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Administração UNIP – Aulas 7 e 8 Disciplina: Governança Corporativa Profa. Vanessa ADESAO VOLUNTÁRIA a) IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e seu Código das melhores práticas O que é o IBGC ? Em 1995 foi criado o Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA) que contribui com o desenvolvimento e difusão de boas práticas de governança corporativa no Brasil. Em 1999 sua denominação foi alterada para Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Os Princípios básicos difundidos pelo do IBGC são: - Transparência; - Equidade; - Prestação de contas com responsabilidade; - Responsabilidade corporativa social e ambiental. Melhores práticas de Governança Corporativa do IBGC O código das boas práticas de Governança Corporativa é um conjunto de regras que visam institucionalizar a Governança Corporativa nas empresas e tornar as boas práticas uma cultura permanente. O primeiro código do IBGC foi criado em maio de 1999 com a participação da Bovespa, provocou intenso debate sobre principais modelos e práticas de governança ao mesmo tempo em que contribuiu com a evolução do ambiente institucional e empresarial brasileiro. O objetivo central atribuído ao Código é indicar um caminho para os todos os tipos de empresas e: - aumentar o valor da sociedade; - melhorar seu desempenho; - facilitar seu acesso ao capital a custos mais baixos; - contribuir para sua longevidade. 1999 – Primeira versão – foco na composição, funcionamento e atribuições do Conselho de Administração. - grupo de empresários reunidos em 1997 no Top Management Summit, na cidade de Itu. - fase marcada pela transição entre o Conselho tradicional/formal para um conselho atuante. Administração UNIP – Aulas 7 e 8 Disciplina: Governança Corporativa Profa. Vanessa 2001 – Segunda versão – equidade entre os diferentes acionistas. Inclui recomendações para os demais atores da Governança como: conselho fiscal, gestores e auditoria independente, além de fortalecer o comprometimento com a prestação de contas; 2004 – Terceira versão – resultante do caso Enron, inclui a responsabilidade corporativa, com a intenção de favorecer a perenidade das organizações, contribuindo com valores e orientações para a estratégia empresarial. 2009 – Quarta versão – procura captar as principais mudanças internacionais e adaptá-las ao contexto nacional, como por exemplo incentivando o aumento do nível de transparência e a frequência na divulgação de relatórios (periódicos). O código é dividido em seis capítulos: a) PROPRIEDADE – o capítulo trata sobre o funcionamento do direito ao voto, acordos entre sócios, importância da assembleia geral, conflitos existentes entre os sócios, estímulo à dispersão do capital nas sociedades de capital aberto, etc. b) CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO – é o principal componente do sistema de governança, que deve proteger e valorizar a organização. O capitulo discorre sobre as responsabilidades e atribuições dos conselhos para evitar o conflito com executivos, como os conselhos devem ser formados e os conselheiros avaliados (anualmente). c) GESTÃO – busca-se no código detalhar as responsabilidades e deveres do executivo principal, além de tratar de suas limitações decisórias, como o fato de não ter poder para aprovação diretores de sua indicação. Recomenda a prestação de contas com clareza, objetividade e transparência. d) AUDITORIA INDEPENDENTE – tem como função básica verificar se as demonstrações financeiras refletem a realidade da organização, com total independência e publicação das Demonstrações Contábeis. O código prevê regras para a existência da auditoria independente e qualificação de seus membros. e) CONSELHO FISCAL – órgão não obrigatório que fiscaliza os atos da administração, opina quanto a tomadas de decisão, emite parecer e presta contas aos sócios. O código propõe que o conselho fiscal deva ter conhecimento amplo sobre o segmento da organização, bem como experiência profissional relativa às funções do Conselho e que sua atuação deva ser fiscalizar tanto auditores internos quantos externos. Administração UNIP – Aulas 7 e 8 Disciplina: Governança Corporativa Profa. Vanessa f) CONDUTA E CONFLITO DE INTERESSES – quanto a este tema o código busca apresentar caminhos para denuncias ou resolução de dilemas de ordem ética com qualquer das partes relacionadas (stakeholders). Principais inovações da última atualização: - divulgação de informações de remuneração (conselheiros); - detalhou-se mais a função e compromisso do conselho fiscal; - conduta e conflito de interesses – acrescentou-se algumas recomendações sobre algumas políticas que a empresa deve adotar visando aumentar a equidade e a transparência; - estendeu os conceitos de boas práticas de Governança para outras instituições como governo, ONG’s e fundos de pensão; - novas formas de participação dos stakeholders. - preocupações com a Sustentabilidade; - política de dividendos. b) Governança Corporativa no mundo e no Brasil Em termos de ambiente global os escândalos ocorridos em países desenvolvidos deixam clara a necessidade de se introduzir o conceito de governança corporativa, além de leis como Sarbanes-Oxley que tem como principal objetivo influenciar ou amenizar o comportamento oportunista dos agentes, outras influências são bastante importantes como a OCDE que desempenha papel fundamental na disseminação das práticas relativas à Governança Corporativa ao incentivar as organizações a adotá-la e valorizar os ágios de governança, os quais são valorizados em diversas bolsas de valores. No Brasil dadas algumas condições que permeiam o ambiente econômico a Governança Corporativa ascende como um tema não apenas capaz de valorizar as organizações e suas ações a nível mundial, mas sobretudo como uma necessidade. Quatro fatores se destacam para justificar a necessidade de Governança Corporativa no Brasil: - o comportamento dos agentes, que como em outras localidades pode tomar decisões em benefício próprio ao invés de priorizar os retornos do acionista, comportamento reforçado pela cultura da nação, que tem sua política fortemente associada ao comportamento corrupto; e - o distanciamento dos proprietários do dia a dia dos seus negócios, como consequência da profissionalização da gestão das empresas, de modo que estes proprietários efetivavam sua influência nas decisões por meio do conselho de administração apenas, ou seja, não estabeleciam mecanismos adequados para resolver o conflito existente entre agente e Administração UNIP – Aulas 7 e 8 Disciplina: Governança Corporativa Profa. Vanessa principal e para priorizar a implementação nos negóciosde numa gestão capaz de maximizar o interesse dos proprietários - O mercado de capitais altamente concentrado o que representa um alto risco para os minoritários e insignificante participação no controle das empresas. - a necessidade de atrair investidores para fortalecer o mercado de capitais nacional. Não se pode negar a importância de documentos como o Código das melhores práticas do IBGC, a cartilha de Governança Corporativa da CVM, as ações de incentivo do BNDES e da BOVESPA para ampliar a importância e a implementação da governança corporativa nas organizações brasileiras, no entanto, é preciso cuidar para que estas práticas não se tornem apenas um instrumento de adequação às normas de gestão mundialmente aceitas e valorizadas, como tem ocorrido em algumas organizações estatais nas quais os verdadeiros interessados nos resultados os cidadãos (que desempenham o papel dos acionistas), não recebem a prestação de contas, não observam o cumprimento de leis e tão pouco o comportamento ético dentro das organizações. Bibliografia da aula: SLOMSKI, Valmor; MELLO, Gilmar Ribeiro de; TAVARES FILHO, Francisco; MACÊDO, Fabrício de Queiroz. Governança Corporativa e Governança na Gestão Pública. São Paulo: Atlas, 2008. 198 p. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Uma década de governança: história do IBGC, marcos da governança e lições de experiência. São Paulo: Saint Paul Editora: Saraiva, 2006. 222 p.
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