: GRABE:\I\VARTER, Christoph (Org.). Aflgemrinheit der Cnmdrerhte !/Ild Helfair der Gesellschaft. SlUllga/1: Boorbcrg, 1994. p. 95. 425 de modo uniforme a todos o~ cidadão":>. Trata-se. como se vê. de uma t:oncep- ção meramente fOlmal do principio da igualdade. poi, a validade da lei inde. pende do seu conteúdo. conquanto ,eja aplicada de modo isonômico. Aos órgãos aplicadores incumbe aplicar a lei tal como ela é. sem que seja dirigida ao Poder Legislaü\oo qualquer exigência com relação ao seu conteúdo. A consequência des!e entendimento é a pem1issão para o Poder Legi~latjvo di"icriminar. desde qUI: a norma dlscriminat6Jia seja aplicada a todos os casos de maneira unifonne.Daí por que e~sa concepção de que o princípIO da ieual_ dadc se limiti1 à aplicação unifomlc t.! indepemle do conteúdo foi comple;;'cn_ tada pela comproen,ão de que o referido principio alcança a edição da ler e depende do próprio critério diferenciador escolhido por legi,lador. '" Infelizmente. o Suprcmo Tribunal Federal muitas veze,. ainda que de modo velado. circunscreve O conteúdu normati\o do princípio da igualdade ao âmbito de aplicação da lei. sem controlar dinamicamente o âmbito de edição da lei. especialmente no que se refere ao exame da constitucionali- dade do critério escolhido. Para exemplificar. basta examinar a decisão do Supremo Tribonal Federal que analisou a constitucionalidade da norma que previa o direito de compensação da contribuição social sobre a recei ta com a contribuição social sobre o lucro líquido apenas para as empresas lucra- tivas. sem que as outras empresas não lucrativas pudessem se beneficiar desse direito. Nesse caso, O Tribunal poderia escolher dois caminhos: con- trolar a edição da lei e. ponanto. o próprio critério escolhido pelo leg islador para diferenciar os cOnlribuintes (lucratividade) relativamente à alíquota a ser pnga: ou controlar apenas a aplicação da lei. sem examinar o critério escolhido pelo legislador ou limitar esse controle aos casos de manifesta arbitrariedade. Foi essa última alternativa escolhida por maioria do Tribunal Pleno. como exemplifica o voto da Ministra Ellen Gracie: "A compensação em cau,a, não viola. de qualquer f Cima, o princípio da isonomia. Isso porque Indo:, aqueles suhlllefidos à c:omriblliçeio da COFINS cominumn recolhendo essa cOllfriblli~'ão à alíquota de 3% (tr~s por cen[~). Esses são iguais entre .. i. E todos os contribuintes da COlllribuição SOCial subre o Lucro Líquido podem. C\'entualmente. compensar pane do valor de- vido a tal título com aquilo ljue jü foi recolhido a título de COFINS. portanto •• &1\ s(io esses a OWrtl rafl'goria de igUal" rraflldos com absoluta l.\Onomw ~., ALEXY, Robert. TlIf:urie der Gnmdrcchte. 2. ed Frankfun am ivlain: Suhrkamp. 1994. p.358. ~:~ Recur.~() Extraordinário n. 336. t 34-1. STE Tribull<l1 Pleno. Reldlor: Mini.mo limar Galvão, julgado em 20.11.01. DJ 16.05.03. p. 93. j\esse ,·oto. fica claro que o imponante é a aplicação uniforme da lei. O problema de saber se o critério escolhido pelo legislador (lucratividade) ara não pagar é raLoável não foi feito pela maioria. embora controlados p . . b . I I pelos voto .... vencidos , que apontavam ser lnJu":oto co rar mal" (aque es que não t~m lucro e menos daqueles que o têm.s,::.l. O importante é ficar patentt! o caráter formal e limitado do controle de constitucionalidade efetuado pelo Supremo Tribunal Federal: niio examina a razoabilidade do critério eleito pelo legislador: não submete o Poder Legislativo ao prI_nCíplO da igualdadc; não exige um ônus argumentatlvo para a dlSCnmmal.;ilu estabeleCida pelo Estado. no s~ntido de demandar razões justificati\'as para o tratamento dife- renciado. E"a aUlOlimitação de competência pelo Supremo Tribunal Fede- ral torna o princípio da igualdade deficitário em \·ários casos . .Ar.. esse respei- to basta recordar que a Constimiçào Federal estabelece, no capw do artigo 5\1, dois aspectos do princípio da igualdade: um aspeclO formal e dirigido ao aplicador da lei l"Todos seio iguais pereJnle C/ lei ... ''); e um aspecto material e dirigido ao legislador (" .... sem di.';lÍllçüo de qualquer I1C/1l/re:a. Karantindo· se {lOS brasileiros e (iOS estrangeiros residentes 110 País a im';olabilidC/de do direito à ... iguoldade ... "). Limitar o conteúdo do princípio da igualdade ao aspecto formal é. acima de tudo, violar a Constituição. Por conseguinte, é preciso ultrapassar o controle formal, aplicativo e limüado à evidênc ia de arbitrariedade em fa vor de um modelo material. integral e justificativo de controle do princípio da igualdade. O Estado pode diferenci ar. mas deve dizer por que o faz. Não é o particular que deve apre- sentar um motivo objetivo para ser tratado igu almente: é o Estado que deve apresentar um motl\·o fundamentado para fazer a diferenciação. O ônus argumentativo - repita-se o quanto for necessário - é do Estaúo e, não, do cidadão. Mais lima vel, o Supremo Tribunal Federal às vezes inverte a ordem das coisas, exigindo que o particular apresente um motivo para ser !ratado de igual modo em veL de exigir que o Estado tenha motivos para tratar de modo diferente. Essa concepção invertida - e equi\ocada - do ônus j ustificativo pode ser verificada l1a decisão do Supremo Tribunal Fe- deral a re<;peito ela exclusão c1a~ pessoas jurídicas de profissionais liberais do modelo simplificado de arrecadação de tributo, (SIMPLES). )'(esse caso . em vez de exigir do Estado um muti\o bastante para diferenciar, terminou ~4 Recurso Extraordinário n. 336.134-1. STL Tribunal Pleno. ReL.ltof· \:1inistro lImar Gah'ão. julgado em 20.11.02. DJ 16.05.03. p. 93. Ver. especialmente, 05 VOlo" dos Mj· niStfos tl.l:lrco Allrélio e Carlos VdloSQ. ...... ......- por exigir do particular um motivo :-:.uficiente para igualar. COll10 demonstra a reprodução. no mérito. da medida liminar inicialmente deferida: "Como ob..,er\ado nas informaçüe ... preqaua .. peja Pre ... iu~ncia da Repú_ blica. '0 quI.: pr\.'tende a Requerente é ju~ramenle obter jUnlu dO Poder Judiei. úriu a fa\'or da~ pes!>oas jurídicas de profissionai~ liberais ou de Profissões regulamentadas C .. ) pnviléglO. beneficiando as focalizadas sociedades Com exoneraçõe ... lOlais e parciais oc tributos e a reduçuo do controle burocrático. Jem um motirn objetilO. ou seja. sem a contrapanida no que conccrne aos efeitos '-ocioel.:OnÔrnKOs almejados pela Com,lHuição e pda lt:I···.~~~ Como Sê vê, o Tribunal exigiu um motivo objeti\'o do cOnlribuinte para ser tratado igual e. não. um motivo objetivo por pane do ESlado para tratar diferente. Ora, o principio da igualdade, tal como posto na COnstilui- ção Federal. exige igualdade na lei e perante a lei, só podendo o Estado afastar·se desse dever preliminar se houver um motivo para isso. :"Jesse sentido. é o Estado que devejwlijtcar efimdament(lr a diferenciação e, não havendo motivo, não pode ela prosperar. Por fim. é necessnrio aprofundar o exame da ol./wlimitaç'clo de compe· rência feita pelo Supremo Tribunal Federal. especialmente para abandonar a posição simplista no se ntido de que o Poder JudicÜírio. forte no princípio da ~eparação dos poderes. não pode exercer controle sobre decisões tomadas por outros poderes. É certo que o Poder Legislativo. justamente porque toma decisões resultantes de discussões e \'otações democráticas, tem uma liberdade de configllraçlío (Gesra/tllngsfreiheit) ou margem de apreciação (Beurteill1f1- gsspielraum) relativamente ao conteúdo dos seus atos. Em razão dessa maior capacidade para avaliar as dec isões, o Poder Legislativo tem uma espéCie de prerrogativa de {J\'liliaçüo (EillschiitZUlzgsprârrogwh'e): poder de escO- lher entre mais ele uma premissa concrela duvidosa que irá restringir algum direito fundamental e servirá de ponto de partida para o eontrole pelo poder Judiciário. Isso significa que a premissa escolhida pelo Poder LegislativO como justificativa para restringir um direito fundamental não poderá ser substi tuída pelo Poder Judiciário no controle de constitucionalidade. Daí a afinnação de que e~se poder inclui a prerrogati\'(1 de escolher (1$ premÍs.\as empíricas (Feslse/;,ullg.\priirrogllrh'e) a serem utilizada ::. na tomada de de- !1~ Ação Direta de ln\,;O/htilucionalidade n. 1.643-1. STF, Tribunnl Pleno, Relator: rvhni~trO ;\Iauríno Currêa.julgada em 05.12.02. DJ ] .. J..03.03. p. 27. 428 cisão. Por e_\l!mplo, ê O Poder Legislativo o órgão competente para avaliar qual a melhor medida para combater uma epidemia e se ele entenderque é o consumo de carne bOvina qUI! e")tá cau:::.ando a doença. porque exi::.te um nexo d!! cau:::.<tlidade entr!! o con~umo e o aumento da epid~mia. nào poderá o poder Judici;.írio partir de outra premis::-.a para analisar a con~litt1cionali dade da lei. O Poder Legislativo também possuiria, por consequência. uma margem de progno!Je (Prognosespielraum) relativamente à previsão dos efeito::. futuros da adoção de uma medida que \isa a promover efcito<; rela- tivos ao interesse público.s:h É tamhém certo. porém. que o exercício dessas prerrogati\'a" decor- rentes do princípio democrático de\e ser controlado pelo Poder Judiciário, especialmente porque restringe direitos fundamentais. Em vez da insindi- cabilidade dessas decisões (Nichtjllslitiabilitiir), é preci so verificar em que medida essas competências estão sendo exercidas. Nesse sentido, é impor· tantt: atentar para os critérios que aumentam e que restringem o controle material exercido pelo Supremo Tribunal Federal. De um lado. o âmbito de controle pelo Poder Judiciário e a exigência de justificação da restrição a um direilo fundamental de\erá ser tmHv maior. quanto maior for: (1) a condição para que o Poder Judiciário construa um juízo segu ro a respeito da matéria tratada pelo Poder Legislativo: (2) a evidênc ia de equívoco da premissa escolhida pelo Poder Legis- lativo como ju~tificati .... a para a restrição do direito fundamental; (3) a restrição ao bem jurídico constitucionalmente protegido; (4) a importância do bem jurídico constitucionalmente protegido, a ser aferida pelo seu caráter fundante ou função de suporte relativamente a outros bens (por exemplo, vida e igualdade) e pela sua hierarquia sintátic,t no or- denamento consütucional (por exemplo, princípios fundamentai~). Presente s esse:, fatores, maior deverá ser o controle exercido pelo POder Judici,írio. notadamente quando a premissa utilizada pelo Poder legislativo for el'idellremente errônea. l'\esse sentido, incumbe ao Poder 11-6 RAADE, I\lanu .... Grundl'echlsschurz IInd gesel/gcb.:::rischer Emschtilzung~spiclmum Ein Kon~lruJ..lion",v()r.,("hlag, In GRABE"\\-ARTER. Christoph (Org.). AlIgrme;nheir der Gnllldn:dlle I/Iu/ Vieifalr der GeJe/fçchaft. Stuugart· Boorberg. 1994. p. 94 c s ... : R..<\L, Chri~lian .\·c1bsll'llnlÍcf...elte Cren:'!!/I in der Redl1sprecll/mg des UII/Ted Statl!s Supreme Courlum/ tll'j Bllllde)w"jwlulIg!>gnich!!>. Berlin: Dund.er und Humblol, 1996. p. 190 C SS. 429 Judiciário "avaliar a avaliação" fei ta pelo Poder Legi,lativo (ou pelo p E ')1' "" oder xecutlvo re at ivamente a premJ~sa escolhida. JLlstamenle porque p Legisluuvo só irá realizar ao máximo o princípio democrático se eO °lhder , ~~ :J pren~lss3 conc.rera que melhorpromol'a a finalidade pública que motiv sua açao ou se t~ver uma razão jU'itificadora para ter 'ie afa"tado da eSCOI~U da melhor premI"', Se o Poder Legislativo podia ter avaliado melhor, se a ~umel1to .de ;gastos. a SU~ cOl11petênci~ não seria exercida em conc;,onânc~ com o pnnclplO uemocrauco que lhe Incumbia realizar ao máximo. De outro lado. o âmbito de controle pejo Poder Judiciário e a exiO'~ cia de justificação. da re~triçào a um direito fundamental deverá ser [~~~ menor. quanto maIs: (I) dU\ idoso for o efeito futuro da lei: (2) difícil e técnico for O jUílO exigido para o tratamento da matéria: . (3) aberta for a prerrogativa de ponderação atribuída ao Poder Lcgis. latlvo pela Constituiçiio, Presentes esses farores. menor deverá !'~r o controle exercido pelo Poder Judjçiário, já que se torna mais difícil uma decisão autônoma desse Poder. Em qualquer caso - e este é o pomo decisivo - caberá ao Poder Judiciário verificar se o legislador fez uma avaliação objetiva e sustentável do material fi.Í.lico e técnico disponíveL se esgotou as fomes de conhecimcn. to. para prever Os efeitos da regra do modo mais ~egl1ro possível e se se onentou pelo estágio atual do conhecimento e da experiência.!.1!7 Se tudo isso foi feito - ma~ só nesse caso - a decisão tomada pelo Poder Legi.)- lativo é justi ficá"el (venrelbar) e impede que o Poder Judiciário substitua a sua avaliação. M as. veja·se: a decisão a respeito da justificabilidade da medida adotada pelo Poder Leg islativo é o resultado fina l do controle feito pelo Poder Judi ciário e, não, uma posição rígida e prévia anterior a ele. Sem o controle do Poder J udiciário nào há sequer como comprovar a justifica- bilidade da medida adotada por outro Poder. Todas essas conside rações levam ao entendimento de que o controle de constitucionalidade poderá ser maior ou menor, mas sempre deverá existir, sendo afastada. de plano. a solução simplista de que o Poder Judi- ciário não pode controlar outro poder com base no princípio da separaçãO .~ RAU. Christian. SelbSI elllhid.eile Grell:.en ;1/ der Recluspreclwng des Uniled SwW SI/preme CaI/ri /lI/c/ de.l· Blmr!e.n'{!/fasSI1I18f>!5f'ricl!{5. Berlin: DuneJ...er und Humblol, 1996 p 192ess. doS podere..,. O princípio democrático só será realizado se o Poder Legisla- {J\ro escolher premissas concretas que levem à realização dos direitos fun- damentais e das finnlidades estatais. Ü~ direitos fundamemais. quanto mais forem restringidos e mai~ importante~ forem na ordem constitucional, mais dev'eJ11 ter sua real i/ação controlada. A te.;e da insindicabilidade das deciSõeS do poder Legislati\o. sustentada de modo simplist.:t. é uma monstruo~idj)d~ que \iola a função de guardião da Constituição atribuída ao Supremo Tri- bunal Fedl!ral. a plena rcalizaçüo do princípio democrático e dos direi[O~ fLlIld::lmentai:s bem como J concretiLação do princípio da universaiidaue dJ juri,dição, (dJ PrillciplO da igllaldade e principio dn c(lpncidade contrilmlira O princípio da igualdade abrange o dever de tratar os iguaio.; da meq11a forma I! a proibição de desigualar arbitrariamente os contribuint('~. Na con- cretização desta e ... igência. deve-se investigar se a distinção legal era per- mitida e se a le i tratou desigualmente em hipótese na qual isso era obriga- tório. R~1I Desigual dade arbitrária. isto é. sem justificação constitucional. é incon~ t itllL:ional. Com razão alerta AMARO para o fato de que a igualdade é um direi- to fundamental cuja fu nção primordial res ide em garantir a igualdade de condições contra O Estado (função de defesa dos direitos fundamentai s). O poder de tributar não possui competência para tributar, com base na igual- dade, outros fatos não previstos pela lei tributária. É o contribuinte que tem o direito de discutir a constituciunalidade dos tribu tos çorn base na igual- dade (arl. 108 , § 1'. CTN),'" O princípio da igualdade ainda possui uma face ta cOllcretizadora do princípio federativo . De acordo com o artigo 151 tia CF, é vedado à Uni ão institu ir lributo que não seja uniforme em todo o terri tório nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município. em detrimento de outro. É o chamado princípio da unifor- midade da tributação, Esse princípio tem por finalidade garantir a lIJ1tdade da federação por meio de uma tributação uniforme. Algun~ casoS estão ~~4 \ A!\tARO. Luciano. D/reiro lriblllário Bra.úleiro. São Paulo: Sarai\a. 1997. p. Dl. '" AtvIARO. Luciano. Direiro Tribuuírio Brasileiro. São Paulo: Saraiva. 1997. p. 13l. Sobre o a!)<;umo. no Direito Alemão: BADCRA, Peter. SWa/srecht: SpI/:'/1/mi.\the Er· fdlllenmg des Gnllldgesft~es fiirdie BUlldf'~'rcp!lbli/'; DeulSch/(lIId. 2. cd.· .\lünchcn: BecL t996 p,90, 4, 1 , desde já afastados do âmbito de aplicação desse princípio como fonma de garantir o mesmo fim. como é o caso da conce,,~ão de incentivos fiscais destinados a promo\er o equilíbrio do de'ien\"olvimento ~ocioeconômico entre as diferentes regiões do paÍ> (art. 151. I. da CF). Como Os impostosde\ ~m ser graduados segundo a capacidade eco~ nômica dos contribuinte'i. ele>; não podem aniquilar essa capacidade eco- nômica, no senil do de não permitir que o sujeilO pas"ivo possa ter a possi. bilidade dt! desenvolver .:;ua existência digna (an. p~), sua li\Te iniciativa (arl. 170. caput), o liHe exercício de atividade econômica (are 170. pará- gr.tfo Único) c sua propriedade privada (arts. 5". caplll. e 170.11).",°0 POder Legislativo deve adotar decisões valorativa~ respeitando os bens e os direi- tos dos contrjhuintcs.~-;; São dois lados da mesma medalha. l\7e~se contexto, dcvc·sc saber se o princípio da igualdade e o princípio da capacidade contributiva pussuem o mesmo conteúdo normativo t:!, por. tanto, o mesmo âmbito de aplicação. Em primeiro lugar, o princípio da igualdade é mais amplo do que o princípio da capacidade contributiva. Este. como será demonstrado. consti· tui a concrcri7ação setorial específica do princípio da igualdade. no caso das normas Iributária~ primariamente criadoras de encargos.!!':': O âmbito de aplicação do princípio da igualdade é. todavia. mais extenso que o do prin· cípio da capacidade contributiva. porque o princípio da igualdade tanto se aplica para aquelas normas que têm por fmalidade primária a cliação de eocargos (subtraçào de valores) quanto para aquelas que têm por finalidade primária a alteração de comportamentos (afetação do~ dirdto~ de liberdade). A eficácia modificativa de compoI1amentos (CestaltungsH'irkung) deve ter sua constitucionailclade medida pela compatibilidade com os direitos funda- mentais a serem devidamente aplicados mediante o emprego dos postulados da ra7oabilidade, da concordância prática e da proporcionalidJ.dc.8.B O prin· ~)() AMARO, Luciano. Dlreiru TrlbutlÍrlO Bm,\"Ileim. São Paulo: Saraiva. 1997. p. 133. m Ver. sobre o a)')unlO, a decisão citada: Recurso Extraordinário n. J 8.976. STF. 16 Turma. Relator: Yl tni~tro BJ.rro., l3;Jrr'::lo.julgado ~1Tl 02.1 OS!. ADJ :!6.ll.s::!. p. I ~65; (deci~ão un1nirne de mérito). Decisão recorrida. p. 15 (declaração d<! \oto): .. rhi' pOIl-er /O fax IS lhe pou el' 10 keel' afin'" ~;~ Sobre o assunto, no OirdlO Alemão: KIRCHHOF. Paul Verfa<,~ung und !-.Ieuerliche LeislUngstahigl-..eit SIIIH' H): 321, 1985 Sobre o 3:.<,unIO, no DireitúAlemJo: BIRK. Dieter. Steuenedu J AlIgemclIle.s Sre/lerrecht. 2. ed. Munchen: Becl\.. 1 99.t. p. 19. 432 cípio da igualdade pode lundamentar a obrigatoriedade de compol1amento~ variados que não mantêm \inculação com a capacidade contributiva. Alguns autores sustentam que o princípio da capacidade contributiva é algo mais e algo diferente relativamente ao princípio da igualdade.),~ Outros d;fendem que o princípio da capacidade contributiva é preci!)amente o critério de aplicaçào do princípio da igualdade no âmbito do Direito Tributário.'" A igualdade, como metanorma que estrutura a aplicação de OlHras (como postulado. portanto). con!)ütui um dever puramente forma l porque eSlabelece lima fonlla que!)ó funciona com a complemenwção de conteúdo!). "0 próprio de\"er geral de igualdade 11(70 posslli quaisquer critérios de fi· .ração dos encargos". lembra LEHNER.~]6 É somente com a sua conjugação com normas jurídicas materiais que a igualdade adquire as diretrizes mate· ri;JÍs necessárias à sua aplica~'ãu. A aplicação da igualdade, que estrutura a relação dos humens entre si, depende de quais critérios de diferenciação possuem significado normativo (terfiU111 conzparatioJ/is).'l.1,7 A con~trução de devere~ concreto~ de tratamento igualitário pressupõe decisões anterio- res a respeito dos t'undamentos sufic ientes par() um tratamento bonômico ou diferenciado, o~ quai~ não são deduzidos da própria igualdade, mas do contexto constitucional.'1t~ Quer dizer, a igualdade enquanto metanorma eSlrulUradora da aplicação de outras. somente adquire significado nonnati- vo quando relacionada a cri térios normali\'os materiais, sob pena de ser apena0;; uma forma despida de qllalqu~r conteúdo.8J9 Igualdade tributária não UI A,\·1ARO. Luci:mo. Direiw TrlbutlÍrio Brasileiro, São Paulo: Sarai\'a, 1997. p. !J4: MACHADO. Hugo de Rrito. Temas de Direito T,--ihurá,--io. São Paulo: RT. 1993. p. 28. m ATALlBA, Geraldo. Progn:,sividade e capacidade contributiva, ROT (55): 49. 1991: COSTA, Alelde,; Jorge. Capacidade contributiva. RDT (55): 299 e SS .. 19Y!: CAR· RAZZA, Roque AntonIO. Curso de DÚ'eifo COllstituciO/w/ Tribulá,.io. 15. ed. São Paulo: Malhcin)'~, 2000. r ós e ss. !:16 LEHNER. Moris. EillAolwlU'llsfeuerrerhr II/!d Sn:.ialhilfáecht. Tübingen: Mohr Siebeck, 1993. p. 303. Ver, também. p. 325. 327 e 43. m KIRCHHOF. Paul, Der <Jllgemcinc G1cichhcltssatz. In: lSENSEE. Josef e KIRCHHOF, Paul (Org",), Hal/dbuclz de.~ Staal.~recht!i. L 5, l-kide-Iberg.: Müller, 1992. ~ 124, P 8.'\i. ns OSTERLOH. Lerke Ge~er:.eshilldl/l1g mui T)pisienmgupiel,--üume hei der Ann'e/Ultmg der Sreuergeser::.e. Raden-Baden: I\omos, 1992. p. 133: HUSTER, Stefan. Redlle /li/li Liele: lI/r Dugmarik des allgemeillen Gleichheirssar::.es. 8erlin: DUl1d.er Ulld HUlllbJot. 1993. p. 36. 2>9 Sobre o :lssunlo. no Direito Alemão: VOGEL, KJaus e WALDHOFE Chri..,tian. Grwuf- lagell eles Finlll/::.l't!rjmHlIlg()redlts: Sonderau5gabe de .. BOllner KommeflUlr() Zlfm Grulld,r:e:sn:. (Vorheme/'I..!/fIgen::'/I Arr. l04a bis 1/5 GC). Heidclbcrg: MiJller. 1999. ,'\úm<!ro de Margem 516, p. 340 e ss.: HUSTER, Sldan. Rechte I/lId Ziele: Zur DOf{lr/a· til.: des nllgmle;"ell Gleichheltssat::.es. Dcrlin: Dum:ker und HumblOL 1993. p. J9. 433 é apenas igualdade proporcional. ma, também i.,.waldade medida n cidade contributiva do ~ujeiro passivo..... a capa_ o A capacidade contributiva é, na verdade, um critério de aplicacã Igualdade. 'J 1 A detenninacão da medida. que a eficácia econômica d ',_0 da • 1 • _ > eSI~uaJ u: uma regr~ ~ao ~odera u,ltraP.J'isar. de\e ser obtida pela análise das d~Ci. ~oes ~ aJoratlvas dd Con'Jlltlllça,O e~l ravor. por exemplo. da proteção d. laml113 e do casamento e da lciolJdanedaJe social. a .'. E:"as diretrize:'.I~l<Hçrj:li? dcte~'I~inéJm o li~lite superior (a carga tribu_ tan~ nao. r,nde ter deIto conflscatono no senudo da criação de encargos patn~o.mal: ,Oll comportam~ntal:'. ~x.ce!''ii\~~) e ta.mbém os fundamento>; m~re.na!:. p.lIa o lratamento IgualHanu ou diferenCiado. Sem rrilérios ma- le~nal~ a Igualdade. como metallonna csrruturadora da aplicação de OUtras, nao pode ser sé'quer apllc1da, porque os homens (e os contribuintes a seu mouo) ~o~crHe podem ser ig.uais ou diferentes em razão de um critério (por exemplo, Hlade, sexo. capacIdade! econômica). . A igualdade ou de,igualdadc, no entanto, s6 pode ser definida com vlstas,~ uma fin,alIdade determinada (por exemplo, pretensão de ajuda social, obtençao de credito financeiro ou pagamento de tributo). Os homens podem s~r. çum base nU.111 ú.nico critériu (por exemplo, i da(lt.!) , ao mesmo tempo, diferentes se a fll1alIdade da comparação For o fechamento de necrócios .. . . o ç?merCIaIS, e. IgU~IS. se n finalidade da comparação for o pagamemo de tnbutos. Ou Slntctlcamente: o juílO dt: igualdade depende necessariamente do cr.ité:·io e da finalidade que estruturam a comparação.8~1 O critério geral do DIreIto Tributário é a capacidade econômica. Essas considerações levam à condu~ão de que a afirmacão sC2:undo a qual os contribuintes devcm ser tratados seQundo a ioualclad~e e ta~hém a c~pac.idade contributiva é parcialmentt! in~u~tentável.~~ A t:apaçidade con- lnbulI\'a é próprio crilirio da aplicação da igualdade no caso de imposlO~ com finalidade liscaL (e) Fundamemos do prillclíJio da capacidade conrributiva S-lO Sobre a problemeitica. no Direito Alemão: VOGEL Klaus e \\ALDHOFF, Chrisuan Grundlagen de~' Fil/al1.-\'eifaJ.HU/!S~recluJ: SOllderallJgabe des Balll/er KOfllmema1f l,u/l1 Grulldge\et~ rVorbe/llerhmgen
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