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David Ricardo - Aula 1

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David Ricardo	
Prof. Bruno Aidar
História do Pensamento Econômico
BI Ciência e Economia – 3º Período
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Aula 1: Contexto histórico e método em Ricardo
Texto obrigatório:
COUTINHO, Maurício. Lições de economia política clássica. São Paulo: Hucitec, 1995. 
Cap. 5: “Ricardo: um sistema dedutivo completo de Economia Política”. p. 179-215.
 Texto complementar:
DOBB, Maurice. Teorias do valor e distribuição desde Adam Smith. Lisboa: Editorial Presença, 1977. 
Cap. 4: “A reação contra Ricardo”. p. 125-154.
 Obra original:
RICARDO, David. Princípios de economia política e tributação. São Paulo: Abril Cultural, 1982. 
Cap. 1: “Sobre o valor”. p. 45-63.
Cap. 2: “Sobre a renda da terra”. p. 65-73.
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Perguntas da aula
A economia política é uma ciência?
Qual a preocupação fundamental da economia política?
Como devemos olhar o crescimento econômico?
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David Ricardo (1772-1823)
Economista inglês, nascido de uma família judia sefardita de origem portuguesa anteriormente estabelecida na Holanda. Ricardo abandona o judaísmo ao se casar com uma Quaker.
Pai era corretor de ações. David Ricardo começa na mesma área e fica rico antes dos 30 anos com especulação na Bolsa de Londres (City). 
Começa seus primeiros escritos sobre economia com 37 anos (1809). Primeiras leituras de Adam Smith em 1799.
1819: Atividades no Parlamento, compra lugar na Câmara dos Comuns.
Amigos de Ricardo e economistas importantes: James Mill, Jeremy Bentham e Thomas Malthus. Na França, apoio de Jean-Baptiste Say.
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Junto com Smith, forma a base da escola clássica de Economia Política.
Importância teórica para diversas áreas:
Teoria do valor
Teoria da distribuição de renda
Comércio internacional
Sistema monetário
Tributação
Ponto de referência obrigatórios para discutir os fundamentos da economia política.
Prática na Bolsa de Londres ajudou a dominar plano teórico.
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Importância das discussões com Malthus para formulação do pensamento de Ricardo.
Constante intervenção de Ricardo em debates públicos na imprensa e no Parlamento
Início de setores especializados em economia nas universidades inglesas: Cambridge (1816) e Oxford (1825).
Difusão do pensamento ricardiano na década de 1820: James Mill e Nassau Senior
Escola ricardiana torna-se dominante na Inglaterra e difunde-se na Europa (maior recepção na França, menor recepção na Alemanha).
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 Ricardo aos 49 anos, dois anos antes de falecer
↓ Prédio do Bank of England no coração financeiro de Londres (City)
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Contexto histórico
Expansão napoleônica e seu combate entre 1797 e 1815
Dificuldades na expansão da indústria (bloqueio continental limitava expansão do mercado externo)
Desordens fiscais e financeiras (falta de recursos para o Estado inglês, crise do centro financeiro de Amsterdam) 
Desordens monetárias (emissão de papel-moeda para suprir déficit do governo, grande inflação de preços, suspensão da conversibilidade em ouro das moedas inglesas).
Crise econômica no contexto do pós-guerra
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 Eugène Delacroix – La liberté guidant le peuple (A liberdade guiando o povo)
Francisco de Goya – El tres de mayo de 1808  
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As questões de Ricardo
Contexto de profunda crise política e econômica desencadeadas pela Revolução Francesa/império napoleônico e pela Revolução Industrial inglesa.
Como complementar e aprimorar a obra de Smith?
Como crescimento da indústria inglesa e da taxa de lucro poderiam prosseguir?
Quais eram os obstáculos internos? Aumento da população e agricultura.
Quais eram os obstáculos externos? Barreiras ao comércio.
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Harmonia social e progresso econômico preconizados por Smith pareciam suspensos.
1798: Essay on Population (Malthus)  ideia de escassez de recursos (progressão aritmética) face ao aumento populacional (progressão geométrica).
Debates sobre a Corn Law (1815) 
Surgimento de debates econômicos, aperfeiçoamento da teoria da renda
Ideia de queda do lucro com o progresso da acumulação de capital
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Obras principais
1809-1811: Escritos sobre moeda e preços
1815: Ensaio sobre a influência do preço baixo do trigo nos lucros de capital, mostrando a inconveniência das restrições à importação 
1817: Princípios de Economia Política e Tributação
1822: Sobre a proteção da agricultura
1823: Plano para o estabelecimento de um Banco nacional
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Diferenças nacionais
Alemanha: 
Sociedade e economia ainda bastante agrárias
Domínio da filosofia no campo dos saberes. Movimento cultural do romantismo.
Busca de conhecimento especulativo sintético, mais abrangente que todas as disciplinas. 
Integração entre necessidades espirituais, sentimentais e racionais, poéticas e positivas, religiosas e científicas.
Inglaterra: 
Rápida desenvolvimento do capitalismo industrial e modernização capitalista da agricultura (proprietários de terras e rentistas)
Busca de ponto de vista concreto e restrito, exclusivamente econômico. 
Visão do homem apenas como membro da sociedade econômica (produtor e consumidor de riquezas). 
Definição metódica das categorias econômicas.
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Diferenças Smith x Ricardo
Smith		
Objeto da economia política é a investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações.
Escreve em contexto histórico de persistência de formas econômicas não-capitalistas (ex. produtores independentes).
Começo da Revolução Industrial inglesa, mais otimista.
Teoria econômica possui preocupação filosófica
Certeza sobre identidade natural de interesses e harmonia social
Ricardo
Objetivo principal da economia política é determinar as leis que regulam a distribuição do produto entre as classes sociais (capitalistas, trabalhadores e proprietários de terras).
Escreve em contexto rigorosamente capitalista (sociedade dividida em três classes).
Final da Revolução Industrial inglesa, mais pessimista.
Teoria econômica não possui preocupação filosófica e moral.
Incerteza e pessimismo sobre a questão da harmonia de interesses individuais
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Diferenças Smith x Ricardo
Smith		
Acumulação depende de determinadas etapas e condições históricas de crescimento econômico.
Fenômenos econômicos são descritos de forma mais concreta/particularista, histórica e indutiva.
Falta de uma teoria da distribuição
Ausência de unidade conceitual (segundo Dobb)
Teoria do valor era logicamente incompleta
Leitura agradável!!
Ricardo
Acumulação depende do movimento a-histórico da taxa de lucro. Sistema econômico é subordinado aos movimentos do capital. Taxa de lucros determina o movimento e o destino histórico do processo capitalista.
Fenômenos econômicos são descritos de forma abstrata, científica e dedutiva.
Teoria integrada do valor, do lucro e da renda
Unidade conceitual (sistemas, leis) e hipóteses gerais
Precisão e abstração matemática
Leitura difícil!!
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Filosofia econômica de Ricardo
Leis estáticas 
Otimismo: teoria do valor confirma princípio de identidade natural de interesses, apenas limitado por ações perturbatórias. 
Continuidade com Smith.
Oscilações temporárias da oferta e da demanda são negligenciadas.
Leis dinâmicas 
Pessimismo relativo sobre dinâmica da população, renda da terra, salários e lucros. 
Princípio da divergência natural de interesses. 
Ruptura com Smith e proximidade com Malthus, abre questão para análise da desarmonia social.
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Descrição da economia de forma lógica e racionalista
Busca das proposições fundamentais da ciência econômica (nome do curso  Economia e ciência!).
Isolamento dos princípios e abstração das causas perturbadoras
Abstração sistemática, eliminação do que é acidental para comodidade de sua exposição teórica e científica.
Busca do que é permanente e constante, maior atenção ao longo prazo.
Relembrando Smith, Ricardo entre o preço natural e o preço de mercado fica com o preço natural e desconsidera o preço de mercado por suas alteraçõespodem ser negligenciadas.
Obs.: é o contrário de Malthus com seu espírito prático e concreto, foco no curto prazo (atenção aos aspectos imediatos e temporários) e aos aspectos particulares das situações econômicas.
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Exemplo do método ricardiano: a teoria do valor trabalho
A causa e medida da troca é a quantidade de trabalho empregado para produzi-los. 
Cada qual recebe em proporção do seu trabalho.
Equilíbrio de interesses econômicos ocorre pela troca.
Leis econômicas são justas, naturais e racionais.
Quantidade de trabalho como medida única e objetiva da utilidade.
Sob quais circunstâncias as mercadorias são trocadas proporcionalmente à quantidade de trabalho necessária para produzi-las?
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Restrições à teoria geral do valor
Ricardo elimina as variações do trabalho (qualidade do trabalho e variações nos salários) em busca de um padrão homogêneo. 
Ricardo elimina as mercadorias que são raras e que podem ser alteradas pela demanda (obras de arte, raridades arqueológicas, vinhos finos). A teoria do valor trabalho não vale para elas. 
Assim como Smith, Ricardo realiza a separação entre valor real e valor natural, centrando-se na oscilação em torno do valor natural de um objeto, mas nota a necessidade de uma medida invariável para mensurar as variações. 
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Passagem para economia moderna?
“Para que os diferentes objetos sejam trocados em sua proporção natural, segundo a quantidade de trabalho que eles custam, a troca deve, em princípio, ser livre, e os diversos egoísmos individuais terão toda a faculdade de se adaptar uns aos outros. Mas a abstenção do governante não é suficiente para a realização dessas condições. Para que as oscilações de valor sejam tão pouco amplas e pouco duradouras quanto possível, os indivíduos, átomos do mundo econômico, devem ser dotados de uma mobilidade absoluta, capazes de conhecer imediatamente seu interesse e, em decorrência desse fato, de agir imediatamente” (HALÉVY, La formation du radicalisme philosophique, v. 3, p. 16).
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Indicação de filmes
Filmes 
Razão e Sensibilidade (Dir. Ang Lee, 1995)
Orgulho e preconceito (Dir. Joe Wright, 2005) 
Sobre a ascensão da burguesia na Inglaterra e sobre as diferenças sociais e culturais entre burguesia e aristocracia.
Livros 
Guerra e Paz (León Tolstói) sobre a invasão napoleônica na Rússia
O vermelho e o negro (Stendhal) sobre a ascensão da burguesia na França
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Bibliografia utilizada
COUTINHO, Maurício. Lições de economia política clássica. São Paulo: Hucitec, 1995. Cap. 5: “Ricardo: um sistema dedutivo completo de Economia Política”. p. 179-215.
DOBB, Maurice. Teorias do valor e distribuição desde Adam Smith. Lisboa: Editorial Presença, 1977. Cap. 3: “David Ricardo”.
HALÉVY, Elie. Le radicalisme philosophique. Paris: Félix Alcan, 1904. V. 3: La formation du radicalisme philosophique. Cap. 1: “Les lois naturelles de la société économique”. Seção 1: Ricardo. p. 5-54.
NAPOLEONI, Claudio. Smith, Ricardo e Marx. 6. ed. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 1988. Cap. 4: “David Ricardo”.
SINGER, Paul. Apresentação. In: RICARDO, David. Princípios de economia política e tributação. São Paulo: Abril Cultural, 1982. (Os economistas).
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