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COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 1 CAPÍTULO IV CIRCUITOS E PRINCÍPIOS DE SINALIZAÇÃO PASSA-FAIXA Este capítulo trata das técnicas de sinalização “passa-faixa”. Como indicado no capítulo I, o sinal de comunicação passa-faixa é obtido por um sinal banda básica digital ou analógico. Aqui neste capítulo são desenvolvidos os princípios básicos da representação do sinal passa faixa e do processo de modulação pelo uso da envoltória complexa. A envoltória complexa é então usada para avaliar os espectros e potências dos sinais passa-faixa. A Segunda metade deste capítulo, que inicia na seção 4-8, usa esta teoria passa-faixa para analisar e projetar blocos de componentes e circuitos que são usados em sistemas de comunicações. Estes são os filtros, amplificadores lineares e não lineares, conversores, moduladores, detetores e phase-locked loops (PLL’s). 4.1. Representação por Envoltória Complexa de Formas de Onda Passa- Faixa · Qual é uma representação genérica para sinais passa-faixa digitais e analógicos? · Como representar um sinal modulado ? · Como representar um ruído passa-faixa ? Estas são algumas das questões que serão respondidas nesta seção. Definições : Banda-básica ; Passa-faixa, e Modulação Definição: Uma forma de onda banda-básica tem um espectro do módulo que é diferente de zero para frequências na vizinhança da origem (f = 0) e desprezível para outros valores. Definição: Uma forma de onda passa-faixa tem o espectro de módulo que é diferente de zero para frequências em alguma faixa concentrada em torno de uma frequência f = + fc, onde fc >> 0. O espectro de módulo é desprezível COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 2 para outros valores. A frequência fc é chamada de “frequência deportadora”. Para formas de onda passa-faixa o valor de fc, pode ser arbitrariamente fixado por conveniência matemática em alguns problemas. Em outros, nos problemas de modulação, fc é a frequência de um sinal oscilatório no circuito transmissor, e é a frequência determinada do transmissor, por exemplo, 850 kHz para uma emissora de radiodifusão AM. Em problemas de comunicação, o sinal da fonte de informação é usualmente um sinal banda-básica: por exemplo, uma forma de onda TTL (Transistor- Transistor-Logic) proveniente de uma circuito digital ou um sinal de áudio (analógico) proveniente de um microfone. O engenheiro de comunicações tem o trabalho de construir um sistema que transfira a informação desta fonte de sinal, m(t), para o destino desejado. Como mostrado na figura 4.1, isto usualmente requer o uso de um sinal passa-faixa, s(t), que tenha um espectro passa-faixa que esteja concentrado em + fc, onde fc é selecionado tal que s(t) se propague através do canal de comunicação (ou canal rígido ou pelo espaço). Definição: Modulação é o processo de inserção da fonte de informação dentro de um sinal passa-faixa com frequência de portadora fc, pela introdução de perturbações de amplitude e/ou fase. Este sinal passa-faixa é chamado de sinal modulado s(t), e o sinal em banda-básica da fonte é chamado de sinal modulação m(t). Exemplos de como a modulação é conseguida serão dados posteriormente neste capítulo. Esta definição indica que a modulação pode ser visualizada como uma operação de mapeamento que mapea a informação da fonte dentro do sinal passa-faixa s(t) que será transmitido através do canal. Ao passar pelo canal o sinal modulado é corrompido por ruído. O resultado é uma forma de onda de passa-faixa de sinal mais ruído que esta disponível na entrada do receptor, r(t) (ver figura 4.1). O receptor tem o trabalho de tentar recuperar a informação que foi enviada a partir da fonte. m~ denota a versão corrompida de m. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 3 Figura 4.1. Sistema de comunicação. Representação por Envoltória Complexa Todas as formas de onda passa-faixa, sejam provenientes de sinais modulados, sinais de interferência, ou ruído, podem ser representados de uma forma conveniente dada pelo teorema a seguir . v(t) será usado para denotar a forma de onda passa-faixa (canonicamente); especificamente, v(t) pode representar o sinal quando s(t) º v(t), o ruído quando n(t) º v(t), o sinal mais ruído filtrado na saída do canal quando r(t) º v(t), ou qualquer outro tipo de forma de onda passa-faixa. O símbolo º denota uma equivalência e o símbolo D = denota uma definição. Teorema Qualquer forma de onda passa-faixa pode ser representada por [ ]tcje)t(gRe)t(v w= (4.1a) Re í·ý denota a parte real de í·ý, g(t) é chamada de envoltória complexa de v(t), e fc é a frequência portadora associada, em hertz, onde wc = 2p fc. Além disso duas outras representações equivalentes são: v(t) = R(t) cos [wc t + q(t)] (4.1b) e v(t) = x(t) cos wc t – y(t) senwct (4.1c) onde COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 4 g(t) = x(t) + jy(t) = |g(t)| ejÐg(t) º R(t) ejq(t) (4.2) x(t) = Re íg(t)ý º Rt) cos q(t) (4.3a) y(t) = Im íg(t)ý º R(t) senq(t) (4.3b) )t(y)t(x)t(g)t(R 22 +º= D (4-4a) ÷÷ ø ö çç è æ =Ð=q - D )t(x )t(y tan)t(g)t( 1 (4-4b) As formas de onda g(t), x(t), y(t), R(t) e q(t) são todas formas de onda banda-básicas, e, com exceção de g(t), são todas formas de ondas reais. R(t) é uma forma de onda real não-negativa. Portanto (4-1) é uma transformação passa-baixas para passa-faixa. Prova: Qualquer forma de onda física (não tem que ser periódica) pode ser representada durante todo o tempo, To ® ¥, pela série complexa de Fourier. o n n o tjn n T/2 ,ec)t(v o p=w= å ¥= -¥= w (4-5) Portanto, porque a forma de onda física é real { } { } { }*e*nn 2 1 2 1 R usando e cc ·+·=·=- þý ü îí ì += å ¥ = w 1n tjn no oeccRe)t(v (4-6) Portanto, porque v(t) é uma forma de onda passa-faixa, os cn têm módulos desprezíveis para n na vizinhança de 0, em particular, co = 0. Portanto, com a introdução de um parâmetro arbitrário fc , (4-6) fica: ( ) þ ý ü î í ì ÷ ø öç è æ= w ¥ = w-wå tj 1n tnj n cco eec2Re)t(v (4-7) COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 5 tal que (4.1a) segue, com ( )å ¥ = w-wº 1n tnj n coec2)t(g (4-8) Devido a v(t) ser uma forma de onda passa-faixa com espectro não-zero concentrado próximo a f = fc, os coeficientes de Fourier Cn, são não-zero somente para valores de n na faixa + n fo » fc. Portanto, a partir de (4-8) g(t) tem um espectro que está concentrado próximo a f = 0. Isto é, g(t) é uma forma de onda banda-básica. É também óbvio, a partir de (4-8) que g(t) deve ser uma função complexa do tempo . Representando a envoltória complexa em termos de duas funções reais em coordenadas cartesianas temos: )t(jy)t(x)t(g +º onde x(t) = Reíg(t)ý e y(t) = Imíg(t)ý x(t) é dito ser a modulação em fase associada com v(t) e y(t) é dito ser a modulação em quadratura associada com v(t). Alternativamente, a forma polar de g(t), representada por R(t) e q(t), é dada por (4-2), onde as identidades entre as coordenadas cartesianas e polares são dadas por (4-3) e (4-4). R(t) e q(t) são formas de onda reais e,além disso, R(t) é sempre não negativa. R(t) é dita ser a modulação de amplitude (AM) em v(t), e q(t) é dito ser a modulação de fase (PM) em v(t). É também compreendido que se v(t) for uma forma de onda determinística, x(t), y(t), R(t) e q(t) serão também determinísticas. Se v(t) for estocástica, por exemplo, representando ruído passa-faixa, x(t), y(t), R(t), e q(t) serão processos banda-básica estocásticos. Portanto, em geral, ruído passa-faixa inclui tanto as componentes de ruído AM, R(t), como as componentes de ruído PM, q(t). Isto será discutido posteriormente no Capítulo VI. A utilidade da representação da envoltória complexa para formas de onda passa-faixa não deve ser super valorizada. Em sistemas de telecomunicações modernos, o sinal passa-faixa é freqüentemente particionado em dois canais, um para x(t), chamado de canal I (em fase) e um para y(t), chamado de canal Q (quadratura de fase). COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 6 4.2. Representação dos Sinais Modulados Como definido anteriormente, modulação é o processo de codificação da informação da fonte m(t), sinal de modulação, em um sinal passa-faixa s(t), sinal modulado. Consequentemente o sinal modulado é uma aplicação especial da representação passa-faixa. O sinal modulado é dado por: { }tj ce)t(gRe)t(s w= (4-9) onde wc = 2p fc. fc é a frequência portadora. A envoltória complexa g(t) é uma função do sinal de modulação m(t). Isto é, g(t) = g[m(t)] (4-10) Portanto g[·] desempenha uma operação de mapeamento em m(t). Isto está ilustrado na figura 4-1. A tabela 4-1 nos dá uma visão do quadro do problema da modulação. Exemplos da função de mapeamento g(m) são dados para modulação de amplitude (AM), AM banda lateral dupla com portadora suprimida (DSB- SC), modulação de fase (PM), modulação de frequência (FM), AM banda lateral única e portadora suprimida (SSB-AM-SC), PM com banda lateral única (SSB-PM), FM com banda lateral única (SSB-FM), banda lateral única com envoltória detectável (SSB-EV), banda lateral única com lei quadrática detectável (SSB-SQ), e modulação em quadratura (QM). Os sinais modulados estão discutidos em detalhes no Capítulo V. Sinais passa-faixa modulados digitalmente são obtidos quando m(t) é um sinal banda-básica digital – por exemplo a saída de um circuito TTL (“transistor- transistor-logic”). Obviamente é possível usar outras funções g[m] que não estão listadas na tabela 4-1. A questão é: São úteis? g[m] são funções as quais desejamos que sejam fáceis de implementar e que apresentem as propriedades espectrais que esperamos. Além disso, no receptor a função inversa m[g] é requerida. A inversa deve ser de um único valor dentro da faixa usada e deve ser facilmente implementada. O mapeamento deve suprimir tanto ruído quanto for possível, tal que m(t) possa ser recuperado sem corrupção. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 7 4.3. Espectro de Sinais Passa-faixa O espectro de um sinal passa-faixa esta diretamente relacionado ao espectro de sua envoltória complexa. Teorema: Se uma forma de onda passa-faixa estiver representada por: { }tj ce)t(gRe)t(v w= (4-11) então o espectro da forma de onda passa-faixa é ( ) ( )[ ]c*c ffGffG2 1 )f(V --+-= (4-12) e a PSD da forma de onda é ( ) ( )[ ]cgcgv ffff4 1 )f( --r+-r=r (4-13) onde G(f) = Á[g(t)] e rg(f) é a PSD de g(t) Prova: { } tj*tjtj ccc e)t(g 2 1 e)t(g 2 1 e)t(gRe)t(v w-ww +== Portanto, [ ] [ ] [ ]tj*tj cc e)t(g 2 1 e)t(g 2 1 )t(v)f(V w-w Á+Á=Á= (4-14) Se usarmos Á[g*(t)] = G*(-f), a partir da tabela 2-1, e da propriedade de translação de frequência da transformada de Fourier, Tabela 2-1, esta equação fica. ( ) ( ) [ ]{ })ff(GffG 2 1 fV c * c +-+-= (4-15) COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 8 que se reduz a (4-12). A PSD para v(t) é obtido através da avaliação da autocorrelação para v(t). { } { }ñt+á=ñt+á= t+ww )tjtjv cc e)t(g Ree)t(g Re)t(v )t(v)t(R Usando a identidade (ver Prob. 2-66), Tabela 4-1 – Funções Envoltória Complexa para Vários Tipos de Modulação. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 9 )ccRe( 2 1 )ccRe( 2 1 )c(R )cRe( 121 * 21E2 += onde ,e)t(gc e e)t(gc )t(j1 tj 2 cc t+ww t+== temos { } { }ñt+á+ñt+á=t t+wwt+ww )t(jtj)t(jtj-*v cccc e )eg(t )t(gRe2 1 e )eg(t )t(gRe 2 1 )(R Notando que á ñ e Re são operadores lineares, podemos trocar a ordem dos operadores sem afetar o resultado, e a autocorelação fica: { } { }ñt+á+ñt+á=t www tjt2jtj*v ccc e e)t(g)t(gRe2 1 e)t(g)t(gRe 2 1 )(R { } { }tjt2jtj*v ccc e e)t(g)t(gRe2 1 e)t(g)t(gRe 2 1 )(R www ñt+á+ñt+á=t Mas ág*(t) g(t + t)ñ = Rg(t). O segundo termo a direita é desprezível porque t2senjt2cose cc tj c w+w=w oscila muito mais rapidamente do que as variações em g(t) g(t + t). Em outras palavras, fc é muito maior do que as frequências em g(t), tal que a integral é desprezível. Isto é uma aplicação do lema de Riemann-Lebesque do cálculo integral [Olmsted, 1961]. Portanto a autocorrelação se reduz a: ( ){ }twt=t cjgv eRRe2 1 )(R (4-16) A PSD é obtida tomando-se a transformada de Fourier de (4-16) (isto é, aplicando-se o teorema de Wiener-Khintchine). Observe que (4-16) tem a mesma forma matemática do que (4-11) quanto t é substituído por t, tal que transformada de Fourier tem a mesma forma do que (4-12). Portanto: [ ] ( ) ( )[ ]c*gcgvv ffff4 1 )(R)f( --r+-r=tÁ=r COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 10 Mas *gr (f) = Pg(f) desde que a PSD é uma função real. Portanto a PSD é dada por (4-13). 4.4. Avaliação da Potência Teorema: A potência normalizada média total de uma forma de onda passa-faixa, v(t), é: ( ) ( ) ( )ò ¥ ¥- ñá==r=ñá=r 2 vv 2 v tg2 1 )o(Rdfftv (4-17) onde “normalizada” implica que a carga é equivalente a 1 W. Prova: Substituindo v(t) em (2-67), temos: ò ¥ ¥- r=ñá=r df)f()t(v v 2 v Mas [ ] ò ¥ ¥- p- r=rÁ=t dfe)f()f()(R ft2jvv 1 v tal que ò ¥ ¥- r= df)f()o(R vv Também, de (4-16), { } )t(g Re 2 1 )o(R 2 v = mas |g(t)| é sempre real, tal que 2 v )t(g2 1 )0(R = Outro tipo de especificação de potência, chamada de potência de envoltória de pico (PEP) é útil para especificações de transmissores. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 11 Definição: A potência pico de envoltória (PEP) é a potência média que deve ser obtida se |g(t)| for mantida constante em seu valor de pico. Isto é equivalente a avaliação da potência media em uma senóide de RF não modulada que possua um valor de pico de Ap = max [v(t)], como é prontamente visto da figura 5-1. Teorema: a potência PEP normalizada é dada por: [ ]2PEP )t(gmax2 1 P = (4-18) A prova deste teorema segue aplicando-se a definição a (4-17). Como descrito nos capítulos posteriores 5 e 8, a PEP é útil para especificar a capacidade de potência dos transmissores de AM, SSB e de televisão. Exemplo 4-1 – Sinal Modulado em Amplitude Avalie o espectro do módulo para um sinal modulado em amplitude (AM). Da tabela 4-1 a envoltória complexa de um sinal AM é: g(t) = Ac[1 + m(t)] tal que o espectro da envoltória complexa é: G(f) = Ac d(f) + Ac M(f) (4.19) Usando (4-9), obtemos a forma de onda do sinal AM s(t) = Ac[1 + m(t)] cos wct e, usando (4-12), o espectro AM [ ])ff(M)ff()ff(M)ff(A 21 )f(S ccccc +++d+-+-d= (4-20a) onde, porque m(t) é real, M*(f) = M(-f) e d(f) = d(-f), a função delta foi definida como sendo par, foram usados. Suponha que o espectro do COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 12 módulo, da modulação, seja uma função triangular, como mostra a figura 4- 2a . Este espectro pode ser proveniente de uma fonte de áudio onde as baixas frequências estejam enfatizadas. O espectro AM resultante, usando (4-20a), esta ilustrado na figura 4-2b. Note que, porque G(f – fc) e G*(-f – fc) não se sobrepõem, o espectro do módulo é: ( ) ( )ïïî ïï í ì <--++d >-+-d = 0f ,ffMA 2 1 )ff(A 2 1 0f ,ffMA 2 1 )ff(A 2 1 )f(S cccc cccc (4-20b) O 1 em g(t) = Ac[1 + m(t)] causa que funções delta ocorram no espectro em f = + fc, onde fc é a frequência de portadora correspondente. Usando (4-17), obtemos a potência de sinal média total. 2 s )t(g2 1 P = [ ])t(m)t(m21A 2 1 )t(m)t(m21A 2 1 )t(m1A 2 1 P 22c 22 c 22 cs ++=++=+= Se admitirmos que o valor DC da modulação é zero, como ilustrado na figura 4-2.a, a potência de sinal média fica: Figura 4-2 – Espectro do sinal AM - (a) Espectro do módulo para a modulação - (b) Espectro do módulo do sinal AM. COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 13 [ ]m2cs P1A2 1 P += (4-21) { 321 laterais bandas nas potência m 2 c portadora da potência 2 cs PA2 1 A 2 1 P += onde Pm = á m2 (t) ñ é a potência na modulação, m(t), 2cA2 1 é a potência da portadora, e 2cA2 1 Pm é a potência nas bandas laterais de s(t). 4.5. Filtragem Passa-faixa e Distorção linear Filtro Passa-Baixas Equivalente Na seção 2-6 a técnica de função transferência geral foi descrita para o tratamento de problemas de filtros lineares. Agora será desenvolvida resumidamente uma técnica para o modelamento de um filtro passa-faixa pelo uso de um filtro passa-baixas equivalente que tem uma resposta impulsiva com valor complexo (ver figura 4-3a). v1(t) e v2(t) são as formas de onda passa-faixa de entrada e saída, com as correspondentes envoltórias complexas g1(t) e g2(t). A resposta impulsiva do filtro passa-faixa, h(t), pode também ser representada por sua envoltória complexa k(t). Além disto, como ilustrado na figura 4-3a, a descrição no domínio da frequência, H(f), pode ser expressa em termos de K(f) com a ajuda de (4-11) e (4-12). A figura 4-3b ilustra uma característica de resposta em frequência passa-faixa típica, |H(f)|. Teorema: As envoltórias complexas para a entrada, saída, e resposta impulsiva de um filtro passa-faixa estão relacionadas por: )t(k 2 1 * )t(g 2 1 )t(g 2 1 12 = (4-22) COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 14 Figura 4-3 – Filtragem passa-faixa. onde g1(t) é a envoltória complexa da entrada e k(t) é a envoltória complexa da resposta impulsiva. Também segue que )f(K 2 1 . )f(G 2 1 )f(G 2 1 12 = (4-23) Prova: Sabemos que o espectro da saída é: V2(f) = V1(f) H(f) (4-24) COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 15 Devido a v1(t), v2(t), e h(t) serem formas de onda passa-faixa, o espectro destas formas de onda estão relacionados aos espectros de suas envoltórias complexas por (4-12); portanto (4-24) fica: ( ) ( )[ ]c*2c2 ffGffG2 1 --+- ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ]c*cc*1c1 ffKffK2 1 ffGffG 2 1 --+---+-= ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ú ú û ù ê ê ë é ----+---+---+--= )ff(KffGffKffGffKffGffK)ff(G 4 1 c * c * 1 0 cc * 1 0 c * c1cc1 444 3444 214444 34444 21 (4-25) Mas G1(f – fc) K*(-f – fc) = 0 porque o espectro de G1(f – fc) é zero na região de frequências em torno de –fc , onde K*(-f – fc) é não-zero. Isto é, não há sobreposição espectral de G1(f – fc) e K*(-f –fc) porque G1(f) e K(f) têm espectro não-zero apenas em torno de f = 0 (isto quer dizer, em banda- básica, como ilustrado na figura 4-3d. Similarmente, G*1 (-f – fc) K (f – fc) = 0. Consequentemente (4-25) fica: ( ) ( ) ( )úû ù êë é ----+úû ù êë é --=úû ù êë é --+úû ù êë é - c * c * 1cc1c * 2c2 ffK2 1 ffG 2 1 ffK 2 1 )ff(G 2 1 )ff(G 2 1 )ff(G 2 1 (4-26) Pela expressão (4-12) temos: [ ])ff(G)ff(G 2 1 )f(G c * 2c22 --+-= , e [ ])ff(K)ff(G)ff(K)ff(G 2 1 )f(K).f(G c * c * 1cc12 ----+--= Então: )f(K)f(G 2 1 )f(G 12 = Multiplicando por ½ de ambos os lados: COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 2 Universidade Federal de Uberlândia Departamento Engenharia Elétrica 16 )f(K 2 1 )f(G 2 1 )f(G 2 1 12 = que é idêntico a (4-23), tomando-se a transformada de Fourier inversa, de ambos os lados, (4-22) é obtida. Este teorema indica que qualquer sistema de filtro passa-faixa pode ser descrito e analisado usando-se um filtro passa-baixas equivalente como ilustrado na figura 4-3d. Equações para filtros passa-baixas equivalentes são usualmente muito menos complicadas do que para os filtros passa-faixa, tal que o modelo de sistema de filtro passa-baixas equivalente é muito útil. Devido a maior frequência ser muito menor no filtro passa-baixas equivalente, ela é a base para os programa de computador que simulam sistemas de comunicação passa-faixa. Sabe-se que os filtros passa-faixa lineares podem produzir variações na modulação de fase na saída q2(t), onde q2(t) = Ðg2(t), como uma função da modulação de amplitude na envoltória complexa de entrada, R1(t), onde R1(t) = çg1(t)ç. Isto é chamado de conversão AM para PM. Similarmente, o filtro pode também causar variações na saída AM, R2(t), devido a PM na entrada, q1(t). Isto é chamado de conversão PM para AM. Devido a h(t) representar um filtro linear, g2(t) será uma versão linear filtrada de g1(t); todavia, q2(t) e R2(t) - as componentes PM e AM de g2(t) – serão uma versão filtrada não linear de g1(t), desde que q2(t) e R2(t) são funções não-lineares de g2(t). A análise da distorção não-linear é muito complicada. Apesar de muitas técnicas de análise terem sido publicadas na literatura, nenhuma foi inteiramente satisfatória. Panter [1965] apresenta um resumo de algumas destas técnicas, e um “paper” clássico também é recomendado, Bedrosian e Rice, 1968. Além disso as não-linearidades que ocorrem em um sistema prático também causarão distorção não linear e efeitos de conversão AM para PM. Efeitos não lineares podem ser analisados por várias técnicas, incluindo-se a análise de série de potências; isto é discutido numa seção sobre amplificadores que está mais adiante neste capítulo. Se um efeito não linear em um sistema passa-faixa tiver que ser analisado, poderemos usar uma técnica de série de Fourier que usa a transformada de Chebyshev [Spilker, 1977].
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