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aula 8 obrigações de fazer

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Direito Civil III - Obrigações
 Prof. Ana Paula Mansano Baptista
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1. OBRIGAÇÃO DE DAR
- obrigação de dar coisa certa
- obrigação de restituir
- obrigação de dar coisa incerta
2. OBRIGAÇÃO DE FAZER
3. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
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Obligatio faciendi – latim
Direito obrigacional – objeto é um fato
Direito real – objeto é a coisa.
Na obrigação de dar – o objeto do fato é a coisa
Na Obrigação de fazer (fato comissivo) – o objeto do fato é a atividade.
Na obrigação de não fazer (fato omissivo) – o objeto do fato é abstenção.
Obrigação de executar um ato, serviço ou tarefa ao credor. 
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Espécies de obrigação de fazer: quanto ao sujeito
1. infungível (insubstituível) ou personalíssima (intuito personae). 
2. fungível (substituível): obrigação independe das qualidades pessoais do devedor.
3. de emissão de declaração de vontade. Ex: outorgar escritura pública definitiva de compra
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As obrigações de fazer podem ser inadimplidas:
A) porque a prestação tornou-se impossível sem culpa do devedor; - art. 248, 1º parte – fica afastada a sua responsabilidade.
B) por que tornou-se impossível por culpa deste; - art. 248, 2º parte – seja a obrigação fungível ou infungível, será sempre possível ao credor optar pela conversão do obrigação em perdas e danos, caso a inadimplência decorra da culpa do devedor.
C) porque,podendo cumpri-la, recusa-se, porém, a fazê-lo – art. 249 – quando a obrigação for fungível o credor pode optar pela execução específica, requerendo que ela seja executada por terceiro, à custa do devedor (art. 634 a 637 do CPC). E quando a obrigação foi infungível, não pode obrigar o devedor a cumpri - lá, porem há meios indiretos que podem ser acionados, como pedido de perdas e danos cumulados com multa diária.
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Inadimplemento da obrigação de fazer
Infungível (personalíssimas) 
recusa voluntária
a) perdas e danos + Multa diária (execução específica) (art. 461 e 644 do CPC)
com Culpa/dolo – Impossibilidade de cumprimento da obrigação.
a) Multa diária (execução específica) (466-A do CPC)
b) devolução + Perdas e danos (CC, 247 e 248)
Sem culpa – impossibilidade de cumprimento da obrigação: ninguém pode fazer o impossível.
Resolve sem conseqüências para o devedor (retorno ao status quo ante)
A impossibilidade deve ser: Absoluta; permanente e irremovível.
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Inadimplemento da obrigação de fazer
fungível
com Culpa/dolo
a) Multa diária + perdas e danos
b) Mandar realizar a obrigação por terceiro + perdas e danos (CC, 249)
C) o parágrafo único do art. 249 do CC - autoriza o credor em caso de urgência e sem necessidade de autorização judicial, executar ou mandar executar a prestação por terceiro, pleiteando posteriormente o ressarcimento.
Sem culpa
Aceitar o cumprimento a destempo ou,
Resolve (retorno ao estatus quo ante)
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Inadimplemento da obrigação de fazer
Declaração de vontade – e este negar a emiti-la, admite-se a execução forçada, que não causa constrangimento à liberdade do devedor, pois é efetuada pelo juiz (art. 466-A do CPC)
Ex. art. 463 e 464 do CC.
Adjudicação compulsória (bens imóveis – art. 1.417 e 1.418 do CC) ou cominação de multa diária + perdas e danos
Ação de conhecimento (CPC,282 + 644) ou executiva própria (CPC, 461 + 287)?
se o autor optar pela ação de conhecimento, mesmo possuindo, em tese, um título executivo, não será carecedor da ação.
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ESTUDO DE CASO - diferença entre obrigação de dar e de fazer.
Antônio encomendou de José uma escultura, limitando-se a exigir que tivesse três metros de altura, não especificando os demais caracteres da peça desejada.
A seguir, a nota entregue por José a Antônio no ato da negociação, e que serve de prova documental do ato celebrado.
NOTA: 
Contratante: Antônio Contratado: José
Entrega: a combinar
Item: escultura de 3m de altura
OBS: a escultura deve ser obra pessoalmente executada por José.
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Polo ativo: Antônio
Polo passivo: José
Direito de crédito para Antônio e Obrigação para José.
Qual a natureza jurídica da prestação devida por José. De DAR ou FAZER.
Objeto da Prestação: a Escultura ou Ato de esculpir.
Utilização do critério finalístico: qual a causa final do ato jurídico. Para que Antônio praticou um ato com José: para que lhe entrega-se uma escultura ou para que José lhe esculpisse uma peça :
Considerando que Antônio não deseja o ato de esculpir mas sim a escultura, o ato mais relevante é o de DAR e não de FAZER. 
Pouco importa para Antônio que a peça já tivesse sido esculpida por José anteriormente, contanto que lhe fosse entregue uma obra de José com 3 metros de altura.
OBS: é comum que haja um fazer por trás da obrigação de DAR, sem que isso altere a natureza da prestação, se o objeto imediatamente pretendido pelo credor for uma coisa e não uma atividade do devedor.
É comum também que haja um dar na conclusão de uma obrigação de fazer.
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Obrigação de abster-se de um ato, omissão, ação negativa – Ex: não divulgar segredo industrial; não abrir estabelecimento comercial; 
Além da abstenção, o devedor está obrigado a tolerar ou permitir que outrem pratique determinados atos, como menciona o art. 287 do CPC – ex:proprietário de imóvel rural que se obrigou a permitir que terceiro o utilize para caça
Respeito aos direitos da personalidade ou da liberdade (deixar de casar-se, de ter filhos, de não trabalhar, etc)
Inadimplemento: pela prática do ato
Procedimento – art. 642 e 643 do CPC.
Com culpa/dolo
a) desfazimento pelo devedor (ação cominatória) + perdas e danos
b) desfazimento pelo credor despesas + Perdas e danos (CC, 251)
Sem culpa
Resolve (CC,250) 
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Das Obrigações alternativas
Quando a obrigação tem por objeto uma só prestação ou um só sujeito ativo ou passivo, diz-se que ela é SIMPLES.
Havendo pluralidade de prestação é complexa ou composta e se desdobra, nas seguintes modalidade:
A) Obrigação cumulativa;
B) obrigação alternativa; e
C) obrigação facultativa.
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Obrigação composta na modalidade cumulativa, há uma pluralidade de prestações e TODAS devem ser solvidas.
Ex. Obrigação de entregar um veículo e um animal, ou seja, os dois cumulativamente
Obrigação composta na modalidade alternativa, tem por conteúdo duas ou mais prestações, das quais UMA somente será escolhida pra pagamento.
Obrigação facultativa constitui obrigação simples, em que é devida uma única prestação, porém, facultado ao devedor exonerar-se mediante o cumprimento de prestações diversa e predeterminada.
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É a obrigação com multiplicidades de objetos
Basta o cumprimento de um deles
Multiplicidade de objeto + escolha de qual cumprir
Ex: obrigação assumida pela seguradora de, em caso de sinistro, dar outro carro ao segurado ou mandar reparar o veículo danificado, como este preferir.
As prestações são múltiplas mas efetuada a escolha, quer pelo devedor, quer pelo credor, individualiza-se a prestação e as demais ficam liberadas, como se, desde o inicio, fosse a única objeto na obrigação.
Obs: é diferente da obrigação cumulativa:
multiplicidades de objetos + cumprir todas eles.
Obs: é diferente de obrigação de dar coisa incerta
há escolha, mas o objeto é apenas um, indeterminado na qualidade)
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1. Escolha Contratual: determinada pelas partes na constituição da obrigação/estabelecido pelo contrato.
2. Escolha Legal: incumbe ao devedor (CC, 252)
Peculiaridades do artigo 252 CC
- þ 1º, 252,CC: Impossibilidade de cumprir parte em uma prestação e parte em outra – indivisibilidade do pagamento.
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- CC, 252, Þ 2º - escolha periódica na periodicidade da obrigação (mensais ou anuais p. ex), a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
- CC, 252, Þ 3º - escolha por equidade na pluralidade de optantes
- CC, 252, þ 4º - escolha pelo juiz em substituição de terceiro – escolha é deferida à terceiro e esse não aceita a incumbência.
- CC, 255 – impossibilidade parcial
das obrigações: concentração nas remanescentes.
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Impossibilidade Material: CC, 253- subsistência do débito quanto à outra obrigação. (Ex: não mais fabricar a coisa, ou desapropriação do imóvel)
Impossibilidade Jurídica: por ilícito um dos objetos (ex. praticar um crime) toda a obrigação fica contaminada de NULIDADE sendo inexigível ambas as prestações.
CC, 255- escolha do credor
a) impossibilidade parcial – terá direito de exigir ou a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos (o credor não é obrigado a ficar com o objeto remanescente, pois a escolha era sua)
B) impossibilidade total – pode exigir o valor de qualquer das prestações além das perdas e danos.
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CC, 254- escolha do devedor + impossibilidade total.
CC, 256 – impossibilidade total sem culpa do devedor – resolve, por falta de objeto, sem ônus para o devedor.
Impossibilidade parcial sem culpa do devedor, dá-se a concentração da dívida na outra ou nas outras. Mesmo que o perecimento decorra de culpa do devedor, competindo à ele a escolha, poderá concentrá-la na prestação remanescente.
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