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Fisioterapia respiratória em pediatria e neonatologia hospitalar

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1 
 
 
BENEFÍCIOS DAS TÉCNICAS ATUAIS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM 
RECÉM NASCIDOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
Carine Soares Bôto da Costa* 
 
 
RESUMO 
Com os avanços tecnológicos nas unidades de terapia intensiva neonatal, têm-se aumentado o 
índice de sobrevida principalmente nos recém nascidos prematuros. O aumento da sobrevida 
resulta, em um maior tempo da internação hospitalar e maior permanência sob uso de 
assistência ventilatória, predispondo maiores riscos e complicações para os recém nascidos 
(RN’s). Com isso, vem crescendo a atuação da fisioterapia nessas unidades, visando promover 
melhora no desenvolvimento neuropsicomotor e melhora da performance respiratória. Este 
trabalho enfoca técnicas respiratórias atuais, que atuam de forma não invasiva, podendo ser 
utilizadas em RN’s inclusive em prematuros. Estudos recentes demonstram que as técnicas 
respiratórias atuais (aumento do fluxo expiratório, drenagem autógena assistida, desobstrução 
rinofaríngea retrógrada e glossopulsão retrógrada), sejam capaz de proporcionar uma 
estabilidade da freqüência cardíaca, da pressão arterial, freqüência respiratória e saturação de 
oxigênio, bem como preservar a temperatura corporal, promovendo a manutenção funcional 
da circulação cerebral do recém-nascido, além de reduzir a necessidade de aspiração 
endotraqueal e promover maior eficiência em menor tempo de terapia. No entanto os 
resultados são divergentes quando comparados a estudos mais antigos, sendo necessários 
novos estudos com maior amostra populacional e melhor delineamento, para assim entrarmos 
em consenso sobre a conduta ideal. 
 
Palavras-chave: Fisioterapia respiratória. Técnicas desobstrutivas. Recém nascido. Neonatos. 
Aumento do fluxo expiratório. Drenagem autógena assistida. Desobstrução rinofaríngea 
retrógrada. Glossopulsão retrógrada. 
 
 
 
2 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Com os avanços tecnológicos nas unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN), houve 
uma diminuição da mortalidade, principalmente nos recém nascidos (RN’s) prematuros. No 
entanto, o aumento da sobrevida resulta em um elevado tempo da internação hospitalar e 
maior permanência sob uso de assistência ventilatória, estando mais susceptíveis a 
complicações, necessitando assim de maiores cuidados da equipe multidisciplinar (NICOLAU 
ab, 2008; RIOS, 2008). 
A fisioterapia é uma especialidade relativamente recente na UTIN, o paciente internado 
nesta unidade, geralmente apresentam complicações motoras e respiratórias, tornando-se cada 
vez mais necessária a atuação fisioterapêutica. 
 
Segundo a portaria do Ministério da Saúde nº 3.432, em vigor desde 12/08/1998, as 
unidades de terapia intensiva de hospitais em níveis terciário devem contar com 
assistência fisioterapêutica em período integral, por diminuírem as complicações e o 
período de hospitalização, reduzindo, consequentemente, os custos hospitalares 
(NICOLAU, 2007). 
 
 O enfoque deste trabalho foi dado as técnicas atuais de fisioterapia respiratória cujo um 
dos principais objetivos a serem alcançados é a remoção de secreções pulmonares; sua 
eliminação otimiza as trocas gasosas e reduz o trabalho respiratório, prevenindo e 
minimizando as complicações respiratórias e melhorando a função pulmonar desta população 
cuja mecânica ventilatória é pouco eficiente (HADDAD, 2006; NICOLAU, 2008; 
OLIVEIRA, 2005). 
As técnicas de fisioterapia respiratória convencionais foram propagadas após a publicação 
de Gregory, em 1972, onde foram discutidas a indicação da vibração mecânica e da percussão 
associadas a drenagem postural para fluidificar e deslocar a secreção pulmonar de neonatos 
em ventilação mecânica (VM). Desde então, diversos estudos têm sido realizados, com 
resultados controversos, já que existe uma variedade de técnicas fisioterapêuticas, modo de 
aplicação, tempo e frequência de cada sessão, além de heterogeneidade da população estudada 
e da metodologia utilizada, que se difere em cada estudo (SANTOS, 2009). 
3 
 
 
A técnica de higiene brônquica é descrita na literatura como fisioterapia respiratória 
convencional (FRC) e consiste nas técnicas de drenagem postural, tapotagem, vibração 
associada ou não a compressão torácica, percussão, estimulação da tosse, tosse assistida e 
aspiração. A aspiração endobrônquica e traqueal tem riscos de efeitos adversos, como 
hipoxemia e bradicardia, além de provocar dor, devendo ser o último recurso a ser utilizado 
(ANTUNES, 2006; HADDAD, 2006). 
 Atualmente, vem-se crescendo o uso da fisioterapia respiratória não convencional, com 
técnicas que modificam o fluxo expiratório, de forma não invasiva, que podem ser utilizadas 
em RN’s inclusive em prematuros, tais como: aumento do fluxo expiratório (AFE), drenagem 
autógena assistida (DAA), desobstrução rinofaríngea retrógrada (DRR) e glossopulsão 
retrógrada (GPR) (ANTUNES, 2006; HADDAD, 2006). Essas técnicas atuais podem ser 
aplicadas a maioria do RN’s internados na UTIN, pois atuam de maneira não invasiva através 
de manobras manuais que produzem oscilação do fluxo expiratório, podendo gerar 
mobilização de secreções com posterior eliminação ou ainda a depender da velocidade e da 
intensidade da aplicação da manobra, atuar de modo a realizar uma reexpansão pulmonar. 
Com isso, tem-se o objetivo de conhecer os reais benefícios das técnicas atuais de 
fisioterapia respiratória em RN’s, para que o fisioterapeuta possa atuar de forma segura e 
criteriosa ao cuidado com o recém nascido, evitando o uso de técnicas invasivas e/ou que 
provoquem dor aos RN’s, além de prevenir complicações pulmonares, reduzir o tempo de 
internação e os custos hospitalares, favorecer o prognóstico e melhorar a qualidade de vida 
dessas crianças (NICOLAU cae, 2007, 2008, 2010; SANTOS, 2009). 
 Foi realizada uma revisão de literatura, de caráter descritivo, através da leitura de artigos 
científicos publicados no período de 2000-2010, tendo como base de dados: Bireme 
(Biblioteca Virtual em Saúde), SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e PubMED, os 
artigos extraídos foram na língua pátria, americana ou espanhola. Foram excluídos os artigos 
publicados antes de 2000 e aqueles que não sejam da língua supra citada. 
 
 
 
4 
 
 
1 DENSENVOLVIMENTO 
 
 
Embora os objetivos da fisioterapia sejam semelhantes àqueles traçados para os adultos, a 
assistência fisioterapêutica em neonatologia apresenta particularidades relacionadas às 
diferenças anatômicas e fisiológicas existentes nestes pacientes, em relação às demais faixas 
etárias. Podemos citar algumas peculiaridades estruturais e funcionais que prejudicam a 
eliminação de secreção das vias aéreas nos neonatos, tais como: caixa torácica mais 
complacente devido ao predomínio de estruturas cartilaginosas; costelas horizontalizadas com 
menor oposição ao diafragma; menor quantidade de fibras tipo I (ou fibras lentas), que são 
menos resistentes a fadiga; imaturidade do centro respiratório, com resposta ventilatória mais 
lenta a hipóxia e a hipercapnia, deficiência de ventilação colateral (menor quantidade de poros 
de Lambert e Kohn) e imaturidade do mecanismo da tosse. (CALIXTO, 2005; SELESTRIN, 
2007). 
 Essas características dos RN’s predispõem a uma respiração paradoxal e ainda podem 
comprometer a depuração das vias aéreas, esgotando a capacidade dos mecanismos de mantê-
las limpas, causando a retenção de secreções, piora nas trocas gasosas, que quando associada 
a outras patologias, torna a fisioterapia respiratória um valioso recurso para auxiliar na 
resolução do quadro (CALIXTO, 2005; SELESTRIN, 2007). 
A fisioterapia respiratória é uma especialidade relativamente recente na UTIN e apesar 
disso tem-seobtido reconhecimento em maternidades de referência. No período neonatal são 
comuns o aparecimento de distúrbios respiratórios, que levam a diminuição da ventilação, 
obstrução de vias aéreas e aumento do trabalho respiratório, sendo imprescindível a atuação 
do fisioterapeuta que por meio de suas técnicas, pretende ajudar a recuperação dos RN’s e 
prevenir possíveis complicações respiratórias (MARTINS, 2010; NICOLAU, 2007). 
A assistência fisioterapêutica respiratória é indicada para o tratamento de 
broncopneumonia, desconforto respiratório pós-asfíxico, síndrome do desconforto 
respiratório, taquipnéia transitória do recém nascido, aspiração meconial, pós operatório, 
atelectasias, doença neuromuscular, entre outras (HADDAD, 2006). 
 Alguns autores citaram como contra indicação para a fisioterapia respiratória, possuir peso 
menor que 500g, instabilidade hemodinâmica, discrasias sanguíneas, malformações 
5 
 
 
congênitas graves, síndromes genéticas, pós-operatório imediato, pneumotórax não drenado, 
hipertensão pulmonar e diagnóstico ultrassonográfico de hemorragia intracraniana 
(NICOLAU ae, 2008; 2010; SELESTRIN, 2007). 
O objetivo da fisioterapia respiratória é manter permeabilidade brônquica, otimizar as 
trocas gasosas, adequar o suporte ventilatório, melhorar a expansibilidade pulmonar, prevenir 
ou tratar hiperinsuflação pulmonar e atelectasias, prevenir alteração perfusão/ventilação, com 
conseqüente redução no trabalho respiratório, favorecendo o desmame ventilatório e 
reduzindo as taxas de intubação e reintubação (COMARU, 2007; MARTINS, 2010; 
NICOLAU, 2007; RIOS, 2008; SELESTRIN, 2007). 
A técnica de higiene brônquica é descrita na literatura como fisioterapia respiratória 
convencional (FRC) e consiste nas técnicas de drenagem postural, tapotagem, percussão, 
vibração associada ou não a compressão torácica, estimulação da tosse, tosse assistida e 
aspiração. Atualmente, vem-se crescendo o uso da fisioterapia respiratória não convencional, 
com técnicas que modificam o fluxo expiratório, que podem ser utilizadas em RN’s inclusive 
em prematuros, tais como: aumento do fluxo expiratório (AFE), drenagem autógena assistida 
(DAA), desobstrução rinofaríngea retrógrada (DRR) e glossopulsão retrógrada (GPR) 
(ANTUNES, 2006; HADDAD, 2006). 
Para melhor entendimento das técnicas atuais, segue suas funções: 
a) Aumento do fluxo expiratório (AFE): consiste em uma manobra que associa a 
compressão do tórax e do abdome com a finalidade de aumentar o fluxo aéreo expiratório, 
para deslocar secreções brônquicas por aumento brusco do fluxo expiratório. Em crianças 
pequenas a AFE é realizada de forma passiva e a mão abdominal não fará compressão, em 
RN’s a mão se posicionará nas últimas costelas como uma ponte, cujos pilares são o polegar e 
o indicador, essa modificação evita que haja aumento da pressão abdominal e conseqüente 
alterações do fluxo sanguineo cerebral. 
Essa técnica pode ser subdividida em um aumento lento do fluxo expiratório (AFEL) ou 
aumento rápido do fluxo expiratório (AFER); a primeira permite a mobilização de secreções 
de pequenos brônquios até vias aéreas proximais, através de uma expiração lenta e 
prolongada, já na segunda ocorre eliminação de secreções de traquéia e dos brônquios 
proximais. Essa técnica pode ser utilizada com segurança em RNPT de muito baixo peso, 
6 
 
 
estáveis e no período de pós extubação, sendo considerada pouco estressante ao RN. Após sua 
aplicação pode ser observado otimização das trocas gasosas, aumento da saturação de 
oxigênio e do volume corrente. (COPPO, 2007; DEMONT, 2006; HADDAD, 2006) 
b) Drenagem autógena assistida (DAA): é uma adaptação da técnica de drenagem autógena 
em lactentes ou crianças pequenas, consiste na remoção de secreções brônquicas por meio de 
respirações a diferentes volumes pulmonares, o fisioterapeuta com a mão envolvendo o tórax 
da criança aumenta manual e lentamente a velocidade do fluxo expiratório; prolongando a 
expiração até o volume residual, isto desloca e mobiliza secreções de vias aéreas periféricas 
para as vias aéreas centrais, para serem eliminadas. O uso de uma faixa abdominal é 
necessário para estabilização do abdome. (COPPO, 2007; HADDAD, 2006) 
c) Desobstrução rinofaríngea retrógrada (DRR): técnica na qual se realiza uma manobra 
de inspiração rápida e forçada que utiliza o reflexo inspiratório como recurso para 
desobstrução da rinofaringe. É destinada a crianças com menos de 24 meses e se baseia no 
princípio da nasoaspiração passiva. A técnica pode ser aplicada sozinha ou complementada 
por instilação local de soro fisiológico. (COPPO, 2007; HADDAD, 2006) 
 d) Glossopulsão retrógrada (GPR): é caracterizada por ser uma técnica utilizada em 
pacientes pequenos com a finalidade de conduzir as secreções expulsas pela tosse contida no 
fundo da cavidade bucal. (COPPO, 2007; HADDAD, 2006) 
Acredita-se que o acompanhamento fisioterapêutico dos recém nascidos seja capaz de 
proporcionar uma estabilidade da freqüência cardíaca, da pressão arterial, freqüência 
respiratória e saturação de oxigênio, bem como preservar a temperatura corporal, promovendo 
a manutenção funcional da circulação cerebral do recém-nascido, além de reduzir a 
necessidade de aspiração endotraqueal e promover maior eficiência em menor tempo de 
terapia (NICOLAU, 2010; SELESTRIN, 2007). 
Na revisão de NICOLAU (2007), foi comprovada a eficácia da fisioterapia respiratória nos 
RN’s com hipersecreção brônquica, situação na qual as técnicas fisioterapêuticas auxiliam na 
remoção das secreções, reduzindo também os episódios de atelectasias pós extubação, sem 
comprometerem a estabilidade clínica do recém nascido. 
Haddad (2006) comparou em seu estudo dois recém nascidos com síndrome da aspiração 
de mecônio, sendo um tratado com FRC e outro com as técnicas atuais, sendo demonstrado 
7 
 
 
que as técnicas atuais são capazes de remover secreções brônquicas sem que haja a 
necessidade de aspiração; ambos os casos tiveram evolução favorável. 
Já é sabido que a aspiração, além de provocar dor, tem como efeitos adversos: bradicardia, 
hipoxemia, trauma de via aéreas, atelectasias, arritmias cardíaca, tosse, broncoespasmo, 
oscilações da pressão arterial, aumento da pressão intracraniana, bacteremia e infecções 
respiratórias (ANTUNES, HADDAD, NICOLAU bc; 2006, 2006, 2008, 2007). Estudos 
demonstram que a aspiração, diferente da fisioterapia respiratória, além de provocar dor 
influencia de forma deletéria na função cardiopulmonar do RN, devendo ser empregada 
quando estritamente necessário (COMARU, 2007; NICOLAU ab, 2008). 
A aspiração das vias aéreas tornou-se de tal maneira rotineira em UTI, que existe uma 
tendência a esquecer suas complicações e riscos. Mesmo quando realizada apropriadamente, a 
aspiração é um procedimento que envolve cuidados e obediências e certos rigores técnicos. 
Sua indicação baseia-se na evidência de sinais diretos ou indiretos de acúmulo de secreção 
nas vias aéreas ou tubo endotraqueal e não deve fazer parte da rotina do atendimento 
fisioterapêutico, por ser uma conduta invasiva e que gera uma situação de stress para os RN’s 
(OLIVEIRA, 2004). 
No estudo de Rocha (2008) observou-se uma melhora na taxa de incidência de atelectasias 
pós extubação no grupo submetidos a aspiração nasotraqueal profunda precedida de manobras 
fisioterapêuticas, as técnicas utilizadas foram drenagem postural, vibrocompressão, percussão, 
AFE e por último a aspiração. Em divergência Halliday (2004) concluiu que a fisioterapia 
respiratória depois da extubação não diminui a incidência de atelectasia, porém diminui a 
necessidade de reintubação. No entanto, não há estudos suficientes com estas modalidades 
terapêuticasque permitam avaliar o seu real impacto. 
Outro estudo analisou os efeitos da fisioterapia (vibração, compressão, percussão, 
hiperinsuflação manual, posicionamento e drenagem postural) e da aspiração endotraqueal em 
90 RN’s e concluíram que a fisioterapia melhorou o volume corrente expirado, a 
complacência e a resistência pulmonar quando comparada a aspiração somente (MAIN, 
2004). 
Um artigo comparou a FRC e a AFE, em RNPT nas primeiras 48 horas pós extubação, 
onde se pode observar um aumento significativo da freqüência cardíaca após a FRC, 
8 
 
 
sugerindo que a AFE é menos estressante para o RN e parece ser seguro e benéfico a curto 
prazo. Este mesmo estudo demonstrou que a fisioterapia pode ser um procedimento 
terapêutico adequado aos RN’s com doença pulmonar da membrana hialina pós-reposição de 
surfactante exógeno, pois promoveu o declínio da frequência cardíaca e maior tempo de fase 
diastólica do ciclo cardíaco (ABREU, 2006; ANTUNES, 2006). 
 Em duas pesquisas realizadas, Abreu encontrou diminuição da FC e FR em RNPT após o 
procedimento de fisioterapia, em concordância outro artigo verificou, com resultados 
estatisticamente significativo, que além da redução da FC e FR, há um aumento na SatO2 e 
diminuição na temperatura corporal sem repercussão clínica, nem alterações da pressão 
arterial, demonstrando ser um procedimento terapêutico sem repercussões deletérias em 
relação às variáveis fisiológicas no RN. 
Lanza (2010), em seu estudo, utilizou a técnica de vibração em 13 RNPT internados em 
UTIN e observou que a vibração não causa dor, nem alterações nos parâmetros fisiológicos 
(FC, FR e SatO2), esse estudo foi divergente ao estudo de Falcão (2007) onde foram incluídos 
60 RN’s no intuito de avaliar se a fisioterapia respiratória causa dor e conclui-se que 
vibrocompressão pode provocar maior resposta dolorosa nos neonatos, sobretudo no sexo 
masculino. No entanto, vale ressaltar que está técnica encontrasse em desuso por apresentar 
maior risco ao RN’s desenvolverem complicações decorrentes ao aumento de pressão 
abdominal com consequente alterações do fluxo sanguineo cerebral. 
 SANTOS et al (2009) observaram benefícios com as técnicas para aumento do transporte 
de secreção traqueobrônquica, já que houve redução na resistência média de vias aéreas e 
melhora na complacência dinâmica, com resultados significativos nos RN’s com mais de 
cinco dias de VM quando comparados ao com menos de cinco dias de VM. A sessão de 
fisioterapia respiratória consistia em compressão torácica manual durante a expiração seguida 
da aspiração da cânula intratraqueal. 
Nicolau (2010), em seu mais novo estudo constatou que o procedimento de fisioterapia 
respiratória seguido da aspiração endotraqueal não influencia de forma significativa a função 
cardiopulmonar, sugerindo que, quando bem indicados e realizados, não prejudicam a 
estabilidade clinica dos RNPT. Em uma revisão baseada em evidências, Nicolau concluiu que 
a fisioterapia respiratória tem indicação e eficácia comprovadas em pacientes com quadro de 
9 
 
 
hipersecreção brônquica e na redução de atelectasias pós-extubação, a grande maioria dos 
artigos revisados eram empregados técnicas convencionais. 
ABREU (2003) demonstrou que a fisioterapia neonatal (motora e respiratória) contribuiu 
para a redução da freqüência cardíaca nos recém-nascidos pré-termo com ou sem Hemorragia 
Periventricular-Intraventricular, não proporcionando riscos quando realizada por profissional 
experiente e conhecedor das peculiaridades da fisiologia dos RN’s. Em comum acordo 
Oliveira (2005) concluiu que a fisioterapia é um procedimento adequado para prematuros, não 
comprometendo a estabilidade clínica e hemodinâmica. 
Em contra partida, alguns autores contra indicam a fisioterapia nas primeiras 72 horas de 
vida, já que os RNPT apresentam falhas na auto regulação, exibem alterações na freqüência 
cardíaca e na pressão sanguínea, que quando manipulados em excesso, podem gerar 
hipoxemia, e como resposta uma vasoconstricção pulmonar, alterando a distribuição de 
sangue por todo o corpo, predispondo também ao desenvolvimento da hemorragia 
intracraniana (HIC). O posicionamento da cabeça na linha média, é um fator importante para 
a prevenção da HIC, já que auxilia no retorno venoso e evita a compressão dos vasos do 
pescoço (NICOLAU be, 2007; 2008; 2010; MARTINS, 2010). 
Um estudo analisou 42 RNPT com peso inferior a 1500 gramas e concluiu que os 
procedimentos fisioterapêuticos (posicionamento, vibração manual e exercícios de mecânica 
respiratória de apoio diafragmático) e de aspiração, mantém os níveis de pressão arterial 
dentre os limites fisiológicos, sem acarretar oscilações do fluxo sanguíneo cerebral. No 
mesmo estudo relatou que um programa de fisioterapia bem elaborado, pode prevenir alguns 
fatores que contribuem para a HIC, uma vez que reduz os episódios de hipoxemia causadas 
pelo acúmulo de secreção e suas complicações, além de reduzir o tempo de VM (NICOLAU 
be, 2008; 2010). 
Baseado nessas considerações sobre a hemorragia cerebral, conclui-se que um programa 
de fisioterapia bem elaborado, respeitando a fisiologia do fluxo sanguineo cerebral e suas 
possíveis alterações, podem prevenir alguns dos fatores que causam o sangramento, uma vez 
que diminui os episódios de hipoxemia causados pelo acúmulo de secreções e suas 
complicações, bem como reduz o tempo de ventilação assistida (LUZ, 2004). 
10 
 
 
Para tanto, é indispensável que o fisioterapeuta tenha embasamento teórico e prático para 
avaliar e traçar de maneira correta as condutas terapêuticas (NICOLAU, 2007). A escolha das 
técnicas utilizadas irá variar de acordo com a doença de base de cada RN e suas 
complicações, as condutas devem ser traçadas de forma criteriosa e individualizada, sempre 
baseada no exame físico e na análise de exames complementares (NICOLAU, 2010). 
Estudos mais antigos sugerem que a fisioterapia pode resultar em instabilidade 
hemodinâmica, no entanto os resultados são divergentes, sendo necessários novos estudos 
com maior amostra populacional, melhor delineamento do estudo e especificando o tipo de 
técnica utilizada e suas variações, tais como: tempo de aplicação, número de sessões, 
posicionamento do RN durante as condutas, idade gestacional, peso ao nascer e patologia de 
base. Cabendo ao fisioterapeuta de perceber os sinais de melhora, a fim de tornar sua terapia 
mais eficaz, otimizando seu tratamento, sempre em benefício de seu paciente (COMARU, 
2007; NICOLAU, 2007; SELESTRIN, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
2 CONCLUSÃO 
 
No presente trabalho, foi possível verificar a importância das técnicas atuais de fisioterapia 
respiratória para contribuição na melhora do quadro clínico dos RN’s, através da aplicação de 
manobras manuais que de maneira não invasiva, favorecem a mecânica respiratória sem 
ocasionar repercussões deletérias em relação às variáveis fisio-metabólicas, sugerindo que 
quando bem indicadas e realizadas, não comprometem a estabilidade clínica dos RN’s. 
(NICOLAU, 2010; SELESTRIM, 2007). 
A fisioterapia respiratória parece ter um papel importante nos cuidados intensivos 
neonatais, entretanto devido à escassez de trabalhos, torna-se difícil a comprovação de seus 
benefícios. A maioria dos estudos existentes possui amostras pequenas, sem delineamento 
adequado e poucos controlados com relação à idade gestacional, tipo de doenças de base e as 
intercorrências na fase aguda (COMARU, 2007; MARTINS, 2006; NICOLAU, 2007). 
Sendo assim, faz-se necessário novos estudos prospectivos e randomizados, com amostras 
representativas e baseados em evidências, para que seja comprovada ereconhecida os 
verdadeiros benefícios da fisioterapia respiratória em RN’s internado em uma UTI Neonatal, 
de modo que o fisioterapeuta possa atuar com embasamento científico, sem colocar em risco a 
vida do RN (COMARU, 2007; MARTINS, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
BENEFITS OF CURRENT TECHNIQUES OF RESPIRATORY PHYSICAL 
THERAPY IN NEWBORNS: A REVIEW OF LITERATURE 
 
 
 
ABSTRACT 
 
With technological advances in intensive care units neonatal intensive care, have increased 
the rate of survival especially in preterm infants. The increased survival results in a longer 
time hospital stay and greater use of under ventilatory support, greater risks and 
predisposing complications for the newborn (NB's). With this comes 
increasing the role of physiotherapy in these units, to promote improvement in the 
development delay and improved respiratory performance. This current work focuses on 
breathing techniques that act in a non-invasive, and can be used in infants including 
prematures. Recent studies show that the current breathing techniques (increased flow 
expiratory assisted autogenic drainage, retrograde rhinopharyngeal disobstruction and 
retrograde glossopulsion), be capable of providing a frequency stability heart rate, blood 
pressure, respiratory rate and oxygen saturation, as well as maintain the temperature 
body, promoting the maintenance of functional movement brain of the newborn, and reduce 
the need endotracheal suction and promote greater efficiency in shorter duration of 
therapy. However the results are divergent when compared to older studies, which warrants 
further studies with larger sample population and better design, so as to enter 
to consensus on the ideal behavior. 
 
 
Keywords: Chest Physiotherapy. Clearance Techniques. Newborns. Neonates. Increased 
Expiratory Flow. Assisted Autogenic Drainage. Retrograde Rhinopharyngeal Desobstruction. 
Retrograde Glossopulsion. 
 
 
 
 
13 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABREU, L. C. et al. Efeitos da fisioterapia neonatal sobre a freqüência cardíaca em recém-
nascidos pré-termos com doença pulmonar das membranas hialinas pós-reposição de 
surfactante exógeno. Arq Med ABC. V. 31, n. 1, p. 5-11, 2006. Disponível em: 
www.bireme.br . Acesso em: 10 de setembro de 2010. 
 
ABREU, L. C. et al. Efeitos terapêuticos da fisioterapia neonatal sobre a freqüência cardíaca 
em recém-nascido pré-termo com hemorragia periventricular-intraventricular. Fisioterapia 
Brasil, v. 4, n. 1, jan/fevereiro, 2003. Disponível em: www.scielo.br . Acesso em: 10 de 
setembro de 2010. 
 
ANTUNES, L.C.O. et al. Efeitos da fisioterapia respiratória convenciona versus amento do 
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