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1 GEX103 - INTRODUÇÃO À LÓGICA Turma: 15B 14B 24A Aula 4 – 23 e 28/01/2013 Capítulo 6: Equivalência lógica 1 Introdução: As proposições P(p,q) = p ˄ q e Q(p,q) = q ˄ p possuem os mesmos valores-verdade, isto é, possuem tabelas- verdade idênticas. p q p ˄ q q ˄ p V V V V V F F F F V F F F F F F ⏞ Por essa razão, P(p,q) = p ˄ q e Q(p,q) = q ˄ p são logicamente equivalentes. P(p,q) <=> Q(p,q) Definição: duas proposições P e Q são logicamente equivalentes se, e somente se os valores-verdade obtidos forem idênticos para cada combinação possível das variáveis que formam as proposições. Em outras palavras, uma proposição P(p,q, r,...) é logicamente equivalente a uma proposição Q(p,q,r,...), se as tabelas-verdade destas duas proposições forem idênticas. Notação: P(p,q, r,...) <=> Q(p,q,r,...) ou P(p,q, r,...) Q(p,q,r,...) Esta notação indica que a proposição P(p,q, r,...) é equivalente à Q(p,q,r,...). Em particular, se as proposições P(p,q, r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas tautologias ou são ambas contradições, então P(p,q, r,...) <=> Q(p,q,r,...) são equivalentes. Exemplo 1: As seguintes sentenças são logicamente equivalentes: Se hoje é sábado, então hoje é fim de semana. (1) q → q Se hoje não é fim de semana, então hoje não é sábado. (2) ~q → ~p Em símbolos: p : "Hoje é sábado." q: "Hoje é fim de semana." (p→q) <=> (~q→~p) Sintaticamente, (1) e (2) são equivalentes pela Lei da Contraposição "se A implica B então não-B implica não-A", e vice-versa: (A→B) <=> (B→~A) Semânticamente, (1) e (2) têm os mesmos valores nas mesmas interpretações. 2 Como verificar se duas proposições P e Q são logicamente equivalentes? 1. Construa a tabela-verdade para P. 2. Construa a tabela-verdade para Q usando os mesmos valores de variáveis para as afirmações que formam a proposição. 3. Verifique se as tabelas-verdade de P e Q são idênticas para cada combinação de valores-verdade. Se forem, P e Q são logicamente equivalentes, caso contrário não. 2: Propriedades da equivalência lógica: A relação de equivalência lógica possui as propriedades: reflexiva(R), simétrica (S) e transitiva (T). Simbolicamente: (R) P(p,q, r,...) <=> P(p,q,r,...) (S) Se P(p,q, r,...) <=> Q(p,q,r,...), então Q(p,q, r,...) <=> P(p,q,r,...) (T) Se P(p,q, r,...) <=> Q(p,q,r,...), e Q(p,q, r,...) <=> R(p,q,r,...) então P(p,q, r,...) <=> R(p,q,r,...) 3 Exemplificação: (1) Regra da dupla negação: As proposições “~~p” e “p” são equivalentes, isto é, ~~p <=> p. Portanto a dupla negação equivale à afirmação, como pode ser visto na tabela-verdade. p ~p ~~p V F V F V F ~~p <=> p (2) Regra de CLAVIUS: As proposições “~p→p” e “p” são equivalentes, isto é, ~p→p <=> p. p ~p ~p→p V F V F V F ~p→p <=> p (3) Regra da absorção: As proposições “p → p ˄ q” e “p → q” têm tabelas verdade idênticas, portanto são equivalentes, isto é, p → p ˄ q <=> p → q P q p ˄ q p → p ˄ q p → q V V V V V V F F F F F V F V V F F F V V p → p ˄ q <=> p → q 3 (4) A condicional “p → q” e a disjunção “~p ˅ q” têm tabelas-verdade idênticas, portanto são equivalentes. P q p → q ~p ~p ˅ q V V V F V V F F F F F V V V V F F V V V p → q <=> ~p ˅ q Estas duas proposições subsiste a importante equivalência lógica: p → q <=> ~p ˅ q (5) A bicondicional “p ↔ q” e a conjunção “(p → q) ˄ (q → p)” têm tabelas-verdade idênticas, portanto são equivalentes. p q p ↔ q p → q q → p (p → q) ˄ (q → p) V V V V V V V F F F V F F V F V F F F F V V V V p ↔ q <=> (p → q) ˄ (q → p) Estas duas proposições subsiste a importante equivalência lógica: p ↔ q <=> (p → q) ˄ (q → p) (6) A bicondicional “p ↔ q” e a disjunção “(p ˄ q) ˅ (~p ˄ ~q)” têm tabelas-verdade idênticas, portanto são equivalentes. p q p ↔ q (p ˄ q) ˅ (~p ˄ ~q) V V V V V V V F F F V F F V F F F F F V F V F F F V F V F F F F V F F F V V V V p ↔ q <=> (p ˄ q) ˅ (~p ˄ ~q) Estas duas proposições subsiste a importante equivalência lógica: p ↔ q <=> (p ˄ q) ˅ (~p ˄ ~q). 4 4 Tautologias e equivalência lógica Teorema: A proposição P(p, q, r, ...) é equivalente à proposição Q(p, q, r, ...), se, e somente se a bicondicional: P(p,q, r,...) ↔ Q(p,q,r,...) (1) é tautológica. isto é: P(p,q, r,...) <=> Q(p,q,r,...) se, e somente se P(p,q, r,...) ↔ Q(p,q,r,...) é tautológica. Dem.: (i) Se as proposições P(p, q, r, ...) e Q(p, q, r, ...) são equivalentes então, P(p, q, r, ...) e Q(p, q, r, ...) têm tabelas-verdade idênticas. Por conseguinte, o valor lógico da bicondicional (1) é sempre verdade (V), isto é P(p,q, r,...) ↔ Q(p,q,r,...) é tautológica. (ii) Reciprocamente, se a bicondicional (1) é tautológica, então, a última coluna da sua tabela- verdade encerra somente com a letra V (verdade) e, por conseguinte os valores lógicos respectivos das proposições P(p, q, r, ...) e Q(p, q, r, ...) são ambos V (verdade) ou ambos F (falsidade), isto é, estas duas proposições são equivalentes. Podemos concluir que toda equivalência lógica corresponde a uma bicondicional tautológica, e vice- versa. Observação: Os símbolos ↔ e <=> são distintos. ↔ é o símbolo de operação lógica bicondicional. <=> é o símbolo que estabelece a relação de equivalência. Exemplo 2: Método de demonstração por absurdo: Seja c uma proposição cujo valor lógico é Falsidade (F). A bicondicional “(p ˄ ~q → c) ↔ (p → q)” é tautológica. Portanto as proposições “p ˄ ~q → c” e “p → q” são equivalentes, isto é: p ˄ ~q → c <=> p → q p q c (p ˄ ~q → c) ↔ (p → q) V V F V F F V F V V V V V F F V V V F F V V F F F V F F F F V F V F V V F F F F F V V F V F V F 1 3 2 4 1 7 5 6 5 p ˄ ~q → c <=> p → q Nesta equivalência consiste o método de demonstração por absurdo, que consiste de um método de prova matemática indireta, não-construtiva. Este tipo de prova é feito assumindo-se como verdade o contrário do que queremos provar e então, chegando-se a uma contradição. Exemplo 2: Regra de exportação-importação: A bicondicional “( p ˄ q → r ) ↔ ( p → ( q → r ))” é tautológica. 5 p q r (p ˄ q → r) ↔ (p → (q → r) V V V V V V V V V V V V V V V V F V V V F F F V F V F F V F V V F F V V V V V F V V V F F V F F V F V V V F V F F V V F F V V V V F V V V V F V F F F V V F V F V V F F F F V F F F V V V F V F V V F F F F F F V F V F V F V F 1 2 1 3 1 7 1 3 1 2 1 p ˄ q → r <=> ( p → ( q → r )) Portanto as proposições “( p ˄ q → r )” e “( p → ( q → r ))” são equivalentes, isto é: p ˄ q → r <=> p → ( q → r ) Exemplo 3: As proposições “ ” e “~” não são equivalentes, pois a bicondicional: ) ↔ ~ não é tautológica. ( ↔ ~ ( ) V V V V F F F V V V V F V V V V V F F V F V F F F F V V F F F F F V V V V F F F 1 2 1 4 3 1 2 1 ) ↔ ~
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