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HIST15

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História
Aula 15
=> Baixa Idade Média (cont)
3. Formação do Direito Comum
3.1 Fontes do Direito
a) Direito Local
b) Direito Canônico
c) Renascimento do Direito Romano
3.2 Renascimento do Direito Romano
. Criação das Universidades: 	Trivium: Retórica, Gramática, Dialética
				Quatrivium: Aritimética, Geometria, Música, Astronomia
. Universidade de Bolonha: Estudo do Direito
~ Direito Romano: Corpus Juris Civilis
3.3 Escola dos Glosadores (XIII)
. Corpus Juris Civilis
~ Interpretação Literal
~ Utilização de Glosas
~ Glosa Marginal ou Interlinear
~ Aso e Acúrsio
3.4 Escola dos Comentadores
. XIV - XV - Direito Local Desenvolvido
. Extração de Princípios Gerais
. Extração de Princípios Gerais
. Preocupação Prática
. Sistema Jurídico
~ Princípios (geral)
~ Local
Estamos vendo a história do direito na idade média, os historiadores a dividem em baixa e alta idade média e da baixa idade
média vimos na última aula que existem dois acontecimentos no campo do direito de destaque. O primeiro desses momentos é a
retomada da atividade legislativa que durante o período feudal ficou de fora e se retoma no final da idade média. A grande
característica da baixa idade média é a formação do direito comum, que formará a base jurídica dos países europeus.
Na Inglaterra é diferente pois lá não passa por esse processo do direito comum, logo, terá um sistema jurídico diferente do
nosso e do resto da Europa. A diferença de existir o Common Law é exatamente por essa característica de não ter sido influen
ciada pelo Direito COmum.
Na baixa idade média, que fontes do direito se encontravam na maioria dos lugares? Existia o Direito Local e o Direito Canôni
co, sendo o primeiro o direito baseado nos costumes, algumas leis que estavam sendo elaboradas, os estatutos que eram elabora
dos nas cidades e o direito canônico tudo o que era advindo da doutrina da igreja. Nessa época é quando começaram a se desen
volver as cidades, em função de fatores como a fome, alguns vassalos fugirão dos feudos e iniciarão as cidades. O direito ca
nônico cuidava do direito privado do campo doméstico.
Faltava, na Baixa Idade Média, o estudo do direito, o desenvolvimento da ciência do direito e, para suprir essa lacuna, tere
mos o surgimento de uma nova fonte, que é o renascimento do direito romano. Faltava a construção de um sistema teórico-jurí
dico que unisse as outras fontes e amarrase-as, já que o direito deixou de ser escrito durante o período feudal, criando uma
carência de algo que estudasse o Direito. O Renascimento do Direito Romano é essencial para a formação do Direito Comum.
O renascimento do Direito Romano se deve, em primeiro lugar, à criação das primeiras universidades. A criação das universida
des vai permitir o estudo do direito romano, estudo era algo que até então, era muito vinculado aos mosteiros, sendo exclusi
vo aos clérigos e essa educação mais formal se baseava em dois tipos de estudo o trivium e quadrivium, o primeiro estudando a
retórica, gramática e dialética e o segundo ciclo de aritimética, geometria, música e astronomia. Antes da criação das univer
sidades, o estudo era, então, dessa forma e feito em mosteiros, por clérigos. O direito não era estudado de forma específica,
apenas dentro dos assuntos de retórica e dialética, mas de maneira superficial.
Logo, com as faculdades, o direito será estudado de forma específica, se iniciando na Universidade de Bolonha. A realidade ju
rídica que se tinha era um direito muito pouco desenvolvido, com costumes, que era algo simples, leis que eram elaboradas pe
los reis, estatutos que estavam sendo formados, logo, o direito não era tão complexo que merecesse atenção maior de estudos,
levando os primeiros estudiosos a estudar um sistema já existente, o Direito Romano.
O estudo do Direito na universidade de bolonha será um estudo do Direito Romano. É por isso que depois de três ou quatro sé
culos ausente, o direito romano renasce. No império romano ocidental, com o processo de ocupação bárbara, o direito romano
não desaparece, fica ainda aliado ao direito bárbaro e no império oriental, existente pelo corpus juris civilis. No século
XIII, então, o Direito Romano puro é o que volta a ser estudado, com o exemplo do Corpus Juris Civilis. Logo, o Direito Roma
no renasce não na sua forma misturada com os costumes bárbaros, mas na figura do Corpus Juris Cilivis.
Na Itália, o Corpus Juris Civilis sempre foi conhecido e admirado, logo, por mais que só vigente no império oriental, era de
entendimento e conhecimento de muitos, principalmente os italianos. Em outras universidades que vão surgir algum tempo depois
, como salamanca, orleans, o Direito Romano que era estudado era sempre o mesmo, o Corpus Juris civilis, sempre em Latim. Is
so foi diferente em Oxford, estabelecendo um certo limite à penetração do Direito Romano e essa retomada do direito romano
não se fez muito presente, havendo uma ou outra matéria dele, mas privilegiando principalmente o direito local inglês, estu
dando os próprios costumes e leis. A razão para isso é que o Direito Romano que renasce, vem junto com uma tentativa do Rei
ampliar o controle sobre o restante do território, da população e dos senhores feudais.
Na Inglaterra, o parlamento inglês sempre foi mais atuante e o feudalismo na Inglaterra foi diferente que nos outros lugares,
logo, o parlamento inglês evitou que de alguma forma o Direito Romano, identificado como a tentativa do Rei de ampliar o seu
poder, fosse dominante. Logo, vemos que por isso o sistema jurídico na Inglaterra é diferente, pela pouca influência do renas
cimento do Direito Romano.
Temos lugares como a Inglaterra que o Direito Romano não penetrou, outros que penetrou com força, como a Alemanha, Itália,
Portugal e outros de maneira moderada, como a França. Esse renascimento do Direito Romano não teve o mesmo processo em Oxford
, logo, o direito romano na Inglaterra não teve essa mesma força.
Entre os estudiosos de Bolonha, temos duas escolas diferentes em momentos diferentes responsáveis por esse estudo. Primeira
mente, a escola dos Glosadores, que é a primeira a analisar o direito romano de uma forma científica, responsável por essa
retomada do direito romano, surgindo inicialmente no século XII e XIII, tendo as seguintes características: O corpus juris ci
vilis é um texto "sagrado", deve ser interpretado de forma literal. A escola tinha apenas uma preocupação teórica, não haven
do uma preocupação em adaptar o corpus juris civilis à época. O interesse deles com o direito romano era apenas interpretar
o corpus juris civilis, a partir de Glosas. Glosa era uma coisa comum na época por conta das aulas de gramática, sendo uma
explicação detalhada de uma palavra ou de uma frase, sendo utilizada pelos Glosadores como método de análise do Corpus Juris
Civilis, explicando o que ele significava.
A glosa podia ser uma glosa marginal ou interlinear. A glosa marginal é quando se tem a página do texto e se anota na margem
da folha, já a interlinear é feita por anotações entre as linhas do texto. Os glosadores pegavam uma página do Corpus Juris
Civilis e explicavam quanto ao real significado daquela página, texto ou regra. Não havia uma preocupação em aplicar o diges
to àquela época. Sua preocupação era apenas explicar o texto. Os dois principais Glosadores foram Aso e Acúrsio, tendo nas
glosas uma sigla (Ac) ou (As).
Essa escola foi importante por ter sido aquela quem iniciou o estudo do Direito Romano estudando o Corpus Juris Civilis, per
mitindo que, com suas interpretações, o texto fosse considerado importante, porém, sem adaptações às exigências do século em
que eles se encontravam. Essa adaptação será feita pela escola seguinte, a escola dos Comentadores, também chamados de Pós-
-Glosadores.
Essa escola também vai estudar o Direito Romano, também vai estudar o Corpus Juris Civilis, mas tem outra realidade de tempo.
Ela surge no séc. XIV/XV,
um momento em que o direito local está muito desenvolvido. Esses séculos têm uma grande ampliação
do comércio, feito nas cidades. O Estatuto das Cidades, então, era muito mais desenvolvidos, leis mais desenvolvidas, logo,
o direito local está em um momento de intenso desenvolvimento. Logo, os estudiosos percebem que não era mais suficiente fazer
um estudo puramente teórico do direito romano, pois isso não o torna capaz de competir com um direito local que estava desen
volvido.
Logo, os comentadores fazem um trabalho de adaptação do Corpus Juris Civilis à modernidade. Essa adaptação era feita, basicam
ente, a partir da extração de princípios gerais. Logo, os comentadores estudam o texto não com uma mente teórica, uma inten
ção puramente teórica, mas sim, uma preocupação prática. Era necessário adaptar o Direito Romano ao tempo deles, fazendo com
que o Corpus Juris Civilis possa ser aplicado até hoje, extraindo do texto determinados princípios que poderiam servir de ba
se para o direito da época.
Eles vão, através do seu esforço, elaborar um sistema jurídico onde eles estudavam, com a mesma intensidade, o direito romano
através dos princípios, visto como um direito geral, podendo servir como base com o direito local. Por isso que o renascimen
to do direito romano com os glosadores e seu desenvolvimento com os comentadores permitiu que os países citados tivessem seus
sistemas jurídicos baseados nessa forma, um direito local, com características de cada um, mas com direito geral sendo o Di
reito Romano, com princípios extraídos do Corpus Juris Civilis.
Durante o séc. XIII, no processo de formação do Direito Inglês, o Rei buscou fazer um direito baseado nas regras e costumes
locais apenas, sendo a origem do Common Law, formado na Inglaterra, com as características inglesas, e tendo também o Civil
Law, direito mais próximo do resto do continente, porém, menos presente.
=> Direito na Idade Moderna
1. Introdução
. Fase de Transição
. Antes: Feudalismo
. Depois: Capitalismo
1.1 Transformações na Economia
. Critério de Riqueza
	Antes: Posse de Terras
	Depois: Posse de Dinheiro
1.2 Transformação Social
. Valorização de um Grupo: Burguesia
1.3 Transformação Política
. Dois Momentos Diferentes
~ 1º Momento: Consolidação do Absolutismo
	Maquiavel e Hobbes
~ 2º Momento: Sec. XVIII: Crítica ao Absolutismo
	Democracia Liberal
1.4 Transformação Ideológica
. Deus era o centro das atenções
. Homem deveria ser o centro das atenções: Razão
. Razão conduz ao progresso
A Idade Moderna, de uma forma aproximada, vai do séc. XVI ao séc. XVIII. Porém, em alguns lugares da Europa, mesmo no séc.
XIX características de Idade Média, assim como antes do séc XVI, no XIII, tendo características modernas, como na Inglaterra.
Esse período vai desde o renascimento até as revoluções liberais.
A Idade Moderna, apesar de serem apenas três séculos, é um período importante. Em uma visão geral, se caracteriza como uma
fase de transição entre dois sistemas completamente diferentes, e, por isso, jamais poderiam mudar da noite para o dia. É a
transição do velho para o novo, onde o velho é o feudalismo e o novo é o capitalismo.
Logo, é o período de transição que permitiu que fossem forjadas as características que permitiram a chegada do capitalismo no
séc. XVIII. Quais transformações foram essas que permitiram a chegada do Capitalismo? Analisando de forma lata, vemos primei
ramente, as transformações no campo da economia, tendo na idade moderna principal característica a mudança do critério de ri
queza. Durante esse período, o rico não é mais quem tem terras, como na época feudal, mas sim, o dinheiro.
Durante toda a idade moderna, teremos essa transformação, valorizando quem tem dinheiro e não mais quem possui terras. Isso
vai levar a uma transformação social, no aspecto em que durante a idade moderna se tem a valorização de um grupo em especial.
A característica da sociedade feudal era a sociedade estamental, baseada no clero e na nobreza basicamente, com a valorização
do dinheiro dando nova importância ao dinheiro.
Teremos, então, o surgimento, desde o séc. XIII, se consolidando no séc. XVI, da burguesia. A burguesia era diferente em seus
grupos internos, tendo uma alta burguesia se relacionando proximamente da nobreza e uma baixa burguesia sem nenhum tipo de
acesso à cargos políticos ou posições elevadas sociais. O surgimento da burguesia é algo que permite de forma muito clara a
transição do feudalismo para o capitalismo.
Podemos também falar de modificações no campo da política. A idade moderna, na verdade, tem dois momentos diferentes. Em um
primeiro momento, temos a consolidação do absolutismo. Vimos, durante a baixa idade média, que o rei, de alguma forma, a par
tir do declínio do feudalismo, o rei consegue retomar o poder político. Isso ainda não representa um total abandono do feuda
lismo, pela existência, por exemplo, da sociedade estamental, mas com uma concentração de poderes nas mãos do Rei.
Para isso, o Rei terá ajuda de alguns estudiosos que defenderão essa idéia, como Maquiavel e Hobbes, escrevendo livros que
defendem que a liberdade só alcançaria a justiça se existir um rei centralizador. Hobbes escreveu O Leviatã e entendia que o
homem, quando vive em liberdade absoluta, destrói um ao outro. Logo, é necessário que o homem ceda seus direitos para um cen
tralizador determinando o que é justo e certo, permitindo ao homem viver em paz.
Já Maquiavel, com O Príncipe, procurava, com sua experiência ligada a corte, estudar o que um príncipe precisava para manter
o poder. Isso iniciará o Absolutismo. Até o século XVII o absolutismo é a forma de governo dominante, até a chegada do século
XVIII, com o início de críticas do modelo, com os iluministas, que ao final do séc. XVIII, extingue-se o absolutismo e dá es
paço para uma democracia liberal.
Por fim, uma última transformação, também importante, é uma transformação ideológica, muito importante também para período.
Houve uma transformação ideológica, pois havia, durante o período feudal, a ideia de que Deus era o centro das atenções. Tudo
girava em torno de Deus, da ideia divina, da divindade. Por isso, o homem durante a idade média era dado de acordo com a dedi
cação do homem a Deus. O período feudal, então, é um período que Deus está no centro das atenções. Já na idade moderna, se su
bstitui essa ideia com a ideia de que o homem deve ser o centro das atenções, principalmente o aspecto do homem que o diferen
ciava das demais espécies: a razão humana.
Durante toda a idade moderna, teremos a valorização da racionalidade humana, a ideia de que a razão conduz ao progresso, idei
a essa profundamente desenvolvida pelo Iluminismo. A partir daí, teremos um desenvolvimento de forma muito intensa do racio
nal e a desvalorização do irracional. Junto com essa valorização da razão, vem junto a valorização da ciência como elemento
de racionalidade e a desvalorização da religião.
A Idade Moderna representa essa transição do Feudalismo para o capitalismo e as transformações que permitiram essa mudança fo
ram essas quatro já abordadas. No direito, então, vê-se uma transformação no campo jurídico que o ideal racional faça com que
haja uma transformação do direito natural para o direito racional, dissociado de preceitos religiosos.

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