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Teoria do Direito Civil I - Mariarosa Costa Gonçalves - Sintese das aulas - LINDB - RESPONSABILIDADE CIVIL, CAPACIDADE CIVIL, MORTES

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Material de apoio
DIREITO CIVIL
LEI DE INTRODUÇAO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
CONTEÚDO DA LICC: a LINDB trata dos seguintes assuntos:
a) vigência e eficácia as normas jurídicas
b) conflitos da lei no tempo e no espaço
c) critérios de hermenêutica (ciência que trata da interpretação das leis)
d) mecanismos de integração do ordenamento jurídico (analogia, costumes, princípios gerais do direito e equidade).
e) cuida das normas de direito internacional privado
VIGÊNCIA DAS NORMAS:
3.1. SISTEMAS DE VIGENCIA:
1 sistema do prazo de vigência única, ou sincrônica, ou simultânea: significa que a lei entra em vigor em todo o país a um só tempo. Lindb adotou este. 
3.2. VACATIO LEGIS: é o período que medeia entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor. Tem por finalidade fazer com que os destinatários da lei a conheçam e possam cumpri-la.
	A CF assim como a LINDB e o CC não exigem que todas as leis obrigatoriamente tenham período de vacatio, ate porque na grande maioria das vezes, a lei entra em vigor na data da sua publicação. Em duas hipóteses no entanto a CF exige período de vacatio (90 dias):
@@@
a) lei que cria ou aumenta contribuição social para a seguridade social, art 195 p6 da CF.
b) lei que cria ou aumenta tributo, art 150, III, c da CF, redação dada pela EC 42.
3.3. CLÁUSULA DE VIGÊNCIA: é aquela que indica a data a partir da qual a lei entra em vigor. Na ausência dessa cláusula, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada, art 1, caput da LINDB.
Compatibilizando-se os dispositivos da seguinte forma: em havendo período de vacância, a lei deverá mencionar o número de dias, se não o fizer aplica-se a regra geral dos 45 dias.
3.4. FORMA DE CONTAGEM DO PRAZO DA VACATIO LEGIS: de acordo com a LC 95/98 alterada pela LC 107/01, em seu art 8, p1, deve-se incluir o dia da publicação e o último dia do prazo, devendo a lei entrar em vigor no dia imediatamente subsequente, ainda que seja sábado, domingo ou feriado.
3.5. LOCAL DE PUBLICAÇAO DAS LEIS: o termo inicial e contagem da vacatio legis é o da publicação da lei no diário oficial do executivo, respeitadas as esferas de governo.
3.6. LEI CORRETIVA: pode ocorrer da lei ser publicada contendo incorreções ou erros materiais, neste caso, duas hipóteses devem ser analisadas:
a) a lei foi publicada com incorreção, mas não entrou em vigor: para corrigi-la basta a repetição da publicação, sanando-se os erros. No que tange ao período de vacatio duas são as posições:
a1) deve-se reabrir novo prazo para todo o texto
a2) deve-se reabrir novo prazo apenas para os dispositivos que foram corrigidos.
b) a lei foi publicada com incorreção e já entrou em vigor: neste caso será necessária a edição de uma nova lei, denominada corretiva. Quanto ao prazo da vacatio, se houver, no silencio, será de 45 dias. 
3.7. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS: art 3 da LINDB, segundo este princípio, ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece.
a) teoria a presunção legal: segundo a qual a lei presume que todos conhecemos todos os textos legais. Essa presunção é absoluta e visa evitar o caos geral.
3.8. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA LEI, art 2 da LINDB: segundo o qual a lei terá vigor ate que outra a modifique ou revogue, ou seja, só lei revoga lei.
3.9. REPRISTINAÇÃO: é a restauração de uma lei anteriormente revogada em virtude da revogação da lei revogadora. Art 2, p3 da LINDB. O fenômeno repristinatório existe no direito brasileiro, porém não de forma automática, devendo vir expresso no texto da lei.
3.10. PRINCÍPIO DO IURA NOVIT CURIA: significa que o juiz conhece a lei, sendo desnecessário portanto provar em juízo a existência da lei. Esse princípio sofre quatro exceções:
a) direito estrangeiro
b) direito municipal
c) direito estadual
d) direito consuetudinário
31/08/16. 1 semestre
4. EFICÁCIA DAS NORMAS: a norma perde a sua validade em duas hipóteses, ou seja, nos casos de revogação e de ineficácia.
4.1. REVOGAÇÃO é a cessação definitiva da vigência de uma lei em razão da edição de uma nova lei. A revogação pode ser, total (ab-rogação) ou parcial (derrogação).
	 A revogação também pode ser:
a) expressa ou direta: art 9 da LC 95/98 alterada pela LC 107/01. Ocorre quando a lei textualmente indica os dispositivos ou a lei que ela está revogando.
b) tácita ou indireta: ocorre quando a nova lei é incompatível com a anterior, contrariando-a de forma absoluta.
c) global: ocorre quando a lei revogadora disciplina inteiramente a matéria que era tratada pela lei antiga, sendo certo que as disposições desta não repetidas por aquela, é sinal de que foram revogadas.
4.2. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA E DA ESTABILIDADE SOCIAL: previsto no art 5, XXXVI da CF e segundo o qual as relações jurídicas constituídas sob a égide da lei revogada devem ser respeitadas. 
	A retroatividade de uma lei será possível, desde que presentes dois requisitos:
a) cláusula expressa de retroatividade, portanto, a retroatividade não se presume e tampouco é automática.
	Exceção: lei penal benéfica, cuja retroação é automática e atinge, inclusive, a coisa julgada.
b) respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e a coisa julgada, três, portanto são as situações de retroatividade:
b1) lei penal benéfica
23/03/2015 segunda-feira 
b2) lei com clausula expressa de retroatividade, desde que não haja ofensa ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
b3) lei interpretativa: é aquela que tem por finalidade única esclarecer o conteúdo de outra lei, tornando obrigatória uma interpretação que já era possível antes mesmo da sua edição. 
	Ela não cria situação nova e trata-se de interpretação autentica ou legislativa. Ela retroage ate a data da entrada em vigor da lei interpretada e aplica-se aos casos pendentes de julgamento, porem respeita a coisa julgada.
4.3. INEFICÁCIA: ocorre quando a lei perde a sua validade deixando de ser aplicada ao caso concreto, embora ainda conserve a sua vigência, em razão de inexistir lei superveniente revogadora.
	Três são situações de ineficácia:
a) caducidade: ocorre pela superveniência de uma situação cronológica ou factual que torna a norma inválida, sem que ela tenha sido revogada. Ex: leis temporárias.
Obs.: alguns autores denominam as leis temporárias de auto-revogáveis; alguns autores trazem a expressão caducidade como expressão sinônima de desuso = para alguns ela poderá ser novamente utilizada se nova situação ocorrer, para outros, havendo nova situação, é necessária a edição de nova lei.
b) desuso: é a cessação do pressuposto de aplicação da norma. 
	Ex: tartarugas marinhas. Imagine que a costa era povoada por tartarugas que foram extintas. Tartarugas migram e a costa é repovoada; para protegê-la é possível que a lei em desuso volte a ser utilizada.
c) costume'contra legem': é aquele contrario a lei, o costume não revoga a lei, mas pode gerar a sua ineficácia, desde que não se trate de lei de ordem pública. Ex: cheque pré-datado. Desuetudo
	
5. MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO: em decorrência do principio da indeclinabilidade da jurisdição, o juiz é obrigado a decidir, ainda que não haja lei disciplinando aquele caso concreto, conforme o art 4 da LINDB, nesta hipótese ele deverá fazer uso da analogia, dos costumes, dos princípios gerais de direito e da equidade, nesta ordem.
	A equidade está prevista na LINDB de forma implícita, pois ela decorre do principio acima mencionado, previsto no art 4.
5.1. ANALOGIA: é a aplicação, ao caso não previsto em lei, de lei reguladora de caso semelhante. Tem por fundamento o argumento 'pari ratione' ou seja, da lógica dedutiva, segundo o qual para a solução do caso omisso, aplica-se o mesmo raciocínio do caso semelhante.
	Duas são as espécies de analogia:
a) analogia legal: é aquela que aplica ao caso omisso lei que regula caso semelhante.b) analogia jurídica: é aquela que aplica ao caso omisso um principio geral do direito.
	Há normas que não admitem o uso da analogia: 
a) leis restritivas de direito, que são aquelas que proíbem determinadas condutas.
b) as normas excepcionais, que são aquelas que regulam de modo contrario a regra geral.
	Ex: arts 3 e 4 do CC: se a lei não cita expressamente, não posso criar nova espécie de incapacidade absoluta.
c) leis administrativas, que são aquelas que regulam a atividade adm do Estado.
5.2. COSTUME: é a repetição da conduta de maneira uniforme e constante (requisito objetivo), com a convicção da sua obrigatoriedade (requisito subjetivo). Ex: filas em geral, bancos, 'check in'... 
	De acordo com o prof. Limongi França, são os costumes que vão nos auxiliar na análise do denominado 'standard jurídico' que, segundo ele, é o critério básico de avaliação de certo preceitos jurídicos indefinidos, variáveis no tempo e no espaço. Ex: mulher honesta, castigar imoderadamente o filho...
5.3. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO: são as premissas éticas que inspiram a elaboração das normas jurídicas, por ex: ninguém pode ser julgado sem ser ouvido.
5.3.1. equidade: de acordo com o prof. Miguel Reale, equidade é a justiça prudentemente aplicada ao caso concreto. Para a melhor compreensão do acima dito, no mundo jurídico, a equidade deve ser analisada sob três funções:
5.3.1.1. equidade na elaboração das leis, nesta função ela é dirigida ao legislador que ao legislar deve inspirar-se no senso de justiça, sempre atento as necessidades sociais e ao equilíbrio dos interesses.
5.3.1.2. equidade na aplicação do direito: nessa função a equidade é dirigida ao juiz e significa a norma por ele (juiz) criada, como se legislador fosse, visando a solução de um dado caso concreto.
	Ao criar a norma por equidade o juiz faz uso de um raciocínio jurídico universal, sendo, portanto fruto de um trabalho cientifico dele (juiz).
5.3.1.3. equidade na interpretação das leis: é a; possibilidade que se da ao juiz de amenizar, 'dulcificar' (= tornar mais doce) o vigor excessivo da lei, visando adaptá-la ao caso concreto, atendendo dessa forma o disposto no art 5 da LINDB.
	6. DAS ANTINOMIAS OU LACUNAS DE CONFLITO DAS NORMAS JURÍDICAS: antinomia é a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas da autoridade competente, sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação num dado caso concreto.
	Para a analise das antinomias, três meta critérios devem ser considerados:
1. meta critério cronológico: segundo este critério, norma posterior prevalece sobre a anterior. É o mais fraco dos três.
2. meta critério a especialidade: segundo este, norma especial prevalece sobre norma geral. Trata-se de um meta critério intermediário, mas que possui base constitucional, conforme o art 5 da CF que prevê o principio da isonomia ou igualdade 'lato senso'.
3. meta critério hierárquico: segundo este, norma superior prevalece sobre a inferior. É o mais forte deles em razão inclusive da importância do texto constitucional.
Havendo antinomia de segundo grau a profª Maria Helena Diniz, estabelece que:
a) O critério hierárquico prevalecerá sobre o critério cronológico, em qualquer circunstância;
b) O critério hierárquico prevalecerá sobre o critério da especialidade, 
a menos que não suceda uma antinomia real e completa; e
c) o critério da especialidade prevalecerá saobre o critério cronológico.
Enquanto o critério hierárquico é mais consistente que os demais por força da configuração própria a cada ordenamento jurídico, o critério cronológico é o que não prevalece em face da hierarquia e da especialidade.
	Para a solução de conflito, dois são os caminhos:
1. pela via do legislativo, a quem cabe a edição de uma terceira lei que diga qual delas devera ser aplicada.
2. pela via do judiciário, que nada mais é do que a adoção do principio máximo de justiça, segundo o qual o juiz, de acordo com a sua convicção, aplica a norma que melhor solucione aquele caso concreto.
	
	7. DOS PRINCÍPIOS QUE NORTEARAM A ELABORAÇÃO DO NOVO CÓDIGO CIVIL:
7.1. principio da socialidade: de acordo com esse principio, abandonou-se o individualismo exacerbado que havia no CC 1916, prevalecendo agora os valores coletivos sobre os individuais, sem que houvesse perda porem dos valores fundamentais da pessoa humana. 
	É em decorrência desse principio que os 5 principais personagens do direito privado (o testador, o proprietário, o pai de família, o contratante e o empresário) tiveram uma revisão dos seus direitos e das suas obrigações; ex: hoje, não temos mais pátrio poder, mas sim poder familiar, ou seja pai e mãe (não mas só o pai) com direitos e obrigações sobre a família.
7.2. principio da eticidade (arts 113, 167 p2 e 422 do Código Civil): de acordo com este principio, confere-se ao juiz poder não apenas para suprir lacunas, mas também para resolver, onde e quando previsto, de conformidade com valores éticos e ainda fazer uso desses valores quando a norma jurídica for deficiente ou não se ajustar as especificidades do caso concreto.
	É em decorrência desse principio que o principio do equilíbrio econômico dos contratos foi posto como sendo a base ética de todo o direito obrigacional.
7.3. principio da operabilidade: significa que o direito foi feito para ser operado, ou seja realizado, sendo indispensável que a norma tenha operabilidade afim de que sejam evitados os equívocos e as dificuldades que entravavam a vida do CC 1916, principalmente no que tange a prescrição e a decadência.
	Com relação a estes institutos, o atual código adotou um critério objetivo pois nos casos de decadência a regra vem acoplada ao próprio dispositivo, e fora daí as situações são de prescrição.
Obs: doutrina e jurisprudência ainda não acordaram sobre os conceitos de prescrição e decadência, mas a adoção do critério objetivo operabiliza o direito.
	Como desmembramento do principio da operabilidade temos o principio da concretitude (ou concretude): significa que o legislador, ao legislar, deve atender a uma certa concreção, não pode a norma ser totalmente abstrata, pois isso implicaria na não aplicabilidade da mesma (norma).
	Significa que o legislador não deve legislar de forma tão abstrata, a norma portanto, deve ser abstrata, porem dentro de uma certa concreção.
	Em resumo a estes dois princípios, importa anotar que a norma deve ter simplicidade para ter efetividade.
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Material de Apoio
CÓDIGO CIVIL 2002 – PARTE GERAL
1 DOS SUJEITOS DE DIREITO: sujeito de direito é o titular de direitos e obrigações na esfera civil. Modernamente, sujeito de direito é gênero sendo a pessoa uma de suas espécies, portanto são sujeitos de direito:
1.1. entes personalizados: únicos dotados de personalidade jurídica, são as pessoas físicas e as pessoas jurídicas.
1.2. entes despersonalizados: embora destituídos de personalidade jurídica, podem ser titulares de algumas relações jurídicas, podendo ainda praticar alguns atos, isto é, aqueles atos que digam respeito a suas finalidades, quando tiverem só uma, ou então aqueles atos para os quais estejam expressamente autorizados pela lei.
Referidos entes são:
1.2.1. órgãos públicos
1.2.2. patrimônios especiais, que compreendem:
1.2.2.1. massa falida
1.2.2.2. espólio
1.2.2.3. herança jacente
1.2.2.4. pessoa jurídica sem registro
1.3. da personalidade jurídica (aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações): no que tange as pessoas físicas o registro de nascimento no cartório competente tem natureza meramente declaratória pois adquire-se personalidade jurídica a partir do nascimento com vida.	Comment by iPad: 
	Quanto às pessoas jurídicas de direito privado, o registro no órgão competente tem natureza constitutiva pois elas são consideradas pessoas a partir do registro.	Comment by iPad: 
1.1. DOS ENTES PERSONALIZADOS:Em razão do art 1 do CC inexiste no Brasil ser humano destituído de personalidade jurídica, o que já ocorreu quando do período da escravidão.
	Três teorias procuram justificar quando se inicia a personalidade jurídica da pessoa física:
1. teoria natalista ou natalidade: adquire-se personalidade jurídica com o nascimento com vida.	Comment by iPad: 
2. teoria a concepção: o inicio da personalidade jurídica vem desde a concepção.	Comment by iPad: 
3. teoria da viabilidade: condiciona o inicio da personalidade a existência fisiológica da vida, sendo necessário que a vida do recém nascido seja viável, isto é, apto para a vida e retroage a concepção.
Obs: de acordo com o art 7 da LICC a personalidade é regida pelo domicilio da pessoa.
	De acordo com o art 2 do CC nos adotamos a teoria da natalidade (ou natalista) que traz as seguintes características:
1. para adquirir-se personalidade jurídica basta o nascimento com vida, pouco importando o tempo de vida e que o recém nascido seja viável.
2. não é necessário que o recém nascido tenha forma humana, basta que tenha nascido de mulher.
3. para adquirir-se personalidade jurídica basta que a criança respire “o ar atmosférico” sendo dispensável a sua separação completa do ventre materno.
4. a prova do nascimento com vida é feita por meio de pericia, que antigamente era a docimasia hidrostática de Galeno. Hoje no entanto existem pericias muito mais modernas.
	A prova pericial no entanto em situações excepcionalíssimas pode ser suprida por prova testemunhal, isto é, pessoas que presenciaram movimentos do recém nascido.
1.4. conteúdo: quanto às pessoas físicas e pessoas jurídicas de direito privado ele é bastante amplo em razão do art 5, II da CF. Com relação às pessoas jurídicas de direito público ele é mais restrito em razão do princípio da legalidade estrita, isto é, referidas pessoas somente podem praticar as condutas permitidas pela lei.
1.5. fim da personalidade jurídica da pessoa física: de acordo com a 1ª parte do art 6 do CC,a existência da pessoa natural termina com a morte que pode ser:
1. morte real: é a que pressupõe a existência de cadáver.	Comment by iPad: 
	Ela é constatada pelo medico e na sua falta por 2 pessoas qualificadas que tenham presenciado ou verificado o fato, art 77 da LRP.
	Com base nesse atestado lavra-se o óbito no cartório competente, no livro próprio, e posteriormente retira-se a certidão de óbito.
	Modernamente tem-se que a verdadeira morte é a cerebral do tipo encefálica, o que se caracteriza pela ausência de impulsos cerebrais, já que a morte clínica que se caracteriza pela cessação das funções respiratória e circulatória é tida como insuficiente.	Comment by iPad: 
2. morte presumida: ocorre quando, embora o cadáver não tenha sido encontrado, há um juízo de probabilidade muito forte acerca da ocorrência da morte, juízo esse apurado por meio de silogismo lógico.	Comment by iPad: 
	As hipóteses dessa morte são:
2.1. se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida, art 7, I do CC. Apenas 2 requisitos são exigidos:
o perigo de vida 
probabilidade da morte
	Comment by iPad: 
Obs: o art 88 da LRP contem regra semelhante, porem exige que o desaparecimento da pessoa tenha se dado em situação de catástrofe.
2.2. se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro não for encontrado ate 2 anos após o término da guerra, art 7, II do CC.
	Antes desse prazo a morte não pode ser declarada.
	Nestes casos de morte presumida a medida cabível é a ação de justificação de óbito que tramita na vara de registros públicos, onde houver. Nesta ação o juiz prolata uma sentença declarando o sujeito morto, fixando inclusive a data da morte, e com base nesta sentença, lavra-se o óbito no cartório competente, no livro próprio e posteriormente retira-se a certidão de óbito.	Comment by iPad: 
	Comment by iPad: 
Obs: outro caso de morte presumida é a prevista na lei 9.140/1995 que se refere às pessoas desaparecidas no período de 02/09/1961 a 05/10/1988 em razão da participação em atividades políticas – ação de morte presumida.
	As pessoas cujos nomes contam do rol dessa lei são por ela consideradas mortas, independentemente de sentença. Já aqueles cujos nomes não constam do rol da lei, devem os interessados propor ação declaratória de morte presumida, com base na lei 6.683/1979, que adota o rito sumario.
2.3. morte ficta: se da com a sentença definitiva de ausência prolatada numa ação declaratória de ausência.	Comment by iPad: 
	Diferentemente da morte presumida há apenas uma suspeita vaga, isto é, mera suspeita da morte.
	Importa anotar que a morte civil que consiste na perda da personalidade jurídica ainda durante a vida não encontra guarida no nosso ordenamento, art 11 do CC.
	São resquícios dela, no entanto a exclusão do herdeiro por indignidade e o caso do militar declarado indigno do oficialato.	Comment by iPad: 
2.4. Comoriência: é a presunção legal de morte simultânea, de duas ou mais pessoas, ligadas pelo vinculo sucessório, isto é, elas são herdeiras entre si. Tem como principal efeito o fato dos comorientes não herdarem entre si, ou seja, não há transmissão de bens entre comorientes. Na mesma OCASIÃO 
comoriencia: é a presunção legal de morte simultânea, de duas ou mais pessoas, ligadas pelo vinculo sucessório, isto é, elas são herdeiras entre si. Tem como principal efeito o fato dos comorientes não herdarem entre si, ou seja, não há transmissão de bens entre comorientes. Na mesma OCASIÃO 
11 Dos entes despersonalizados: 
1.1.1. das denominadas quase pessoas jurídicas: embora destituídas de personalidade jurídica, elas podem ser titulares de algumas relações jurídicas:
1.1.1.1. dos patrimônios especiais: eles se assemelham as pessoas jurídicas de direto privado, porem não se revestem dessa natureza jurídica porque não constam do rol do art 44 do CC.
	1.1.1.2. órgãos públicos: são os componentes de uma pessoa política (União, estados,municípios e DF); exemplos: câmara dos deputados, dos vereadores, tribunais de justiça, ministério público, senado...
	
1.1.1.3. do nascituro: de acordo com a doutrina mais tradicional, o nascituro é uma 'pessoa condicional', pois está sujeito a uma condição suspensiva, qual seja, o nascer com vida.
	De acordo com esse posicionamento mais tradicional, o nascituro, a exceção do direito de nascer, não tem direito adquirido; apenas expectativas de direito.
	Já a doutrina mais moderna, sustenta que o nascituro possui personalidade jurídica formal, que é aquela atinente aos direitos da personalidade.
	Esse posicionamento se fortificou inclusive em razão da lei que trata dos alimentos gravídicos. 
	O nascituro pode figurar em algumas relações jurídicas a saber:	Comment by iPad: 
a) doação, art 542 do CC.	Comment by iPad: 
 
b) testamento, art 1798 do CC.	Comment by iPad: 
 
c) pode ser reconhecido pelos pais, parágrafo único do art 1609.	Comment by iPad: 	Comment by iPad: 
	Referidos atos somente produzirão efeitos se houver o nascimento com vida, do contrario, tais atos caducarão.
	Comment by iPad: 
	O nascituro é representado pelos pais. Na hipótese prevista no art 1779 do CC, será possível a nomeação de curador ao nascituro. No entanto, se a mãe já estiver interditada, o curador dela (mãe) será o curador do nascituro, é o que se denomina curatela prorrogada (art 1779, parágrafo único do CC).
Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando grávida a mulher, e não tendo o poder familiar.
Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro.
	É certo no entanto, que somente haverá necessidade de nomear-se curador ao nascituro se houver expectativa de recebimento de alguma herança, legado ou doação.
1.1.1.4. do embrião 'in vitro': quanto ao embrião 'in vitro' a questão é polemica, havendo entendimentos no sentido de que ele (embrião) não é sujeito de direito, mas sim, objeto de direito.
	Importaanotar que a expressão concepção prevista na segunda parte do artigo 2 do CC, deve ser entendida como sendo a fecundação 'in natura' e também como sendo a implantação do embrião 'in vitro' no útero.
	Três são os entendimentos sobre a matéria:
1. com a implantação do embrião 'in vitro' no útero, ele ganha o status de nascituro, tendo personalidade jurídica formal e seus direitos assegurados.
2. de acordo com alguns autores, após a implantação do embrião no útero, a sua personalidade jurídica deve retroagir para o momento da manipulação laboratorial.
3. há ainda entendimentos no sentido de que, ainda estando congelados, esses embriões já possuem personalidade jurídica formal.
	Essas duas ultimas posições são criticadas em razão da insegurança jurídica que trazem e também pelo fato de atribuírem efeitos jurídicos a condição puramente potestativa (pois ficaria ao arbítrio apenas da mãe, quando ela resolvesse implantar os embriões), vedada pelo art 122, última parte o CC: São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
1.2. DA CAPACIDADE: duas são as espécies de capacidade:
1.2.1. capacidade de direito ou de gozo: é a aptidão para ser titular de direitos e deveres na ordem civil.	Comment by iPad: 
	Esta capacidade se confunde com a própria personalidade e, portanto inexiste incapacidade civil de direito.
1.2.2. capacidade de exercício ou de fato: que é a aptidão para exercer por si os atos da vida civil.
	Referida capacidade é presumida, ou seja, não precisa ser demonstrada. 
	Importa anotar que a incapacidade de fato não restringe a personalidade pois o incapaz pode praticar os atos da vida civil, desde que representado ou assistido pelo seu representante legal.
	As pessoas absolutamente incapazes, não podem praticar pessoalmente os atos da vida civil, sob pena de nulidade absoluta.
	Elas (absolutamente incapazes) devem ser representadas pelo representante legal, que é quem pratica o ato (não é o incapaz) e neste caso, em havendo necessidade de outorgar-se procuração a terceiro (diferente do representante), devera ser feita (a procuração) por meio de instrumento particular, uma vez que é outorgada por quem tem poderes para tanto que é o representante.	Comment by iPad: 
	Já em se tratando de pessoa relativamente incapaz, ela pode praticar pessoalmente os atos da vida civil, desde que assistida pelo seu representante legal. Sem a assistência, o ato é apenas anulável.	Comment by iPad: 
	Quanto à procuração, ela deve ser por instrumento público, pois outorgada pelo assistido (relativamente incapaz), esse entendimento (de que deve a procuração ser outorgada por instrumento público) no entanto, foi mitigado pela jurisprudência que aceita, em se tratando de procuração 'ad juditia' que seja por instrumento particular. Porem se 'ad negotia' deverá ser por instrumento púbico.
	
Em se tratando ainda de pessoa relativamente incapaz, ou seja, a partir dos 16 anos, eles já podem praticar os seguintes atos sem assistência:
a) fazer testamento
 
b) aceitar mandato
 
c) votar 
 
d) casar. A lei aqui não exige assistência, mas sim autorização.
	
----------X----------
.	Rol dos absolutamente incapazes: é rol taxativo e, portanto não admite o uso da analogia, pois trata-se de norma excepcional. São eles, segundo o art 3 do CC:Revogado	Comment by iPad: 
I - menores de 16 anos: são os menores impúberes, segundo a lei eles não tem desenvolvimento intelectual e social para a pratica dos atos da vida civil.	Comment by iPad: 
	Enfermidade mental é uma doença mental que acomete pessoa sã, retirando dela o discernimento para a pratica dos atos da vida civil, normalmente é transitória, por exemplo, uma depressão profunda.
	Já a deficiência mental é uma alteração na capacidade psíquica da pessoa e que acaba por comprometer o seu quociente de inteligência. Normalmente é permanente, e ainda congênita, porem nada impede que atinja a pessoa de forma abrupta, como por exemplo, num caso de um traumatismo craniano.
	Os enfermos mentais somente podem ser interditados como sendo absolutamente incapazes quando não tiverem o discernimento necessário para os atos da vida civil.
	Se eles tiverem discernimento, porem este discernimento for reduzido, eles são tidos pela lei como plenamente capazes.
	Já os deficientes mentais podem ser interditados como sendo absoluta ou relativamente incapazes, dependendo do seu discernimento estar suprimido ou apenas reduzido.
III – aqui, por exemplo, a pessoa está em coma. 
	O art 1767, II do CC só permite a interdição de pessoa que por causa duradoura não possa exprimir a sua vontade. Se a causa for transitória, apesar da incapacidade absoluta, a interdição não é possível em razão da vedação legal. 	Comment by iPad: 
	No entanto, em havendo necessidade da pratica de algum ato urgente, é possível ao juiz dar-lhe curador com base no art 1780, que trata da curatela especial.
	Quanto ao surdo mudo, é necessário que se analise o caso concreto, com base na pericia, que dirá se ele é absoluta ou relativamente incapaz, ou então se ele é plenamente capaz.
	Rol dos relativamente incapazes: esse rol é também taxativo, e, portanto não admite o uso da analogia, pois trata-se de norma excepcional. São eles, segundo o art 4 do CC:
I – os maiores de 16 e menores de 18 anos: são os menores púberes.
	No dia do aniversário de 16 anos, a pessoa já é considerada relativamente capaz, em razão de interpretação sistemática com o art 180 do CC: O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
II – ébrio habitual, viciados em tóxicos e deficientes mentais (todos) com discernimento reduzido.
	Ébrio habitual é o alcoólatra e, para que a interdição seja possível, dois requisitos são necessários:
1. ebriez habitual, ou seja, praticamente diária.
2. perturbação do discernimento.
	Já com relação aos viciados em tóxicos, a lei não exige habitualidade e, portanto, o consumo da droga pode ser intervalado. 
	Para que a sua interdição seja possível (do viciado) dois requisitos são necessários:
1. o vício, ou seja, o uso reiterado de substancia entorpecente que causa dependência física ou psíquica.
2. perturbação do discernimento.
	Os ébrios habituais e os viciados em tóxicos, como visto, são considerados pelo CC 2002 como sendo relativamente incapazes.	Comment by iPad: 
	Legislação especial, no entanto, os qualifica como absoluta ou relativamente incapazes, dependendo do grau de intoxicação e da gravidade do estado mental (decreto 24.559/1934 e lei 891/1938).
	Em razão disso há entendimentos no sentido de que essas pessoas, pelo novo código, não podem ser consideradas absolutamente incapazes, sendo necessário para tanto fazer-se uso da legislação extravagante mencionada.
	No entanto, o entendimento que tem prevalecido, é de que referidas pessoas (ébrios e viciados) podem sim ter tidas como absolutamente incapazes, com base no art 3, III do CC, sem que e faça uso da legislação especial acima mencionada, em torno da qual (legislação especial) existem duvidas sobre a atual vigência. 
III – excepcionais sem desenvolvimento mental completo.
IV – os pródigos: prodigo é o individuo que dilapida o seu patrimônio de forma imoderada e habitual, colocando em risco o seu próprio sustento e o de sua família. Para que a interdição seja possível, dois requisitos são necessários:
1. os gastos habituais excessivos.
2. risco ao próprio sustento e ao de sua família.
	Quanto ao viciado em jogo, é necessário pericia para te-lo, ou não, como prodigo, sem se esquecer, no entanto, que a principal característica do prodigo é a generosidade.
	A interdiçãodo prodigo restringe-se aos atos de caráter patrimonial, portanto ele pode se casar sem a assistência do curador, porem, quanto à escolha do regime, o tema é polemico e três são as posições:	Comment by iPad: 
1. se o regime for o da comunhão parcial, não é necessária a assistência do curador.
2. referida assistência não é necessária, qualquer que seja o regime e bens.
3. não importa o regime, pois a assistência do curador sempre será necessária (preocupação com o patrimônio do cônjuge).
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Art 4, parágrafo único: a capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
	O atual código usa a expressão correta, ou seja, índios e não silvícolas, que é o habitante da selva.
	A capacidade do índio vem regulada na lei 6.001/1973 (estatuto do índio).
	Ao índio integrado a civilização serão aplicadas as mesmas regras que atingem os não índios. Para saber se ha integração a civilização, ou não, é necessário pericia antropológica.	Comment by iPad: 
	Quanto à incapacidade do índio não integrado a civilização, ela é especial, ou seja, 'sui generis', pois ela os aproxima (os índios) dos relativamente incapazes, na medida em que os atos por eles praticados devem ter a assistência da FUNAI. 
	Porém, referida incapacidade também os aproxima (os índios) das pessoas absolutamente incapazes, na medida em que os atos por eles (índios) praticados sem a assistência da FUNAI são nulos, desde que haja prejuízo ao índio.
	A lei de registros públicos (6.015/1973) dispensa o índio não integrado à civilização do registro de nascimento no cartório civil competente. Essa legislação (LRP) no entanto, não se adéqua a atual realidade do índio, que necessita de cuidados médicos e assistenciais e, para tanto, precisa de documentos.
	Formas de aquisição da capacidade plena, são 4:
1. maioridade civil,
2. levantamento da interdição,
3. integração do índio,
4. emancipação.
	1. maioridade civil: hoje é alcançada aos 18 anos completos, quando a pessoa fica então habilitada para a pratica dos atos da vida civil.
	Importa anotar, no entanto, que maioridade civil não se confunde com capacidade civil. 
	
	Comment by iPad: 
	Assim, uma menina com 15 anos, casada com autorização judicial, por causa de gravidez, é plenamente capaz, pois com o casamento emancipou-se, porem ela continua menor. 
	Embora emancipada, não pode ter, por ex, carteira de motorista, pois para isso a lei exige maioridade civil.
	2. levantamento da interdição: é o cancelamento dos efeitos da sentença de interdição em razão da cessação da causa que a determinou.
	Referido pedido (levantamento da interdição) pode ser formulado pelo próprio interditado e será apensado aos autos da interdição (ver art 1186 e parágrafos do CPC).
	3. integração do indígena (emancipação do índio): três são as formas de emancipação do índio:
3.1. art 9 da lei 6.001/1973, cujo pedido é formulado pelo próprio índio, e dirigido a um juiz federal, com a assistência da FUNAI, que no entanto deve preencher os seguintes requisitos cumulativos:
a) idade mínima de 21 anos,
b) conhecimento da língua portuguesa, 
c) habilitação para o exercício de atividade útil na comunidade nacional, não basta que tenha um emprego. 
 
d) razoável conhecimento dos usos e costumes da comunhão nacional.
3.2. art 10 do estatuto do índio (6.001/1973) : é o reconhecimento pela própria FUNAI da plena integração, que devera no entanto ser homologada judicialmente. 
3.3. art 11 do estatuto do índio: ocorre por meio de decreto do Presidente da Republica de emancipação coletiva, após requerimento da maioria dos membros da comunidade indígena e do reconhecimento pela FUNAI da plena integração a civilização.
	Nos dois casos acima (arts 10 e 11) também é necessário o preenchimento dos requisitos do art 9.
	4. emancipação, art 5, parágrafo único: é o instituto jurídico que atribui capacidade plena aos menores de 18 anos.
	É portanto, a antecipação da capacidade civil. 
	Características da emancipação, são 3:	Comment by iPad: 
a) irrevogabilidade, pois, se validamente concedida, não pode ser revogada nem pelos pais, nem pelo menor.	Comment by iPad: 
	No entanto, ela (emancipação) pode ser anulada quando decorrente de erro, dolo ou coação.
 
b) perpetuidade: pois a emancipação é definitiva. 	Comment by iPad: 
 
c) a emancipação é pura e simples pois não admite termo ou condição.	Comment by iPad: 
	A emancipação sempre deve visar o interesse do menor.
4.1. formas de emancipação:
4.1.1. voluntária: é aquela concedida pelos pais, em conjunto, mediante escritura pública que deve ser inscrita no cartório de registro civil competente, e independe de homologação judicial.	Comment by iPad: 	Comment by iPad: 
	O menor deve ter 16 anos completos.
	Nada impede, no entanto, a concessão de emancipação voluntaria por apenas um dos pais, na hipótese do outro (pai) ter falecido, estar interditado ou então se decaiu do poder familiar.
	No entanto, se um dos pais estiver em local incerto e não sabido, o outro para emancipar voluntariamente o filho, deve requerer uma autorização judicial (neste caso, o juiz concede a mãe uma autorização para que ela sozinha emancipe o filho, ou seja, não é o juiz que emancipa, mas sim a mãe, no exemplo dado).
Obs: no estado de SP, em razão da apelação cível 96.914-9 do Conselho Superior da Magistratura, tem se entendido, por ex, que a mãe pode ir ate o cartório e relatar o desaparecimento do marido ao tabelião, que reduzira a termo as declarações da mãe, e em seguida emancipa o filho (o tabelião).
4.1.2. emancipação judicial: é aquela concedida por sentença, após oitiva do MP, devendo ser inscrita no registro civil competente, e ainda exige que o menor tenha 16 anos completos.
	Essa espécie de emancipação (judicial) é possível em duas hipóteses:
a) em caso de menor sob tutela (o tutor não pode emancipar) aqui, o procedimento é de jurisdição voluntaria.
 
b) divergência entre os pais. Aqui o procedimento é de jurisdição contenciosa.
 
4.1.3. emancipação legal: é aquela que se opera automaticamente, independentemente de ato dos pais ou de sentença judicial.
	São hipóteses de emancipação legal as seguintes:	Comment by iPad: 
4.1.3.1. casamento: a idade núbil se da a partir dos 16 anos completos, quando o casamento é possível desde que haja autorização dos pais ou tutor. Antes dessa idade (16) o casamento o será possível se houver ordem judicial e ainda em um caso, previsto no art 1520 do CC, a saber:	Comment by iPad: 
b) no caso de gravidez: segundo a doutrina, é a única hipótese de emancipação (para os que entendem que a primeira hipótese foi derrogada) que poderá ocorrer antes dos 16 anos completos.	Comment by iPad: 
	
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE, ARTIGOS 11-21 DO CC
1. conceito: direitos da personalidade são os atributos inerentes a própria condição humana e constituem o patrimônio mínimo da pessoa e, portanto, não há quem não os titularize. O nascituro também os tem (exemplos: direito a vida e aos alimentos), assim como a pessoa jurídica, conforme o art 52 (exemplos: nome e imagem).
21/09/16 quarta feira
	No que tange ao natimorto, ele também os tem, como é o caso do direito ao nome, ao registro, ao sepultamento, a imagem... enunciado 01 do CJF/STJ.
2. classificação dos direitos da personalidade, de acordo com o prof. Limongi França: 
2.1. direitos a integridade física que compreendem :
2.2. direitos a integridade intelectual:
2.3. direitos a integridade moral:
	Dada a importância desses direitos, eles recebem dupla proteção: na esfera do direito publico, onde são denominados liberdades publicas clássicas (CF art 5) e agora na esfera do direito privado, estando o nosso CC 2002, em harmonia com o pacto de San Jose da Costa Rica, que foi inserido no nosso ordenamento pelo decreto 678/1992 e que determina, no plano internacional, que os Estados se comprometam a respeitar e a garantir os direitos da personalidade.Comment by iPad: 
3. características dos direitos da personalidade:
3.1. são absolutos porque são oponíveis 'erga omnes', ou seja, eles devem ser respeitados por todas as pessoas.
Obs: sob o prisma do direito constitucional, no entanto, esses direitos são limitados, exemplo: a CF garante a todos a liberdade de expressão, porem limita esse direito ao vedar o anonimato e também ao vedar que em nome dessa liberdade a honra alheia seja violada.
	Para Canotilho, no entanto, esses direitos são sim absolutos, como é o caso, por exemplo, da vedação a tortura, sem que haja qualquer limitação.
3.2. são extra patrimoniais, porque incidem sobre bens insuscetíveis de mensuração pecuniária.
Obs: excepcionalmente esses direitos tem caráter patrimonial, como por exemplo, o direito a imagem de uma pessoa famosa, que pode ser mensurado inclusive por meio de critério publicitário.
3.3. são intransmissíveis porque são inerentes a própria pessoa, ou seja, eles não podem ser destacados da pessoa do titular. E 
	Comment by iPad: 
Obs: alguns autores falam 'na transmissibilidade de um direito indisponível'. Na realidade, no entanto, eles se referem a regra prevista no parágrafo único do art 12 do CC, como é o caso, por exemplo, da titularidade dos filhos para defender a imagem do pai morto.
3.4. são indisponíveis, porque seu exercício não pode ser cedido nem limitado pela própria pessoa.	Comment by iPad: 
Obs: neste passo é preciso ter-se em mente sempre o critério da ponderação de valores e os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade (exemplo: conflito direito a vida X liberdade religiosa).	Comment by iPad: 
3.5. são vitalícios, porque acompanham a pessoa durante toda a sua vida, porem alguns se projetam para alem da morte, como é o caso do direito a imagem e do corpo morto.	Comment by iPad: 
	Ademais, eles são permanentes e inatos, porem o nascituro também os tem.
3.6. são irrenunciáveis, porque a pessoa não pode abrir mão desses direitos, eventual renuncia é nula. 
Obs: quando o direito da personalidade tiver caráter patrimonial, a renuncia será valida.
3.7. são imprescritíveis, porque não existe prazo para o seu exercício e eles não se extinguem pelo não uso.
	No entanto, no que tange ao direito de pedir indenização, submete-se a prescrição dado seu caráter patrimonial.
4. do direito a identidade pessoal: é aquele conferido a pessoa de ser conhecida como aquela que realmente é, e o de não ser confundida com outrem.
	Referido direito compreende:
4.1. o direito ao nome,
4.2. o direito ao pseudônimo,
4.3. direito aos títulos qualificativos,
4.4. direito ao signo figurativo: é o direito ao uso de brasões e insígnias.
	4.1. do direito ao nome: é o sinal que identifica a pessoa e traz a sua procedência familiar. 
	A natureza jurídica do nome consiste em ser direito da personalidade, pois é o sinal distintivo revelador dela.
4.1.1. elementos do nome:
4.1.1.1. elementos essenciais: são indispensáveis para o registro do nome no cartório de registro civil competente. São os seguintes:
4.1.1.1.1. prenome ou nome próprio: tem por finalidade identificar a pessoa dentro da própria família, podendo ser simples, como Ana ou composto como Ana Lucia. Irmãos não podem ter prenomes idênticos salvo em duas hipóteses previstas no art 63 e parágrafo único da LRP, que são as seguintes:	Comment by iPad: 
a) no caso de duplo prenome, exemplos: João Carlos dos Santos e João Pedro dos Santos.	Comment by iPad: 
 
b) no caso de nome completo diverso, exemplos: João Carlos da Silva e João Carlos de Oliveira da Silva. No primeiro há apenas o patronímico paterno, no segundo há o paterno e o materno.	Comment by iPad: 
 
4.1.1.1.2. patronímico ou sobrenome ou apelido de família: tem por finalidade indicar a procedência familiar da pessoa. Pode ser o paterno ou o materno ou ambos em razão do principio da isonomia. 	Comment by iPad: 	Comment by iPad: 
	Cabe aos pais a indicação do nome completo do filho, caso não o façam, o art 55 da LRP determina que o oficial do registro consigne o patronímico paterno ou o materno ou ambos, em razão do principio da isonomia. Isso porque todos devem ter nome civil, ou seja, nome completo. A única exceção que se tem diz respeito ao infante exposto, que é o recém nascido abandonado pelos pais e que pode ser registrado apenas com o prenome, sem que haja qualquer alusão ao patronímico, art 61 da LRP.	Comment by iPad: 
4.1.1.2. elementos facultativos: são elementos dispensáveis para o registro do nome no cartório competente. São os seguintes:
4.1.1.2.1. agnome: é sinal acrescentado ao final do nome e que serve para distinguir pessoas de uma mesma família, por exemplo: Junior, Neto, Filho... o que cabe também no feminino (filha, sobrinha...). Cabe também Segundo ou II.	Comment by iPad: 	Comment by iPad: 
 
4.1.1.2.2. são as partículas, por exemplo: de, da, do, dos... Maria de Lourdes ou Maria Lourdes.
Obs: é necessário, no entanto ter cuidado com as partículas que integram o patronímico estrangeiro e também com aquelas que pertencem à origem do nome, como Azevedo e Souza.
 
4.1.1.2.3. cognome: é o apelido que, por sentença, passa a integrar o nome civil. Exemplos: Xuxa, Lula. Porem, não é o caso de Pelé, que é apenas um apelido, uma alcunha. Obs: o cognome não se confunde com a regra prevista no art 58 da LRP que permite a substituição do prenome pelo apelido publico e notório.	Comment by iPad: 	Comment by iPad: 
4.1.1.3. principio da imutabilidade do nome: de acordo com este principio, o nome civil é imutável, pois alem de ser direito da personalidade é fator de segurança jurídica e social. Referida regra, no entanto comporta varias exceções classificadas nas seguintes categorias:
4.1.1.3.1. causas comuns de alteração do prenome e do patronímico: 
4.1.1.3.1.1. no caso de erro gráfico, exemplos: Nerso, joao da silva. 	Comment by iPad: 
 
4.1.1.3.1.2. erro no registro: aqui o oficial do registro consigna nome diverso daquele declarado. Nestes dois casos acima, após a certidão de nascimento já ter sido lavrada, é necessário ação judicial para a correção.	Comment by iPad: 
 
4.1.1.3.1.3. nome ridículo: a LRP, no art 55 parágrafo único, proíbe que a pessoa tenha prenome ridículo. No entanto, em havendo o registro, a alteração é possível, pois o prenome não pode ser motivo de constrangimento para a pessoa. A lei nada fala quanto à alteração do patronímico ridículo, mas a jurisprudência tem entendido possível, em situações excepcionais e justificadamente.	Comment by iPad: 
 
4.1.1.3.1.4. adoção, art 1627 do CC: neste caso a alteração do prenome é facultativa porem a do patronímico é obrigatória.	Comment by iPad: 
 
4.1.1.3.1.5. por vontade do titular no primeiro ano seguinte ao da maioridade civil, art 56 da LRP: referida causa refere-se a alteração do patronímico para a inclusão, no entanto, do sobrenome materno ou avoenga, sem que haja prejuízo aos apelidos da pessoa. Essa alteração é procedida administrativamente, junto ao cartório de registro civil e o pedido é apreciado pelo juiz corregedor. Referida alteração deve ser feita nesse prazo de um ano, que é decadencial e não há necessidade de justificação.	Comment by iPad: 
	Após o decurso desse prazo de um ano, é possível alterar-se o patronímico porem pela via judicial e justificadamente, conforme o art 57 da LRP. Obs: antes do prazo mencionado (18 anos) a alteração é possível desde que a pessoa seja representada ou assistida pelo representante legal.
Obs 2: a jurisprudência tem entendido que a alteração prevista no art 56 da LRP também é possível em se tratando de prenome para fazê-lo simples quando for composto ou, se simples, fazê-lo composto.
	Não se admite, no entanto a supressão total do prenome pela forma do art 56.
Obs 3: a jurisprudência tem entendido que se o prenome for celebre, exemplo: Julio Cesar, ele não pode ser alterado. Esse entendimento, no entanto esta bastante mitigado.
 
4.1.1.4. causas especificas de alteraçãodo prenome:
4.1.1.4.1. tradução pronuncia e compreensão difíceis: essas causas dizem respeito ao estrangeiro e encontram-se disciplinadas nos arts 43-4 da lei 6.815/1980 – estatuto do estrangeiro.	Comment by iPad: 
 
4.1.1.4.2. irmãos com prenomes idênticos: aquele que por ultimo foi registrado deve alterar o prenome.	Comment by iPad: 
 
4.1.1.4.3. no caso do art 58 da LRP, ou seja, pela substituição do prenome pelo apelido publico e notório.
 
4.1.1.4.4. no caso de transexual submetido à cirurgia para mudança de sexo. Embora a LRP não discipline a hipótese, essa alteração é possível com fundamento no principio constitucional da dignidade da pessoa humana. Ademais altera-se não apenas o prenome, mas também o sexo no assento de registro civil.
 
4.1.1.5. causas especificas de alteração do patronímico: alguns exemplos: casamento, união estável, separação judicial, divorcio, viuvez, reconhecimento de filho, ação negatória de paternidade, anulação de casamento...

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