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DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques 
 
 
 
 
 
 
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SERVIÇOS PÚBLICOS 
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1 
 
 
 
 
 
Olá! 
 
Vamos que vamos. Nesta aula vamos tratar dos 
institutos relativos aos serviços públicos, da concessão, 
permissão etc. 
 
É isso aí, na luta com determinação e persistência. 
Vamos vencer. 
 
Ao que interessa. 
 
Bons estudos e grande abraço, 
 
Prof. Edson Marques 
 
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DIREITO ADMINISTRATIVO 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
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2 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. Serviços Públicos .................................................................................................. 3 
1.1 Princípios ............................................................................................................... 7 
1.2 Classificação ....................................................................................................... 11 
1.3 Prestação do Serviço ...................................................................................... 15 
1.4 Delegação ............................................................................................................ 16 
1.5 Concessão ............................................................................................................ 16 
1.6 Permissão ............................................................................................................ 18 
1.7 Autorização ......................................................................................................... 19 
1.8 Extinção ................................................................................................................ 19 
2. Parceria Público-Privada ................................................................................. 22 
2.1 Das modalidades e características ........................................................... 22 
2.2 Do contrato de parceria ................................................................................. 24 
2.3 Das Garantias ..................................................................................................... 27 
2.4 Da Sociedade de Propósito Específico (SPE) ........................................ 28 
2.5 Da Licitação ........................................................................................................ 29 
2.6 Do Órgão Gestor de PPP’s Federais ......................................................... 33 
2.7 Fundo Garantidor de PPP’s .......................................................................... 34 
3. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................ 40 
4. QUESTÕES SELECIONADAS ............................................................................. 97 
5. GABARITO ............................................................................................................ 119 
 
 
 
 
CURSO DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
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3 
 
1. Serviços Públicos 
 
Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 175, 
que incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob 
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a 
prestação de serviços públicos. 
 
Comentando o referido dispositivo, o prof. José Afonso 
da Silva destaca que “o serviço público é, por natureza estatal. Tem 
como titular uma entidade pública. Por conseguinte, fica sempre sob o 
regime jurídico de direito público. O que, portanto, se tem que 
destacar, aqui e agora, é que não cabe titularidade privada nem 
mesmo sobre os serviços públicos de conteúdo econômico...”. 
 
Com efeito, vamos perceber que a expressão serviço 
público pode ter diversos sentidos, sendo, portanto, uma árdua tarefa 
definir seu conceito na medida em que nem mesmo a Constituição ou 
as Leis o fazem. 
 
Então, em sentido geral, pode-se dizer que serviço 
público é qualquer atividade prestada pelo Estado, isto é, pode ser 
compreendido como atividades prestadas pelo Poder Público no sentido 
de satisfazer os anseios da coletividade. 
 
No entanto, Roberto Dromi, citado pela Profa. Di Pietro, 
esclarece que os serviços públicos, numa interpretação positiva, 
podem ser vistos sob três vertentes: máxima, média e mínima. 
 
A primeira, uma compreensão máxima (sentido 
amplíssimo), serviço público corresponderia a toda atividade do Estado 
cujo desempenho deva ser garantido e regulado por este. 
 
Essa corrente é baseada na escola do serviço público, 
cujo representante máximo é Leon Duguit, para a qual a expressão 
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serviço público englobaria todas as atividades prestadas pelo Estado, 
inclusive as atividades legislativas e judiciais. 
 
Em sentido médio (sentido amplo), baseia-se na noção 
cunhada pela escola da Administração Pública, ou seja, os serviços 
públicos representariam toda e qualquer atividade da Administração 
Pública. 
 
E, enfim, numa compreensão mínima, ou restrita 
(sentido estrito), serviço público seria uma atividade, importante mas 
não única ou exclusiva, prestada pela administração pública. 
 
Nesse sentido, a par dessas concepções, o Prof. Celso 
Antônio Bandeira de Mello conceitua serviço público como: 
 
“toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade 
material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas 
fruível singularmente pelos administrados, que o Estado 
assume como pertinente a seus deveres e presta por si 
mesmo ou por quem lhe faça às vezes, sob um regime de 
Direito Público – portanto, consagrador de prerrogativas de 
supremacia e de restrições especiais -, instituído em favor dos 
interesses definidos como públicos no sistema normativo”. 
 
Hely Lopes, de forma mais simples, conceitua serviço 
público como sendo “todo aquele prestado pela Administração ou por 
seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer 
necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples 
conveniências do Estado”. 
 
A profa. Di Pietro define serviço público como “toda 
atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça 
diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de 
satisfazer concretamente às necessidades coletivas, sob regime 
jurídico total ou parcialmente público”. 
 
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5 
E o prof. Carvalho Filho entende que é “toda atividade 
prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime 
de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais 
e secundárias da coletividade”. 
 
Com efeito, o Prof. Carvalho Filho assevera que a 
expressão serviço público têm dois sentidos. Um subjetivo, que se 
considera o órgão do Estado responsável pela execução do serviço. E, 
outro, objetivo, que diz respeito à atividade prestada pelo Estado. 
 
No entanto, na doutrina, verifica-se a existência de três 
correntes distintas que consideram serviço público segundo os critériosorgânicos, formal e material. 
 
Pelo critério orgânico considera quem é o prestador do 
serviço público. Assim, serviço público seria atividade prestada por 
órgão do próprio Estado. 
 
Pelo critério formal define-se tomando por referência o 
regime jurídico. Então, serviço público seria atividade submetida a um 
regime diferenciado, regime jurídico de direito público. 
 
E, pelo critério material, que diz respeito à natureza 
da atividade, serviço público seria atividade de cunho essencial e 
prestada diretamente à coletividade. 
 
De outro lado, outras duas correntes doutrinárias 
buscam caracterizar o que seria o serviço público levando em 
consideração à atividade. São os essencialistas e os formalistas 
(legalistas). 
 
Para a corrente essencialista, verifica-se a natureza da 
atividade, ou seja, serviço público é toda atividade cuja natureza 
representa uma função essencial à coletividade. 
 
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Diante disso, poderia se dizer que há um núcleo mínimo 
de atividades que dada a sua natureza, essencialidade, se 
caracterizaria como serviço público. 
 
Para os formalistas não seria possível identificar esse 
núcleo de atividades essenciais a fim de caracterizar os serviços 
públicos. Por isso, para essa corrente, serviço público seria toda e 
qualquer atividade que a Constituição ou as leis definam como tal. 
 
Vê-se, portanto, que há uma diversidade de noção 
daquilo que se poderia definir como serviços públicos. Em razão disso, 
ou seja, dessa imprecisão acerca da noção de serviço público e das 
atividades que se enquadraria em tal conceito, culminou na França com 
a denominada crise da noção de serviço público, ante ao caráter 
relativo de seus elementos, conforme tese defendida por Louis Corail, 
quando se chegou a pretender que se abandonasse tal expressão. 
 
Isso porque o Estado (e não só na França, diga-se de 
passagem) começou a ampliar o rol de atividades que se intitulavam 
serviços públicos, passando, inclusive, a englobar atividades 
empresariais, afetando-se o elemento material, bem como pelo fato de 
o Estado não dispor de meios para prestar ele mesmo todos os 
serviços, tendo que delegá-los aos particulares, afetando-se o 
elemento formal. 
 
No Brasil, pode-se dizer que não fomos afetados por tal 
crise, na medida em que para nós, serviços públicos são todos 
aqueles definidos por lei como dessa natureza. 
 
Assim, podemos definir serviço público como toda 
atividade desempenhada pela Administração Pública, direta ou 
indiretamente, visando à satisfação dos anseios dos 
administrados, sob o regime jurídico de direito público, ainda 
que parcialmente, e definida em lei como tal. 
 
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A título de exemplo, veja que a própria Constituição 
elegeu algumas atividades como serviço público, tal como loteria, 
transporte coletivo, dentre outras. 
 
Portanto, não se pode exatamente dizer o que é serviço 
público, variando de Estado para Estado, de sociedade para sociedade, 
conforme o tempo e o critério adotado. 
 
Nesse sentido, conforme Hely Lopes, “o conceito de 
serviço público não é uniforme na doutrina, que ora nos oferece uma 
noção orgânica, só considerando com tal o que é prestado por órgãos 
públicos; ora nos apresenta uma conceituação formal, tendente a 
identificá-lo por características extrínsecas; ora nos expõe um conceito 
material, visando a defini-lo por seu objeto. Realmente, o conceito de 
serviço público é variável e flutua ao sabor das necessidades e 
contingências políticas, econômicas, sociais e culturais de cada 
comunidade, em cada momento histórico, como acentuam os 
modernos publicistas”. 
 
1.1 Princípios 
 
Sabe-se que os serviços públicos se sujeitam regime 
diferenciado, regime especial, mesmo quando prestados por 
particulares, ou seja, ainda que parcialmente, os serviços públicos 
sempre estão sempre sujeitos ao regime jurídico de direito público. 
 
Isso significa que sua prestação está adstrita a uma série 
de limitações e poderes, que impõem a observância de diversos 
princípios, dos quais podemos citar os seguintes: 
 
Princípio da supremacia do interesse público: trata-
se de princípio geral do Direito Administrativo, segundo o qual o 
interesse público deve preponderar em relação ao interesse particular, 
de modo que os serviços públicos visam satisfazer os anseios da 
coletividade, ressalvando-se as limitações impostas pela própria 
Constituição. 
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Princípio da adaptabilidade ou mutabilidade: os 
serviços públicos devem acompanhar a modernização, a fim de se 
manterem atualizados. Assim, é permitida mudanças no regime de 
execução (regime jurídico) a fim de adaptá-lo ao interesse público. 
 
Princípio da impessoalidade: na prestação dos 
serviços públicos não pode haver discriminação entre os 
usuários/beneficiários. 
 
Princípio da igualdade dos usuários: estabelece que 
é direito do usuário ter tratamento isonômico em relação ao acesso, 
assim como na prestação dos serviços públicos, desde que atendidas 
às condições legalmente estabelecidas. 
 
Princípio da universalidade: corolário do princípio da 
igualdade, estabelece que os serviços públicos devem ser prestados 
indistintamente, de forma a abranger o maior número de beneficiários 
que seja possível. 
 
A propósito, o ilustre prof. Carvalho Filho cita o princípio 
da generalidade, que compreenderia a universalidade, 
impessoalidade e a igualdade, ao salientar que “significa, de um lado, 
que os serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude 
possível” e “de serem eles prestados sem discriminações entre os 
beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições técnicas e 
jurídicas para a fruição. Cuida-se de aplicação do princípio da isonomia 
ou, mais especificamente, da impessoalidade (art. 37, CF)”. 
 
Princípio da continuidade: os serviços públicos não 
podem sofrer lapso de continuidade, quer dizer que não podem ser 
interrompidos. 
 
É importante dizer que a Lei nº 8.987/95 (Lei de 
concessões e permissões de serviço público) excepciona esse princípio 
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nos casos de a) emergência; b) prévio aviso: I - por motivos 
técnicos; II - por falta de pagamento (inadimplência). 
 
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça tem 
entendimento de que não é possível o corte de energia por débitos 
pretéritos, ressalvando-se, no entanto, o corte por falta de pagamento 
(débito atual), quando tais serviços são prestados por concessionário 
e são remunerados por tarifa, conforme o seguinte: 
 
“4. A Primeira Seção desta Corte firmou o entendimento 
de que a empresa concessionária do serviço poderá 
suspender o fornecimento de energia desde que 
precedido de aviso prévio, no caso de inadimplemento 
da conta. Precedentes: REsp 460.271/SP, Rel. Ministra 
Eliana Calmon, DJU 21.2.2005; REsp 591.692/RJ, Rel. 
Ministro Teori Albino Zavascki, DJU 14.3.2005; REsp 
615.705/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, DJU 13.12.2004.” 
(AgRg no REsp 854.204/AL, Rel. Ministro BENEDITO 
GONÇALVES,PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 
18/11/2010) 
 
“ – Conforme entendimento firmado neste Superior 
Tribunal de Justiça, é ilegítimo o corte de fornecimento 
de energia elétrica quando a inadimplência do 
consumidor decorrer de débitos pretéritos.” (AgRg no 
REsp 1145884/RS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 17/11/2010) 
 
A propósito, mesmo nesses casos, de inadimplemento, a 
jurisprudência tem se curvado para preservar a integridade física e 
moral da pessoa, ou seja, não se admitindo o corte quando estiver em 
jogo o direito à vida e saúde. 
 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. 
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. 
INVIABILIDADE DE SUSPENSÃO DO ABASTECIMENTO 
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NA HIPÓTESE DE DÉBITO DE ANTIGO PROPRIETÁRIO. 
PORTADORA DO VÍRUS HIV. NECESSIDADE DE 
REFRIGERAÇÃO DOS MEDICAMENTOS. DIREITO À 
SAÚDE. 
1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no 
sentido da impossibilidade de suspensão de serviços 
essenciais, tais como o fornecimento de energia elétrica 
e água, em função da cobrança de débitos de antigo 
proprietário. 
2. A interrupção da prestação, ainda que 
decorrente de inadimplemento, só é legítima se 
não afetar o direito à saúde e à integridade física 
do usuário. Seria inversão da ordem constitucional 
conferir maior proteção ao direito de crédito da 
concessionária que aos direitos fundamentais à 
saúde e à integridade física do consumidor. 
Precedente do STJ. 
3. Recurso Especial provido. 
(REsp 1245812/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 21/06/2011, DJe 
01/09/2011) 
 
Princípio da transparência: os serviços públicos 
devem primar pela publicidade, devem ser explícitos, devendo ser 
levados ao conhecimento público até para efeito de controle. 
 
Princípio da motivação: na prestação dos serviços 
públicos as decisões devem ser sempre fundamentadas, apresentando 
os fundamentos de fato e de direito. 
 
Princípio da modicidade das tarifas: significa dizer 
que os serviços públicos não são prestados visando ao lucro, mas 
visando a satisfação dos anseios da coletividade, devendo considerar 
àqueles que não têm condições materiais, por isso, deve sem de baixo 
custo, cujo intuito é, primordialmente, de apenas custear os gastos 
efetuados. 
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Princípio do controle: É dever do Estado, como titular 
dos serviços públicos, exercer permanentemente a fiscalização sob sua 
prestação. 
 
A Lei nº 8.987/95 ao definir o que seria serviço adequado 
positivou alguns desses princípios no seu art. 6º, §1º ao expressar que 
serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, 
continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia 
na sua prestação e modicidades das tarifas. 
 
Assim, não se trata de aplicação do princípio da 
igualdade dos usuários a fixação de prazos rigorosos para o contraente, 
eis que os serviços devem ser voltados à atendê-los, diante de suas 
necessidades e, por isso, podem sofrer mutações (princípio da 
mutabilidade). 
 
1.2 Classificação 
 
Os serviços públicos podem ser classificados de diversas 
formas. Nesse aspecto, sobressai a lição de Hely Lopes Meirelles que 
leva em conta a essencialidade, a adequação e os destinatários dos 
serviços. 
 
Assim, quanto à essencialidade, temos: 
 
a) serviços públicos essenciais: são os considerados 
essenciais à coletividade e ao próprio Estado, prestados 
exclusivamente por este, por estarem ligados intimamente com suas 
atribuições. 
 
Tais serviços são considerados privativos do Poder 
Público, não podendo ser delegados. Ex. segurança pública, defesa 
nacional etc. 
 
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A propósito, o prof. Celso Ribeiro Bastos entende que tais 
atividades, ligadas à soberania nacional, não são serviços públicos, 
sendo atos de natureza política. 
 
b) serviços de utilidade pública (não-essenciais): 
são os que, muito embora não sejam essenciais, são convenientes para 
a sociedade, visa à melhoria de vida do indivíduo na coletividade. 
 
O Poder Público pode prestá-los diretamente ou por 
terceiros (delegados), mediante remuneração (preço público), sendo 
que a regulamentação e o controle são exercidos pelo Estado. Porém, 
a prestação se dá por conta e risco dos delegatários. Exemplos: 
fornecimento de energia elétrica, telefone, de transporte coletivo. 
 
No tocante ao fornecimento de energia há entendimento 
no sentido de caracterizá-lo como serviço essencial (STJ). 
 
Quanto ao titular dos serviços, podem ser 
considerados serviços públicos próprios os que são da titularidade 
do Estado, podendo ser prestados por este direta ou indiretamente, e 
serviços públicos impróprios são aqueles que não são propriamente 
serviços públicos, muito embora possam ser prestados pelo Estado 
(serviço bancário). 
 
A profa. Di Pietro, na linha do pensamento de Cretella 
Júnior, entende que os serviços públicos próprios podem ser prestados 
indiretamente, ou seja, por meio de concessão ou permissão, enquanto 
os serviços públicos impróprios não são assumidos, nem executados 
pelo Estado, mas apenas por ele autorizado, regulamentado e 
fiscalizado. 
 
Assim, recebem o nome de serviços públicos porque 
atendem aos interesses gerais, o que para alguns são serviços 
autorizados, apenas. 
 
Quanto aos destinatários, temos: 
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a) serviços públicos gerais (uti universi): são os 
serviços públicos prestados à coletividade em geral, sem ter usuário 
determinado, específico, por isso não podem ser mensurados de forma 
individualizada. Ex. iluminação pública, educação, saúde. 
 
Tais serviços são remunerados mediante impostos ou 
contribuições, tal como os serviços de asfaltamento, Iluminação 
Pública, urbanização etc. 
 
Nesse sentido, vale citar a Súmula 670-STF: Os 
serviços de iluminação pública não pode ser remunerado 
mediante taxa. 
 
b) serviços públicos específicos, singulares ou 
individuais (uti singuli) – são os que têm usuários determinados, 
individualizáveis, são também serviços postos à disposição de qualquer 
usuário, contudo, pode-se mensurar quanto cada um se beneficia ou 
utiliza dos serviços. 
 
Nesta hipótese, podemos ter serviços públicos 
compulsórios, ou seja, aqueles que não podem ser recusados pelo 
destinatário, eis que estabelecidos de forma coativa, os quais poderão 
ser gratuitos ou remunerados. 
 
Quando remunerados, será utilizada a taxa de serviço, 
espécie tributária (art. 77, CTN). 
 
Ou serão facultativos, isto é, são aqueles postos à 
disposição do usuário, de modo que somente pelo efetivo uso é que 
haverá a contraprestação remuneratória (pagamento de tarifa, que é 
espécie de preço público), tal como exemplo dos transportes coletivo. 
 
Quanto ao objeto temos: 
 
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a) Serviços públicosadministrativos são os serviços 
denominados meio, ou seja, aqueles destinados a atender as 
demandas internas da Administração ou preparatórios de outros 
serviços a serem prestados. (Ex: imprensa oficial) 
 
b) serviços comerciais ou industriais são os serviços 
enquadrados com atividade econômica em sentido amplo, previstos no 
art. 175 da CF/88, ou seja, que têm a possibilidade de serem 
explorados com a finalidade de lucro. 
 
c) serviço público social são serviços voltados ao 
atendimento de necessidades sociais da coletividade, tal como 
educação, saúde etc. 
 
Além dessas classificações, é interessante citar o prof. 
Carvalho Filho, que apresenta os serviços públicos classificados em: a) 
delegáveis e indelegáveis; b) administrativos e de utilidade pública; c) 
coletivos e singulares; d) sociais e econômicos. 
 
Os delegáveis são aqueles que em razão de sua 
natureza podem ser exercido pelo Estado ou este poderá permite que 
particulares os exerça em colaboração com o poder público (transporte 
coletivo, fornecimento de energia elétrica). E, indelegáveis os que 
somente podem ser prestados pelo Estado (defesa nacional, segurança 
pública etc). 
 
Administrativos são aqueles exercidos para sua melhor 
organização do Estado (imprensa oficial etc). Os de utilidade pública 
são aqueles destinados aos indivíduos para sua fruição direta (postos 
médicos, fornecimento de energia, gás etc). 
 
Além disso, serviços sociais são aqueles destinados a 
atender aos anseios sociais básicos, ou seja, serviços relevantes ou 
assistenciais e protetivos (hospitais, educacional, saneamento etc). E 
econômicos representam atividades de caráter industrial ou comercial 
(atividade bancária). 
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1.3 Prestação do Serviço 
 
Quanto à prestação dos serviços públicos é possível que 
sejam prestados diretamente pelo Estado ou indiretamente. 
 
Com efeito, quando a Administração presta os serviços 
públicos temos a prestação direta, que pode ser de forma 
centralizada (Adm. direta) ou descentralizada (Adm. indireta). 
 
Os serviços serão prestados indiretamente, prestação 
indireta (e descentralizada), quando o Estado delega a prestação a 
particulares. 
 
Assim, conforme entendimento majoritário da doutrina, 
quando a Administração transfere a titularidade dos serviços à 
entidade criada para tal fim, dá-se a outorga (serviço público 
outorgado) ou apenas transfere a prestação por meio da delegação. 
 
Então, ocorre a outorga quando o Estado cria uma 
entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço público. 
 
Ressalva-se, no entanto, o entendimento do Prof. 
Carvalho Filho, para quem a titularidade é sempre do Estado. Daí a 
outorga seria a transferência (delegação) da prestação do serviço 
determinada por lei (delegação legal). 
 
Por outro lado, quando a execução do serviço, ou seja, a 
prestação é transferida ao terceiro não integrante da estrutura da 
Administração Pública titular do serviço ocorre a delegação, que pode 
ser realizada por meio de contrato ou ato unilateral da 
Administração. 
 
Com efeito, a delegação de serviço público é a 
transferência temporária do serviço público a quem não é seu 
titular. (art. 2º, Lei nº 9.074/95). 
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1.4 Delegação 
 
No tocante à delegação de serviço público, a doutrina 
não é uníssona quanto às suas formas, ou espécies. Para alguns como 
Celso Antônio Bandeira de Mello, há duas espécies, a concessão e a 
permissão, para outros, como Maria Sylvia e Hely Lopes, há três 
espécies, a concessão, a permissão e a autorização. 
 
Para efeitos didáticos, adotaremos a posição dominante, 
no sentido de que a delegação de serviços públicos pode se 
realizada utilizando-se os institutos da concessão, permissão e 
autorização. 
 
Outrossim, modernamente, alguns autores vêm citando 
o arrendamento e a franquia como espécie de contratos que transferem 
a prestação de serviços públicos a particulares (arrecadação de correio, 
loterias etc), todavia, dado o objetivo desse curso, não entraremos em 
tal seara. 
 
1.5 Concessão 
 
No tocante à concessão de serviços públicos, verificamos 
a existência de duas espécies, a chamada concessão comum e a 
concessão especial. 
 
A concessão comum está prevista na Lei nº 8.987/95 
(Lei de Concessões e Permissões) que prevê duas modalidades: 
concessão de serviços públicos (art. 2º, II); concessão de 
serviços públicos precedida de obra pública (art.2º, III). 
 
A concessão de serviço público (art. 2º, inc. II) é a 
delegação da prestação de serviços públicos, feita pelo poder 
concedente, por meio de contrato, tendo lei que autorize, mediante 
licitação, na modalidade concorrência à pessoa jurídica ou consórcio de 
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empresas que demonstrem capacidade para prestá-lo, por sua conta e 
risco e em nome próprio, com prazo determinado. 
 
A concessão de serviço público precedido de obra 
pública (art. 2º, inc. III) consiste na construção, total ou parcial, 
conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras 
de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante 
licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio 
de empresas que demonstrem capacidade para a sua realização, por 
sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja 
remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da 
obra, por prazo determinado. 
 
A concessão especial foi criada pela Lei nº 11.079/04 
(Lei das Parcerias Público-Privadas), prevendo, também, duas 
hipóteses, sendo a concessão patrocinada (art.2º, §1º) e a 
concessão administrativa (art.2º, §2º). 
 
A concessão patrocinada é a concessão comum, ou 
seja, de serviços públicos ou de obras públicas, quando envolver, além 
da tarifa cobrada dos usuários, contraprestação do parceiro público ao 
parceiro privado (art. 2º, §1º). 
 
A concessão administrativa é o contrato de prestação 
de serviço de que a Administração seja usuária direta ou 
indiretamente, ainda que envolva a execução de obra ou fornecimento 
e instalação de bens (art. 2º, §2º). 
 
  Serviço público 
 Comum 
 
Concessão 
  Serviço público precedido de obra pública 
 
Especial 
 Patrocinada 
 
  Administrativa 
 
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18 
 
 
 
 
1.6 Permissão 
 
Há também a delegação por meio da permissão de 
serviço público, prevista na Lei nº 8.987/95, em seu art.2º, inc. IV, 
definindo-a como a delegação, a título precário, mediante licitação, da 
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa 
física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por 
sua conta e risco. 
 
É bom saber, e eu já reprovei num concurso por causa 
disso (risos), que a doutrina é divergente acerca da natureza jurídica 
da permissão, especialmente no que diz respeito à sua formalização, 
se é realizada por contrato ou ato unilateral. 
 
Contudo, a Lei de concessões estabelece que se trata de 
contrato deadesão, nos termos do art. 40, em que pese ser instituto 
precário, discricionário e intuitu personae. 
 
Por isso, a permissão pode ser unilateralmente 
revogada, a qualquer tempo, pela Administração, sem que se deva 
pagar ao permissionário qualquer indenização exceto quando se tratar 
de permissão condicionada que é aquela em que o Poder Público se 
autolimita na faculdade discricionária de revogá-la a qualquer tempo, 
fixando o prazo de sua vigência (é denominada permissão contratual). 
 
Para facilitar nossa vida, apresento o seguinte resumo: 
 
 Natureza: contratual (caráter mais estável) 
 
Concessão 
Autorização: exige autorização legislativa 
 Licitação: concorrência (* Salvo as concessões do PND) 
 Delegação: Pessoas jurídicas ou consórcio de empresas 
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 Natureza: contrato de adesão (caráter mais precário) 
 
Permissão 
 revogável (críticas) 
Autorização: não exige autorização legislativa 
 Licitação: exigida (qualquer modalidade/valor) 
 Delegação: Pessoas jurídicas ou Físicas 
 
 
1.7 Autorização 
 
Devemos considerar ainda a autorização de serviço 
público, instituto que se coloca ao lado da concessão e da permissão 
de serviços públicos, destinando-se aos serviços mais simples, de 
alcance limitado, ou a trabalhos de emergência, seguindo no que 
couber a Lei nº 8.987/95. Ex. serviço de táxi, serviços de despachante, 
serviços de segurança particular. 
 
A autorização tem a característica de ser ato precário, 
discricionário, conferida no interesse do particular e intuitu personae, 
podendo ser vinculada quando lei estabelece requisitos para a 
concessão ou discricionária quando, muito embora se tenha requisito, 
caberá à administração avaliar a conveniência ou oportunidade de 
editar o ato. 
 
1.8 Extinção 
 
A extinção da delegação do serviço público é instituto no 
qual se põe termo à prestação por terceiro. Assim, conforme prevê o 
art. 35 da Lei nº 8.987/95, há diversas formas, tal como: 
 
 Advento ou termo (conclusão natural); 
 Encampação; 
 Caducidade; 
 Rescisão; 
 Anulação; 
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 Falência ou extinção da pessoa jurídica (empresa 
concessionária); 
 Falecimento ou incapacidade da pessoa física (titular de 
empresa individual). 
 
Como ressaltado, extinção é termo genérico utilizado 
para indicar o desfazimento do contrato de concessão durante o prazo 
de execução ou pelo decurso desse prazo. Assim, adota-se o termo 
rescisão contratual. 
 
A rescisão do contrato poderá ocorrer por ato unilateral 
do poder concedente nos casos de encampação, caducidade e 
anulação, por decisão judicial (anulação) ou por acordo entre as 
partes (rescisão consensual). 
 
Em regra a rescisão irá ocorrer pelo decurso do prazo 
contratual (advento do termo contratual), tal como prevê a Lei nº 
9.074/95 ao fixar prazos de trinta e cinco anos para concessão de 
geração de energia elétrica; trinta anos para a concessão de 
distribuição, podendo ocorrer uma prorrogação. 
 
A Encampação ou resgate é o término do contrato 
antes do prazo, feito pelo poder público, de forma unilateral, por razões 
de interesse público. Tendo em vista a conveniência do interesse 
público e por razões supervenientes o concessionário retoma a 
prestação dos serviços, conforme art. 37 da Lei nº 8.987/95, que assim 
dispõe: 
 
Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço 
pelo poder concedente durante o prazo da concessão, 
por motivo de interesse público, mediante lei 
autorizativa específica e após prévio pagamento da 
indenização, na forma do artigo anterior. 
 
A Caducidade ou decadência é forma de extinção do 
contrato, antes de seu termo, pelo poder público, de forma unilateral, 
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inexecução total ou parcial do ajuste por parte da concessionária, 
conforme art. 38, assim expresso: 
 
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a 
critério do poder concedente, a declaração de caducidade da 
concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas 
as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas 
convencionadas entre as partes. 
 
A caducidade, em regra, não gera direito à indenização. 
É o concessionário, no entanto, quem responderá a processo 
administrativo pelos prejuízos causados. 
 
Esse instituto somente pode ser invocado pela 
Administração, não cabendo ao concessionário invocá-lo sob o a tese 
da exceptio non adimplenti contractus (exceção do contrato não 
cumprido). 
 
A anulação é a invalidação do contrato, antes do 
término do prazo, por razões de ilegalidade, ou seja, por vício na 
concessão ou no próprio ajuste. Pode operar por força de ato da própria 
Administração ou por decisão judicial. 
 
É possível, ainda, que a concessão seja extinta em razão 
de falência ou extinção da empresa, bem como em virtude de 
falecimento ou incapacidade do concessionário (empresa 
individual). 
 
Nos casos de rescisão normal, por decurso de prazo, 
ocorre a reversão que é a incorporação pelo poder concedente dos 
bens afetos ao serviço público e de propriedade do concessionário, para 
manter a continuidade do serviço. 
 
Art. 35 
§ 1º Extinta a concessão, retornam ao poder concedente 
todos os bens reversíveis, direitos e privilégios 
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transferidos ao concessionário conforme previsto no 
edital e estabelecido no contrato. 
 
Tais bens serão indenizados se não tiverem sido 
amortizados pelo período de concessão ante as tarifas fixadas. 
 
 
2. Parceria Público-Privada 
 
2.1 Das modalidades e características 
 
A Lei n. 11.079/2004 estabelece normas gerais sobre 
licitação e contratação de parceria público-privada, não se aplicando 
tais disposições aos contratos de concessão comum. Nesse sentido, de 
acordo com o art. 2º, a parceria público-privada é o contrato 
administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou 
administrativa. 
 
Art. 1o Esta Lei institui normas gerais para licitação 
e contratação de parceria público-privada no 
âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. 
Parágrafo único. Esta Lei se aplica aos órgãos da 
Administração Pública direta, aos fundos especiais, 
às autarquias, às fundações públicas, às empresas 
públicas, às sociedades de economia mista e às 
demais entidades controladas direta ou 
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios. 
Art. 2o Parceria público-privada é o contrato 
administrativo de concessão, na modalidade 
patrocinada ou administrativa. 
.... 
§ 3º Não constitui parceria público-privada a 
concessão comum, assim entendida a concessão de 
serviços públicos ou de obras públicas de que trata 
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a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, 
quando não envolver contraprestação 
pecuniária do parceiro públicoao parceiro 
privado. 
 
Trata-se do que se denominou chamar de concessão 
especial, seja na modalidade administrativa, seja na modalidade 
patrocinada. 
 
A concessão patrocinada é a concessão comum de 
serviços públicos ou de obras públicas (Lei nº 8.987/95), quando 
envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação 
pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. 
 
A concessão administrativa é o contrato de prestação 
de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou 
indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e 
instalação de bens. 
 
No entanto, é vedada a celebração de contrato de 
parceria público-privada: I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 
20.000.000,00 (vinte milhões de reais); II – cujo período de prestação 
do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou III – que tenha como objeto 
único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de 
equipamentos ou a execução de obra pública. 
 
 < 20MILHÕES 
VEDADA PPP < DE 5ANOS Fornecimento Mão de Obra 
 c/ OBJETO ÚNICO Fornecer ou instalar 
equipamento 
 Execução de obra pública 
 
De acordo com o art. 4º da Lei n. 11.079/2004, na 
contratação de parceria público-privada serão observadas as seguintes 
diretrizes: 
 
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 Eficiência no cumprimento das missões de Estado e 
no emprego dos recursos da sociedade; 
 
 Respeito aos interesses e direitos dos 
destinatários dos serviços e dos entes privados 
incumbidos da sua execução; 
 
 Indelegabilidade das funções de regulação, 
jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de 
outras atividades exclusivas do Estado; 
 
 Responsabilidade fiscal na celebração e execução 
das parcerias; 
 
 Transparência dos procedimentos e das decisões; 
 
 Repartição objetiva de riscos entre as partes; 
 
 Sustentabilidade financeira e vantagens 
socioeconômicas dos projetos de parceria. 
 
2.2 Do contrato de parceria 
 
Além das disposições aplicáveis aos contratos de 
concessão, conforme a Lei nº 8.987/95, que incidem no que couber 
nos contratos de parceria, deverá ainda conter as seguintes cláusulas 
(cláusulas obrigatórias): 
 
 Prazo de vigência do contrato, compatível com a 
amortização dos investimentos realizados, não inferior a 5 
(cinco), nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, 
incluindo eventual prorrogação; 
 
 Penalidades aplicáveis à Administração Pública e ao parceiro 
privado em caso de inadimplemento contratual, fixadas 
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sempre de forma proporcional à gravidade da falta cometida, 
e às obrigações assumidas; 
 Repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a 
caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica 
extraordinária; 
 
 Formas de remuneração e de atualização dos valores 
contratuais; 
 
 Mecanismos para a preservação da atualidade da prestação 
dos serviços; 
 
 Fatos que caracterizem a inadimplência pecuniária do parceiro 
público, os modos e o prazo de regularização e, quando 
houver, a forma de acionamento da garantia; 
 
 Critérios objetivos de avaliação do desempenho do parceiro 
privado; 
 
 A prestação, pelo parceiro privado, de garantias de execução 
suficientes e compatíveis com os ônus e riscos envolvidos 
observados os limites dos §§ 3o (até 10%) e 5o (inclusão do 
valor dos bens da Administração) do art. 56 da Lei 
no 8.666/93, e, no que se refere às concessões patrocinadas, 
o disposto no inciso XV do art. 18 da Lei no 8.987/95 (até o 
limite do valor do contrato); 
 
 O compartilhamento com a Administração Pública de ganhos 
econômicos efetivos do parceiro privado decorrentes da 
redução do risco de crédito dos financiamentos utilizados pelo 
parceiro privado; 
 
 A realização de vistoria dos bens reversíveis, podendo o 
parceiro público reter os pagamentos ao parceiro privado, no 
valor necessário para reparar as irregularidades 
eventualmente detectadas. 
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 O cronograma e os marcos para o repasse ao parceiro privado 
das parcelas do aporte de recursos, na fase de investimentos 
do projeto e/ou após a disponibilização dos serviços, sempre 
que verificada a hipótese do § 2o do art. 6o da Lei n. 
11.079/2004. 
 
Os contratos poderão ainda prever adicionalmente: 
 
(I) os requisitos e condições em que o parceiro público 
autorizará a transferência do controle ou a administração temporária 
da sociedade de propósito específico aos seus financiadores e 
garantidores com quem não mantenha vínculo societário direto, com o 
objetivo de promover a sua reestruturação financeira e assegurar a 
continuidade da prestação dos serviços, não se fazendo às exigências 
de capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e 
fiscal necessárias à assunção do serviço (art. 27, pár. único, I, Lei n. 
8.987/95) 
 
(II) a possibilidade de emissão de empenho em nome 
dos financiadores do projeto em relação às obrigações pecuniárias da 
Administração Pública; 
 
(III) a legitimidade dos financiadores do projeto para 
receber indenizações por extinção antecipada do contrato, bem como 
pagamentos efetuados pelos fundos e empresas estatais garantidores 
de parcerias público-privadas. 
 
Outrossim, é importante destacar que as cláusulas 
contratuais de atualização automática de valores baseadas em índices 
e fórmulas matemáticas, quando houver, serão aplicadas sem 
necessidade de homologação pela Administração Pública, exceto se 
esta publicar, na imprensa oficial, onde houver, até o prazo de 15 
(quinze) dias após apresentação da fatura, razões fundamentadas 
nesta Lei ou no contrato para a rejeição da atualização. 
 
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Nos termos do art. 6º, a contraprestação da 
Administração Pública nos contratos de parceria público-privada 
poderá ser feita por: (I) ordem bancária; (II) cessão de créditos não 
tributários; (III) outorga de direitos em face da Administração Pública; 
(IV) outorga de direitos sobre bens públicos dominicais; (V) outros 
meios admitidos em lei. 
 
Essa contraprestação, conforme o art. 7º, será 
obrigatoriamente precedida da disponibilização do serviço objeto do 
contrato de parceria público-privada, facultando-se à administração 
pública, nos termos do contrato, efetuar o pagamento da 
contraprestação relativa a parcela fruível do serviço objeto do contrato 
de parceria público-privada. 
 
Poderá, ainda, o contrato prever o pagamento ao 
parceiro privado de remuneração variável vinculada ao seu 
desempenho, conforme metas e padrões de qualidade e disponibilidade 
definidos no contrato, bem como o aporte de recursos em favor do 
parceiro privado para a realização de obras e aquisição de bens 
reversíveis, desde que autorizado no edital de licitação, se contratos 
novos, ou em lei específica, se contratos celebrados até 08/08/2012. 
 
Por ocasião da extinção do contrato, o parceiro privado 
não receberá indenização pelas parcelas de investimentosvinculados 
a bens reversíveis ainda não amortizadas ou depreciadas, quando tais 
investimentos houverem sido realizados com valores provenientes do 
aporte de recursos do parceiro público. 
 
2.3 Das Garantias 
 
De acordo com o art. 8º da Lei n. 11.079/2004, as 
obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública em 
contrato de parceria público-privada poderão ser garantidas 
mediante: 
 
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(I) vinculação de receitas, observado o disposto no inciso 
IV do art. 167 da Constituição Federal (CF/88, Art. 167. São vedados: IV 
- a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas 
a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os 
arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos 
de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização 
de atividades da administração tributária, como determinado, 
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de 
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no 
art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo) 
 
(II) instituição ou utilização de fundos especiais previstos 
em lei; 
 
(III) contratação de seguro-garantia com as companhias 
seguradoras que não sejam controladas pelo Poder Público; 
 
(IV) garantia prestada por organismos internacionais ou 
instituições financeiras que não sejam controladas pelo Poder Público; 
 
(V) garantias prestadas por fundo garantidor ou empresa 
estatal criada para essa finalidade; 
 
(VI) outros mecanismos admitidos em lei. 
 
2.4 Da Sociedade de Propósito Específico (SPE) 
 
Determina o art. 9º da Lei das Parcerias que antes da 
celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito 
específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria. Essa 
sociedade não fará parte da Administração Pública, inclusive, é vedado 
à Administração Pública ser titular da maioria do capital votante, salvo 
eventual aquisição da maioria do capital votante da SPE por instituição 
financeira controlada pelo Poder Público em caso de inadimplemento 
de contratos de financiamento. 
 
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A SPE poderá assumir a forma de companhia aberta, 
com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado e a 
transferência de seu controle estará condicionada à autorização 
expressa da Administração Pública, nos termos do edital e do contrato, 
observando o disposto no art. 27, §1º da Lei n. 8.987/95. 
 
Art. 27. A transferência de concessão ou do controle 
societário da concessionária sem prévia anuência do 
poder concedente implicará a caducidade da concessão. 
§ 1º Para fins de obtenção da anuência de que trata o 
caput deste artigo, o pretendente deverá: 
I - atender às exigências de capacidade técnica, 
idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal 
necessárias à assunção do serviço; e 
II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do 
contrato em vigor. 
 
A SPE deverá obedecer a padrões de governança 
corporativa e adotar contabilidade e demonstrações financeiras 
padronizadas, conforme regulamento. 
 
2.5 Da Licitação 
 
Nos termos do art. 10 da Lei n. 11.079/2004, a 
contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na 
modalidade de concorrência, observando o seguinte: 
 
Art. 10. A contratação de parceria público-privada será 
precedida de licitação na modalidade de concorrência, 
estando a abertura do processo licitatório condicionada 
a: 
I – autorização da autoridade competente, 
fundamentada em estudo técnico que demonstre: 
a) a conveniência e a oportunidade da contratação, 
mediante identificação das razões que justifiquem a 
opção pela forma de parceria público-privada; 
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30 
b) que as despesas criadas ou aumentadas não afetarão 
as metas de resultados fiscais previstas no Anexo 
referido no § 1o do art. 4o da Lei Complementar no 101, 
de 4 de maio de 2000, devendo seus efeitos financeiros, 
nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento 
permanente de receita ou pela redução permanente de 
despesa; e 
c) quando for o caso, conforme as normas editadas na 
forma do art. 25 desta Lei, a observância dos limites e 
condições decorrentes da aplicação dos arts. 29, 30 e 32 
da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, 
pelas obrigações contraídas pela Administração Pública 
relativas ao objeto do contrato; 
II – elaboração de estimativa do impacto orçamentário-
financeiro nos exercícios em que deva vigorar o contrato 
de parceria público-privada; 
III – declaração do ordenador da despesa de que as 
obrigações contraídas pela Administração Pública no 
decorrer do contrato são compatíveis com a lei de 
diretrizes orçamentárias e estão previstas na lei 
orçamentária anual; 
IV – estimativa do fluxo de recursos públicos suficientes 
para o cumprimento, durante a vigência do contrato e 
por exercício financeiro, das obrigações contraídas pela 
Administração Pública; 
V – seu objeto estar previsto no plano plurianual em 
vigor no âmbito onde o contrato será celebrado; 
VI – submissão da minuta de edital e de contrato à 
consulta pública, mediante publicação na imprensa 
oficial, em jornais de grande circulação e por meio 
eletrônico, que deverá informar a justificativa para a 
contratação, a identificação do objeto, o prazo de 
duração do contrato, seu valor estimado, fixando-se 
prazo mínimo de 30 (trinta) dias para recebimento de 
sugestões, cujo termo dar-se-á pelo menos 7 (sete) dias 
antes da data prevista para a publicação do edital; e 
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31 
VII – licença ambiental prévia ou expedição das 
diretrizes para o licenciamento ambiental do 
empreendimento, na forma do regulamento, sempre que 
o objeto do contrato exigir. 
 
As concessões patrocinadas em que mais de 70% 
(setenta por cento) da remuneração do parceiro privado for paga pela 
Administração Pública dependerão de autorização legislativa 
específica. 
 
Os estudos de engenharia para a definição do valor do 
investimento da PPP deverão ter nível de detalhamento de anteprojeto, 
e o valor dos investimentos para definição do preço de referência para 
a licitação será calculado com base em valores de mercado 
considerando o custo global de obras semelhantes no Brasil ou no 
exterior ou com base em sistemas de custos que utilizem como insumo 
valores de mercado do setor específico do projeto, aferidos, em 
qualquer caso, mediante orçamento sintético, elaborado por meio de 
metodologia expedita ou paramétrica. 
 
De acordo com o art. 11 da Leis das Parcerias, o 
instrumento convocatório conterá a minuta do contrato, além da 
indicação da observância da Lei de Licitações no que couber, podendo 
ainda prever: (I) exigência de garantia de proposta do licitante, 
observado o limite de 1% (um por cento) do valor estimado do objeto 
da contratação (art. 31, III, Lei n. 8.666/93) e (II) o emprego dos 
mecanismos privados de resolução de disputas, inclusivea 
arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, para 
dirimir conflitos decorrentes ou relacionados ao contrato. 
 
O edital deverá especificar, quando houver, as garantias 
da contraprestação do parceiro público a serem concedidas ao parceiro 
privado. 
 
Desse modo, o certame licitatório, além de observar as 
regras já vigentes sobre licitações e contratos, deverá inverter as 
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fases, de modo que o julgamento poderá ser precedido de etapa 
de qualificação de propostas técnicas, desclassificando-se os 
licitantes que não alcançarem a pontuação mínima, os quais não 
participarão das etapas seguintes e observando o seguinte: 
 
Art. 13. O edital poderá prever a inversão da ordem das 
fases de habilitação e julgamento, hipótese em que: 
I – encerrada a fase de classificação das propostas ou o 
oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os 
documentos de habilitação do licitante mais bem 
classificado, para verificação do atendimento das 
condições fixadas no edital; 
II – verificado o atendimento das exigências do edital, o 
licitante será declarado vencedor; 
III – inabilitado o licitante melhor classificado, serão 
analisados os documentos habilitatórios do licitante com 
a proposta classificada em 2o (segundo) lugar, e assim, 
sucessivamente, até que um licitante classificado atenda 
às condições fixadas no edital; 
IV – proclamado o resultado final do certame, o objeto 
será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e 
econômicas por ele ofertadas. 
 
Poderá, ainda, no julgamento, além dos critérios 
constantes da Lei n. 8.987/95, adotar os seguintes: (a) menor valor 
da contraprestação a ser paga pela Administração Pública; (b) melhor 
proposta em razão da combinação do critério da alínea a com o de 
melhor técnica, de acordo com os pesos estabelecidos no edital; 
 
O edital definirá a forma de apresentação das propostas 
econômicas, admitindo-se: a) propostas escritas em envelopes 
lacrados; ou b) propostas escritas, seguidas de lances em viva voz, 
que deverão ser oferecidos em ordem inversa de classificação, sendo 
vedado o edital limitar a quantidade de lances; 
 
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Porém, o edital poderá restringir a apresentação de 
lances em viva voz aos licitantes cuja proposta escrita for no máximo 
20% (vinte por cento) maior que o valor da melhor proposta. 
 
Interessante disposição prevê que o edital poderá prever 
a possibilidade de saneamento de falhas, de complementação de 
insuficiências ou ainda de correções de caráter formal no curso do 
procedimento, desde que o licitante possa satisfazer as exigências 
dentro do prazo fixado no instrumento convocatório. 
 
O exame de propostas técnicas, para fins de qualificação 
ou julgamento, será feito por ato motivado, com base em exigências, 
parâmetros e indicadores de resultado pertinentes ao objeto, definidos 
com clareza e objetividade no edital. 
 
2.6 Do Órgão Gestor de PPP’s Federais 
 
No âmbito da União, consoante determinada o art. 14, 
será instituído, por decreto, órgão gestor de parcerias público-
privadas federais (OGF), com competência para: (I) definir os 
serviços prioritários para execução no regime de parceria público-
privada; (II) disciplinar os procedimentos para celebração desses 
contratos; (III) autorizar a abertura da licitação e aprovar seu edital; 
(IV) apreciar os relatórios de execução dos contratos. 
 
Para o desempenho de suas funções, o OGF poderá criar 
estrutura de apoio técnico com a presença de representantes de 
instituições públicas. 
 
O OGF será composto por indicação nominal de um 
representante titular e respectivo suplente de cada um dos seguintes 
órgãos: (I) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, ao qual 
cumprirá a tarefa de coordenação das respectivas atividades; (II) 
Ministério da Fazenda; (III) Casa Civil da Presidência da República. 
 
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Das reuniões do OGF para examinar projetos de parceria 
público-privada participará um representante do órgão da 
Administração Pública direta cuja área de competência seja pertinente 
ao objeto do contrato em análise. 
 
Ademais, para deliberação do OGF sobre a contratação 
de parceria público-privada, o expediente deverá estar instruído com 
pronunciamento prévio e fundamentado do Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão, sobre o mérito do projeto, e do 
Ministério da Fazenda, quanto à viabilidade da concessão da garantia 
e à sua forma, relativamente aos riscos para o Tesouro Nacional e ao 
cumprimento do limite imposto pelo art. 22, conforme o seguinte: 
 
Art. 22. A União somente poderá contratar parceria 
público-privada quando a soma das despesas de caráter 
continuado derivadas do conjunto das parcerias já 
contratadas não tiver excedido, no ano anterior, a 1% 
(um por cento) da receita corrente líquida do exercício, 
e as despesas anuais dos contratos vigentes, nos 10 
(dez) anos subseqüentes, não excedam a 1% (um por 
cento) da receita corrente líquida projetada para os 
respectivos exercícios. 
 
O OGF remeterá ao Congresso Nacional e ao Tribunal de 
Contas da União, com periodicidade anual, relatórios de desempenho 
dos contratos de parceria público-privada. 
 
2.7 Fundo Garantidor de PPP’s 
 
Haverá ainda, conforme art. 16, o Fundo Garantidor 
de Parcerias Público-Privadas (FGP), cuja natureza é privada, 
possuindo patrimônio próprio separado do patrimônio dos cotistas, e 
será sujeito a direitos e obrigações próprios, conforme o seguinte: 
 
Art. 16. Ficam a União, seus fundos especiais, suas 
autarquias, suas fundações públicas e suas empresas 
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estatais dependentes autorizadas a participar, no limite 
global de R$ 6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais), 
em Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas - FGP 
que terá por finalidade prestar garantia de pagamento 
de obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros 
públicos federais, distritais, estaduais ou municipais em 
virtude das parcerias de que trata esta Lei. 
§ 1º O FGP terá natureza privada e patrimônio próprio 
separado do patrimônio dos cotistas, e será sujeito a 
direitos e obrigações próprios. 
§ 2º O patrimônio do Fundo será formado pelo aporte de 
bens e direitos realizado pelos cotistas, por meio da 
integralização de cotas e pelos rendimentos obtidos com 
sua administração. 
§ 3º Os bens e direitos transferidos ao Fundo serão 
avaliados por empresa especializada, que deverá 
apresentar laudo fundamentado, com indicação dos 
critérios de avaliação adotados e instruído com os 
documentos relativos aos bens avaliados. 
§ 4º A integralização das cotas poderá ser realizada em 
dinheiro, títulos da dívida pública, bens imóveis 
dominicais, bens móveis, inclusive ações de sociedade 
de economia mista federal excedentes ao necessário 
para manutenção de seu controle pela União, ou outros 
direitos com valor patrimonial. 
§ 5º O FGP responderá por suas obrigações com os bens 
e direitosintegrantes de seu patrimônio, não 
respondendo os cotistas por qualquer obrigação do 
Fundo, salvo pela integralização das cotas que 
subscreverem. 
§ 6º A integralização com bens a que se refere o § 
4o deste artigo será feita independentemente de 
licitação, mediante prévia avaliação e autorização 
específica do Presidente da República, por proposta do 
Ministro da Fazenda. 
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§ 7º O aporte de bens de uso especial ou de uso comum 
no FGP será condicionado a sua desafetação de forma 
individualizada. 
§ 8º A capitalização do FGP, quando realizada por meio 
de recursos orçamentários, dar-se-á por ação 
orçamentária específica para esta finalidade, no âmbito 
de Encargos Financeiros da União. 
 
Nos termos do art. 17, o FGP será criado, administrado, 
gerido e representado judicial e extrajudicialmente por instituição 
financeira controlada, direta ou indiretamente, pela União, devendo 
seu estatuto e regulamento ser aprovado em assembleia dos cotistas, 
observando o seguinte: 
 
Art. 17. O FGP será criado, administrado, gerido e 
representado judicial e extrajudicialmente por instituição 
financeira controlada, direta ou indiretamente, pela 
União, com observância das normas a que se refere 
o inciso XXII do art. 4o da Lei no 4.595, de 31 de 
dezembro de 1964. 
§ 1o O estatuto e o regulamento do FGP serão aprovados 
em assembléia dos cotistas. 
§ 2o A representação da União na assembléia dos 
cotistas dar-se-á na forma do inciso V do art. 10 do 
Decreto-Lei no 147, de 3 de fevereiro de 1967. 
§ 3o Caberá à instituição financeira deliberar sobre a 
gestão e alienação dos bens e direitos do FGP, zelando 
pela manutenção de sua rentabilidade e liquidez. 
Art. 18. O estatuto e o regulamento do FGP devem 
deliberar sobre a política de concessão de garantias, 
inclusive no que se refere à relação entre ativos e 
passivos do Fundo. 
§ 1o A garantia será prestada na forma aprovada pela 
assembléia dos cotistas, nas seguintes modalidades: 
I – fiança, sem benefício de ordem para o fiador; 
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II – penhor de bens móveis ou de direitos integrantes do 
patrimônio do FGP, sem transferência da posse da coisa 
empenhada antes da execução da garantia; 
III – hipoteca de bens imóveis do patrimônio do FGP; 
IV – alienação fiduciária, permanecendo a posse direta 
dos bens com o FGP ou com agente fiduciário por ele 
contratado antes da execução da garantia; 
V – outros contratos que produzam efeito de garantia, 
desde que não transfiram a titularidade ou posse direta 
dos bens ao parceiro privado antes da execução da 
garantia; 
VI – garantia, real ou pessoal, vinculada a um patrimônio 
de afetação constituído em decorrência da separação de 
bens e direitos pertencentes ao FGP. 
§ 2o O FGP poderá prestar contra-garantias a 
seguradoras, instituições financeiras e organismos 
internacionais que garantirem o cumprimento das 
obrigações pecuniárias dos cotistas em contratos de 
parceria público-privadas. 
§ 3o A quitação pelo parceiro público de cada parcela de 
débito garantido pelo FGP importará exoneração 
proporcional da garantia. 
§ 4o O FGP poderá prestar garantia mediante 
contratação de instrumentos disponíveis em mercado, 
inclusive para complementação das modalidades 
previstas no § 1o. 
§ 5o O parceiro privado poderá acionar o FGP nos casos 
de: 
I - crédito líquido e certo, constante de título exigível 
aceito e não pago pelo parceiro público após 15 (quinze) 
dias contados da data de vencimento; e 
II - débitos constantes de faturas emitidas e não aceitas 
pelo parceiro público após 45 (quarenta e cinco) dias 
contados da data de vencimento, desde que não tenha 
havido rejeição expressa por ato motivado. 
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§ 6o A quitação de débito pelo FGP importará sua 
subrogação nos direitos do parceiro privado. 
§ 7o Em caso de inadimplemento, os bens e direitos do 
Fundo poderão ser objeto de constrição judicial e 
alienação para satisfazer as obrigações garantidas. 
§ 8o O FGP poderá usar parcela da cota da União para 
prestar garantia aos seus fundos especiais, às suas 
autarquias, às suas fundações públicas e às suas 
empresas estatais dependentes. 
§ 9o O FGP é obrigado a honrar faturas aceitas e não 
pagas pelo parceiro público. 
§ 10. O FGP é proibido de pagar faturas rejeitadas 
expressamente por ato motivado. 
§ 11. O parceiro público deverá informar o FGP sobre 
qualquer fatura rejeitada e sobre os motivos da rejeição 
no prazo de 40 (quarenta) dias contado da data de 
vencimento. 
§ 12. A ausência de aceite ou rejeição expressa de fatura 
por parte do parceiro público no prazo de 40 (quarenta) 
dias contado da data de vencimento implicará aceitação 
tácita. 
§ 13. O agente público que contribuir por ação ou 
omissão para a aceitação tácita de que trata o § 12 ou 
que rejeitar fatura sem motivação será responsabilizado 
pelos danos que causar, em conformidade com a 
legislação civil, administrativa e penal em vigor. 
Art. 19 O FGP não pagará rendimentos a seus cotistas, 
assegurando-se a qualquer deles o direito de requerer o 
resgate total ou parcial de suas cotas, correspondente ao 
patrimônio ainda não utilizado para a concessão de 
garantias, fazendo-se a liquidação com base na situação 
patrimonial do Fundo. 
 
De acordo com o art. 20, a dissolução do FGP, deliberada 
pela assembleia dos cotistas, ficará condicionada à prévia quitação da 
totalidade dos débitos garantidos ou liberação das garantias pelos 
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credores, e neste caso, o seu patrimônio será rateado entre os cotistas, 
com base na situação patrimonial à data da dissolução. 
 
 
Assim, vamos às questões. 
 
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3. QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/AP – FCC/2009) Analise as 
seguintes afirmações: 
I. Os serviços públicos no Brasil são aqueles expressa e nominalmente 
listados na Constituição Federal. 
II. Os serviços públicos caracterizam-se por deverem necessariamente 
ser prestados de modo direto pelo Estado. 
III. Toda atividade prestada por entidades estatais é considerada pela 
Constituição Federal como serviço público. 
Considerando tais afirmações, 
a) está correto o que se afirma somente em I. 
b) está correto o que se afirma somente em II. 
c) está correto o que se afirma somente em III. 
d) está correto o que se afirma somente em I e II. 
e) está INCORRETO o que se afirma em I, em II e em III. 
 
Comentários: 
 
A assertiva I está errada. A Constituição enumera alguns 
serviços públicos. Porém, nem todos os serviços públicos estão 
catalogados na Constituição, há outros que são previstos em lei. 
 
A assertiva II está errada. Como destacado os serviços 
podem ser prestados diretamente pelo Estado (administração direta) 
ou indiretamente por suas entidades (outorga) ou por terceiros 
(delegação).A assertiva III está errada. Nem toda a atividade 
prestada por entidades estatais é considerada serviços públicos. Já 
sabemos, por exemplo, que empresas públicas e sociedades de 
economia mista podem explorar atividade econômica, o que não se 
enquadra como serviço público. 
 
Gabarito: “E”. 
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2. (FCC/2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) 
A propósito dos elementos definidores e traços característicos 
dos serviços públicos, é correto afirmar: 
a) Independem de definição por lei, podendo ser de titularidade do 
poder público, quando de natureza não econômica, ou privada, quando 
passíveis de exploração mediante concessão ou permissão. 
b) São definidos por lei e de titularidade pública ou privada, conforme 
sua natureza essencial ou econômica. 
c) Independem de definição por lei, bastando sua caracterização como 
atividade essencial, de titularidade exclusiva do poder público. 
d) São definidos por lei e de titularidade do poder público, que pode 
prestá-los diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão. 
e) São definidos em lei como obrigação do poder público e direito dos 
cidadãos, devendo ser prestados de forma universal e 
independentemente de cobrança de tarifa. 
 
Comentário: 
 
A alternativa “a” está errada. Os serviços públicos, como 
observado inicialmente, dependem de definição por lei, sendo a 
titularidade do poder público, passíveis de exploração mediante 
concessão ou permissão. 
 
A alternativa “b” está errada. São definidos por lei e a 
titularidade é pública. 
 
A alternativa “c” está errada. Dependem de definição 
por lei, e são de titularidade exclusiva do poder público. 
 
A alternativa “d” está correta. De fato, os serviços 
públicos são definidos por lei e de titularidade do poder público, que 
pode prestá-los diretamente ou sob o regime de concessão ou 
permissão, conforme art. 175, CF/88. 
 
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A alternativa “e” está errada. São definidos em lei como 
obrigação do poder público e direito dos cidadãos, devendo ser 
prestados de forma universal, porém mediante cobrança de tarifa ou 
não. 
 
Gabarito: “D” 
 
 
3. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MT – FCC/2009) Em relação ao 
sentido de serviço público que se pode extrair do regime 
constitucional hoje vigente no Brasil, pode-se corretamente 
afirmar que é um sentido 
a) unívoco, na medida em que a Constituição contém um rol expresso 
e taxativo dos deveres do Estado, dizendo-os "serviços públicos". 
b) mais restrito do que certas formulações doutrinárias, face à 
dicotomia constitucional estabelecida entre serviços públicos e 
atividades econômicas exploradas pelo Estado. 
c) amplo, posto que as atividades estatais em geral, como regra, 
comportam execução por delegação, mediante concessão ou 
permissão. 
d) restrito, vez que apenas pode ser considerado serviço público aquele 
prestado diretamente pelo Estado. 
e) restrito, vez que apenas pode ser considerado serviço público aquele 
prestado mediante concessão ou permissão. 
 
Comentários: 
 
A Constituição não adota um conceito amplo de serviços 
públicos. Mas, de igual forma, também não há um rol de atividades, 
taxativas, elencadas como serviços públicos. 
 
O importante de se destacar é que os serviços podem 
ser prestados diretamente pelo Estado (Administração direta) ou 
indiretamente, seja por outorga (administração indireta), seja por meio 
dos delegatários (concessionários, permissionários ou autorizatários). 
 
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Cuidado, pois, o prof. Carvalho Filho entende que a 
execução será direta quando prestado pelas pessoas políticas 
(administração direita) e será indireta quando prestados por terceiros 
distintos do Estado, ou seja, tanto pelas entidades administrativas 
(delegação legal) quanto por particulares (delegação negocial). 
 
Assim, vamos às alternativas: 
 
A alternativa “a” é errada, primeiro porque não há 
sentido unívoco (ou seja, um só sentido). Ademais, a Constituição não 
contém rol de atividades que enumere como serviços públicos. 
 
A alternativa “c” é errada, pois não se insere na 
concepção ampla, muito embora possam os serviços públicos serem 
delegados. 
 
As alternativas “d” e “e” estão erradas, pois os serviços 
públicos podem ser prestados diretamente ou indiretamente pelo 
Estado. 
 
Assim, a alternativa “b” é a correta, ou seja, o conceito 
de serviço público é mais restrito do que certas formulações 
doutrinárias, face à dicotomia constitucional estabelecida entre 
serviços públicos e atividades econômicas exploradas pelo 
Estado. 
 
Gabarito: “B”. 
 
 
4. (FCC/2013 - MPE-AM - AGENTE DE APOIO - 
ADMINISTRATIVO) De acordo com o ordenamento jurídico 
brasileiro, a prestação de serviço público por entidade privada 
a) é vedada, salvo na hipótese de comprovada impossibilidade de 
prestação direta pelo poder público. 
b) é permitida, mediante prévia licitação, vedada a transferência, pelo 
poder público, da titularidade do serviço. 
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c) é vedada, salvo se transferida, por lei específica, a titularidade do 
serviço. 
d) somente é permitida quando se trata de serviço público não-
exclusivo. 
e) é permitida, desde que a entidade privada possa ser integralmente 
remunerada pela tarifa cobrada do usuário, assumindo a titularidade 
do serviço. 
 
Comentário: 
 
Os serviços públicos são da titularidade do Estado e, por 
isso, não pode transferir sua titularidade. Contudo, a prestação pode 
ser feita diretamente pelo Estado ou por particular, mediante 
concessão ou permissão, sempre precedida de licitação, conforme 
dispõe o art. 175, CF/88, assim expresso: 
 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, 
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, 
sempre através de licitação, a prestação de serviços 
públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos, o caráter especial 
de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as 
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da 
concessão ou permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
 
Gabarito: “B”. 
 
 
5. (FCC/2014 - TRT - 13ª REGIÃO (PB) - TÉCNICO JUDICIÁRIO) 
O conceito de serviço público sofreu evolução desde a sua 
concepção original, comportando, para sua definição, elemento 
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subjetivo, objetivo e formal. O conceito atualmente vigente, 
consagrado pela Constituição Federal e legislação pátria, 
permite afirmar que 
a) a prestação de serviços públicos por particulares é vedada quando 
se trata de serviço de titularidade do Estado. 
b) serviços públicos próprios ou exclusivos pressupõem a titularidade 
do Estado, admitindo, contudo, a prestação por particulares mediante 
concessão ou permissão.

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