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PROFESSORA Wilson Sanches SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E CULTURA Aula 11 O QUE É SOCIOLOGIA? O QUE É SOCIOLOGIA? TOMAZI, N.D. Iniciação à Sociologia. 2ed. São Paulo: Atual, 2000. “A Sociologia, no contexto do conhecimento científico, surge como um corpo de idéias voltadas para a discussão do processo de constituição e consolidação da sociedade moderna” (p.1) SOCIOLOGIA Estudo do homem em sociedade (coletividade) Estudo dos diversos grupos sociais em interação Relação do indivíduo com a sociedade Relações sociais no contexto do capitalismo PROFESSORA Wilson Sanches SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E CULTURA Aula 12 Emile Durkheim Durkheim, o Positivismo e a visão funcionalista da sociedade Émile Durkheim (1858-1917) Primeiro método científico da Sociologia: o método sociológico (“As regras do método sociológico”) Influência do Positivismo e do Darwinismo Objeto da Sociologia: os FATOS SOCIAIS (coercitivos, exteriores ao indivíduo e coletivos) Importância das instituições sociais para a socialização do indivíduo: família, educação, religião, trabalho a divisão social do trabalho: solidariedade mecânica (sociedades menos desenvolvidas) e orgânica (sociedade capitalista) o capitalismo é sinônimo de evolução A sociedade funciona como um corpo: cada parte (instituição ou grupo social) desempenha funções específicas, interagindo entre si para organizar o todo Anomia (patologia social): quando alguma parte da sociedade não funciona bem, provoca desequilíbrios no todo (“O suicídio”) PROFESSORA Wilson Sanches SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E CULTURA Aula 13 Karl Marx (parte 1) MARX E A CRÍTICA À SOCIEDADE CAPITALISTA Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) Análise do desenvolvimento histórico das forças produtivas Análise da relação entre as classes sociais Acumulação capitalista e (re)produção das desigualdades sociais Método: Materialismo Histórico (Dialético, Científico e Crítico) As relações sociais são definidas a partir das condições materiais de existência O homem, historicamente, produz e reproduz os meios necessários para sua sobrevivência e satisfação de suas necessidades TRABALHO – condição essencial da natureza humana (mas, no capitalismo, o trabalho serve aos interesses do capital) Trabalho que humaniza Trabalho que desenvolve Trabalho que desumaniza Trabalho que escraviza Trabalho que vira mercadoria PROFESSORA Wilson Sanches SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E CULTURA Aula 14 Karl Marx (parte 2) CAPITALISTA Burguesia TRABALHADOR Proletariado FORÇA DE TRABALHO MEIOS DE PRODUÇÃO X LUCRO MAIS-VALIA SALÁRIO CONCEITOS FUNDAMENTAIS IDEOLOGIA: Conjunto de ideias e conceitos que corresponde aos interesses de uma classe social, e que possui a força de influenciar os modos de pensar e de agir de uma coletividade. FETICHISMO: O ser humano não consegue perceber os reais mecanismos de exploração e de dominação a que estão submetidos, e que são essenciais à reprodução do capital (ideologia burguesa e acumulação) CONCEITOS FUNDAMENTAIS ALIENAÇÃO: O homem perde sua autonomia e criatividade em relação ao processo de trabalho (expropriação da subjetividade). O homem se torna parte da produção, um mero apêndice da máquina, um meio para a reprodução do capitalismo. Indicação de leitura: SILVA, João Carlos da. Educação e alienação em Marx: contribuições teórico-metodológicas para pensar a história da educação. Disponível em: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/art07_19.pdf PROFESSORA Wilson Sanches SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E CULTURA Aula 15 Max Weber WEBER E A SOCIOLOGIA COMPREENSIVA Max Weber (1864-1920) A sociedade e as relações sociais A sociologia como ciência Método Compreensivo A ação social enquanto objeto de estudo sociológico O cientista tem que ser neutro em relação a concepções políticas e ideológicas (crítica a Marx e Engels) Homem da ciência x Homem da política O homem, para Weber, é dotado de capacidade, vontade e liberdade para assumir uma posição consciente e autônoma diante do mundo Ênfase na autonomia humana e foco nas ações individuais (oposição a Durkheim e a Marx) O MÉTODO COMPREENSIVO A Sociologia deve partir da compreensão da ação dos indivíduos e não da análise das instituições sociais ou dos grupos sociais É preciso compreender as intenções e motivações humanas (individuais) nas diversas situações sociais PROFESSORA Wilson Sanches SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E CULTURA Aula 16 Max Weber (parte 2) O CAPITALISMO PARA WEBER Um sistema racional e burocrático Produtivo e eficiente Desenvolvido segundo relações sociais historicamente determinadas Fruto da vontade humana Longe de ser perfeito Visão realista, mas não transformadora A Sociologia deve estudar as ações sociais para compreender as relações sociais AÇÃO SOCIAL: toda ação que o indivíduo realiza orientado pela ação dos outros, e que tem para ele algum significado RELAÇÃO SOCIAL: é o resultado coletivo das ações sociais OS TIPOS DE AÇÃO SOCIAL Ação tradicional: O indivíduo age segundo as tradições e costumes culturalmente aprendidos Ação afetiva: O indivíduo age segundo os sentimentos e emoções. OS TIPOS DE AÇÃO SOCIAL Ação racional com relação a valores: O indivíduo age segundo valores e crenças fundamentadas na razão (escolha própria) Ação racional com relação a fins: o indivíduo age a partir de seus objetivos e metas (escolha própria) PROFESSORA Wilson Sanches SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E CULTURA Aula 17 A Formação da identidade afro-brasileira A formação da identidade afro-brasileira – contexto inicial DURANTE A ESCRAVIDÃO: Pluralidade étnica e cultural. Preservação das tradições de origem. Aculturação como estratégia. Resistência e luta contra a servidão. Racismo antiafricano. Na passagem do Século XIX para o Século XX: por uma identidade brasileira “negra” Imprensa afro-brasileira no pós-abolição e no início da República – construção de uma identidade sociocultural brasileira “negra” e desnaturalização das relações raciais. Papel determinante dos líderes e intelectuais negros na luta contra a discriminação e exclusão, e na defesa da igualdade e cidadania. 500 anos de luta e resistência de um povo. Marcos Rodrigues da Silva – Membro do Convênio Brasil/Portugal – CAPES/ICCTI/UFSC “Nas duas últimas décadas do século XIX e nas duas primeiras décadas do século XX, foi construída uma ideologia perversa, que atingiu diretamente a população afro-brasileira. Está colocada a questão: quem é o brasileiro? E quem é o civilizado, capaz de integrar a elite nacional, de acordo com a concepção europeia de uma sociedade apta para novos processos?” (SILVA, 2014a, ). “Embora as Ciências Sociais tenham feito muitos avanços, a cultura da inferioridade negra e o mito da primitividade do negro ainda estão presentes na contemporaneidade, penetrando na memória coletiva de negros e brancos em nosso país, interferindo na formação da subjetividade de ambos”. (SILVA, 1997b, ). “A omissão nos livros didáticos [...] de representações da produção artístico-cultural do segmento negro e de sua tradição cultural têm contribuído para a permanência do preconceito e da marginalização do negro no Brasil. Resgatar a arte, a estética e a cultura negro-africana em seus diferentes aspectos e sua presença na cultura ocidental, principalmente brasileira, implica a valorização da identidade cultural do segmento negro”. (SILVA, 1997b, p. ) PROFESSORA Wilson Sanches SOCIEDADE, EDUCAÇÃOE CULTURA Aula 18 Reconhecimento da identidade afro-brasileira Décadas de 80 e 90: afirmação da diferença e reconhecimento da identidade afro- brasileira “A leitura crítica destes 500 anos do encontro das culturas europeias com as culturas indígenas e africanas na diáspora deve ter propósitos transformadores que possibilitem a afirmação de direitos e deveres iguais, e reconhecimento da pluralidade étnica que marca a identidade da população brasileira”. (SILVA, 2014a, p. ). Necessidade de fomentar o debate sobre o direito à identidade étnico-cultural no Brasil e no mundo. Necessidade de ampliar a compreensão, em todos os setores da sociedade brasileira, sobre as experiências históricas dos afrodescendentes no país e seus desdobramentos (CARVALHO, 2000). LILIA SCHWARCZ As teorias raciais e racistas dos séculos XVIII e XIX influenciaram o pensamento das elites brasileiras nesse período. Ausência do debate sobre a cidadania das populações negras e mestiças nesse período. PROFESSORA Wilson Sanches SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E CULTURA Aula 19 Reconhecimento da identidade afro brasileira LEDA MARIA MARTINS Estudo das “congadas” e do “moçambique” como manifestações culturais dos negros no resgate de sua história de escravidão e resistência (memória coletiva que perpassa gerações). Poder de resistência dos negros por meio de um arcabouço mítico/religioso (vivência do sagrado das culturas africanas através do sagrado católico). MARIA NAZARETH SOARES FONSECA Qual é o lugar do negro no Brasil? Os textos produzidos desde o final do século XVIII e até hoje trazem determinadas representações sociais do negro. Visão estigmatizante do negro por parte das elites brasileiras e reforço do processo de exclusão social pelo fator racial. LIDIA A. ESTANISLAU Racismo no Brasil e preconceito contra a mulher negra. Ocupação de profissões desprestigiadas socialmente e mal remuneradas. Apesar de serem muito visíveis pela sua cor, as mulheres negras são geralmente invisíveis enquanto sujeitos históricos e sociais. Pela inclusão Pela cidadania Pelo direito à diversidade PROFESSORA Wilson Sanches SOCIEDADE, EDUCAÇÃO E CULTURA Aula 20 Povos Indígenas E OS POVOS INDÍGENAS? Para início de conversa é preciso reconhecer que: Diferentes povos já viviam no território “brasileiro” antes da chegada dos europeus, ocupando territórios específicos, com trajetórias históricas e culturais específicas. Cultura ocidental X culturas nativas: consequências do contato “forçado” Extinção de povos indígenas inteiros. Redução demográfica e perda de terras. Enfraquecimento dos meios tradicionais de sobrevivência. Desrespeito e desvalorização de identidades étnicas particulares. Imposição de valores da sociedade capitalista e de uma “identidade nacional”. Como definir quem é índio no Brasil hoje? Critério de autoidentificação étnica. É índio todo indivíduo que se reconhece como parte de um grupo indígena e que é reconhecido por ele. FUNAI IBGE – Censo 2010: 817 mil índios (0,4% da população brasileira). Distribuídos em 688 Terras Indígenas e algumas áreas urbanas. 82 referências de grupos não contatados, mas só 32 confirmadas. Há ainda grupos requerendo o reconhecimento de sua condição indígena (ASSIRATI, 2014). E como é ser índio no Brasil, hoje? Recuperação demográfica. Direitos especiais reconhecidos. Luta pela compensação de dívidas históricas e pelo reconhecimento das identidades indígenas. Conflitos de interesses quanto à posse de terras e ao uso dos recursos naturais. Ação política mediada pela Constituição e por organismos internacionais: ONU, OIT e OEA. “É necessário reconhecer e valorizar a identidade étnica específica de cada uma das sociedades indígenas em particular, compreender suas línguas e suas formas tradicionais de organização social, de ocupação da terra e de uso dos recursos naturais. Isto significa o respeito pelos direitos coletivos especiais de cada uma delas e a busca do convívio pacífico, por meio de um intercâmbio cultural, com as diferentes etnias” (POVOS, 2014, p. ). PROFESSORA Wilson Sanches
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