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MACROECONOMIA Crescimento da moeda e inflação (cap. 30) MANKIW, N. G. Introdução à Economia. 5ª edição. A TEORIA CLÁSSICA DA INFLAÇÃO A inflação pode ser entendida pelo aumento no nível de preços e, portanto, pela redução na cesta de bens consumidos, mas também pela perda de valor da moeda. Quando o nível de preços aumenta, as pessoas precisam pagar mais pelos bens e serviços que compram. Um aumento no nível de preços significa uma redução no valor da moeda porque cada real que você tem na carteira compra uma quantidade menor de bens e serviços. O que determina o valor da moeda? Resp.: a oferta e a demanda de moeda determinam o valor da moeda. Quais os determinantes da oferta? Quando o BACEN vende títulos em operações de mercado aberto , recebe moeda em troca dos títulos e contrai a oferta de moeda. Quais os determinantes da demanda? O determinante mais importante é o nível médio de preços na economia. As pessoas retêm moeda porque ela é um meio de troca. Quanto mais elevados forem os preços, mais moeda será exigida em uma transação, o que aumentará a quantidade demandada. O que garante que a quantidade de moeda que o BC oferta é igual a quantidade de moeda que as pessoas demandam? No LONGO PRAZO, o nível geral de preços se ajusta para o nível em que a demanda de moeda seja igual a oferta de moeda. Se o nível de preços estiver acima do equilíbrio, as pessoas desejarão ter mais moeda do que o BC criou, de modo que o nível de preços deve cair para equilibrar a oferta e a demanda de moeda e vice-versa. Valor da moeda, 1/P Quant. de moeda Demanda de moeda Oferta de moeda Nível de preços, P 1/2 2 1 3/4 1/4 4 1,33 1 Quant. fixada pelo BC O nível de preços está invertido porque quando o valor da moeda é alto o nível de preços é baixo. A curva de oferta é vertical porque o BC fixou a oferta de moeda. A curva de demanda é negativamente inclinada porque indica que quando o valor da moeda é baixo, as pessoas demandam uma maior quantidade de moeda para comprar bens e serviços. 0 Os efeitos de uma injeção de moeda Imagine que a economia esteja em equilíbrio e, subitamente, o BC dobre a oferta de moeda, comprando alguns títulos que estão na mão do público, em operações de mercado aberto. O que acontece após tal injeção monetária? Como o novo equilíbrio se compara com o antigo? Valor da moeda, 1/P Quant. de moeda Demanda de moeda OM1 Nível de preços, P 1/2 2 1 3/4 1/4 4 1,33 1 M1 0 OM2 M2 Quando um aumento na oferta de moeda torna os reais mais abundantes, o nível de preços aumenta , fazendo com que cada real valha menos. A dicotomia clássica e a neutralidade da moeda Como as alterações monetárias afetam outras variáveis (produção, desemprego, salários reais e taxas de juros reais)? David Hume (economista) sugeriu que para respondermos essa pergunta, primeiramente devemos dividir as variáveis: Variáveis nominais: variáveis medidas em unidades monetárias; Ex: a renda dos produtores de milho. Variáveis reais: variáveis medidas em unidades físicas. Ex: a quantidade produzida de milho. A essa separação damos o nome de DICOTOMIA CLÁSSICA. A dicotomia elucida que as variáveis nominais são influenciadas por acontecimentos ocorridos no sistema monetário da economia, ao passo que o sistema monetário é, em grande medida, irrelevante para explicar as variáveis reais. Essa irrelevância das alterações monetárias para as variáveis reais é chamada de neutralidade da moeda. TQM: Teoria Quantitativa da moeda TQM Dicotomia Clássica Neutralidade da moeda Variáveis nominais (preço) Variáveis reais (quantidade) Não explicam Velocidade e Equação Quantitativa V = (P*Y)/M Quantas vezes ao ano uma nota típica de um real é utilizada para pagar por um bem ou serviço recentemente produzido? Depende da velocidade da moeda (taxa pela qual a moeda troca de mãos). Para calcular a velocidade da moeda, dividimos o valor nominal da produção (PIB nominal) pela quantidade de moeda. Sendo P o nível de preços, Y a produção (PIB real) e M a quantidade de moeda, a velocidade será: Exemplo: imagine uma economia simples que produza apenas pizza. Suponha que a economia produza 100 pizzas em um ano, que cada pizza seja vendida por 10 reais e que a quantidade de moeda na economia seja de 50 reais. A velocidade: V = (10*100)/50 = 20 Ou seja, nessa economia, as pessoas gastam um total de 1000 reais por ano em pizza. Para que esse gasto de 1000 reais aconteça com apenas 50 reais em moeda, cada nota deve mudar de mãos em média 20 vezes por ano. A equação V = (P*Y)/M pode ser reescrita da seguinte forma: M*V=P*Y Ou seja: M*V=P*Y Essa equação é chamada quantitativa porque relaciona a quantidade moeda (M) com o valor nominal da produção (P*Y). Um aumento na quantidade de moeda em uma economia deve se refletir em uma das outras três variáveis: Nível de preços deve subir ou Quantidade produzida deve subir ou Velocidade da moeda deve cair Em muitos casos constata-se que a velocidade da moeda é estável (constante). E para os clássicos a economia opera em pleno emprego logo a quantidade produzida Y (transacionada) é máxima. Ou por outro lado, como a produção de bens e serviços da economia (Y) é determinada principalmente, pela oferta de fatores (trabalho, capita físico, humano e recursos naturais) e pela tecnologia de produção disponível; em particular, como a moeda é NEUTRA, ela não afeta a produção. Na teoria clássica, coeteris paribus, aumentos da oferta monetária provocarão somente aumento dos preços. Assim, quando a oferta monetária é aumentada, isto acabará provocando inflação. Críticas: Esta teoria não é amplamente aceita por todos os economistas, pelo fato de existirem duas suposições que são difíceis de serem verificadas na prática: A economia deve estar em pleno emprego e a velocidade de circulação da moeda deve permanecer constante. Outro fator importante na TQM é fato de que ela desconsidera totalmente o papel da taxa de juros sobre a renda. Para os clássicos, a demanda por moeda depende somente da renda e não da taxa de juros. Moeda e preços durante quatro hiperinflações A hiperinflação é definida como uma inflação que supere 50% ao mês. Um dos Dez princípios de Economia afirma que os preços sobem quando o governo emite moeda demais. A forte associação entre essas duas variáveis é consistente com a Teoria Quantitativa da Moeda, que afirma que o crescimento da oferta de moeda é a principal causa da inflação. Moeda e preços durante quatro hiperinflações O imposto inflacionário Por que os bancos centrais desses países decidem emitir tanta moeda que seu valor por certo irá cair rapidamente com o tempo? Resp.: os governos desses países estão usando a criação de moeda como meio para pagar suas despesas. Quando o governo aumenta sua receita por meio da emissão de moeda, diz-se que está arrecadando um imposto inflacionário. O imposto inflacionário não é como os outros porque ninguém recebe uma cobrança governamental para pagá-lo. Quando o governo emite moeda, o nível de preços se eleva e os reais em sua carteira perdem valor. É um imposto sobre todas as pessoas que têm moeda. Governo tem despesas elevadas Receita tributária inadequada Capacidade limitada de obter empréstimos + + = Emissão para pagar suas despesas INFLAÇÃO A inflação acaba quando o governo institui reformas fiscais Ex: corte nas despesas Custos da inflação Custo de sola de sapato: Para se evitar o pagamento do imposto inflacionário, uma vez que a inflação corrói o valor da moeda que está na sua carteira, você mantém menos moeda em mãos. Uma maneira de fazer isso é ir ao banco com mais frequência. Ex: em vez de retirar $200 a cada quatro semanas, você poderia retirar $50 por semana. Indo com mais frequência a banco, você pode manter uma parcela maior de sua riqueza em sua conta de poupança, que rende juros, e ficar com menos moeda em sua carteira, onde a inflação corrói o seu valor. Custos de menu: Muitas empresas não alteram os preços de seus produtos todos os dias. Em vez disso, as empresas muitas vezes anunciam seu preços e os deixam inalterados por semanas, meses ou mesmo anos. As empresas modificam seus preços com pouca frequência porque a alteração de preços tem custos. Os custos dos ajustes de preços são chamados de custos de menu, uma expressão derivada dos custos que um restaurante tem ao imprimir um novo cardápio. Distorções tributárias induzidas pela inflação: a inflação tende a aumentar a carga tributária sobre a renda obtida da poupança. Confusão e Inconveniência: Até certo ponto, a inflação faz com que os investidores fiquem menos capazes de distinguir as empresas bem-sucedidas de outras mal sucedidas, o que, por sua vez, impede os mercados financeiros de desempenhar seu papel de alocar a poupança da economia entre tipos alternativos de investimentos. Redistribuições arbitrárias de riqueza: A inflação inesperada redistribui a riqueza entre a população de uma maneira inesperada.
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