Buscar

p177 Especial Protecao de maquinas Cuidado redobrado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SETEMBRO / 200634 REVISTA PROTEÇÃO
PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
CUIDADO
REDOBRADO
SETEMBRO / 200634 REVISTA PROTEÇÃO
Máquinas participam de quase 50% do total de acidentes do trabalho
PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Trabalhadores que utilizam máquinas e equipamentos convivem com
uma situação bastante paradoxal do ponto de vista da segurança. De
cada dois acidentes de trabalho registrados nos últimos anos, no Brasil,
um deles envolve a participação de máquinas de diversos tipos, embora
esforços multilaterais venham sendo promovidos com significativo su-
cesso para reverter essa realidade.
Segundo o Anuário Estatístico da Previ-
dência Social de 2004, 49,1% dos 371.482
acidentes de trabalho típicos registrados
naquele ano envolveram danos a mãos, bra-
ços, dedos e partes anatômicas correlatas,
como antebraços e punhos (veja Quadro).
Essa proporção não foi muito diferente da
verificada no ano de 2002, embora a eleva-
ção da soma de todos os agravos ocupacio-
nais envolvendo essas partes do corpo te-
nha sido praticamente igual (15,3%) ao au-
mento do número total de acidentes, entre
2002 e 2004 (14,1%).
Como explicar que avanços expressivos
em termos de acordos coletivos e normati-
zações técnicas, especialmente nas áreas
de prensas e injetoras, pareçam ser apenas
um grão de areia num oceano de parques
industriais que tiveram a chance de passar
pela modernização tecnológica estimulada
pela abertura comercial do país especial-
mente a partir da década de 90? A resposta
inclui um complexo de fatores. O primeiro
deles é que o uso de máquinas está bem
disseminado, mas muito desigualmente, en-
tre empresas estruturadas e capitalizadas
– uma minoria – e empresas de pequeno
Reportagem de Cláudia Viegas
porte – um verdadeiro turbilhão onde sub-
sistem máquinas cuja idade remonta à épo-
ca da segunda onda de industrialização do
país, quando não mais antigas. É nelas que
fica o paraíso disperso das chamadas prensas
por engate de chaveta, hoje comparadas por
muitos a um carrasco mutilador por sua ori-
ginal impossibilidade técnica de sustar o ciclo
de acionamento, que, se disparado por equí-
voco, põe em risco a integridade física do tra-
balhador (veja “Múltiplos usos, altos riscos”).
Só em São Paulo, maior parque industrial
do país, “55% das metalúrgicas utilizam pren-
sas ou máquinas similares, ou seja, têm es-
tamparia”, informa o diretor do Instituto Na-
cional de Prevenção aos Acidentes em Má-
quinas e Equipamentos (Inpame), engenhei-
ro Josebel Rubin. Segundo ele, tal dado pro-
vém de pesquisa realizada entre 1997 e 1999
pela Fundacentro/SP e pelo Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo e acredita-se que
“os números não mudaram muito, pelo menos
em termos proporcionais”. Assim, uma das
maiores causas da elevada presença de má-
quinas como fatores de acidentes de trabalhos
está relacionada à falta de recursos das em-
presas para modernizarem suas instalações.
REVISTA PROTEÇÃO 35SETEMBRO / 2006 REVISTA PROTEÇÃO 35SETEMBRO / 2006
D
IV
U
LG
A
Ç
Ã
O
: F
RA
S-
LE
 - J
Ú
LI
O
 S
O
A
RE
S/
O
BJ
ET
IV
A
SETEMBRO / 200636 REVISTA PROTEÇÃO
PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Aida Becker (direita) constata melhorias em injetora vertical
IN
V
EN
SY
S/
V
IC
TO
R 
FA
C
C
H
IN
Que as prensas lideram essa problemá-
tica, não há dúvida. O diretor do setor
Jurídico do Sindicato dos Metalúrgicos
de Osasco, Jodanias Marins de Oliveira,
afirma que 40% das empresas de abran-
gência da instituição, que representa cer-
ca de 40 mil trabalhadores, apresentam
desconformidade quanto à segurança das
prensas que utilizam.
E, conforme Rubin, do Inpame, “o uni-
verso maior de máquinas são as prensas
de conformação mecânica, que implicam
diferentes graus de segurança e dificul-
tam a definição da proteção”. Ele atesta
que “o universo produtivo das prensas é
pelo menos 50 vezes maior que o das
injetoras”. E mais: o uso de prensas é
muito mais variado, ou seja, “é difícil en-
trar em uma empresa que não tenha uma
prensa ou máquina similar”, garante o
engenheiro, pois elas prestam-se a mui-
tas utilidades. Guilhotinas, dobradoras,
perfiladoras, cilindros de processamento
de borracha e laminadoras estão no mes-
mo status de perigo.
INFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕES
A falta de recursos para proteger má-
quinas vem acompanhada da carência de
informações, que não é apenas do com-
prador ou do usuário final da máquina
(trabalhador), mas começa já no fabrican-
te. Há mais de uma década, o Ministério
do Trabalho, por meio de algumas DRTs,
vem costurando convenções coletivas e
realizando ações paulatinas, calcadas em
normas da ABNT, para que as empresas
disponham de máquinas mais protegidas.
Tal trabalho iniciou-se no centro nervo-
so do setor metalúrgico, onde, em 1999,
foi firmada convenção coletiva abrangen-
do o Sindicato dos Metalúrgicos que hoje
representa a capital paulistana e a região
de Mogi das Cruzes. “Em 2001, foi firma-
da a convenção estadual”, conta o coorde-
nador técnico do Departamento de Segu-
rança e Saúde do Trabalho do sindicato,
Adonai Ribeiro. O marco mais relevante
nesse processo foi, conforme ele, a Con-
venção Coletiva de Melhoria das Condi-
ções de Trabalho em Prensas e Equipa-
mentos Similares, Injetoras de Plástico
e Tratamento Galvânico de Superfície nas
Indústrias Metalúrgicas de São Paulo, assi-
nada em novembro de 2002. No anexo II
desse documento de nome suntuoso es-
tá o Programa de Prevenção de Riscos
em Prensas e Similares (PPRPS), que
deveria servir de guia para melhorar a
oferta de máquinas seguras.
A realidade, porém, mostra um des-
compasso entre o esforço normatizador
e a capacidade de a maioria das empresas
acompanhá-lo. “O problema mais grave
que vejo é que, muitas vezes, o fabricante
não dá atenção para as normas da ABNT.
Elas tratam desde princípios gerais para
a apreciação do risco – que valem para
qualquer tipo de máquina – até princípios
de projeto para fabricação de máquinas.
Existem também normas sobre aspec-
tos de dispositivos de segurança e as es-
pecíficas para cada família ou tipo de má-
SETEMBRO / 200638 REVISTA PROTEÇÃO
PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
quina, como injetoras, cilindros, prensas”,
relata a engenheira de segurança e audi-
tora fiscal da Subdelegacia do Trabalho
de Caxias do Sul (RS), Aida Cristina Bec-
ker. Mas, reconhece a auditora, as nor-
mas da ABNT não têm validade em si, do
ponto de vista legal como lei, embora
sejam mencionadas no PPRPS e sirvam
de base para documentos subseqüentes
ao da convenção coletiva, como as Notas
Técnicas 37/2004 e a recente NT 16/
2005, que está dando origem a um ma-
nual sobre segurança em prensas elabo-
rado por um grupo de entidades gaúchas
lideradas pelo Conselho de Relações do
Trabalho da Federação das Indústrias do
Rio Grande do Sul (Contrab/RS).
EVOLUÇÃOEVOLUÇÃOEVOLUÇÃOEVOLUÇÃOEVOLUÇÃO
O manual visa justamente combater a
desinformação reinante principalmente
entre pequenas empresas na área de
proteção de máquinas e equipamentos,
atesta a advogada Beatriz Santos Gomes,
integrante do Contrab, onde recente-
mente foi criado um Grupo de Prensas,
formado por profissionais da área de Se-
gurança do Trabalho, para o estudo da
NT 16 e posterior orientação à classe pa-
tronal. Desse grupo, participam também
a Subdelegacia do Trabalho de Caxias do
Sul e o Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de
Material Elétrico daquele município. Con-
forme Beatriz, a equipe dedicou dez me-
ses à elaboração do manual para que ele
pudesse refletir informações essenciais
numa linguagem do cotidiano. Prestes a
ser distribuído aos vários escalões de
produção nas empresas, com tiragem
inicial de cinco mil exemplares, ele deve-
rá ser um ponto chave de comunicação
entre todos os que lidam com prensas e
similares, inclusive tendoa função de sub-
sidiar treinamentos.
Diante de tantos instrumentos norma-
tivos, cabe compreender como os mes-
mos evoluíram e que impasses se têm à
vista. Num primeiro momento, fica claro
que as ações, embora direcionadas na li-
nha prevencionista comum, variam quan-
to às estratégias entre os Estados, prin-
cipalmente em razão da cultura empresa-
rial vigente em cada região e da confor-
mação – estrutura e tipologia do parque
fabril. Em São Paulo, por exemplo, foi
criado há mais de quatro anos, pela DRT
local, o Programa Estadual da Indústria
Metalúrgica, o qual, num primeiro mo-
mento, teve como compromisso divulgar
a convenção coletiva quanto aos prazos
e procedimentos a serem cumpridos. Hi-
delberto Bezerra Nobre Junior, auditor
fiscal da DRT/SP, explica que a NT 37/
2004 surgiu como decorrência natural do
prazo da convenção de 2002, que estava
prevista para durar dois anos. Em 2004,
antes do término de vigência da conven-
ção de 2002, foi publicada a NT 37 do
Ministério do Trabalho. “A NT é muito
mais avançada do que a convenção, pois
aprimora dispositivos de proteção. A no-
va convenção coletiva de 2006, firmada
em abril, incorpora os conceitos da NT
37”, observa Nobre. “Já a NT 16/2005
tem um olhar mais sistêmico sobre as
máquinas”, compara. Aida Becker, uma
das elaboradoras da NT 16 e do manual
que está sendo editado pela Fiergs, ga-
rante que a grande vantagem das NTs 37
e 16 é a especificidade. Para ela, tanto a
NR 12 quanto a Convenção 119 da OIT,
ratificada no Brasil, são ferramentas im-
portantes para a fiscalização, mas muito
amplas no seu escopo, uma vez que de-
terminam a obrigatoriedade de as máqui-
nas e equipamentos serem protegidos,
mas não detalham meios de consecução
dessa obrigatoriedade. “A NT 16, antiga
NT 37, foi criada para dizer o que é condi-
ção segura para prensas e similares. Ela
especifica regras básicas, que foram re-
tiradas de normas da ABNT já existen-
tes”, completa Aida.
ADESÃOADESÃOADESÃOADESÃOADESÃO
No Estado de São Paulo, em que pe-
sem as dificuldades inerentes à composi-
ção de uma base de dados confiável, re-
presentadas sobretudo pela renitente
subnotificação mesmo em relação a aci-
dentes nada imperceptíveis, a DRT per-
cebe aumento na adesão das partes en-
volvidas: “Consolidamos o conhecimen-
to em relação à proteção de prensas e
injetoras, disseminamos a idéia da neces-
sidade de proteção – e existe conheci-
mento técnico para isso. Assim, sindica-
tos patronais e de trabalhadores passa-
ram a cultivar a idéia de que é necessário
proteger as máquinas, e isso não se dis-
cute mais”, reflete Hidelberto Bezerra.
“É claro que temos resistências, mas,
hoje, esse conhecimento é pacífico, e a-
vançamos também, muito, do ponto de
vista tecnológico”, reitera. O auditor con-
segue mensurar a diferença: “A conven-
ção coletiva de 1999 tinha 12 cláusulas e
um anexo que tratava apenas de prensas;
a de 2006 tem 22 cláusulas, quatro ane-
xos e 81 itens”. Além disso, “enquanto
em 1999 tínhamos um sindicato patro-
nal e sete de trabalhadores assinando o
documento, no ano de 2006 tivemos 16
sindicatos de empregadores e 59 de tra-
balhadores como signatários”, diz.
Em Minas Gerais, também foram con-
tabilizados progressos com a aplicação
dos sucessivos instrumentos normati-
vos, apesar de ainda haver uma significati-
va resistência do meio empresarial à ade-
quação às exigências da fiscalização. O
chefe da seção de Segurança e Saúde do
Trabalho da DRT/MG, Ricardo Ferreira
Deusdará, ressalta que, na área de pren-
sas, o índice de regularização das empre-
sas quanto à proteção em máquinas é de
77%, mas isto é resultado de uma luta
cotidiana que envolveu um trabalho sis-
temático de acompanhamento de ade-
quação das empresas, não sem uma quota
significativa de interdições, que atingiu
o montante de 1,5 mil máquinas, em
2003, e até mesmo impasses desgastan-
tes. Ele aponta como uma das barreiras
a negligência de algumas empresas, que
insistem em manter situações insegu-
Acidentes de trabalho típicos atingindo mãos, dedos e braços 2002/2004
Fonte: Anuário Estatístico da Previdência Social/2004
Parte(s) atingida(s) Total 2002 Total 2004 Variação %
(a) Mão (exceto punho ou dedos) 35.753 37.000 3,5
(b) Dedo 86.185 106.514 23,6
(c) Membros superiores 2.852 2.812 -1,4
(partes múltiplas)
(d) Membros superiores 3.125 3.100 -0,8
(não informado)
(e) Antebraço (entre punho e 11.836 15.428 30,4
cotovelo)
(f) Braço (entre punho e ombro) 13.269 12.921 -2,6
(g) Braço (acima do cotovelo) 5.321 4.719 -11,3
Total de acidentes 158.341 182.494 15,3
(de “a” até “g”)
Total de acidentes no ano (em geral) 323.879 371.482 14,1
YA
LE
 LA
 FO
N
TE
SETEMBRO / 200640 REVISTA PROTEÇÃO
PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Máquinas de conformação mecânica,
como prensas e similares, são as mais
comuns na indústria, dada a sua versatili-
dade de aplicação. Prestam-se a uma
grande gama de processos produtivos,
especialmente em casos nos quais mu-
danças de ferramentas permitem multi-
plicar o número de itens fabricados por
uma empresa. Quando se trata de pren-
sas por engate de chaveta, então, é con-
senso que está-se lidando com um dos
maiores vilões da segurança, seja na in-
dústria mecânica, metalúrgica ou em
outras que realizem processos de confor-
mação. Apesar disto, seu uso é permiti-
do pelas Notas Técnicas 16/2005 e 37/
2004 e também pela Convenção Coletiva
de São Paulo, desde que as mesmas este-
jam adequadamente protegidas e desde
que estejam na produção antes de no-
vembro de 2002, para o caso de São Paulo.
A permissão de uso, contudo, não quer
dizer que possam ser livremente fabrica-
das e vendidas no Brasil. “A fabricação e
a comercialização dessas prensas é proi-
bida, para o caso do Estado de São Paulo,
expressamente pela Convenção Coleti-
va das Indústrias Metalúrgicas, que vigo-
ra com essa proibição desde novembro
de 2002”, observa o diretor do Inpame,
Josebel Rubin. Para os demais estados
brasileiros, prossegue, a proibição da fa-
bricação e da comercialização dessas
prensas é garantida pela aplicação com-
Múltiplos usos, altos riscos
Prensas servem para uma gama de processos produtivos
pleta da NBR 13930. “Tal norma, ainda
que sem poder de lei, é aplicável para
todos os fabricantes de máquinas, na me-
dida em que o Sindimaq e a Abimaq, são
formalmente comprometidos com o
cumprimento das normas técnicas, como
sócios da ABNT”, explica. Na prática, isto
significa que não pode haver prensas por
engate de chaveta funcionando sem pro-
teção. Fabricadas e vendidas assim, tam-
pouco.
REALIDADEREALIDADEREALIDADEREALIDADEREALIDADE
Na prática, porém, basta um passeio,
real ou virtual, para desafiar um trabalho
sério de anos e anos de tentativas de con-
senso e conscientização. O passeio real
pode ser na Rua Piratininga, em São Pau-
lo, onde há um pegue-pague de máquinas
descomprometido com a proteção dos
trabalhadores. O virtual está, por exem-
plo, no chamado “mercado livre”, onde o
engenheiro de Segurança do Trabalho e
professor Paulo Souto Mayor, do Rio
Grande do Sul, identificou, a pedido da
reportagem de Proteção, dois exemplos
de negligência (vejam-se os sites http://
produto.mercadolivre.com.br/MLB-
45816117-prensa-excentrica-45tn-ri-
cetti-_JM e http://produto.mercadoli-
vre.com.br/MLB-45574698-prensa-ex-
centrica-walvi-wag-65-ton-_JM). Ali apa-
recem ofertas-relâmpago de prensas de
chaveta negociadas em uma média de 20
ras mesmo depois que a DRT as fiscaliza
e determina a realização de mudanças.
“Viramos as costas, e as empresas reti-
ram a proteção. Existem processos no
Ministério Público Federal por causa da
reincidência das empresas, em instância
criminal. Fomos ameaçados várias vezes
por trabalhadores e chegamos a ficar pre-
sos numa empresa porque até mesmo
os empregados não admitiam a paralisa-
ção de máquinas inseguras”, conta. “Ho-
je, istonão ocorre mais. As empresas sa-
bem que o projeto está disseminado por
todo o Estado”, acrescenta. De acordo
com Carlos Piancartelli, também auditor
da DRT mineira, uma análise de todos os
acidentes graves e fatais ocorridos no
Estado revela que a principal causa dos
acidentes típicos são máquinas e equi-
pamentos, compondo 19% dos casos.
MAMAMAMAMATURIDADETURIDADETURIDADETURIDADETURIDADE
Dificuldades semelhantes às de Minas
Gerais são verificadas no Rio Grande do
Sul, onde a DRT constata lacunas quanto
ao grau de maturidade das empresas na
forma de encarar o problema. “Houve
progressos nos últimos dez anos, algu-
mas iniciativas foram adotadas de forma
pontual. Mas é tudo de forma reativa. A
interdição é comum com relação a pren-
sas laminadoras”, nota o auditor fiscal da
DRT/RS Alfredo Scienza. Para ele, “é a
ausência de políticas de tratamento da
segurança, por parte das empresas, que
leva a tal situação. “Não faz parte da cultu-
ra das empresas pensar na segurança.
Elas compram máquinas sem proteção.
Deveriam seguir o ‘princípio da falha segu-
ra’ pelo qual, mesmo o operador falhan-
do, a máquina impede o acidente por con-
ter dispositivos de proteção redundan-
tes”. A razão é simples: “Nenhuma pes-
soa tem atenção oito horas por dia, seis
dias por semana. A máquina tem que es-
tar apta a absorver o erro humano, de
forma que o acidente não ocorra”, argu-
menta. Do ponto de vista das autorida-
des fiscalizadoras, o que falta são ações
menos reativas e mais propositivas. “Isso
teria conseqüências sobre o mercado de
compra e venda de máquinas, de desen-
volvimento, no sentido de termos equi-
pamentos melhores. As empresas não
deveriam esperar que chegasse a autori-
dade policial, que houvesse uma interven-
ção e que parasse o seu processo produ-
tivo. Deveriam elas mesmas buscarem a
segurança”, aconselha Scienza. Prensas por engate de chaveta só podem funcionar com proteção
D
IV
U
LG
A
Ç
Ã
O
 Y
A
LE
 LA
 FO
N
TE
SETEMBRO / 200642 REVISTA PROTEÇÃO
PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
dias por R$ 14 mil e R$ 18 mil, respecti-
vamente.
Sem entrar em julgamentos éticos ou
legais, a causa dessa realidade é muito
facilmente compreensível, embora não
justificável: proteções, mesmo as mais
simples, exigem um desembolso que,
para a maioria das empresas, não é acessí-
vel. Podem encarecer a máquina em 30%
a 50% do seu valor original, dependendo
do modelo, do processo em que é usada
e do tipo de dispositivo aplicado. Na
Springer Carrier, por exemplo, uma das
mais conceituadas fabricantes de condi-
cionadores de ar, com sede em Canoas
(RS), a proteção mecânica de uma única
máquina chegou a custar R$ 500, informa
a gerente de Meio Ambiente, Saúde e
Segurança, engenheira Rita Rutigliano.
Pode ser pouco para a empresa, que des-
de 1997 já investiu R$ 1,5 milhão em se-
gurança de máquinas e ainda está com
um cronograma de desembolsos, nessa
área, previsto em R$ 800 mil, até 2008.
“Estamos trocando viradeiras mecânicas
– são nove prensas mecânicas – por um
centro de dobras mecânicas, com recur-
sos próprios, da Carrier”, afirma Rita.
Mas, para as pequenas empresas, um
simples anteparo adicionado a uma má-
quina muitas vezes é economicamente
inviável.
CASEIRASCASEIRASCASEIRASCASEIRASCASEIRAS
Segundo Josebel Rubin, é possível, em
muitos casos, a aplicação de soluções ca-
seiras – feitas nas próprias empresas –
de modo a atender adequadamente as
exigências legais e normativas, oferecen-
do máquinas protegidas aos trabalhado-
res. As prensas de chaveta estão sujeitas
a repique, por falha mecânica da mesa
móvel, a qual pode acidentalmente des-
cer e provocar acidentes graves envol-
vendo as mãos do trabalhador, na retira-
da ou colocação de material para prensar.
A solução mais acessível é a compra do
material para enclausuramento de todas
as partes móveis da máquina, como vo-
lantes, pontas de eixo, biela e janela para
acesso ao eixo excêntrico. “Isto significa
fechar o acesso ao movimento, com gra-
des, que podem ser metálicas ou não,
desde que feitas com material rígido, e
que podem ser vazadas ou contínuas”,
ensina Rubin.
Algumas prensas apresentam pedais
mecânicos, os quais são proibidos pela
Convenção Coletiva de São Paulo e pelas
NTs 16 e 37. “Este é o único caso em que
a solução é um pouco mais sofisticada,
mas ainda assim pode ser caseira. É ne-
cessário substituir o pedal mecânico por
pedais pneumáticos, elétricos ou eletro-
pneumáticos”, sugere o engenheiro. Ele
complementa que “todos os pedais preci-
sam ser dotados de caixa de proteção,
isto é, de uma peça metálica que os prote-
jam, impedindo que terceiros – que não
o operador – o acionem, acidentalmente
ou involuntariamente”.
Além de barreiras mecânicas, que impe-
dem que as mãos dos trabalhadores in-
gressem nas áreas de risco das máquinas,
estão sendo bastante difundidos equipa-
mentos de proteção à distância, que per-
mitem que a máquina opere aberta, mas
que, mediante recursos – geralmente
ópticos, eletrônicos ou eletroeletrônicos
– garantem a pronta parada da máquina
quando os dedos, as mãos ou qualquer
outra parte do corpo humano se aproxi-
mem das áreas de riscos. Tais são as cor-
tinas de luz, scanners e sensores do tipo
Controladores Lógico Programáveis
(veja “A automação que protege”). Po-
rém, nada disso prescinde de iniciativas
de capacitação dos operadores visando à
disseminação do conhecimento para o
uso correto das máquinas. “O que perce-
bemos é que a grande maioria das em-
presas tem máquinas com um certo grau
de proteção, mas o funcionário não é bem
instruído. Ele retira a proteção da má-
quina para trabalhar mais rápido. Noto
que existem empresas pequenas, e com
alta tecnologia, que passam por isto.
Presenciamos a ignorância operacional,
principalmente em empresas na faixa de
50 a 1.000 empregados. Muitas não usam
bem a proteção que têm. Precisam mu-
dar sua mentalidade. Desconhecem os
transtornos causados por acidentes que
ocasionam mutilações de mãos e bra-
ços”, avalia Rinaldo Antônio Montanher,
professor do Senai e consultor de em-
presas em São Paulo.
Rita: investimentos planejados na Springer
RA
FA
EL
 S
C
H
IO
Juntem-se políticas públicas de financi-
amento desatentas perante um grande
contingente humano vítima de máquinas
obsoletas com produtividade buscada a
qualquer preço, e o resultado será uma
contabilidade que o tempo e a Justiça
cobram: o passivo trabalhista. “O gover-
no deveria liberar linhas de financiamento
com juros menores para que as indústri-
as pudessem amortizar esses investi-
mentos em máquinas”, defende o econo-
mista Paulo Castelo Branco, especialista
em automação industrial na área de pren-
sas e diretor da Tecnopress Automação
Industrial, em São Paulo (SP). Ele não é
o único a observar o lapso entre as ini-
ciativas empresariais e as condições es-
truturais para os investimentos em pro-
dução utilizando máquinas. “Falta com-
Aprendendo com os erros
Empresas vencem desafios e saem vitoriosas
petitividade às empresas nacionais, de-
vido ao famoso custo Brasil, para que es-
tas possam ter capacidade de investir,
isto somado com a inexistência de linhas
de créditos e financiamento para tais fi-
nalidades”, atesta a advogada Beatriz
Santos Gomes, do Conselho de Relações
do Trabalho da Federação das Indústrias
do Estado do Rio Grande do Sul. Precisa-
mos nos preparar para enfrentar a con-
corrência da China e da Índia, por exem-
plo. Muitas máquinas importadas custam
até 50% menos, sem proteção”, dispara
o coordenador do Sindicato das Indústri-
as de Artefatos de Metais Não Ferrosos
no Estado de São Paulo (Siamfesp),
Oduwaldo Álvaro, reiterando clamores
de que “o governo deveria abrir mais li-
nhas de financiamento, possibilitando às
SETEMBRO / 200644 REVISTA PROTEÇÃO
PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
empresas terem máquinas mais segu-
ras”. Contudo,segundo o coordenador
de Comunicação do BNDES, Gélcio
Siqueira, não existem, no Banco Nacio-
nal de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) normas específicas para
a obrigatoriedade de o tomador de em-
préstimos comprometer-se com a com-
pra de máquinas completas, incluindo
itens de segurança.
Em razão disso, as empresas buscam
caminhos próprios, o que, em alguns ca-
sos significa fazer por si mesmas as pro-
teções ou, na pior hipótese, nada fazer
até que haja uma pressão legal. Seja qual
for a opção, há uma certeza: todas elas,
mesmo as que passaram por processos
traumáticos, tiraram alguma lição, seja
pelo erro do improviso ou da inércia.
LIÇÃOLIÇÃOLIÇÃOLIÇÃOLIÇÃO
Um dos casos mais comentados de
ação da DRT/RS com respeito à proteção
de máquinas, neste ano, envolveu uma
das 17 sistemistas do complexo da Gene-
ral Motors (GM), em Gravataí, Região
Metropolitana de Porto Alegre. O foco
do problema foram máquinas do tipo car-
rossel, utilizadas na injeção de poliureta-
no para a fabricação de assentos de mo-
delos do automóvel Celta. Após fiscaliza-
ção da DRT, tais máquinas, da empresa
Pelzer, foram interditadas, o que impli-
cou, ao cabo do término dos estoques,
na paralisação da produção do carro por
dois dias, com prejuízos estimados em
R$ 30,6 milhões. O gerente industrial da
unidade, José Maria de Freitas, precisou
fazer mudanças significativas, em dois ou
três dias, para levantar a interdição, cum-
prindo com as exigências preliminares
da fiscalização. “Essa aprendizagem foi
uma das melhores coisas que ocorreu
nos meus 30 anos de trabalho no setor
de injeção”, afirma Freitas. “Ela abriu nos-
so foco”, confessa ele, sem deixar de ad-
mitir que a empresa estava equivocada
na sua abordagem. “Se não ficamos de
olhos abertos para o quesito segurança,
nos acomodamos. Se não muda, a fábrica
fica sem segurança para o empregado. Só
se vê com a intervenção da DRT, com en-
genheiros e médicos do Trabalho. Nosso
foco é produzir, mas com segurança e qua-
lidade, fazendo com que o trabalhador
se sinta seguro como se estivesse em
sua própria casa. Para nós, o que aconte-
ceu foi um alerta que serviu de lição”,
observa.
SEM TEMORESSEM TEMORESSEM TEMORESSEM TEMORESSEM TEMORES
Para conseguir se adequar, a Pelzer,
que tem 140 trabalhadores e opera em
três turnos, recorreu aos serviços da
Krafix, empresa localizada em Cachoeiri-
nha (RS) que atua na área de soluções
automatizadas para a proteção em má-
quinas e equipamentos. Os carrosséis –
prensas de fechamento vertical – não
mais oferecem risco aos trabalhadores,
pois estão montados sobre um grande e
firme tablado cuja área circular é varrida
por um scanner, que não permite a desci-
da da parte superior e o conseqüente fe-
chamento da máquina. Assim, os traba-
lhadores trabalham na desmoldagem das
peças sem o temor de ferimento em de-
dos, mãos ou braços. O grande desafio,
nesse caso, foi a rapidez das mudanças,
para evitar maiores prejuízos ao Comple-
xo, e, num segundo momento, a elabora-
ção de um cronograma de mudanças vi-
sando à melhoria geral da segurança em
todos os ambientes da fábrica.
“O laudo feito pela Krafix foi levado para
a DRT, mostrando que todas as máqui-
nas solicitadas receberam proteção”,
conta o diretor da empresa de automa-
ção, Leonardo Nascimento. De acordo
com ele, mesmo antes da interdição, a
Pelzer já havia definido como fazer a mu-
dança, mas o cronograma previsto era
de 40 dias, inviável para a dinâmica de
trabalho necessária à fábrica. Além da im-
plantação de scanner, CLP e cortina de
luz para proporcionar uma proteção óp-
tica, a Pelzer providenciou a colocação
de botões de segurança em máquinas,
enclausurou muitas delas, instalou uma
escada de alimentação de uma injetora
de grande porte, possibilitando maior se-
gurança contra quedas aos operadores,
e isolou robôs (braços mecânicos), de
modo a impedir qualquer chance de con-
tato dos mesmos com trabalhadores que
atuam na linha de produção de compo-
nentes de plásticos rígidos para conso-
les e outras partes internas de automó-
veis. “A DRT avalia e apóia nossos progra-
mas. Dá o prazo de que precisamos”, afir-
ma Freitas.
Atualmente com 14 injetoras,
a Pelzer firmou um Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC)
com o Ministério Público do Tra-
balho do Rio Grande do Sul no
qual se comprometeu com uma
série de ações. Com isso, aplicou
R$ 300 mil nas medidas iniciais
de segurança. Automatizou vári-
as máquinas, instalando nelas kits de se-Na Pelzer scanner (detalhe à direita) controla os equipamentos evitando o fechamento da máquina
M
A
G
M
A
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
RM
A
Ç
Ã
O
Nascimento (esquerda) e Farias: parceria
M
A
G
M
A
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
RM
A
Ç
Ã
O
REVISTA PROTEÇÃO 45SETEMBRO / 2006
gurança. “Ainda vamos aplicar R$ 100 mil
para adequar as demais máquinas. Se
estas máquinas já não tivessem certos
dispositivos de segurança, seria uns
1.500% a mais de investimento”, estima
Freitas. Conforme a procuradora do Tra-
balho Paula Rousseff Araújo, o TAC cele-
brado entre o Ministério Público do Tra-
balho e a Pelzer vale por tempo indeter-
minado. “Todas as 23 obrigações exigidas
têm força de lei”, revela. Além disto, o
inquérito já foi transformado em verifi-
cação e cumprimento. “A Pelzer pediu
prorrogação de prazo para o cumprimen-
to de três obrigações, diz que vai preci-
sar de 120 dias, e a DRT considerou ra-
zoável o pedido, inclusive agendou uma
visita lá”, informa.
ORIENTORIENTORIENTORIENTORIENTAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO
Fabricante de rodas de ferro fundido,
revestidas de PVC e PU – as quais susten-
tam e movem carrinhos de supermerca-
dos e bagageiros de aeroportos –, a Me-
talúrgica Schioppa, de São Paulo, com 220
empregados, não tem o mesmo aporte
de recursos da sistemista de Gravataí.
Daí por que sua saída foi buscar a ajuda
do Inpame. “Recorremos a empresas
especializadas para proteger as nossas
máquinas. Compramos o material neces-
sário para reformar as máquinas, nossos
mecânicos e eletricistas fizeram as alte-
rações. Em algumas prensas de chaveta,
fechamos as ferramentas. Nas que não
conseguimos, estamos usando pinças
magnéticas, de modo que o trabalhador
manipula a peça a ser estampada com
um alicate e a leva até o martelo desta
forma, solta a peça e usa o comando bi-
manual para movimentar o martelo”, con-
ta o técnico em Segurança do Trabalho
da empresa, Pedro Falandes. De acordo
com ele, os conhecimentos repassados
pelo Inpame foram fundamentais para a
empresa superar situações de insegu-
rança no trato com máquinas. “Temos al-
gumas prensas de chaveta”, afirma o téc-
nico, acrescentando que todas estão
protegidas. No total, a Schioppa tem 12
máquinas injetoras e dez prensas com
capacidade acima de 60 toneladas. “Con-
seguimos modificar 80% das máquinas.
Temos uma prensa em que usamos 22
ferramentas diferentes, trocamos duas
ou mais vezes por dia.
Uma prensa de 1,5 tonelada leva uma
hora e meia para a troca de ferramentas,
isso é um tempo de setup muito eleva-
do”, avalia. Além das mudanças mecânicas
e de isolamento, a empresa instalou cor-
tina de luz e cabine acústica em uma má-
quina – “só a cortina saiu R$ 12 mil”, apon-
ta Falandes, surpreso com os valores. De
acordo com ele, “para fazer proteções
bimanuais, gastamos R$ 50 mil só com a
compra de materiais, sem contar a mão-
de-obra, pois nossos funcionários, eles
mesmos, fizeram a proteção”.
FIM DA CHAFIM DA CHAFIM DA CHAFIM DA CHAFIM DA CHAVETVETVETVETVETAAAAA
A Budai Indústria Metalúrgica, com se-
de em Jandira (SP), livrou-se de um pesa-
delo. “Com o PPRPS, conseguimos tro-
car as prensas de chaveta por prensas
de freio e fricção, que são mais seguras e
dão condições de brecar antes que faça
o ciclo completo. Essas prensas conse-
guem parar numa emergência. São má-
quinasde 25 a 600 toneladas”, diz o téc-
nico em Segurança do Trabalho da empre-
sa, Antônio Tozadori. Fornecedora de
peças para o setor automotivo, com cer-
ca de 400 empregados – dos quais 80
prensadores –, a Budai apostou, ao mes-
mo tempo, em dispositivos de automa-
ção como cortinas de luz. Um dos fato-
res de sucesso das melhorias foi a ênfa-
se no treinamento: “Foi dado pela pró-
pria área de Segurança do Trabalho da
empresa, usando apresentações em da-
tashow e filmes. Agora, temos um pro-
grama novo, que segue a convenção
coletiva do setor”, informa Tozadori.
Um dos dilemas que acomete as inicia-
tivas de proteção em máquinas tem ori-
gem no medo da perda de produtividade.
Servir simultaneamente a duas senhoras
bem diferentes – grande escala e segu-
rança – pode soar pecaminoso. Mas quem
já passou pelo impasse garante que essa
incompatibilidade tem solução. “O que
acontece é que a produtividade, primeiro,
cai, depois, volta a subir e pode ser até
maior do que antes. É como estar dirigin-
do um Fusca 66 e depois passar a dirigir
uma Ferrari. No começo, é difícil, mas,
depois, se pega o jeito”, afirma a gerente
de Meio Ambiente, Saúde e Segurança
da Springer Carrier, Rita Rutigliano. Ela é
testemunha: “Nossa produtividade, aqui,
caiu 30% a 40%, inicialmente, manten-
do-se assim por três a quatro meses. De-
pois, voltou a subir. Cresceu quase 75%”,
atesta. Como? “As pessoas pegam o jeito
e ganham ritmo com a proteção”, ga-
rante.
SETEMBRO / 200646 REVISTA PROTEÇÃO
PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Em 1992, as injetoras respondi-
am por metade dos casos de ampu-
tações e mutilações de membros
superiores registradas em São Pau-
lo e Região Metropolitana. Em 1998,
esse percentual caiu para 27%, in-
forma Rodolfo Andrade Vilela, pes-
quisador e coordenador do Progra-
ma de Saúde do Trabalhador do Ce-
rest de Piracicaba. Acredita-se que
esta melhoria ocorreu graças, prin-
cipalmente, ao progresso das nego-
ciações entre representantes de
empresas e trabalhadores do setor
e Ministério do Trabalho, culminando na
Convenção Coletiva sobre Prevenção de
Acidentes em Máquinas Injetoras de
Plástico, cujo primeiro embrião, um acor-
do, foi firmado em 1995, tendo uma re-
dação mais recente em outubro de 2004.
Segundo Leonardo Mello e Silva, profes-
sor do Departamento de Sociologia da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da USP, de 1995 a 2001, a con-
venção possibilitou o treinamento de
5.159 trabalhadores e foram expedidos
3.350 selos atestando a segurança das
respectivas injetoras.
“Quando tiveram início os trabalhos tri-
partites com injetoras, não havia pratica-
mente nenhuma proteção. As conven-
ções envolveram a ABNT e fabricantes,
estabelecendo requisitos mínimos de se-
gurança para injetoras. Foram chamados
fabricantes e usuários e traduziram a
norma européia do setor”, lembra Vilela.
Entre os principais avanços da convenção
estão a criação de uma Comissão Per-
manente de Negociação, em caráter tri-
partite; o compromisso de as partes en-
volvidas buscarem mecanismos de finan-
ciamento para a compra de máquinas
seguras (14ª cláusula do texto da con-
venção de 2004); a introdução de requi-
sitos de segurança para máquinas inje-
toras (Anexo I); e dois mecanismos que
funcionam como ferramentas de au-
ditoria: o Anexo II (checklist da existên-
cia e do funcionamento de dispositivos
de segurança para essas máquinas); e o
Anexo III, que tem por objetivo checar o
cumprimento da convenção.
DANOS E ESPECIFICAÇÕESDANOS E ESPECIFICAÇÕESDANOS E ESPECIFICAÇÕESDANOS E ESPECIFICAÇÕESDANOS E ESPECIFICAÇÕES
Os principais danos que podem ser
Risco diminuído
Fabricantes e usuários se unem para tornar injetoras mais seguras
causados por máquinas injetoras são es-
magamento de mãos e braços durante o
fechamento do molde ou na introdução
de dedos na área da máquina em que o
plástico é derretido e homogeneizado.
Também são possíveis queimaduras cau-
sadas pelo contato do trabalhador com o
cilindro sem isolamento térmico, ou pelo
espirramento de material plástico aqueci-
do, quando injetado no molde pelo bico
de injeção. Para incrementar a segurança
no uso dessas máquinas, especialistas
lançaram mão de normas da ABNT, es-
pecialmente a NBR 13.757, a qual define
as partes da injetora e mecanismos de
proteção gradativos que elas devem ter
– de 1 a 6, em grau crescente. Também
utiliza-se a NBR 13.536, que define re-
quisitos técnicos de segurança para pro-
jeto, construção e uso dessa família de
máquinas.
Embora causem seqüelas tão graves
quanto as ocasionadas por prensas, as
injetoras levam vantagem quando se tra-
ta de proteção porque os dispositivos são
facilmente adaptáveis a elas e apresen-
tam custos menores. Segundo a auditora
Aida Becker, da Subdelegacia Regional
do Trabalho de Caxias do Sul (RS), a pos-
sibilidade de redundância na proteção –
com o funcionamento de sistemas mecâ-
nicos, hidráulicos e elétricos, coexisten-
tes – em muito colaborou para a redução
do número de acidentes com tais tipos
de máquinas. “Temos alguma dificulda-
de no monitoramento dos sensores de
portas. Quando abre-se a porta, não pode
ser fechado o molde. O sensor de posição
envia sinal de que a porta não pode fechar.
As pessoas, porém, para burlar o sistema,
amarram a chave de modo a permitir que
trabalhem mais rápido. Porém, isso não
deve acontecer, pois deve haver um relés
ou CLP de segurança”, observa. Entre
os maiores problemas na área de injeto-
ras estão a presença de máquinas im-
portadas, a preços bem mais acessí-
veis, sem dispositivos de proteção, e a
própria cultura da burla, que se disse-
mina nas empresas na tentativa de obte-
rem-se ganhos de produtividade sem
respeito à segurança – são fitas crepes,
jumpers e outros macetes que tentam
enganar os dispositivos de proteção, co-
locando abaixo esforços e investimen-
tos. A convenção coletiva apresenta u-
ma arma contra esse tipo de fraude, que
são os checklists periódicos, os quais
devem ser feitos a cada seis meses.
CHECAGEMCHECAGEMCHECAGEMCHECAGEMCHECAGEM
“É o Sindiplast (Sindicato da Indústria
de Material Plástico no Estado de São
Paulo) que nos fornece um checklist pa-
drão para verificar se a máquina cumpre
requisitos de segurança. A máquina já sai
da fábrica com selo. Atende a NR 12 e a
convenção coletiva de injetoras. O sindi-
cato, a cada seis meses, analisa se a máqui-
na está cumprindo os requisitos, verifica
documentos e número de série. Só en-
tão, se aprovado o checklist, é fornecido
o selo verde-amarelo”, explica o enge-
nheiro de Segurança da empresa Igara-
tiba, Anderson Pellegrini. Se não for re-
metido esse checklist, o sindicato envia
um auditor até a empresa para verificar
o que aconteceu”.
Localizada em Elias Fausto, na região
de Campinas (SP), a Igaratiba produz
frascos plásticos que embalam xampus,
entre outros produtos. Conta com apro-
ximadamente 1.000 funcionários e pos-
sui 20 máquinas de origem chinesa, ad-
quiridas neste ano, “todas com proteção”,
destaca o engenheiro. No total, a empre-
sa tem 50 injetoras, e a menor tem capa-
cidade para 200 toneladas. “As máqui-
nas mais modernas vêm programadas
com sensores inteligentes, os quais não
são possíveis corromper, pois nessa ten-
tativa, elas simplesmente travam. Con-
tudo, as adaptações de máquinas, para a
colocação de segurança, são fáceis de
burlar. Nenhuma de nossas máquinas
permite que o trabalhador coloque a mão
na área de prensagem. Para ter acesso a
essa área, ele precisa abrir e fechar a por-
ta, necessariamente e, ao fazer isso, acio-
na-se o sensor de segurança”, relata.
Proteção elétrica, mecânica e na área do molde
IN
V
EN
SY
S/
V
IC
TO
R 
FA
C
C
H
IN
SETEMBRO / 200648 REVISTA PROTEÇÃO
PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Um personagem que ganhou a alcunha
de “cilindro carioca assassino” saiu de ce-
na lentamente, ao longo da última déca-da, para alívio dos trabalhadores que
põem a “mão na massa”. “Tínhamos, até
1996, um grande número de acidentes
com cilindros. Eram muitos e gravíssi-
mos, com seqüelas permanentes – perda
de membros e mãos”, recorda o diretor
de Saúde e Segurança do Sindicato dos
Panificadores de São Paulo e Região Me-
tropolitana (Sindipan), Aparecido Alves
Tenório. Ele descreve o dito “assassino”
como “dois rolos de aço com 50 quilos
cada um, onde o panificador jogava e pu-
xava a massa, media a abertura do vão
entre eles com os dedos”. Um dos atri-
butos acidentais causados pelo algoz era
realmente de fácil solução: “O cilindro
corria no sentido horário, mas, com a que-
da de energia, invertia o sentido da rota-
ção. O padeiro esquecia e esmagava as
mãos. A média era de dois a três aciden-
tes por mês”, conta.
Dez anos e muitas negociações depois,
a situação dos filiados ao sindicato – em
torno de 45 mil trabalhadores – está bem
melhor. “As máquinas, de 1996 em dian-
te, tiveram melhorias no projeto. Houve
acordo coletivo sobre segurança no uso
de cilindros de massa. DRT, Ministério
Público, Sindicato das Indústrias, Sindica-
to dos Trabalhadores e Fundacentro de-
senvolveram um kit de segurança”, rela-
ta. Tenório informa que uma das mudan-
ças foi na parte elétrica: “O cilindro pas-
Mão na massa com tranqüilidade?
Cilindros estão mais seguros, mas masseiras ainda têm risco
sou a ser bifásico, o que impede a inver-
são da polaridade com a queda de ener-
gia”. Mas a principal alteração foi a intro-
dução do cilindro auxiliar ou morto, de
celeron, material plástico rígido. “Não foi
fácil. Custou muito a mudarem as máqui-
nas entre 1996 e 2000. Fizemos um kit
para adaptação dos cilindros antigos. O
cilindro morto é inerte e aumenta a dis-
tância entre os cilindros de metal e o tra-
balhador. Mesmo que o padeiro queira
colocar a mão, não alcança mais a área de
risco. Ele joga a massa por trás e pega na
frente”, descreve. Hoje, para a limpeza,
é necessário desligar a máquina. Para au-
mentar mais o grau de segurança, foram
introduzidos botões de emergência. Atu-
almente, é proibida a fabricação de cilin-
dros de outra maneira, a não ser com
essas características. “Em São Paulo, não
se vende cilindro sem o kit de segurança.
A DRT tem uma atuação muito firme”,
garante o sindicalista.
DISCUSSÃODISCUSSÃODISCUSSÃODISCUSSÃODISCUSSÃO
De acordo com Tenório, acidentes de
menor monta acontecem com masseiras
– equipamentos parecidos com grandes
batedeiras. Neles, o trabalhador mexe
com a mão a parte de baixo da tigela, e o
que roda é a parte de baixo (motor), que
é mais lenta. “As masseiras atuais vêm
com trava na tampa. Só ligam quando
tampadas. Mesmo as mais lentas podem
causar fratura de dedos”, observa, lem-
brando que, as mais antigas não tinham
tampa de proteção. “Estamos discutin-
do com a Fundacentro/SP a colocação de
um dispositivo de proteção nas masseiras
usadas, mais antigas. Esse trabalho está
em andamento. Pretendemos fazer um
acordo coletivo quando tivermos uma so-
lução para isso”, afirma.
Segundo o engenheiro de Segurança
do Trabalho da Divisão de Processos In-
dustriais da Fundacentro/SP, Roberto do
Valle Giuliano, não existem normas da
ABNT para garantir a condição segura de
máquinas usadas na panificação como
modeladoras e masseiras. Máquinas no-
vas, contudo, têm dispositivos de segu-
rança. “Mas seria mais interessante que
o fabricante fizesse um kit para adaptar
as máquinas que ele fabrica, acrescendo
isso no valor da máquina”, sugere.
É preciso que os empresários e funcio-
nários percebam que uma ligeira perda
de tempo de produção pode ser impres-
cindível na prevenção de acidentes e no
ganho do tempo total de produtividade.
A Fundacentro/SP, segundo ele, realizou
um levantamento completo dos riscos
em cilindros e outras máquinas de panifi-
cação. Como a convenção foi firmada em
São Paulo, apenas os fabricantes do Es-
tado se preocuparam em produzir má-
quinas seguras.
“Na convenção, havia a idéia de se in-
cluírem masseiras e outros tipos de má-
quinas, como fornos elétricos, mas os fa-
bricantes consideraram que a convenção
foi prejudicial para eles”, explica o enge-
nheiro. Como o acordo coletivo não obri-
gava todos os fabricantes a aderirem às
normas de prevenção, começou a haver
uma competição entre as empresas que
modificaram seus equipamentos e aque-
las que não seguiram essas normas. A
diferença de custo entre estas empresas
proporcionou o aumento das vendas de
máquinas inseguras. Algumas empresas
do setor que aderiram às normas de se-
gurança chegaram a falir. No que diz res-
peito ao design, está-se começando a tra-
çar condições nesse nível, com o Inmetro,
para uma construção atrelada à seguran-
ça, a fim de se produzirem equipamen-
tos certificados. A idéia é o Inmetro for-
necer as especificações e um selo de con-
formidade. A Associação Brasileira da In-
dústria de Panificação (ABIP), contatada
pela reportagem, informou, por meio de
sua Assessoria de Comunicação, que não
desenvolve ações específicas sobre se-
gurança em máquinas do setor.Masseira: proteção móvel com intertravamento
C
LO
D
O
A
LD
O
 N
O
V
A
ES
/F
U
N
D
A
C
EN
TR
O
Cilindro com dispositivos adequados
C
LO
D
O
A
LD
O
 N
O
V
A
ES
/F
U
N
D
A
C
EN
TR
O
SETEMBRO / 200650 REVISTA PROTEÇÃO
PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Nos últimos anos, controladores aplica-
dos à automação de máquinas, como Co-
mandos Lógicos Programáveis (CLPs) e
Comandos Numéricos Computadoriza-
dos (CNCs), evoluíram muito em capaci-
dade de controle, comunicação e veloci-
dade de processamento. Isso trouxe au-
mento de produtividade, qualidade do
produto e segurança do processo para o
setor industrial. Um maior nível de segu-
rança foi alcançado na medida em que a
necessidade de intervenção humana di-
minuiu e, por conseqüência, os riscos de
acidentes também caíram. Além da au-
tomatização dos movimentos das máqui-
nas, alguns dispositivos de alimentação
e extração de peças também contribu-
em para a diminuição da intervenção hu-
mana no processo produtivo, como por
exemplo, robôs, desbobinadores e siste-
mas transfer – estes, muitas vezes, con-
trolados por CLPs, CNCs ou sistemas si-
milares dedicados.
Mesmo com todo esse avanço tecno-
lógico, dependendo da máquina, do pro-
cesso ou dos recursos disponíveis para a
automação, alguma intervenção humana
ainda é necessária, e nestes casos, para
a prevenção de acidentes, é imprescindí-
vel a instalação de dispositivos especiais
de segurança, como cortinas de luz, scan-
ners de área, chaves de intertravamento
de proteções móveis, dispositivos de
acionamento bimanuais, sistemas de pa-
rada de emergência, relés ou CLPs de
segurança. Estes dispositivos são ditos
A automação que protege
Especialistas garantem que investimento compensa
especiais porque estão preparados para
detectar falhas internas e levar a máqui-
na para um estado seguro. Isso garante
que o dispositivo sempre estará disponí-
vel quando alguém precisar dele.
NOVNOVNOVNOVNOVAS TECNOLOGIASAS TECNOLOGIASAS TECNOLOGIASAS TECNOLOGIASAS TECNOLOGIAS
Segundo Raphael Martins da Silva, en-
genheiro da área de Automação e Con-
trole – A&C Safety Integrated – da Sie-
mens, apesar de to-
do esse avanço, é
importante estar
atento, pois “mui-
tos sistemas são
construídos visan-
do apenas ao au-
mento de produti-
vidade e à qualida-
de do produto fabri-
cado, deixando de
lado a segurança
das pessoas que
estão ao redor da
máquina”. Há algu-
mas décadas, segu-
rança e controle de
máquinas faziam
parte de sistemasPrensa pneumática com mesa rotativa
V
IC
TO
R 
FA
C
C
H
IN
distintos. “É comum ainda encontrarmos
sistemas eletromecânicos dedicados às
aplicações de segurança da máquina, co-
mo relés de segurança, operando em
conjuntocom CLPs, responsáveis pela
automação (controle) da máquina”, jus-
tifica. Porém, hoje, “estão disponíveis
tecnologias híbridas, como CLPs e CNCs
com segurança integrada”. Martins res-
salta que essas tecnologias reduzem
consideravelmente a necessidade de es-
paço em painel, a quantidade de fiação e
o número de conexões, bem como as
chances de erros na montagem do siste-
ma, melhorando a disponibilidade das
máquinas, através de sistemas de diag-
nóstico de falhas, e diminuindo a possibi-
lidade de intervenção de pessoas “mal
intencionadas” no intuito de burlar os dis-
positivos. “É o que chamamos de auto-
mação segura”, sintetiza.
Em se tratando dos valores pagos por
esses dispositivos, quem os produz e ins-
tala assegura que os transtornos causa-
dos por acidentes, como seqüelas ao tra-
balhador e processos judiciais aos em-
pregadores, são inúmeras vezes mais
onerosos: “Preferimos chamar de inves-
timentos, pois, hoje, um acidente de tra-
balho tem um custo muito elevado para
a empresa, especialmente aqueles com
amputação de membros. Podemos dizer
que, na sua maior parte, um investimen-
to nesses produtos de segurança não
passam de 20% do custo de um proces-
so com acidente”, calcula Maria Inês Fer-
nandes, gerente comercial da Leuze, fa-
bricante de equipamentos de seguran-
ça de São Paulo (SP).
Mas é preciso estar atento à forma de
utilização das tecnologias de automação.
Do contrário, elas podem se voltar con-
tra a finalidade para a qual foram pro-
jetadas. “Um erro comum é utilizar corti-
nas de luz (um equipamento óptico ele-
trônico, que é um EPC importante para
o caso das máquinas) em distâncias ina-
dequadas ou ainda instaladas erronea-
mente em máquinas de ciclo completo,
como, por exemplo, em prensas de enga-
te por chaveta. Aí, um investimento sig-
nificativo e de alta qualidade pode estar
comprometido, porque a cortina de luz
não vai garantir a segurança, pela má ins-
talação”, alerta Marcelo Del Vecchio, en-
genheiro de Segurança e presidente da
Associação Nacional de Empresas de
Proteção ao Trabalho em Máquinas e E-
quipamentos (Anprame).
Dobradeira: cortina de luz e comando
TE
C
N
O
M
O
A
G
EI
RA
/L
EO
 N
A
SC
IM
EN
TO

Outros materiais