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RESUMO GARRISON CAPÍTULO VII – CUSTEIO VARIÁVEL: UMA FERRAMENTA PARA GESTÃO Foco Empresarial Em geral, utilizam-se duas abordagens de custeio para avaliação dos estoques e apuração dos custos dos produtos vendidos. Uma delas, denominada custeio por absorção é geralmente empregada nos relatórios financeiros para fins externos. A outra, denominada custeio variável, tem a preferência de alguns gerentes na tomada de decisão e deve ser utilizada quando da elaboração de uma demonstração de resultado segundo o modelo da contribuição. Objetivo 1: explicar como o custeio variável difere do custeio por absorção e calcular o custo unitário do produto de acordo com dada um desses métodos. Custeio por Absorção O custeio por absorção considera todos os custos de produção como custos do produto, independentemente de o custo se variável ou fixo. Assim, no custeio por absorção, o custo de uma unidade de produto consiste em materiais diretos, mão-de-obra direta e custos indiretos fixos e variáveis. O custeio por absorção atribui parte do custo indireto de fabricação fixo a cada unidade de produto, juntamente com os custos de fabricação variáveis. Uma vez que considera todos os custos de produção como custos do produto, o custeio por absorção é as vezes chamado de custeio pleno. Custeio Variável No custeio variável, somente os custos de produção que variam com a produção são considerados custos do produto. Isto normalmente abrange materiais diretos, mão-de-obra direta e a parte variável do custo indireto de fabricação. Neste método, o custo indireto de fabricação fixo não é considerado custo do produto, mas sim custo do período e, tal como as despesas de vendas e administrativas, é confrontado inteiramente com as receita do período. Consequentemente, no método do custeio variável, o custo de uma unidade do produto em estoque ou em custo dos produtos vendidos não conte, qualquer elemento do custo indireto fixo. O custeio variável é às vezes denominado custeio direto ou custeio marginal. Precisamos, ainda, levar em conta o tratamento das despesas de vendas e administrativas. Essas despesas nunca são consideradas custo do produto, seja qual for o método de custeio empregado. Desse modo, tanto no custeio por absorção quanto no custeio variável, são consideradas custos do período e deduzidas das receitas, à medida que ocorrem. Cálculo do Custo Unitário Exemplo: A Boley Company tem a seguinte estrutura de custos: Número de unidades produzidas no ano 6.000 Custos variáveis por unidade Materiais Diretos 2 Mão-de-obra direta 4 Custo indireto variável de fabricação 1 Despesas de vendas e despesas administrativas variáveis 3 Custos Fixos por ano: Custo indireto fixo de fabricação 30.000 Despesas de vendas e despesas administrativas fixas 10.000 Pede-se: Determine o custo unitário do produto pelo custeio por absorção: Determine o custo unitário do produto pelo custeio variável. Solução: Custeio por Absorção Materiais diretos 2 Mão-de-obra direta 4 Custo indireto variável de fabricação 1 Custo variável total de produção 7 Custo indireto fixo de fabricação ($30.000/6.000 unidades) 5 Custo unitário do produto 12 Custeio Variável Materiais diretos 2 Mão-de-obra direta 4 Custo indireto variável de fabricação 1 Custo unitário do produto 7 Os $30.000 de custo indireto fixos de fabricação serão lançados pelo total contra o resultado, como despesas do período, juntamente com as despesas de vendas e as despesas administrativas. Comparação do Resultado no Custeio por Absorção e no Custeio Variável Objetivo 2: explicar como, no custeio por absorção, os custos indiretos fixos de fabricação são diferidos no estoque e dele retirados. As demonstrações de resultado a seguir foram elaboradas com os seguintes dados: Unidades no estoque inicial -0- Unidades produzidas 6.000 Unidades vendidas 5.000 Unidades no estoque final 1.000 Preço unitário de venda $ 20 Despesas de vendas e despesas administrativas: Variáveis por unidade $ 3 Fixas por ano 10.000 Custeio por Absorção Custeio Variável Vendas (5.000 unid. x $20) 100.000 Vendas (5.000 unidades x $20) 100.000 (–) Custo dos Produtos Vendidos (–) Despesas Variáveis Estoque Inicial -0- Custo dos Produtos Vendidos (+) Custo dos Produtos Fabricados Estoque Inicial -0- (6.000 unid. x $12) 72.000 (+) Custo Variável de Fabricação (6.000 unid. x $7) 42.000 (–) Estoque Final (1.000 unid. x $12) (12.000) (=) Produtos disponíveis para venda 42.000 (=) Custo dos Produtos Vendidos (60.000) (–) Estoque Final (1.000 unid. x $7) (7.000) (=) Margem Bruta 40.000 (=) Custo dos Produtos Vendidos (35.000) (–) Despesas de Vendas e Administ. (–) Despesas de Vendas e Administ. (5.000 unid x $ 3 var + 10.000 fixas) (25.000) (5.000 unid x $ 3 variáveis) (15.000) (=) Lucro Líquido 15.000 (=) Margem de Contribuição 50.000 (–) Despesas Fixas Custo Indireto Fixo de Fabricação (30.000) Despesas de Vendas e Administ. Fixas (10.000) (40.000) (=) Lucro Líquido 10.000 Podemos extrair as seguintes conclusões: No custeio por absorção, se houver aumento dos estoques, alguns custos de fabricação fixos do período em curso não figurarão na demonstração de resultado como parte dos custos dos produtos vendidos. Esses custos, ao contrário, são diferidos para um período futuro e levados para o balanço como arte da conta de estoque. Esse diferimento de custos é conhecido como custo indireto fixo de fabricação diferido no estoque. no método do custeio variável, os $ 30.000 integrais de custos indiretos de fabricação foram considerados despesas do período em curso. o valor do estoque final de acordo com o custeio variável é $5.000 menor do que pelo custeio por absorção, porque, pelo primeiro, apenas os custos variáveis de fabricação são apropriados ao produto, isto explica a diferença do lucro líquido apresentada pelos dois métodos. A demonstração de resultado pelo custeio por absorção não faz distinção entre custos fixos e custos variáveis e, por isso, não é muito adequada para cálculos de CVL, que são importantes para o bom planejamento e o bom controle. o custeio variável combina muito bem com o modelo de contribuição da demonstração do resultado baseado na contribuição, uma vez que os dois conceitos se baseiam na idéia de classificar os custos por comportamento. A diferença básica entre os dois métodos está no tempo, os defensores do custeio variável afirmam que os custos fixos de fabricação devem ser imediatamente levados a despesa pelo total, enquanto os defensores do custeio por absorção sustentam que eles devem ser lançados contra as receitas, parcela a parcela, à medida que as unidades de produto forem vendidas. Comparação Amplicada dos Dados de Objetivo 3: elaborar demonstrações de resultado utilizando tanto o custeio variável quanto o custeio por absorção e conciliar os resultados líquido de ambos. Observar: Quando a produção e as vendas são iguais, o lucro líquido normalmente será o mesmo, independentemente da utilização do custeio por absorção ou do custeio variável, pelo seguinte: a única diferença que pode existir entre eles é o valor do custo indireto de fabricação reconhecido como despesa na demonstração do resultado. Quando a produção é maior que as vendas, o lucro líquido apurado pelo custeio por absorção geralmente será maior que o apurado pelo custeio variável. Quando a produção é menor que as vendas, o lucro líquido apurado pelo custeio por absorçãogeralmente será menor que o apurado pelo custeio variável. Para um período bastante longo, os lucros líquidos dos custeio por absorção e variável tendem a ser iguais. Efeito das Variações da Produção sobre o Lucro Líquido Objetivo 4: explicar os efeitos das variações da produção sobre o resultado líquido apurado pelo custeio variável e pelo custeio por absorção. Custeio variável: não é afetado pelas variações na produção, não causando impacto sobre o lucro líquido. Custeio por absorção: o lucro líquido é afetado pelas variações na produção. O Impacto sobre o Gerente Os opositores do custeio por absorção sustentam que a troca do custo indireto fixo de fabricação entre os períodos pode causar confusão e levar a interpretações errôneas. A fim de evitar enganos quando se emprega este custeio, aqueles que estejam lendo as demonstrações financeiras devem ficar atentos para as variações nos níveis de estoque. As flutuações do lucro líquido, em princípio, podem dever-se a variações nos estoques, em vez de variações nas vendas. A escolha do Método de Custeio Objetivo 5: explicar as vantagens e limitações do método de custeio variável e do método de custeio por absorção. Análise de CVL e Custeio por Absorção. Muitas empresas utilizam o custeio por absorção exclusivamente por causa da sua orientação para o custeio integral das unidades do produto. O ponto fraco do método, contudo, é a sua incapacidade de combinar bem com a análise de CVL. Tomada de Decisão. O problema fundamental do custeio por absorção é que os custos indiretos fixos de fabricação parecem variáveis em relação ao número de unidades vendidas, quando na verdade não o são. Como o custo do produto é estabelecido em função de um valor unitário, os gerentes podem erroneamente acreditar que, se outra unidade for produzida, o custo se manterá. Relatórios Externos e Imposto de Renda. A empresa que tentar utilizar o custeio variável nos seus demonstrativos externos corre o risco de vê-los rejeitados por seus auditores, por não estarem em conformidade com os princípios contábeis geralmente aceitos (PCGA). Vantagens do Custeio variável e da Abordagem da Contribuição. As vantegens podem ser resumidas da seguinte maneira: os dados exigidos pela análise CVL podem ser extraídos diretamente da demonstração de resultado pela abordagem da contribuição; no custeio variável, o lucro de um período não é afetado pelas variações de estoque; os gerentes frequentemente supõem que o custo unitário do produto é variável. O custo unitário do produto é uma combinação de custos fixos e variáveis; o impacto dos custos fixos sobre os lucros é enfatizado no custeio variável e na abordagem da contribuição; os dados do custeio variável facilitam a estimativa da lucratividade dos produtos, dos clientes e de outros segmentos dos negócios; o custeio variável conjuga-se com os métodos de controle do custo, como custos padrões e orçamentos flexíveis; o lucro líquido apresentado pelo custeio variável esta mais próximo do fluxo líquido de caixa do que o lucro líquido segundo o custeio por absorção. Custeio Variável e a Teoria das Restrições. O modelo do custeio variável é utilizado na teoria das restrições. Na TOC, a mão-de-obra direta é geralmente considerada um custo fixo, pois: geralmente a mão-de-obra não é uma restrição e a TOC enfatiza a melhoria contínua para manter a competitividade. Assim, se considerarmos mão-de-obra como fixa, ela não irá ser custo do produto. Impacto da Abrodagem JIT nos Métodos de Custeio Objetivo 5: explicar como a utilização do JIT reduz a diferença entre os resultados líquidos apurados pelo método de custeio variável e pelo método de custeio por absorção. O custeio variável e o custeio por absorção produzirão valores diferentes de lucro líquido sempre que o número de unidades produzidas for diferente do número de unidades vendidas e o valor do lucro líquido segundo o custeio por absorção pode estar distorcido, às vezes deslocando-se no sentido oposto ao movimento das vendas. O JIT reduz este problema. Se os estoques forem pequenos, suas respectivas variações serão muito pequenas.
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