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Caderno Processo Penal 1

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Processo Penal I
Prof. Renan Sales
- Cabe analogia no processo penal?
 - Cabe sim. Em regra o cabimento seria somente em beneficio do acusado, contudo, como exceção, caberá analogia em beneficio do acusado. Exemplo: Súmula do STF (recurso do MP... ocasião em que dissentindo o Juiz, este remeterá os autos ao procurador geral).
- Lei Processual no Tempo
 - Artigo 2º do CPP: A lei processual penal opera na atividade (tempus Regit Actum), sem prejuízo doa atos praticados. Com tudo, parte da doutrina e da jurisprudência entende que mesmo se tratando de norma processual, se esta possuir caráter híbrido, a lei retroagirá como aquela material.
 - Norma processual híbrida: é aquela ligada ao direito de liberdade do individuo. Exemplo: Lei 11.689/08, que acabou com o protesto por novo júri.
* OBS: Há divergências na doutrina e na jurisprudência sobre tal fato.
- Lei Processual no Espaço
 - Artigo 1º do CPP: trata-se do principio da territorialidade. O conceito, todavia, de território físico ou jurídico, nos é dado no código penal, no artigo 5º.
 - Logo, aplica-se a lei processual penal em todo território nacional, exceto:
- 1º: Imunidade Diplomática (absoluta); Consul (é relativa, ou seja, só vale quando estiver no exercício de suas funções);
- 2º: Infrações Politico-Administrativo;
- 3º: Crimes Militares;
- 4º: Aplica-se o CPP;
- 5º: Não recepcionado, vide ADPF 137.
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
Princípio da Presunção de Inocência (artigo 5º, LVII da CF): 
Ninguém é considerado culpado senão após sentença condenatória transitar em julgado. O STF se refere a este principio como o da não culpa, ou não culpabilidade. Há previsão expressa em Lei e no pacto de São José da Costa Rica/Convenção Americana, em seu artigo 8º, nº 2. 
- Consequências:
- A: qualquer restrição à liberdade do acusado, só ocorrera após condenação definitiva, uma vez que a regra no Brasil seja a liberdade.
* Exceção: quando preenchido os requisitos das prisões cautelares (preventiva e temporária).
* OBS: inclusive, neste sentido, o STF no julgamento do HC 104339, declarou, incidentalmente, a inconstitucionalidade de parte do artigo 44 da Lei 11.343/06 (Lei de drogas), no que se refere à vedação da liberdade provisória, eis que essa vedação violaria os princípios da presunção da inocência e processual penal.
- B: compete a acusação provar o fato impetrado, ou seja, o ônus da prova é daquele que o alega;
- C: se o magistrado tiver duvidas, deve absolver o acusado (In dubio pro reo).
Princípio da Imparcialidade do Juiz:
O juiz deve ser neutro, isento e despido de qualquer vínculo com o processo. As causas de impedimento e hipóteses de suspeição estão previstas, respectivamente, nos artigos 252 a 254 do CPP. Ainda há previsão expressa na Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH), em seu artigo 8º, nº 1, do Pacto São José da costa Rica.
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa:
O princípio contraditório: confere ao acusado conhecer, com exatidão, todo o processo e, em consequência disso contrariá-lo sem nenhuma restrição.
* Contraditório = torna a defesa possível;
* Ampla Defesa = torna a defesa efetiva (artigo 5º, LV da CF).
Princípio da Verdade Real:
Não se contenta com a verdade meramente produzida pelas partes, mais sim com a realidade dos fatos, com o que realmente aconteceu. Artigo 156, inc. II do CPP: havendo a duvida, durante o processo pode e deve o Juiz produzir provas que entenda pertinentes, todavia, agi de forma complementar e subsidiaria as partes.
Princípio da Liberdade Probatória:
O princípio da liberdade probatória é consequência lógica do principio da verdade real.
Princípio da Publicidade:
Todos os atos do processo penal são públicos. Trata-se, porém, do principio relativo comportando dessas, temos algumas exceções:
I- sala secreta do Júri;
II- quando o artigo 792, §1º do CPP, puder resultar em escândalos e em manter a ordem nas audiências;
III- quando a defesa da intimidade assim o exigir.
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição:
Direito de qualquer individuo de não se conformar com determinada decisão e dessa forma, busca re-analisar por órgãos mais experientes.
- Exceção: crimes de competência originário do STF (jurisdição linear);
- Previsão implícita na estrutura e competência dos tribunais na Constituição Federal. Previsão expressa no pacto São José da Costa Rica, em seu artigo 8º, nº2, alínea “B”.
Princípio do Juiz natural (art. 5º, inc. XXXVII e LIII):
É o Juiz com competência preestabelecida em Lei. Ainda, infere-se no artigo 5º, inc. LIII, o principio do promotor natural, que é aquele com atribuição preestabelecida em Lei.
* OBS: como consequência logica desse principio, há o principio da identidade física do Juiz (art. 399, §2º do CPP), que versa que o Juiz (deve ser o natural), que deverá presidir a instrução (portanto, aquele que colheu as provas), é quem deverá proferir a sentença. Todavia, referido artigo disse menos do que deveria, devendo, pois, ser lido conforme o artigo 132 do CPC, que traz às exceções a regra.
Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, inc. LIV):
Ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens senão através de processo judicial, onde serão respeitados todas as garantias e princípios constitucionais. Estando previsto no CADH, art. 8º nº1.
Princípio da Obrigatoriedade:
O Ministério Público é obrigado a agir. Ou seja, na existência de indícios de autoria e materialidade, deve o Parquet (MP) oferecer a denuncia.
*Exceções:
1- Ação penal privada, o titular é o ofendido ou o seu representante legal, visando critérios de oportunidades e conveniência.
2- Artigo 76 da Lei 9099/95: transação penal. O MP deixa de oferecer denuncia e realiza acordo com o indiciado.
Princípio da Indisponibilidade:
O MP na forma do artigo 129, inc. 1º da CF, que é o titular da ação penal pública e a oferece em nome da coletividade. Portanto, oferecida a ação penal (a denúncia) ou ajuizando o recurso, o MP deles não poderá dispor nem desistir.
*Exceção: Artigo 89 da Lei 9099/95, suspensão condicional do processo (Sursis processual), onde o MP realiza acordo com o acusado e uma vez cumprido, o MP desistirá do processo, extinguindo a punibilidade do agente (acusado).
Princípio da Inadmissibilidade das provas ilícitas (artigo 5º, LVI):
Não se admitem no processo as provas produzidas ilicitamente.
Principio do In Dubio pro Reo:
Toda vez que a lei penal, ou a lei processual penal comportar mais de uma interpretação ou interpretação coletiva, deve-se sobrepor aquela mais benéfica para o acusado. Havendo detido que se devida em favor do acusado.
- O STF já decidiu, em várias ocasiões pela não admissão da interpretação in malam parte(m).
Princípio da Iniciativa das Partes ou do Impresso Oficial (nemo judex sine actore):
Não há Juiz sem autor. O Juiz não iniciará o processo sem a provocação das partes.
* Artigo 24 do CPP: A ação penal pública cabe ao MP, em regra, promove-la pela denuncia;
* Artigo 30 do CPP: A ação penal privada cabe, em regra, ao ofendido e seus representantes legais para promovê-la pela queixa.
INQUÉRITO POLICIAL
- Inquérito Policial: é meramente investigativo. É um processo administrativo inquisitivo (não tem contraditório) e preparatório (que antecede a ação penal), com a finalidade de apurara a autoria e a materialidade de um crime. É realizado pela Polícia Investigativa, sendo o delegado, o titular do IP, só o delegado é autoridade Policial.
- Conceito: trata-se de procedimento administrativo inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligencias realizada pela policia investigativa para apuração da infração penal (gênero, cujas espécies são crimes) e sua autoria, presidido pela autoridade Policial (delegado) a fim de que o titular da Ação Penal possa ingressar em juízo. É um procedimento pré-processual, bem comum, porem existem outros;
* OBS: Termo circunstanciado: é instaurado nas infrações de menor potencial ofensivo, ou seja, naquelas cuja pena máxima seja igual ou inferior a 2anos, cumulado ou não com multa, sujeita ou não a procedimento especial (crimes de menor potencial ofensivos estão sujeitos a leis especiais).
* Natureza Jurídica do IP: trata-se de procedimento administrativo;
* Finalidade do IP: apreciação dos crimes (materialidade) e sua autoria;
* Presidência do IP: é a autoridade policial (do local onde o crime se consumar).
- Crimes de competência de a Justiça Militar Estadual: quem investiga é a própria polícia militar, por sua corregedoria. Quem preside o IPM é o encarregado;
- Crimes de competência de a Justiça Militar da União: quem investiga são as forças armadas, por suas corregedorias, e quem preside o IPM é o oficial encarregado;
- Crimes de competência da Justiça Federal: quem investiga é a Policia Federal, e quem presidirá será o Delegado de Policia Federal;
- Crimes de competência da Justiça Estadual: quem investiga é a Policia Civil, porem há exceção onde a Polícia Federal também investiga (artigo 144, §1º da CF e Lei 10.446/02).
- Diferença entre Polícia Investigativa e Judiciária:
* Investigativa: é aquela que apura as infrações penais e suas autorias. Exemplo: Polícia Civil, Polícia Federal (artigo 144 da CF e parágrafos);
* Judiciária: é aquela que auxilia o poder judiciário no cumprimento de suas ordens. Exemplo: cumprimento de mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal, Polícia Militar.
Características do Inquérito Policial:
1º- Formal: trata-se o IP de procedimento formal, escrito, conforme o artigo 9º do CPP. O Delegado de policia, inclusive, em razão dessa característica consoante o artigo 405, §1º do CPP, pode/deve filmar e gravar todas as diligencias realizadas no IP;
2º- Dispensável (art. 39, §5º CPP): se o titular da ação penal obtiver elementos de informação através de fonte autônoma, poderá dispensar a realização do IP, bem como de qualquer outro procedimento.
3º- Instrumental: em regra, o IP é o instrumento usado pelo Estado para apurar elementos de informação a cerca da autoria e materialidade do crime.
4º- Sigiloso (artigo 20, CPP): trata-se de procedimento sigiloso, com tudo há exceções: Juiz, Ministério Público e Advogado, somente esses podem ter acesso aos autos do IP. 
- A cerca do Advogado, cabe registrar: a mitigação do sigilo é conferida pelo artigo 5º, inc. LXIII da CF; artigo 7º, inc. XIV da lei 8906/94 e pela Súmula Vinculante nº 14 do STF, que diz que o advogado terá acesso ao procedimento investigatório ressalvado as diligencias em andamento, ainda não juntadas aos autos do IP.
* No caso de negativa de acesso ao IP, pode o advogado:
a) Impetrar Mandado de Segurança (MS);
b) Ajuizar reclamação no STF, pois viola a súmula vinculante;
c) Impetrar Habeas Corpus (HC) mesmo estando o paciente (cliente) solto, pois para o STF, sempre que puder resultar, ainda que de modo potencial, prejuízo a liberdade de locomoção do individuo, será cabível o Habeas Corpus (HC).
5º- Inquisitivo ou Inquisitório: no IP não há contraditório, bem como ampla defesa, prevalecendo, portanto, o interesse do Estado na investigação. Além disto, como não há acusação, desnecessárioem regra, defesa. Contudo, há exceções: se no curso do inquérito policial ocorrer ameaças, doação ilegal, bem como eventual constrangimento, deve-se assegurar o contraditório e ampla defesa.
6º- Informativa: visa à colheita de elementos informativos a cerca da infração penal e sua autoria.
*OBS: diferença entre elementos informativos e provas (artigo 155 do CPP):
- Elementos Informativos: aqueles colhidos na fase investigativa. São produzidos sem a participação do Juiz. Não há contraditório, bem como ampla defesa. Assim, são produzidos também sem a presença do advogado, é a regra! Os elementos informativos são importantes para convicção do titular da ação penal (finalidade), também servem para fundamentar medidas cautelares (exemplo: busca e apreensão).
- Provas: aquela produzida na fase judicial, destarte (portanto), na presença do Juiz. É aquela colocada sob o crivo contraditório e ampla defesa, logo na presença também da defesa.
*OBS: no artigo 155 do CPP “EXCLUSIVAMENTE”: elementos informativos isoladamente não são considerados idôneos a fundamentar um decreto condenatório (STFRE 287658; RE AGR 425734).
7º- Indisponível (artigo 17 do CPP): o delegado de policia não pode arquivar o inquérito policial. Uma vez instaurado a regra é que só o Juiz pode mandar arquivar. Exceção: artigo 28 do CPP, ocasião em que o MP manda arquivar os autos do inquérito policial.
8º- Temporário (artigo 10 do CPP):
- Indiciado preso (art. 10 CPP): prazo 10 dias. Trata-se de prazo próprio, logo, doutrina e jurisprudência majoritariamente sempre entenderam que caso desrespeitado referido prazo, a prisão tornar-se-ia ilegal, cabendo, dessa forma, o seu relaxamento.
*OBS: vide alterações da Lei 12.403/11.
- Indiciado solto (art. 10 do CPP): prazo 30 dias. Referido artigo, todavia, não prevê a prorrogação desse prazo, porém doutrina e jurisprudência majoritariamente sempre entenderam que se tratava de prazo improprio e, portanto, cabível a prorrogação. Entretanto, a dilação desse prazo não pode ser (in) razoável, tendo o STJ entendido inclusive, em inquérito policial que tramitava há 07 anos, a ocorrência de violação aos princípios da razoabilidade e duração razoável do processo, ocasião em que concedeu o trancamento do inquérito policial, pois evidente o constrangimento legal.
*OBS: Com relação ao indiciado preso, verifica-se que o artigo 10 do CPP, perdeu parcialmente sua eficácia com o advento da lei 12.403/11, uma vez que mesmo se desrespeitado o prazo para conclusão do IP (que é de 10 dias), não há que se falar em ilegalidade da prisão, pois a prisão preventiva será legal até a definitividade da ação ou até que o motivo que a autorizou cesse. AINDA CAUSA DIVERGENCIA NA DOUTRINA E NA JURISPRUDENCIA.
- As alterações mencionadas anteriormente, dizem respeito aos artigos 306, §1º e 310 do CPP, dos quais, respectivamente, dizem que o IP/APF, deverá ser emitido ao Juiz em 24 horas, o qual terá como opções:
a) Soltar o preso, se a prisão for ilegal;
b) Soltar o preso, mesmo sendo legal a prisão quando ausentes os requisitos da prisão preventiva ou;
c) Converter a prisão em flagrante em preventiva quando presentes os motivos autorizadores da prisão.
*OBS: Lei 11.343/06, lei de drogas, artigo 51: 30 dias para indiciado preso e 90 dias para indiciado solto. Referidos prazos poderão ser duplicados após pedido justificado.
* OBS: Crimes de competência da Justiça Federal: indiciado preso 15 dias; indiciado solto 30 dias, sendo que referidos prazos podem ser duplicados.
- Formas de Instauração do Inquérito Policial: 
1ª: De Oficio, por portaria: é a peça inaugural do IP. O Delegado de policia tomando conhecimento da existência do crime deve pela portaria iniciar o IP.
2º: Requisição do Juiz ou do MP: é a peça inaugural do IP. Para a maioria, trata-se de ordem dada ao Delegado a fim de que ele instaure o procedimento policial. A doutrina, contudo, entende que não seria de bom alvitre a requisição pelo Juiz, eis que pode violar sua imparcialidade.
- Para esmagadora maioria, requisição é sinônimo de ordem, toda via, para corrente minoritária, notadamente para os Delegados de policia requisição não é sinônimo de ordem, mas sim de pedido, tendo em vista não haver hierarquia entre Juiz, MP e DEPOL.
3º: Requerimento da Vítima/Ofendido ou seu representante legal: o Delegado de policia não está obrigado a acatar o requerimento da vitima ou ofendido ou representante legal, cabendo, neste caso, recurso inominado dirigido ao chefe da policia (superintendente/delegado chefe).
4º: Noticia Oferecida por qualquer do povo: trata-se de noticia ofertada ao delegado de policia por quem presenciou eventual crime ou dele veio saber. Não é a vitima. Também é conhecida como Delatio Criminis. O Delegado de policia conforme artigo 6º, III do CPP, se necessário, deverá para instauração do IP se cercar de um mínimo de indícios do que lhe foi noticiado.É possível a instauração do IP pela noticia anônima/apócrifa/inqualificada, devendo o Delegado, entretanto, na forma do mencionado artigo realizar verificação preliminar dos fatos. 
5º: Auto de Prisão em Flagrante (APF): quando o indiciado for encontrado e, portanto, preso em flagrante, ocorre em quaisquer das hipóteses contidas nos incisos do artigo 302 do CPP. É a peça inaugural do inquérito policial.
6º: Noticia Crime ou Notitia Criminis: trata-se do conhecimento pela autoridade policial espontâneo ou provocado acerca do fato delituoso.
Acerca do fato Delituoso: se divide em: 
a) Cognição imediata: é quando a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso por suas atividades rotineiras;
b) Cognição Mediata: é quando a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso por expediente escrito;
c) Cognição Coercitiva ou Obrigatória: é aquela que se dá pelo auto de prisão em flagrante (APF), ou seja, o delegado de policia tomando conhecimento do fato criminoso pelo APF está obrigado a instaurar inquérito policial.
Data: 28 de Agosto de 2013 (falta uma parte)
17º: Indiciamento: 
Atribuir a alguém a pratica de infração penal. Trata-se de ato privativo do delegado de policia (DEPOL).
O indiciamento se divide em:
- Indiciamento direto: aquele realizado na presença do indiciado;
- Indiciamento indireto: aquele realizado na ausência do indiciado.
* OBS: em regra, qualquer do povo pode ser indiciado.
* Exceções (Rol exemplificativo): Deputados; Membros da Magistratura e do MP, especificadamente acerca desses dois últimos, quando, no curso das investigações, surgirem indícios de suas participações na infração penal, o DEPOL deve imediatamente, sob pena de responsabilidade encaminhar os autos aos respectivos órgãos de cúpula.
18º: Conclusão do Inquérito Policial (artigo 10 CPP): 
O inquérito policial será concluído por relatório da autoridade policial que terá caráter essencialmente descritivo. Nele, inclusive, irão constar as diligências realizadas no curso das investigações. O relatório final do IP é dispensável, até porque se todo o IP é dispensável, que Sá seu relatório. Concluído o IP este deverá ser encaminhado ao Poder Judiciário.
- Chegando os autos do IP ao poder judiciário:
a)Em se tratando de crime de ação penal de iniciativa privada os autos permanecerão em cartório aguardando a iniciativa do titular da ação penal; No caso de ação penal publica condicionada a representação a vitima ou seu representante legal deverá autorizar o inicio da ação penal, ocasião em que os autos serão encaminhados ao MP.
b) Em se tratando de crime de ação penal pública incondicionada: vista ao MP.
c) Nos casos de ação penal publica incondicionado o juiz dará vista ao MP.
Chegando os autos ao MP, este terá as seguintes alternativas:
1- Oferecer denuncia, quando houver indicio de autoria e materialidade;
2- Poderá requerer o arquivamento;
3- Requerer diligências. Caso as diligências requeridas sejam acatadas pelo Juiz, o Magistrado ordenará que o Delegado as cumpra. Todavia, entendendo o Juiz pelo indeferimento, o que não deveria fazer, pois não é o titular da ação penal e agindo assim poderia violar a sua imparcialidade, poderá o MP opor correição parcial em face do erro do Juiz. Entretanto, é certo que mencionada providencia pode atrasar por demais as necessárias diligências, razão pela qual seria melhor, mais celebre, que o Promotor de Justiça requisitasse a diligência diretamente ao DEPOL. A diligência aqui tratada deve ser imprescindível para o oferecimento da denuncia;
Arquivamento do IP: 
Trata-se de ato exclusivo do Juiz. Esta é a regra. Contudo, o Magistrado não pode arquivar o IP de ofício, uma vez que, além de não ser o titular da ação penal, estaria violando sua imparcialidade.
* Arquivamento Implícito: ocorre o arquivamento implícito quando o titular da ação penal deixa de incluir na denuncia algum fato investigado (arquivamento implícito objetivo) ou algum dos indiciados (arquivamento implícito subjetivo), sem expressa justificativa dessa postura, deste entendimento, ou seja, o Promotor de Justiça não denuncia nem pede o arquivamento. A doutrina e a jurisprudência não admitem o arquivamento implícito, cabendo ao Juiz, caso isto ocorra, devolver os autos ao Promotor de Justiça para que se manifeste. Caso continue silente (omisso), deverá o Juiz proceder na forma do artigo 28 do CPP.
19º: Ação Penal: 
É o direito de pedir ao Estado Juiz a aplicação do direito penal objetivo ao caso concreto.
* Condições da ação genéricas: deve estar presente em todas as ações penais, se divide em:
A) Possibilidade Jurídica do Pedido: o pedido deve ser uma providência admitida pelo direito objetivo. Exemplo: artigo 26 do CP (o titular da ação penal não pode pedir condenação do inimputável);
B) Legitimidade para agir: é a pertinência subjetiva da ação. É aquele que possui legitimidade ativa para figurar no polo ativo da demanda criminal, sendo que em se tratando de ação penal pública o legitimo é o MP, já ação penal de iniciativa privada, possui legitimidade o ofendido ou seu representante legal ou seu advogado. No polo passivo vai figurar o suposto autor do crime.
*OBS: Legitimidade Ativa Concorrente: mais de uma parte está legalmente autorizada a agir. Quem ajuizar primeiro sua demanda irá afasta a legitimidade do outro. Exemplo: Súmula 714 do STF – Crime contra a honra praticado contra servidor público – neste caso possui legitimidade tanto o MP quanto o ofendido por seu advogado para propor a ação penal;
C) Interesse de Agir: se subdivide em três categorias:
c¹ - Necessidade: é presumida no processo penal, na medida em que não há pena sem processo. Exceção: transação penal sujeita a aquele que aceita o acordo a pena restritiva de direito;
c² - Adequação: não se discute no processo penal, pois há sempre uma ação penal para determinada transgressão da norma.
c³ - Utilidade: consiste na eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o interesse do autor. Exemplo: Perdão Judicial (artigo 120 do CP);
D) Justa Causa: é o lastro probatório mínimo para que se inicie uma ação penal. A mera tramitação de processo criminal em face do individuo é muito constrangedor, não devendo ser utilizado desnecessariamente. Em razão disto, sem um mínimo de indicativo da autoria e materialidade a ação penal não deve se iniciar. O STF, inclusive, já decidiu varias vezes que a palavra da vitima isoladamente não justifica a ação penal.
Data: 05 de Setembro de 2013
* Condições da ação específicas: estão presentes somente em algumas ações penais (rol exemplificativo):
1- Representação do ofendido em crimes de lesão corporal leve. Artigo 88 da lei 9.099/95;
2- Representação do ofendido nos crimes contra a honra praticados contra servidor público no exercício de suas funções ou em razão delas. Artigo 145, § único do CP;
3- Requisição do Ministro da Justiça. Artigo 145, § único do CP;
20º: Classificações das Ações Penais: 
1) Ação penal pública (art. 129, I): o titular da ação penal é o MP;
a) Incondicionada: o MP não depende de nenhuma condição para agir. Não depende de ninguém;
b) Condicionada: o MP está sujeito à condição especifica de procedibilidade. Precisa de autorização para agir. Exemplo: representação do ofendido;
c) Subsidiaria da pública: ocorre quando o MPE é inerte e, neste caso, o MPF poderá agir, inclusive, com o oferecimento da denuncia. 
- Exemplo 1: art. 2º, §2º do decreto lei 201/67; Se o MPE for omisso, o Procurador Geral da República poderá oferecer a ação penal subsidiaria.
* Criticas (a doutrina entende que referido artigo não foi recepcionado pela Constituição Federal): não há hierarquia entre o MPE e o MPF, razão pela qual a aludida postura do Procurador Geral da República ofenderia a autonomia dos MP’S estaduais, além disso, deslocaria para a Justiça federal matéria que não é de interesse da união. 
- Exemplo 2: art. 357, § 3º e 4º do Código Eleitoral (lei 4737/65); Este exemplo é admitido pela doutrina. Em muitas regiões, o Promotor de Justiça(Ministério Publico Estadual) exerce suas delegações junto com a Justiça Eleitoral. Nesta hipótese, se o MPE se mantiver inerte o Procurador Geral da República poderá agir.
2) Ação Penal Privada: tecnicamente é chamado de ação penal de iniciativa privada. Ocorre nos crimes que atingem interesses próprios da vítima, ocasião em que o Estado lhe transfere o direito de agir;
a) Exclusivamente Privada: é permitida a sucessão processual (artigo 31 do CPP). Morrendo a vítima, os seus representantes legais poderão agir;
b) Personalíssima: não cabe sucessão processual. Morrendo o ofendido está extinta a punibilidade. Exemplo: artigo 236, § único do CP;
c) Subsidiaria da Pública: ocorre quando o MP é inerte. Só cabe quando o MP nada faz, ou seja, se pede o arquivamento, novas diligencias, declina de sua atribuição, se pede a declinação da competência do juízo, dentre outros, ele não foi inerte, assim não caberá à ação penal subsidiaria.
* OBS: Artigo 100 do CP, a ação penal só será de iniciativa privada quando a Lei assim, expressamente, o disser.
3) Prazo da Ação Penal de Iniciativa Privada (arts. 103 CP e 38 CPP): referida ação está sujeita a prazo decadencial de 06 (seis) meses, contado a partir do conhecimento pela vitima do suposto autor do fato. Porém, como a ação penal possui natureza pública, mencionada decadência não gera extinção da punibilidade. Inclusive, alguns doutrinadores chamam essa decadência de imprópria. Aludido o prazo, trata-se de prazo penal, ou seja, conta-se o primeiro e exclui o último.
4) Poderes do Parquet (MP) na Ação Penal Privada Subsidiaria (art. 29 do CPP):
a) Repudiar a queixa, oferecendo denuncia substitutiva, mesmo estando à queixa perfeita. Neste caso, ocorre a ação penal indireta;
b) Aditar a queixa, tanto em seus aspectos formais quanto materiais;
c) No caso de negligencia do querelante, o MP retoma a titularidade da ação penal. Trata-se de ação penal indireta. Logo, não é possível ocorrência de perempção como causa extintiva de punibilidade.
5) Peça Acusatória (denuncia/queixa):
- Requisitos: artigo 41 do CPP.
a) Exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias: é a imputação. Imputar é atribuir a alguém a pratica duma manifestação penal. Peça acusatória que não narra fato com todas as suas circunstâncias prejudica a ampla defesa e, portanto, deve ser considerada inepta;
- OBS: deve o acusado/querelado, conforme entendimento da jurisprudência, arguir a inépcia da inicial até a sentença, eis que se não arguiu antes é porque conseguiu se defender;
- OBS²: no crime culposo não basta indicar a modalidade da culpa, deve o MP descreve-la com todas as suas circunstâncias. Ou seja, não basta dizer que o agente agiu com negligência, deve o titular da ação explicar como se deu essa negligência.
* As circunstancias a que se refere o artigo 41 do CPP, são chamadas pela doutrina de elementos essenciais e elementos acidentais;
- Elementos Essenciais: aquele necessário, imprescindível para que se identifique a conduta como fato típico. Obrigatoriamente deve estar presente na peça acusatória, eis que sua ausência significa descrição de fato não criminoso ou fato criminoso diverso, o que, consequentemente gera prejuízo à defesa;
- Elementos Acidentais: aqueles afetos as circunstancias de tempo ou espaço. Sua ausência nem sempre causara prejuízo à defesa.
O que não pode faltar na peça acusatória são os elementos essenciais, os acidentais serão analisados no caso concreto pelo Juiz. A ausência dos elementos essenciais, portanto, gera nulidade absoluta. Já a falta dos acidentais causa nulidade relativa, necessitando, deste modo, da demonstração de prejuízo.
b) Procedimento comum ordinário: oito testemunhas. Aplicável quando a infração penal quando a pena máxima for igual ou superior a quatro anos de reclusão. Exemplo: furto.
* OBS: Procedimento comum sumário: cinco testemunhas – aplicável quando a pena máxima for inferior a quatro anos de reclusão. O CPP, entretanto, não menciona que deva ser superior a dois anos, porem, conclui-se desta maneira em razão da lei 9099/95;
c) Procedimento Comum Sumaríssimo: três testemunhas. Ocorre nos crimes de menor potencial ofensivo, ou seja, naqueles cuja pena máxima seja igual ou inferior a 2 anos, bem como nas contravenções penais, cumulados ou não com multa sujeitos ou não a procedimentos especiais.
* OBS: Para a acusação poderão ser arroladas até 8/5/3 para cada fato delituoso. Já para a defesa 8/5/3 para cada acusado/querelado.
d) A denuncia/queixa deve ser envernaculo: a peça acusatória deve ser escrita em português.
e) Assinatura da peça acusatória: a denúncia deverá ser assinado pelo presentante do MP e a queixa pelo Advogado.
6) Prazo para oferecimento da Denúncia: 
- Regra geral do CPP: prazo para oferecimento da denuncia, 5 dias se o indiciado estiver preso e 15 se estiver solto;
- Lei 11343/06, lei de Drogas: prazo para oferecimento da denuncia é de 10 dias, tanto preso quanto solto;
- Código Eleitoral, Lei 4737/65: prazo para o MP para oferecer denuncia é de 10 dias, tanto preso quanto solto;
- Abuso de Autoridade: prazo para oferecimento da denuncia é de 48 horas, tanto preso quanto solto;
- Crimes Militares: prazo para oferecimento da denuncia, 5 dias se o indiciado estiver preso e 15 se estiver solto;
* OBS: denuncia intempestiva – consequências: o Juiz, mesmo se oferecida denuncia fora do prazo, há recebera, até por que:
a) Cabe ação penal subsidiaria;
b) Cabe a sanção prevista no artigo 801 do CPP (perda do subsidio/retardamento da aposentadoria);
c) Cabe, se o excesso do prazo, for abusivo, o relaxamento da prisão, se o mesmo estiver preso.
* OBS: Denúncia alternativa: imputa a alguém alternativamente dois fatos criminosos. A denuncia alternativa pode ser originária ou superveniente.
- Denúncia Alternativa Originária: a alternatividade está contida na própria peca acusatória. A doutrina é unanime no sentido de que não pode, pois viola a ampla defesa.
- Denúncia Alternativa Superveniente: a alternatividade é consequência do aditamento da peca acusatória. Ocorre nas hipóteses do artigo 384 do CPP. Quando adita a imputação é superveniente. Pela literalidade do § 4º do artigo 384 do CPP, para condenar o Juiz está vinculado aos termos do aditamento. Contudo, a doutrina, de forma majoritária, entende que o Juiz pode condenar tanto pela imputação superveniente como pela originária.
7) Procuração na Queixa (artigo 44 do CPP): a procuração da queixa exige poderes especiais, devendo haver referencias do nome do querelado, bem como, resumo do fato criminoso.
8) Recebimento da Peça Acusatória:
a) Momento do Recebimento (após Lei 11.719/08):
* Artigo 396 do CPP: é o recebimento da denuncia, caso não seja rejeitado, trata-se do inicio do processo, tanto é que citação é ordenada. Pela corrente majoritária, se cita, o processo, na forma do artigo 363 do CPP, já foi formado. Todavia, entendimento minoritário entende que o recebimento da denuncia e, consequentemente, o inicio do processo ocorre na forma do artigo 399 do CPP.
* Artigo 396 – A: trata-se da primeira defesa do processo. É chamada de resposta à acusação. Cuida-se de defesa mais completa, devendo-se arguir preliminares, questões prejudiciais, juntar argumentos e etc.
* Artigo 397 do CPP: inovação trazida pela Lei 11 719/08 a absolvição sumária possui previsão em todos os procedimentos do processo penal, porque antes só existia procedimento do júri. Caso absolvido sumariamente, o processo se encerra no inicio. As hipóteses de absolvição estão previstas nos incisos contidos no artigo referido, sendo a única exceção a inimputabilidade, caso em que o processo deve seguir até o final, pois a inimputável cabe medida de segurança.
** Fases do procedimento comum:1º- oferecimento da denuncia, 2º recebimento da denuncia, 3º- citação, 4º- defesa inicial, 5º- absolvição sumária (se houver), 6º designação de AIJ, 7º- AIJ (art. 400 CPP).
* OBS: a ordem do artigo 400 do CPP, não é contemplada em algumas leis especiais,logo, em tese, a ordem que deveria ser observada seria a da respectiva lei especial. Contudo, a jurisprudência é tranquila no sentido de que mesmo se tratando de lei especial, quando esta não observar a ordem do artigo 400/402, o principio da especialidade devera ser mitigado em prol de observância máxima às garantias constitucionais, no caso a da ampla defesa.
b) Fundamentação no recebimento da peça acusatória: trata-se de ato referido de mero despacho. Não deve o magistrado fundamentar neste momento, adentrar no mérito da ação sob pena de violar sua imparcialidade;
c) Recurso: não cabe recurso quando o ato que recebe a denuncia ou a queixa em casos de manifesta atipicidade, ausência de justa causa ou evidente inépcia caberá HC visando trancamento da ação penal.
- Exceção: caberá agravo quando a competência originaria for dos tribunais. Exemplo: prefeito que é julgado diretamente no TJ.
9) Rejeição da Peça acusatória:
- A rejeição ocorrerá quando: 
1) Quando for manifestamente inepta: a denuncia ou queixa for manifestamente inepta quando não preencher os requisitos do artigo 41;
2) Quando faltar pressuposto da ação ou condição para exercício da ação penal: 
Pressupostos processuais:
a) Pressupostos processuais de existência: demanda; Jurisdição; Existência de partes que possam estar e juízo.
b) Pressupostos processuais de validade: originalidade é o pressuposto de validade. Ausência de litispendência e de coisa julgada;
c) Quando faltar justa causa para exercício da ação penal: lastro probatório mínimo necessário para se iniciar a ação penal.
* OBS: a rejeição da peca acusatória faz coisa julgada formal, sendo que absolvição sumária faz coisa julgada material.
* Hipóteses de absolvição sumária (art. 397 CPP):
1ª- quando fato evidentemente não constituir crime;
2ª- existência manifesta de causa excludente de ilicitude. Exemplo: legitima defesa;
3ª- quando da existência manifesta de causa excludente de culpabilidade – salvo inimputabilidade;
4ª- quando estiver extinta a punibilidade. Exemplo: morte do agente; prescrição;
10) Recurso Contra a Rejeição da Peça Acusatória: do ato que rejeitar a peça acusatória, caberá, na forma do artigo 581, I, do CPP recurso em sentido estrito (RESE).
11) Renúncia: decorre do principio da oportunidade e conveniência. Cuida-se de ato unilateral do ofendido ou de seu representante legal abrindo mão do direito de propor ação penal de iniciativa privada. Consequência, extinção da punibilidade. Não depende de aceitação.
12) Perdão do Ofendido: ocorre durante o curso da ação penal e depende de aceitação.
13.1) Princípios da Ação Penal Pública:
1- Ne Procedat Iudex Ex Officio (impulso oficial, iniciativa das partes): a jurisdição não se procede de oficio, depende de provocação das partes.
2- Ne Bis In Idem: ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação. Só se admite revisão criminal pela defesa.
3- Obrigatoriedade: havendo justa causa, o MP está obrigado a agir, oferecer denuncia. Exceções: 
* transação penal (art. 76, lei 9099/95);
* Acordo de doçura ou leniência (art. 35, B e C): espécie de delação premiada prevista nos crimes contra economia. Realizado o acordo, o MP está impedido de oferecer denuncia;
* Termo de Ajustamento de Conduta (TAC): acordo realizado pelo MP. Ocorre habitualmente nos crimes ambientais. Firmado o TAC, o MP deixa de oferecer denúncia.
* Parcelamento e pagamento do débito tributário (art. 9º da lei 10.684/03):
* Indisponibilidade: o MP não pode desistir da ação penal publica, nem do recurso já ajuizado, artigo 576 do CPP.
Sursis processual, suspenção condicional do processo.
* (In) Divisibilidade: é controverso na doutrina e na jurisprudência. Posição do STF: vige o principio da divisibilidade. O MP pode denunciar alguns corréus sem prejuízo que as investigações prossigam em face dos demais.
Em sentido contrário, entende parte da doutrina (Capez e LFG): o MP é obrigado a denunciar todos os coautores desde que haja justa causa. O MP não pode escolher, havendo elementos deve denunciar todos.
13.2) Princípios da Ação Penal Privada:
1- Ne Procedat Iudex Ex Officio (impulso oficial, iniciativa das partes): a jurisdição não se procede de oficio, depende de provocação das partes;
2- Ne Bis In Idem: ninguém pode ser processado duas vezes pela mesma imputação. Só se admite revisão criminal pela defesa;
3- Oportunidade ou Conveniência: na ação penal de iniciativa privada, diferentemente do que ocorre na ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal, mediante critérios de oportunidade e conveniência podem ajuizar ou não ação penal.
Para abrir mão do direito de queixa, o ofendido pode:
* deixar escoar o prazo decadencial, renunciando tacitamente ou faze-lo por escrito, ocasião em que pode, inclusive, pedir o arquivamento do IP.
4- Principio da Disponibilidade: o querelante pode dispor, desistir da ação penal de iniciativa privada mediante: perdão do ofendido; desistência da ação penal; perempção;
5- Principio da Indivisibilidade: (artigo 48 e 49 do CPP). O processo de um obriga o processo de todos. O ofendido possui a faculdade de processar ou não, porém, caso processe deve processar a todo, não podendo escolher. A ação penal não é instrumento de vingança, mas simde justiça. Por isso, a renuncia concedida a um dos ofensores se estenderá aos demais. Do mesmo modo, perdão ofertado a um deve ser estendido a todos, continuando a ação penal, entretanto, em face daquele que não aceitar o perdão. O MP, neste caso atuara como fiscal da lei e, portanto velará pela indivisibilidade da ação.
Ação Civil Ex Delicto
- Considerações iniciais: conduta tipificada penalmente, também pode se materializar em ilícito civil, trazendo para a vítima, quando a mesma for identificada, o direito de indenizar;
- Conceito: cuida-se de ação ajuizada pelo ofendido, representante legal ou seus herdeiros no juízo civil, com a finalidade de obter a indenização pelo prejuízo sofrido se existente;
* Artigo 63, caput: sentença condenatória com titulo executivo:
- Transitada em julgado, logo, tornando-se definitiva, a sentença condenatória pode ser levada ao juízo civil para que a vítima venha a obter indenização pelos danos sofridos. Neste caso, não se discute mais se a reparação será devida, mas somente o quanto será devido pelo réu.
* Artigo 63, parágrafo único: o Juiz havendo pedido formal do ofendido, poderá fixar valor mínimo para indenização pelos danos sofridos (danos morais e materiais). A parte precisa indicar valores e as provas que o sustentam. Como consequência do pedido será aberto para o réu à oportunidade para produzir a contraprova, ocasião em que poderá negar a existência do prejuízo ou oferecer valor diferente. Sendo valor mínimo insatisfatório poderá a parte procurar o juízo civil visando o complemento da indenização.
* Artigo 64, caput: cuida-se de verdadeira ação de conhecimento, com objetivo de provar a culpa do autor do crime e de ter reparado todo o prejuízo, moral e material.
- OBS: “autor do crime”: deve ser feita interpretação extensiva aos autores de contravenções penais.
* Paragrafo único do artigo 64 do CPP – Suspensão da Demanda Civil: visa evitar decisões colidentes, contraditórias. Admite-se que o Juiz suspenda ação civil indenizatória aguardando a definitividade da sentença penal, mesmo se esta ação penal não tenha iniciado. A suspensão aqui tratada, muito embora divergente na doutrina e na jurisprudência, é entendida como faculdade do Juiz.
- Legitimidade:
a) Ativa: que será feita pelo advogado é do ofendido, do seu representante legal ou dos seus herdeiros. Se a vítima for pobre a execução civil poderá ser promovida pelo MP (artigo 68 do CPP) pelo defensor dativo ou pela defensoria pública;
b) Passiva: o autor do crime, sem prejuízo do processamento do seu responsável civil. Impossível pleitear indenização pelo valor mínimo na ação penal do responsável civil, uma vez que este não é parte da ação penal. Conforme artigo 100, § único do CPP, há concorrência de forospodendo a vítima optar em ajuizar ação civil em seu domicilio ou no local da ocorrência do fato criminoso. Todavia parte da doutrina (Fredy, Didier, Tourinho, Capez e etc.) Eles também entendem que mencionada ação pode ser ajuizada também no domicilio do réu (do autor do crime).
PROVAS:
- Conceito: ato ou complexo de atos que tendem a formar a convicção da autoridade dissidente sob a existência ou não de determinada situação fática.
- Prova como resultado: consiste na convicção da autoridade dessitente sob a existência ou não de determinada situação fática.
- Prova como Meio (meio que prova): são instrumentos, ferramentas aptas a formar a convicção da autoridade dessitente sob a existência ou não de determinada situação fática.
- Destinatário da Prova: todos aqueles que devem formar sua convicção no processo penal. É a autoridade dessidente, em regra, é o Juiz ou o Tribunal. Como o MP é o titular da ação penal pública, pode-se dizer que na fase pré-processual as provas (na verdade os elementos formativos) também servem para formar a convicção do MP.
- Sujeitos da Prova: indivíduos responsáveis pela produção da prova. Exemplo: peritos, testemunhas e etc.
- Fontes de Provas: tudo aquilo que indica fato ou afirmação que necessita de prova. (Exemplo: denuncia) ou pessoas ou coisas das quais se pode extrair a prova, exemplo: mídias, CDs.
- Principio da Liberdade Probatória: no processo penal se admite a liberdade de produção de provas, todavia, não se podem admitir as provas inconstitucionais, ilegais ou imorais. No processo penal podem ser utilizados quaisquer meios de provas, até mesmo aqueles que não possuem previsão, isto porque vige o principio da verdade real. A parte possui o direito à prova (Right to Evidence).
- Provas Nominadas: aquelas previstas no CPP e na legislação especial, exemplo: reconstituição do art. 7º do CPP.
- Provas Inominadas: são aquelas que não possuem previsão legal.
- Prova Típica: aquela prova que possui procedimento probatório especifica. Exemplo: testemunha.
- Prova Atípica: aquela que não possui procedimento probatório especifica. Exemplo: reconstituição.
Exceções aos Princípios da Liberdade Probatória:
1º: Quanto ao Estado das Pessoas: a prova está submetida às restrições estabelecidas na lei civil, artigo 155, § único do CPP. Exemplo: a prova do casamento se faz pela certidão;
2º: Certas pessoas estão proibidas de depor: exemplos: padre; psicólogos; advogados (está totalmente proibido, mesmo se o cliente autorizar. O advogado nunca pode depor sob o que foi dito) e etc.
3º: Exibição de Objetos e leituras de Documentos no Plenário do Júri: a regra no CPP é que documentos podem ser juntados a qualquer tempo, contudo, a única exceção é aquela prevista no artigo 479 do CPP, que diz que a juntada de documentos e objetos no plenário do Júri deve ser feita com antecedência mínima de três dias da data do julgamento.
- Objeto da Prova (thema Probandum): são os fatos que interessam à solução da causa da ação penal.
- Prova Direta: aquela que recai diretamente sob a afirmação feita no processo. Exemplo: testemunha presencial.
- Prova Indireta: provada existência do fato chega-se a conclusão da autoria por indução, raciocínio lógico. Cuida-se, na verdade, de indícios.
- Prova Emprestada: aquela utilizada em processo distinto da que foi produzida. A prova ingressa noutro processo de forma documental, o que não quer dizer que valha menos daquela originariamente produzida. Só é possível a utilização de prova emprestada desde que utilizada contra as mesmas partes que participaram do primeiro processo. Como no processo anterior fora observada a ampla defesa e o contraditório na admissibilidade e na colheita da referida prova, não há qualquer problema em transportá-la.
OBS: pela literalidade do disposto no artigo 1º da Lei 9296/96, só é cabível interceptação de comunicação telefônica em investigações criminais e no processo penal. Todavia, a jurisprudência dos Tribunais, de forma tranquila, já vem admitindo interceptação de comunicação telefônica em processos e investigações não criminais (improbidade, processos da vara de família, processos administrativos, etc.), desde que sejam as mesmas partes do processo criminal.
Princípios Relativos ao Tema Próprio:
- Nemo Tenetur Se Detegere: o acusado não é obrigado a produzir prova contra si, previsão expressa na Convenção Americana de Direitos Humanos. Desdobramento deste princípio:
* Direito ao Silencio (artigo 5º, inc. LXIII e 186 § único, CPP): o titular desse direito não é somente o preso, mas sim todo cidadão que recai sobre ele suspeitas da pratica de crime. Logo, o investigado, o acusado e o réu não são obrigados a falar. Já a testemunha, esta sim possui obrigação de falar e dizer a verdade do que lhe for perguntado, sob pena de responder por falso testemunho. A exceção é se das respostas da testemunha puder relutar sua auto incriminação. O direito ao silencio é o direito que investigado, acusado e réu possuem de ficar calado perante qualquer autoridade (policial, judicial, MP, CPI, etc.).
- OBS: doutrina e jurisprudência entendem que a parte final do art. 198 do CPP não foram recepcionadas.
* Direito ao silêncio e Tribunal do Júri: com o advento da lei 11689/08, o julgamento poderá ocorre mesmo sem a presença do réu, sendo sua ausência não pode redundar em seu prejuízo. Caso o réu se ausente ou permanecer calado durante a audiência, tal postura, conforme artigo 478 do CPP, não poderá ser utilizado como argumento de acusação para convencer os jurados.
* Informação quanto ao direito ao silêncio: para o STF gravações feitas pela imprensa ou de conversa informa entre presos e policiais, sem advertência expressa e formal quanto ao direito ao silêncio, torna ilícita a prova que contra o acusado for produzida (HC 80949).
- Aviso de Miranda: precedente surgido na Suprema Corte Norte Americana, Miranda x Arizona de 1966, conhecido também como Right/Warning, conhecido como: nenhuma validade pode ser dada a declarações feitas a quem quer que seja sem antes ter sido informada:
a) Ter o direito a não responder/ficar calado;
b) Tudo que disser poderá ser usado contra ela;
c) Tem o direito a assistência de defensor, escolhido ou nomeado.
* Direito de Não Praticar Nenhum Comportamento Atípico que possa Incriminá-lo:
1- Reconstituição: não se obriga a fazer. Está amparado pelo principio do Nemo Tenetur Se Detegere;
2- Fornecimento de material Grafotécnico: o acusado não é obrigado a fornecer nenhum material, logo, amparado pelo principio Nemo Tenetur Se Detegere;
3- Reconhecimento de Pessoas: independe de qualquer comportamento ativo do acusado, deste modo, não está apertado pelo principio do Nemo Tenetur Se Detegere. Com tudo, insta salientar, que o acusado não pode ser obrigado a comparecer à audiência, exceto se não houver nos autos provas de sua qualificação.
4- Direito de não Produzir Nenhuma Prova que Envolva, de forma incriminadora, seu corpo: aquelas que envolvem corpo humano e implicam na utilização ou extração de parte dele. Depende do consentimento do acusado/investigado. Prova não evasiva: consiste na inspeção, verificação corporal, não acarretando na extração de parte do corpo humano, não depende de consentimento.
- Princípio da Proporcionalidade: 
 * Adequação: a medida imposta deve ser idônea, apta, capaz, legal a atingir o fim proposto.
 * Necessidade: dentre as medidas idôneas para atingir o fim proposto, deve-se adotar a menos gravosa. Exemplo: artigo 2º, inc. II da Lei 9296/96.
- OBS: a regra é a vedação constitucional à produção de provas ilícitas. Contudo, com exceção, o STF bem como parte da doutrina admitem a prova ilícita para o réu, ou seja, em favor do acusado.
- Análise do artigo 155 do CPP:
 - Sistema de valoração da prova:
 1- Sistema da intima convicção do juiz: permite que o Juiz avalie a prova com liberdade ampla, todavia, esta desobrigada a motivar sua convicção. Em regra, não é o sistema adotado pelo Brasil. Exceção jurados, juízes de fato do Tribunalpopular do júri.
 2 – Sistema da prova tarifada ou sistema da verdade legal ou formal: a lei atribui valor a cada prova, restando ao juiz simplesmente obedecer ao mandamento legal.
* Ponto Positivo: oferece certa segurança jurídica, pois se sabe, sempre, o valor que cada prova possui.
* Ponto Negativo: transforma o juiz em mero aplicador da lei. Referido sistema não é adotado no Brasil, ressalvado algumas hipóteses: com relação ao estado das pessoas (art. 155 CPP); crises matérias que deixem vestígios (art. 158 CPP).
 3- Sistema do Livre convencimento motivado ou da persuasão racional do juiz: não existe prova com valor absoluto, toda prova possui valor relativo, inclusive, conforme versa artigo 197 do CPP, a confissão. O Juiz deve valorar todas as provas produzidas no processo, mesmo se for para afastá-las. O magistrado, destarte deve decidir fundamentadamente com base nas provas produzidas na fase judicial, podendo se valer subsidiariamente com base nos elementos informativos produzidos na esfera pré-processual. É a regra no Brasil.
- Provas Cautelares (art. 155, parte final): aquelas urgentes, que por cautela são produzidas de imediato, sob pena de se perderem. Na verdade cuida-se de meio de prova ou meio de obtenção da prova, cujo contraditório será diferido;
- Provas não Repetível: aquelas urgentes que não podem ser repetidas, cujo contraditório será diferido;
- Provas Antecipadas: aquelas urgentes que por cautela devem ser produzidas antecipadamente, contudo, podem ser repetidas. Contraditório também será antecipado. Exemplo: depoimento de testemunha idosa muito doente;
- Analise do artigo 156 do CPP: 
 a) Ônus da Prova: é o encargo que recai sobre a parte de provar a veracidade do fato por ela alegado. É imprescindível que o ônus da prova seja visto à luz do principio da não culpa, bem como do in dubio pro réu, eis que se a acusação não provar o alegado, conforme o artigo 386, inciso VI, ultima parte do CPP, deve o acusado ser absolvido.
 b) Ônus da Acusação: primeiro: a prova da existência do crime; segundo: autoria ou participação; terceiro: nexo de causalidade; quarto: elemento subjetivo do tipo.
 c) Ônus da Defesa:
* Corrente Minoritária: a defesa não possui ônus nenhum, nem mesmo quando alega qualquer excludente de ilicitude ou de culpabilidade;
* Corrente Majoritária: quando a defesa alegar em seu beneficio algum fato que indique exclusão de ilicitude ou culpabilidade, deve ser dela o ônus. Exemplo: legitima defesa. Contudo, tal responsabilidade não deve ser tomada com extremismo, pois em beneficio do acusado esta a presunção de sua inocência, ou seja, feita a prova razoável da excludente, inverte-se o ônus ou absolve-se o acusado.

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