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Revista Téchne Casa de alvenaria estrutural

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Casa de alvenaria estrutural
Por Patrícia Tozzini Ribeiro
Idealizada pela ABCP
(Associação Brasileira de
Cimento Portland), em
parceria com a ONG Água e
Cidade e a Universidade de
São Paulo, a Casa 1.0
consiste em uma habitação de
alvenaria de blocos de
concreto, otimizada, passível
de adaptação, personalização
e ampliação, dependendo do
aporte financeiro disponível
para o morador.
A Casa 1.0 (foto 1) alia, em um mesmo produto, tecnologias
comprovadamente eficazes, resultando no emprego correto dos materiais,
redução do desperdício e custo da produção.
Déficit habitacional
Segundo dados do IBGE, o déficit de moradias no Brasil é muito expressivo e
representa uma lacuna de investimentos e qualidade de vida da população
brasileira. Para amenizar o problema da habitação no País o projeto Casa 1.0
surgiu como uma alternativa viável e de baixo custo que alia racionalização,
planejamento e projeto.
Considerada um dos maiores desejos dos
brasileiros, a casa própria é, além de uma
conquista, parâmetro de desenvolvimento
da qualidade de vida da população e
progresso social do País.
Contexto
A partir do chamado boom da construção
civil, e para solucionar o déficit habitacional
brasileiro, a Casa 1.0 transformou-se em
um produto comercial de fácil aquisição
(como um kit customizado), sem
burocracia, de baixo custo e com
possibilidade de financiamento em até 20
anos, via instituições de crédito imobiliário.
A moradia, comercializada atualmente em
vários Estados do País, é composta de dois
quartos, sala, cozinha, banheiro e área de
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serviço, podendo ser revestida ou não (foto 2).
Tecnologias
O aumento da demanda por obras e a necessidade de agilidade nos processos
construtivos estimularam a procura por tecnologias que suportassem esse
crescimento do mercado de forma sistemática e ampla.
A conjuntura econômica propiciou o surgimento de tecnologias de vanguarda
como a parede de concreto e pré-fabricados, bem como a consolidação da
tecnologia da alvenaria estrutural com blocos de concreto, que é a essência
da Casa 1.0.
Alvenaria estrutural
A alvenaria estrutural racionalizada de blocos de concreto é um sistema
construtivo em que a parede desempenha duas funções: vedação
(fechamento) e elemento estrutural, suportando as ações verticais e
horizontais.
O desempenho do sistema está diretamente relacionado com a qualidade do
componente. Há no mercado uma grande variedade de produtos que não
atendem aos critérios estabelecidos pelas normas brasileiras, por isso é
imprescindível a busca contínua pelo bloco de qualidade.
Uma das características importantes é que o bloco deve ser vazado, ou seja,
sem fundo, aproveitando-se os furos para a passagem das instalações e para
a aplicação do graute (concreto de alta plasticidade). Não tendo fundo, há
também uma grande economia de argamassa de assentamento.
Segundo a NBR 6136:2006, os blocos vazados de concreto
devem atender, quanto ao seu uso, às seguintes classes:
Classe A - com função estrutural, para o uso em elementos de
alvenaria acima ou abaixo do nível do solo
Classe B - com função estrutural, para o uso em elementos de
alvenaria acima do nível do solo
Classe C - sem função estrutural, para o uso em elementos de
alvenaria acima do nível do solo
Os blocos vazados de concreto devem atender, quanto à resistência
característica à compressão, às classes de resistência mínima conforme a
tabela 3 da NBR 6136:2006, que estabelece para as classes A, B e C,
respectivamente, fbk ³ 6,0 MPa, fbk ³ 4,0 MPa e fbk ³ 3,0 MPa.
Quanto às dimensões, a NBR 6136:2006 admite as especificações, com
tolerâncias dimensionais de ± 3 mm para a altura e comprimento e ± 2 mm
para a largura. O desrespeito às tolerâncias gera: desalinhamentos e
desaprumos das paredes, custos adicionais com consumo de argamassa de
revestimento e alteração da excentricidade de cargas.
Utilizam-se, mais freqüentemente, duas famílias de blocos: a família 29 e a
família 39.
A família 29 é composta de três elementos básicos: o bloco B29 (14 cm x 19
cm x 29 cm), o bloco B14 (14 cm x 19 cm x 19 cm) e o bloco B44 (44 cm x
19 cm x 14 cm), cuja unidade modular é sempre múltipla de 15 (14 cm + 1
cm de espessura de junta). Dessa forma, evita-se o uso de compensadores.
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A família 39 é composta de três elementos básicos: o bloco B39 (39 cm x 19
cm) e largura variável; o bloco B19 (19 cm x 19 cm) e largura variável e o
bloco B54 (54 cm x 19 cm) e largura variável. Os módulos dessa família são
múltiplos de 20 (19 cm + 1 cm de espessura de junta) e, por terem larguras
que, segundo a revisão da NBR 6136 de 2006, variam de 9 cm a 19 cm, essa
família exige elementos compensadores, já que seu comprimento nem
sempre será múltiplo da largura.
Os elementos compensadores são necessários não só para ajuste de vãos de
esquadrias, mas também para compensação da modulação em planta baixa.
Quando da utilização de blocos com largura de 14 cm, é necessário lançar
mão de um bloco especial, que é o bloco B34 (34 cm x 19 cm x 14 cm), para
ajuste da unidade modular nos encontros com amarração em "L" e em "T",
para conseguirmos amarração perfeita entre as alvenarias.
Essa racionalização proporciona mais eficácia e economia ao sistema,
que apresenta vantagens significativas:
Redução de armaduras
Redução de fôrmas
Eliminação das etapas de moldagem dos pilares e vigas
Facilidade na montagem da alvenaria
Redução de desperdícios e retrabalho
Projeto modulado
Para se obter o resultado esperado da alvenaria estrutural modular em blocos
de concreto é fundamental que o projeto seja otimizado, ou seja, ofereça um
espaço bem planejado, seja flexível para mudanças futuras ou simplesmente
utilize a engenharia de forma a reduzir custos, como, por exemplo, a
definição de uma única parede hidráulica.
A alvenaria modulada é projetada como um jogo de peças de encaixe,
dispondo os blocos em fiadas alternadas de forma a utilizar na amarração o
mínimo possível de peças. Com isso, evita-se o uso de peças pré-moldadas ou
a quebra de blocos, com elevação da produtividade da mão-de-obra.
O projeto é determinante para a montagem da alvenaria em obra. Deve
conter o máximo de informações referentes a detalhes arquitetônicos,
estruturais, de instalações elétricas e hidrossanitárias, pois, uma vez
compatibilizadas com o processo construtivo, serão facilmente incorporadas
na execução simultânea dos sistemas.
Ressalta-se que a modulação da planta baixa somente é definida após a
execução das elevações das alvenarias, quando se dá realmente o processo
de compatibilização com as instalações. Somente após a inserção dos vãos
das janelas, e principalmente os shafts que abrigam as instalações
hidrossanitárias, é que se conclui a posição definitiva dos blocos em planta
baixa. Outros elementos fundamentais para o projeto são os chamados
blocos-canaletas (utilizados em vergas e contravergas, apoio das lajes ou
término das alvenarias sem laje), os blocos tipo J (utilizados nas paredes
externas, dispensando o uso de fôrmas na extremidade das lajes) e os blocos
compensadores (principalmente utilizados na amarração de portas e
esquadrias).
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Uma das vantagens do planejamento da produção por meio do projeto é a
previsão de futuras ampliações pelo proprietário, conforme se demonstra nas
figuras a seguir. Observe que atendendo aos princípios de racionalização e
economia, a parede que divide o banheiro e a cozinha concentra todas as
instalações hidráulicas (veja planta).
Início de execução
Com a planta de primeira fiada, a equipe inicia a execuçãoda alvenaria.
Faz-se, primeiramente, a locação das instalações, porque as tubulações
elétricas deverão coincidir com os furos dos blocos e as instalações
hidrossanitárias, com os shafts. Instalações e armaduras coincidem com os
furos dos blocos de concreto graças à precisão dimensional e ao uso da
família adequada de componentes. Com os pontos precisamente demarcados,
as fundações já podem ser executadas (foto 3).
Em primeiro lugar verificam-se o esquadro e as diferenças de níveis nos
pontos da laje que delimitarão a alvenaria. Em seguida, marca-se o
alinhamento das paredes, indicando a posição em que devem ser assentados
os blocos. A conclusão dos serviços de marcação é definida pela colocação dos
escantilhões e finalização do assentamento dos blocos da primeira fiada. Com
esses procedimentos, garante-se o perfeito nivelamento e alinhamento das
fiadas subseqüentes (foto 4).
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Elevação
A elevação da alvenaria começa a partir da execução da segunda fiada. Nessa
fase serão marcados os vãos das esquadrias, lembrando-se que os vãos das
portas já foram locados na primeira fiada. É realizado também o
embutimento dos eletrodutos, são definidos os locais para as instalações de
água e esgoto (shafts) e os detalhes estruturais (armação e concretagens).
Todos esses detalhes deverão estar contidos nas elevações das paredes cujas
soluções foram estabelecidas na fase de projeto. A argamassa é aplicada
uniformemente sobre as paredes longitudinais e transversais dos blocos (foto
5).
Durante a execução da alvenaria, são verificados o nível e o alinhamento,
garantindo a precisão dimensional da parede. As juntas verticais são
totalmente preenchidas, podendo ser trabalhadas com efeitos arquitetônicos
(no caso de alvenaria de blocos aparentes), pintura direta sobre blocos, entre
outros acabamentos. Peças pré-moldadas nas aberturas de portas e janelas
agregam valor ao processo industrializado. Contramarcos pré-fabricados,
além do efeito arquitetônico, permitem maior produtividade e precisão na
elevação da alvenaria (foto 6).
Instalações
O estudo da interferência entre
instalações e alvenaria é importante
para a racionalização do processo
construtivo e para os serviços de
manutenção. Para facilitar a
manutenção ou reparo, as instalações
devem estar em posições adequadas
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e serem acessíveis, de modo que o
serviço seja feito sem necessidade de
quebrar a parede (foto 7).
Instalações de água e esgoto,
entretanto, não podem ser embutidas
de forma convencional. Elas
caminharão por espaços que deverão
ser acessíveis, a fim de facilitar a manutenção e o conserto. Para que não
fiquem visíveis, as instalações hidrossanitárias podem ocupar shafts, que são
projetados dentro dos padrões de modulação da alvenaria (fotos 8 e 9).
Integradas ao conceito de racionalização e industrialização, as instalações
hidrossanitárias também podem ser pré-montadas em kits para cada unidade.
A instalação fica restrita ao encaixe do kit nas prumadas principais, o que
limita as interferências no processo executivo.
Os blocos com caixas elétricas deverão ser preparados antes da execução da
alvenaria e assentados no local indicado nas elevações (foto 10).
Revestimento
Na alvenaria com blocos de concreto, pela precisão do componente e da
execução, o revestimento pode ser aplicado diretamente sobre o bloco,
eliminando camadas como o chapisco e o emboço.
Alguns fabricantes de tintas já possuem produtos que podem ser aplicados
diretamente com garantia da durabilidade e estanqueidade da alvenaria (foto
11).
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Controle da qualidade
É imprescindível que os blocos de concreto estruturais obedeçam às
características estabelecidas para que se obtenha o máximo de vantagens
oferecidas pelo sistema. Quem define o tipo, ou a família, é o arquiteto.
Caberá ao engenheiro de estruturas informar a classe de resistência que será
adotada.
Recebimento dos blocos
É necessário que haja no canteiro espaço reservado para a armazenagem
com segmentação dos blocos por tipos e classes de resistência. A verificação
deve ser realizada visualmente antes e durante o descarregamento. Os
blocos devem ser homogêneos, compactos, ter os cantos vivos, sempre livres
de trincas e imperfeições que possam prejudicar o assentamento ou afetar a
resistência e a durabilidade da construção.
Controle tecnológico
No canteiro de obras, assim que os blocos são recebidos, devem ser
separadas amostras para cada lote, para que sejam encaminhadas a um
laboratório e ensaiadas. É importante que as amostras sejam coletadas
aleatoriamente, representando as características do lote, seguindo as
quantidades estabelecidas pela NBR 6136:2006. As amostras coletadas serão
marcadas identificando a data da coleta e o lote e posteriormente enviadas a
um laboratório para os ensaios.
Manutenção
As paredes da Casa 1.0, por serem construídas em alvenaria estrutural com
blocos de concreto, são autoportantes e, por isso, é terminantemente proibido
derrubar ou abrir buracos nas paredes, exceto os previstos no projeto de
ampliação.
Caso seja necessário furar uma parede, deve-se verificar o posicionamento do
quadro de distribuição e dos alinhamentos verticais de interruptores e
tomadas, para evitar acidentes com fios elétricos.
Em paredes de azulejos, recomenda-se executar as furações nas juntas
(rejuntes) a fim de preservar a superfície esmaltada e a própria estabilidade
da fixação da peça.
Em caso de perfuração em tubulação de água, deve-se fechar o registro da
cozinha ou banheiro e acionar um profissional (encanador) para solução do
problema.
Ao se perfurar a parede, para colocação de objetos, deve-se verificar alguns
aspectos físicos:
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Ao colocar algum parafuso na parede, usar bucha de náilon, para evitar
rachaduras
Para objeto de peso elevado, usar bucha plástica de tamanho adequado
Conteúdo online exclusivo
Faça download das plantas em PDF com as possibilidades de
expansão da Casa 1.0:
>>> Embrião
>>> Expansão 1
>>> Expansão 2
>>> Expansão 3
>>> Expansão 4
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