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RESOLUÇÃO e ADENDO PARA A COTAÇÃO DO INCERTO 1.“Programas bem sucedidos de ajuste fiscal, ao reduzir o déficit público contribuem para aumentar as exportações líquidas do país, diminuindo, assim, o déficit da Balança Comercial.” Avalie para a economia brasileira. Para o Brasil essa afirmação é VERDADEIRA. Uma redução do déficit governamental eleva a poupança doméstica. Esse aumento dos recursos disponíveis reduz a taxa de juros real, deslocando a curva de oferta no mercado de fundos de empréstimo para a direita. Já que, a taxa de juros real interna, no novo equilíbrio está menor que a taxa de juros real externa, há uma redução na entrada de capitais no país e, portanto, uma redução no ILEP (lembre-se que: ILEP = entrada de capital – fuga de capital). Como o resto do mundo não se sente estimulado em investir no Brasil há uma redução da oferta de moeda estrangeira (divisas), para trocar por moeda nacional (o real), conduzindo a uma elevação da taxa de câmbio real e a consequente depreciação da moeda nacional (o real). Essa depreciação da moeda nacional reduz as importações (porque está mais caro comprar do resto do mundo) e aumenta a competitividade das exportações brasileiras, já que, o preço do produto nacional quando atrelado a uma moeda depreciada/fraca (o real) tende a ser menor quando comparado com o preço estrangeiro (P < P*) reduzindo, assim, o déficit comercial. Basta ver o gráfico abaixo: ILEP = - XL O ILEP reduziu logo, - XL (demanda de divisas para comprar bens e serviços no exterior) também tem que reduzir e foi isso o que aconteceu. No gráfico do mercado de câmbio houve um deslocamento ao longo da curva de demanda (uma contração), e, portanto, uma redução em - XL. 2. Durante a crise asiática, em 1997, o governo brasileiro aumentou fortemente as taxas de juros tendo sido, por isso, duramente criticado por alguns setores da sociedade que alegavam o conhecido efeito recessivo dessas medidas. Com base nos conhecimentos adquiridos no curso explique algumas das possíveis razões que teriam levado o governo a adotar essa política. Uma possível razão do aumento da taxa de juro NOMINAL foi o fato de o governo precisar atrair capitais. Esse aumento do juro nominal proporcionou a entrada de mais capital no Brasil, expandindo o ILEP e também contribuiu para aumentar a poupança do Brasil (S = Snac + Sext) no Mercado de Fundos de Empréstimo. Esse aumento deslocou a oferta de fundos para a direita e reduziu a taxa de juros real brasileira. Paralelamente, no Mercado de Câmbio, a expansão do ILEP (dada à entrada do capital estrangeiro atraído pelo aumento do juro NOMINAL) ocasionou um aumento na oferta de moeda estrangeira (para investir no Brasil os estrangeiros ofertaram cada vez mais moeda estrangeira, divisas, para trocar por moeda nacional, teoricamente, só assim eles podem adquirir capital brasileiro), reduzindo assim a taxa de câmbio real e valorizando a moeda brasileira. Essa valorização fortaleceu a moeda nacional (o real) logo, os preços internos ficaram mais caros quando comparados aos externos (P > P*), reduzindo assim as exportações líquidas (XL) e provocando um déficit comercial e, portanto, uma recessão (queda da produção e aumento do desemprego) na economia. Veja o gráfico. ILEP = - XL O ILEP expandiu logo, - XL (demanda de divisas para comprar bens e serviços no exterior) também tem que aumentar e foi isso o que aconteceu. No gráfico do mercado de câmbio houve um deslocamento da curva de oferta ao longo da curva de demanda (uma expansão), e, portanto, um aumento em - XL. ADENDO PARA A COTAÇÃO DO INCERTO ILEP: investimento líquido do exterior no país ILEP = Entrada de capital – Fuga de capital = - IEL ILEP = - IEL ou - ILEP = IEL Se para a cotação do certo: S = I + IEL, substituindo IEL por - ILEP Então para a cotação do incerto: S = I - ILEP ou S + ILEP = I Observe que para a cotação do INCERTO quem “manda” na curva de oferta é a poupança (S) e o ILEP e na curva de demanda é apenas o investimento (I) para o mercado de Fundos de Empréstimo. Se para a cotação do certo: XL = IEL, substituindo IEL por - ILEP Então para a cotação do incerto: XL = - ILEP ou - XL = ILEP ou (M - X) = ILEP Observe que para a cotação do INCERTO quem “manda” na curva de oferta de DIVISAS1 é o ILEP e na curva de demanda - XL para o mercado de Câmbio. 1 Na cotação do certo o gráfico do mercado de Câmbio é composto por duas variáveis: a taxa de câmbio real e a quantidade de dólar (moeda nacional) por moeda estrangeira. Na cotação do incerto o gráfico do mercado de Câmbio também é composto por duas variáveis: a taxa de câmbio real permanece, no entanto, agora, como estamos tomando como referencial o país de moeda fraca, a outra variável que compõe o gráfico é a quantidade de divisas (moeda estrangeira) para trocar por moeda nacional. Gráficos para a cotação do INCERTO: IMPORTANTE! Aos alunos que tiveram problemas em entender o exemplo da Fuga de capitais no México, em 1994, segue uma breve explicação. “A crise econômica do México de 1994, mais conhecida como Efeito Tequilla, teve repercussões mundiais. Foi provocada pela falta de reservas internacionais, causando desvalorização do peso, durante os primeiros dias da presidência de Ernesto Zedillo. Tratou-se de uma crise de balança de pagamentos associada a especulação financeira e fuga de capitais, resultantes de uma crise política interna do México. Até esse momento, a economia mexicana era uma referência para o sistema financeiro internacional, por ser considerado um país moderno e alinhado as reformas do consenso de Washington, tendo recebido grande quantidade de investimento externo. Com a crise política resulta numa crise de confiança e na desestabilização da economia e uma fuga dos investimentos para o exterior.” Quando o autor do livro muda o referencial ao explanar a teoria ele, certamente, o faz baseado num contexto histórico. Cabe aos senhores como futuros profissionais, se cercarem de uma leitura complementar, além do livro texto adotado na disciplina, que apesar de introdutório traz em seu bojo exemplos que necessitam de um conhecimento prévio em economia brasileira e mundial contemporânea por parte do leitor. A todos bons estudos!
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