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Das Providencias Preliminares e do Saneamento

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Das Providencias Preliminares e do Saneamento (arts. 347 a 353)
- Quando o prazo para a resposta do réu acaba (15 dias – art. 335 NCPC), o juiz então conclui os autos e determina quais as providencias que serão tomadas a seguir. Ele irá colocar o processo em ordem, resguardando o contraditório e se precavendo de nulidades, otimizando assim a prestação jurisdicional. Essa fase recebe o nome de ordinatória.
O juiz desempenhará três tarefas nessa fase: 
Verificar se há necessidade do autor produzir mais provas se já não houver produzido todas;
Sanar irregularidades, saneando o processo (eliminando falhas ou excessos) ou extinguindo-o sem julgamento de mérito (hipóteses no art. 485) se as irregularidades forem insanáveis e impedirem o prosseguimento; 
Decidir sobre a necessidade de mais provas ou não (caso não esteja convicto, poderá pedir mais provas).
Se não houver provas a produzir julgamento antecipado.
Se houver provas a produzir impulsiona para a fase instrutória.
- Art. 348, CPC: sempre que o réu não tiver apresentado sua defesa, como por exemplo, se as alegações do autor ainda não tiverem convencido o juiz (são casos previstos no art. 345, NCPC), ele pedirá para que o autor especifique provas sobre os fatos que ele alegou.
- Art. 349, CPC: especifica que o réu revel possa produzir provas contra as alegadas pelo autor, desde que solicite em tempo certo. Esse artigo não possui correspondência com o CPC de 1973, mas foi positivado com a Sumula 231 do STF. Acontece que no antigo CPC a revelia permitia ao réu um reduzido espaço de manobra e não tratava o réu diversamente, pois havia casos em que o problema não era a indiferença deste, na verdade ele tinha intenção de participar do processo, mas um acontecimento inesperado alheio à sua vontade o impediu no momento oportuno. O NCPC privilegiou o ingresso, ainda que tardio do réu. 
- Art. 350, CPC: Se o réu alegar algum fato impeditivo, extintivo ou modificativo do direito do autor, cairá sobre ele o ônus da prova. O réu será ouvido durante 15 dias (ver também art. 373, II). 
- Art. 351, CPC: dá ao autor o direito à réplica quando o réu apresentar defesa processual (hipóteses do art. 337). O autor será ouvido durante 15 dias e produzirá provas contestando as alegações do réu.
- Art. 352, CPC: se há vícios ou irregularidades que podem ser resolvidas o juiz determina a correção no prazo nunca superior à 30 dias. 
Tempo para contestação do réu 15 dias
Tempo para réplica à contestação do réu 15 dias
Tempo para sanar vícios e irregularidades 30 dias
Julgamento conforme o estado do processo
- Após cumprir as providências ou não sendo elas necessárias (art. 353), o juiz terá três caminhos a seguir: julgar o processo e extingui-lo, julgar antecipadamente o mérito, ou julgar de forma antecipada, parcialmente. 
Extinção do Processo: o juiz poderá verificar que o processo já comporta extinção por sentença terminativa¹. Hipóteses:
¹sentença terminativa é aquela que o juiz nem chega a verificar quem tem razão, pois foi constatado um vício formal ou irregularidade do processo, não havendo julgamento do mérito
 
	Art. 485
	Indeferir a petição inicial (rejeitar prematuramente a petição não dando continuidade ao processo, por exemplo, quando houver algum erro na petição); 
	O processo ficar parado durante mais de um ano por negligencia das partes (a parte poderá ser intimada no prazo de 5 dias para suprir a falta); 
	Por não promover atos e diligencias que lhe incumbir, o autor, abandonando a causa por mais de 30 dias (a parte poderá ser intimada pessoalmente no prazo de 5 dias para suprir a falta); 
	Verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento valido e regular do processo (como por exemplo, juiz imparcial ou incompetente; capacidade das partes etc. A verificação desse vicio é causa de nulidade absoluta, podendo ser arguida a qualquer tempo enquanto não correr o transito em julgado)
	Reconhecer a existência de perempção, litispendência ou de coisa julgada (perempção quando o autor abandonar a causa 3 vezes, litispendência quando o autor repete uma ação já em curso e coisa julgada, quando o autor entra com ação que já foi decidida);
	Verificar ausência de legitimidade ou e interesse processual 
	Acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência (deve ser alegada na contestação do réu. O juiz resolverá sem resolução de mérito e as partes deverão resolver como tinham acordado ou como deve ser feito, ou seja, em juízo arbitral);
	Homologar a desistência da ação (homologar quando o autor da ação desistir dela, desde que com consentimento do réu);
Em caso de morte das partes, a ação for considerada intransmissível por dispositivo legal (caso de ação personalíssima em que herdeiros nem parentes poderão continuar).
	
	Art. 487 (Falsas sentenças de mérito)
	Decidir, de oficio ou a requerimento, sobre ocorrência de decadência ou prescrição (do processo);
	Homologar (por exemplo, uma transação/acordo feito entre as partes, renúncia do direito formulado pelo autor – note que não é desistência da ação, como no caso anterior, mas renuncia do direito)
Nos demais casos prescritos no código (artigos: 76, § 1º; 102, § 1º; 303, §§ 2º e 6º; 313, inciso II e § 3º; 542, parágrafo único; 775, parágrafo único; e 924, inciso I).
Julgar antecipadamente o mérito: quando não houver necessidade de produção de outras provas, ou seja, quando os elementos que constarem nos autos já forem suficientes para o juiz constatar que não há dúvida sobre a veracidade dos fatos podendo resolvê-la nesse momento. Isso ocorre quando os fatos da lide forem incontroversos ou afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária (art. 374, II e III) e ainda, quando as provas já trazidas já forem suficientes. Ocorre também quando o réu for revel e os fatos alegados pelo autor forem verdadeiros. Nesses casos é dispensável a fase de instrução. 
Julgar antecipado parcial o mérito: quando um ou mais pedidos se mostrarem incontroversos ou estiverem em condições de imediato julgamento como anteriormente discutido (arts. 485, 487 e os 
demais). Nesse caso, o juiz julgara apenas um “pedaço” do processo, e a outra parte da lide será submetida a instrução probatória. Por exemplo: o autor pede a condenação do réu ao pagamento de um milhão de reais, e o réu desde logo reconhece que já pagou duzentos mil, defendendo-se quanto ao resto.
É possível reconhecer a existência de obrigação líquida (determinada quanto ao objeto e certa quanto a sua existência) ou ilíquida (incerto quanto ao montante da prestação) segundo o §1º. O parágrafo 2º autoriza a parte a liquidar (se a obrigação for ilíquida) ou executar (se a obrigação for líquida), desde logo, a obrigação reconhecida na decisão de julgar parcialmente o mérito, independente de caução (se houver ou não garantia de indenizar), ainda que haja recurso contra esse interposto. 
O capítulo da decisão que julga parte do mérito não é sentença, mas decisão interlocutória. Assim, a decisão interlocutória de mérito possui um regime de eficácia privilegiado, em contraste com o da sentença.
Uma vez transitada em julgado a decisão parcial do mérito – seja porque não se interpôs recurso contra ela, seja porque não tiveram sucesso aqueles interpostos – passa a caber a própria execução definitiva (art. 356, § 3º) ²
A liquidação e o cumprimento da decisão de julgar parcialmente o mérito, poderão ser processados em autos suplementares (um duplicata dos autos originais para o caso de extravio ou destruição destes) a requerimento da parte ou a critério do juiz. 
Qual o recurso cabível? O recurso cabível é o de agravo de instrumento (§5º).
Saneamento do processo
- Se for necessária a produção de provas, se não for caso de extinção do processo, então se entra numa outra fase do processo, o saneamento. É a preparação do processo para o início da fase de instrução (ou seja, não é a fase da instrução), onde serãoproduzidas as provas necessárias para esclarecer o conflito de interesses. 
A primeira providência do juiz é verificar as questões processuais ainda pendentes se houverem (art. 357, I). Procura-se resolver os erros nas fases preliminares, mas se restar algum no saneamento ou se surgir algum, o juiz dá a parte interessada a oportunidade de correção. 
Em seguida o juiz delimitará questões de fato sobre as quais dependerá de prova (o juiz apontara questões controvertidas e quais já estão suficientemente provadas), especificando os meios de prova que serão utilizados para formar seu convencimento. É uma maneira de preparar o processo para a fase instrutória, tornando-a objetiva e produtiva. 
Também caberá ao magistrado, definir a distribuição do ônus da prova sobre fatos controvertidos observando o art. 373 do NCPC. Geralmente o ônus da prova cabe ao autor, mas o juiz tem a possibilidade de aplicar o ônus de maneira diversa (inversa), cabendo também o ônus ao réu quando for mais fácil para o réu produzir provas, por exemplo. 
Outra providencia é delimitar as questões de direito relevantes, aplicando normas e qualificações jurídicas pertinentes ao caso, independente da alegação das partes (inc. IV). Mas o juiz não pode decidir com base no fundamento que não tenha sido previamente submetido a contraditório, ainda que se trate de matéria que pode reconhecer de oficio. 
E ainda, o juiz ira designar se necessário a audiência de instrução e julgamento (inc. V), se a causa apresentar complexidade (§ 3 º). 
² TALAMINI, Eduardo. Julgamento antecipado e julgamento parcial do mérito. MIGALHAS. 4 março 2016. Disponível em: http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI235085,41046-Julgamento+antecipado+e+julgamento+parcial+do+merito. Acesso em outubro, 2016.
	Saneamento por meio de decisão: é o tradicional. O juiz irá decidir após a fase de providencias preliminares. Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes no prazo de 5 dias findo o qual, a decisão se torna estável (§ 1º). 
Saneamento consensual: é um exemplo de negócio jurídico processual em que o saneamento pode ser realizado pelas próprias partes. As partes podem apresentar ao juiz questões de fato e de direito (a lide em si, os eventos, as condutas e o direito aplicável à lide), fazendo assim com que todos os envolvidos no processo possam colaborar para que o conflito seja solucionado de forma justa e efetiva e em tempo razoável. O juiz examinara a proposta junto com as partes e se for o caso, homologá-la (§2º). 
Obs.: NÃO PODERÁ HAVER ACORDO PARA AFASTAR NULIDADES ABSOLUTAS E GARANTIAS PROCESSUAIS.
Obs.2: Saneamento consensual não afasta normas cogentes (obrigatórias aos sujeitos processuais): por exemplo, acordo entre as partes para aceitar prova ilícita, para excluir a participação do MP quando lei o exige etc. 
Saneamento compartilhado (§3º): determinação de audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes em casos complexos. Cabe ao juiz na audiência provocar as partes para que esclareçam ou complementem suas alegações. Se for determinado produção de provas testemunhal, as partes terão 15 dias para que apresentem o rol de no máximo 10 e no mínimo 3 testemunhas que terão de ser levadas no dia da audiência (§§ 4,5 e 6).
Saneamento: Fale agora ou cale-se para sempre?
Percebe-se que no NCPC o juiz agora deixou de ser o destaque no processo e tornou obrigatório o contraditório dinâmico. O juiz agora deve esclarecer suas decisões, dialogar, prevenir e auxiliar as partes. Mesmo sendo a palavra final a do julgador, as partes agora tem participação ativa no saneamento, como pôde-se ver (podem solicitar ajustes, pedir esclarecimentos das decisões, tipos de saneamento etc).
A ausência da participação das partes acarreta a estabilização da decisão do saneamento, ou seja, se as partes não questionarem em nada a decisão do saneamento, ela torna-se então estabilizada. 
Quem não participar do saneamento cooperativo pode alegar cerceamento de defesa em apelação? 
NÃO! Pois a decretação da nulidade não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa (art. 276, NCPC). O único argumento possível para cerceamento da defesa seria se caso o sucumbente (a pessoa que perdeu o direito) tiver participado do saneamento, mas lhe fora negado o direito de produzir mais provas, por exemplo. 
A decisão judicial pode ser considerada sem fundamentação quando deixar de enfrentar questão jurídica capaz de, em tese, infirmar(anular) a conclusão adotada pelo julgador (art. 489, §1º, IV), mas que não constou como questão de direito relevante no saneador e nenhuma das partes requereu esclarecimentos ou ajustes? 
SE se tratar de questão em que o reconhecimento era de ofício do juiz, sim; caso contrário não. Se no saneamento a questão não foi considerada relevante a questão jurídica da sentença está dispensada de analisa-la. A estabilização veda a parte exigir após a sentença o que ignorou no saneamento. 
Essas questões comportam exceções, como sempre o clássico: DEPENDE! O art. 1013, §§1º e 2º, permite que o Tribunal, na apelação, analise essa ou aquela questão jurídica ignorada na sentença, entretanto isso não irá anulá-la (§3º, IV), apenas irá reformar a causa (§3º, I). É por isso que é necessário na fase de saneamento faça-se perguntas, fáticas e jurídicas, a serem respondidas pelo juiz na sentença a partir da prova produzida. 
³ KAUFFMAN, André Gustavo Salvador. Cerceamento da defesa e o saneamento colaborativo: fale agora ou cale-se para sempre? JUSTIFICANDO. 18 julho 2016. Disponível em: http://justificando.com/2016/07/18/cerceamento-de-defesa-e-o-saneamento-colaborativo-fale-agora-ou-cale-se-para-sempre/ *O texto nesse artigo é uma releitura da obra de Kauffman.

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