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1 Modulação por Código de Pulsos (PCM) – Resumo Geral Prof. Fred Sizenando Rossiter Pinheiro (Sistemas De Telecomunicações I) A digitalização nas telecomunicações foi iniciada nos final dos anos 70 pela Rede de Transporte, mais precisamente pela digitalização dos sistemas de transmissão (entroncamento entre diferentes centrais telefônicas analógicas), o objetivo inicial era (com a multiplexação) diminuir a quantidade de pares necessários à conexão, além de tentar garantir o padrão de baixos índices de diafonia. A tecnologia que melhor se adaptou no Brasil à situação encontrada foi a Pulse Code Modulation (PCM) técnica de codificação por forma de onda baseada no padrão europeu e utilizando a multiplexação por divisão no tempo (TDM.). Os primeiros sistemas PCM foram implantados em grandes e médias cidades. Os circuitos utilizados na técnica PCM têm evoluído desde então, com ganhos consideráveis de capacidade de transmissão. A técnica PCM é definida pela especificação G.711 formulada pela ITU-T (seção de Padronização da área de Telecomunicações do ITU - União Internacional de Telecomunicações) e trata-se do mais simples – embora mais rico em informação – feitio de codificação. Consistindo apenas na discretização do sinal no tempo e da quantificação de suas amplitudes uniformemente, sem qualquer forma de compressão, trata-se do modelo base para a maioria dos padrões de codificação. Basicamente o PCM original padrão europeu denominado E1, tem 30 entradas analógicas paralelas e uma saída digital serial na velocidade de 2,048 Mbits/s contendo 30 (+2) canais. Os dois canais adicionais são utilizados para sincronismo, sinalização de linha e alarmes. Cada canal individual digitalizado é transmitido na velocidade de 64 kbits/s. A chamada Transmissão por Banda Base (sem modulação) a 2,048 Mbits/s corresponde, de acordo com a Série de Fourier a uma frequência fundamental de 1.024 KHz. Com o uso dessa tecnologia buscava-se inicialmente a economia nos pares necessários para o entroncamento, ou seja com 4 pares (2 transmissão e 2 Recepção) passou a ser possível a conexão bidirecional de 30 canais,uma economia de pelo menos 56 pares. Os primeiros sistemas digitais PCM testados para transmissão em cabos de pares tiveram péssimo desempenho em termos de alcance, verificou-se que com distâncias de 100 metros a taxa de erro de bit (BER) já assumia valores assustadores. Pesquisadores logo verificaram que a uma das causas dessa limitação era a dificuldade de reconstruir os pulsos originais em seus tempos corretos devido o espalhamento espectral que o cobre provocava de forma mais intensa em sinais de mais alta frequência e consequente distorção. Esse problema era agravado quando existia uma longa sequência de 0 (zero) ou de 1 (um),ou seja a maior participação de componente DC no sinal dificultava a captação correta do mesmo. Logo se desenvolveu a técnica de codificação do sinal já digitalizado denominada codificação de linha que possibilitou a ampliação do alcance possível para pouco mais de 1 km. As Codificações de linha AMI e HDB-3 foram as mais adequadas e mais utilizadas até hoje nesse objetivo. Como os entroncamentos entre centrais normalmente ultrapassam 1 km, então passaram a ser utilizados Regeneradores bidirecionais nos trechos intermediários, especialmente em cabos subterrâneos ou enterrados. Convém destacar que uma simples 2 amplificação (como pode ser feita em sistemas analógicos) não é adequado para sinais digitais, os quais precisam detectados e reconstruídos. O PCM é uma das 3 técnicas mais utilizadas ( na opção codificadores de forma de onda) para digitalização de voz, as outras são: DPCM (PCM Diferencial) uma variante da técnica inicial e a Modulação Delta (DM). Abordaremos essas duas outras técnicas posteriormente. O PCM é a técnica que obtém melhor fidelidade na recuperação do sinal analógico, para tal adota um sistema TDM obedecendo ao Teorema da Amostragem (Critério de Nyquist) no qual a banda do canal telefônico de 0,3 a 3,4 KHz é “fotografada” por pulsos de 8 KHz, resultando no período de amostragens de 125 micro segundos. Cada amostra é quantizada com base de 256 níveis de amplitude, resultando em um byte de 8 bits por amostra. Isso tudo corresponde a que cada sinal telefônico passe a ser transmitido na velocidade de 8 bits x 8 KHz= 64 Kbits/s. O não atendimento do Teorema da Amostragem implica no fenômeno denominado “Aliasing” ou “foldover”, no qual ocorre distorção relevante no sinal recuperado na recepção. No padrão europeu denominado E1, são multiplexados no tempo 32 canais, resultando o trem de pulsos de 32 x 64 Kbits/s = 2,048 Mbits/s. O processo de quantização adotado é o Não Linear com base na Lei A, no qual se busca a equalização da Relação Sinal / Ruído de Quantização a partir de uma melhor aproximação dos níveis de amplitudes mais baixos em detrimento dos níveis mais altos. Nos Estados Unidos e no Japão, o sistema TDM-PCM adotado é o T1, correspondendo ao agrupamento de 24 canais com velocidade final reduzida para 1,544 Mbits/s. A quantização adotada no padrão T1 se fundamenta na Lei . Figura 1 - Entroncamento com cabo entre 2 centrais analógicas utilizando 3 sistemas E1. 3 O padrão de digitalização de sinais de voz adotado no PCM E1 - e aplicado na Telefonia Fixa em geral e em muitas outras situações - apesar de ter o melhor resultado em fidelidade na recuperação dos sinais, requer uma banda passante para transmissão total de pelo menos 1.024 KHz, ou 32 KHz por canal. Em algumas outras aplicações onde a voz também é digitalizada como a Telefonia Celular não há disponibilidade dessa banda toda, e são adotadas técnicas de compressão visando retirar possíveis redundâncias e consequentemente permitir a transmissão digitalizada através de uma banda mais estreita. Os chamados Vocoders (Codificadores de Voz) são circuitos que digitalizam o sinal da voz visando reduzir ao máximo a taxa de transmissão, consequentemente a banda requerida de transmissão, eles são peças fundamentais nos sistemas celulares. Existem Vocoders que conseguem reduzir a taxa de transmissão da voz para 16 Kbits/s ou até 8 Kbits/s. Essa área de técnicas de compressão é um dos segmentos tecnológicos onde as pesquisas têm ultimamente produzido inúmeros novos modelos de algoritmos visando obter redução de banda com o mínimo de perda de qualidade. A lógica do processo de digitalização para sons de áudio segue o mesmo raciocínio dos princípios adotados no PCM, em especial o Critério de Nyquist: um CD gravado, a partir de uma LP analógico, adota frequência de amostragem pouco superior a 44 KHz para ter fidelidade stereofônica dos sinais de áudio na banda de 20 KHz original. AMOSTRAGEM DE SINAIS CONTÍNUOS Os sinais discretos no tempo normalmente ocorrem como representação de sinais contínuos no tempo. Isto ocorre em parte porque o processamento de sinais contínuos em sistemas digitais é executado a partir da execução de uma série de amostragens baseadas em trem de pulsos periódicos. Neste capítulo, discutiremos o processo de amostragem periódica com maior detalhamento, incluindo a questão do aliasing quando o sinal não é limitado em frequência ou quando a taxa de amostragem não é suficientemente alta. 1.2.1 - AMOSTRAGEM PERIÓDICA Embora existam outras possibilidades, o método típico de obter uma representação discreta no tempo de um sinal contínuo é através da amostragem periódica, na qual uma sequência de amostras x[n] é obtida a partir de um sinal contínuo no tempo Xc(t) de acordo com a relação: x[n] = Xc (n,T)- n + (1) 4 FIG. 2 - DIAGRAMA EM BLOCOS DE UM CONVERSOR CONTÍNUO/DISCRETO IDEAL Na eq. 1, T é o período de amostragem, reciprocamente, fs = 1/T, é a frequência de amostragem, em amostras por segundo. Na fig. 1, nós ilustramos um esboço de um conversor contínuo/discreto ideal, na prática a operação de amostragem é comumente implementada por um conversor analógico/digital. Tais sistemas podem ser vistos como aproximações de um conversor C/D ideal. Os aspectos mais relevantes no projeto de um conversor A/D incluem a quantização das amostragens de saída, linearidade, a necessidade de circuitos de amostragem e retenção e as limitações da velocidade de amostragem. Na figura seguinte está representado o processo de amostragem em 2 estágios, consistindo de um modulador de trem de pulsos seguido da conversão do trem de pulsos em uma sequência. A figura (b) ilustra 2 sinais contínuos no tempo e o processo da amostragem pelo trem de pulsos. A figura (c) mostra o resultado da amostragem. A diferença essencial entre xs (t) e x[n] é que xs (t) é um sinal contínuo no tempo (especificamente um trem de pulsos) que é zero, exceto em instantes de tempo múltiplos de T. A sequência x[n], por outro lado, é indexado na variável inteira n, a qual introduz uma normalização no tempo, isto é, x[n] não contém informação explícita sobre a taxa de amostragem. Além disto, as amostragens de xc (t) são representadas por números finitos em x[n] em vez de áreas sobre os pulsos como em xs (t). É importante enfatizar que a figura 6 é uma representação matemática do processo de amostragem e não a representação de um circuito elétrico. Esta representação foi colocada objetivando avaliar melhor o processo, evitando-se representações formais derivadas das fórmulas da Transformada de Fourier. C/D ------------------ -------------------> xc (t) x[n] = xc (nT) | | T 5 FIG. 3 FIG. 4- SISTEMA BÁSICO DE MODULAÇÃO P.A.M. 6 3.2 - REPRESENTAÇÃO DA AMOSTRAGEM NO DOMÍNIO DA FREQUÊNCIA Considerando inicialmente a conversão de xc (t) para xs (t) através da modulação do trem de pulsos. O sinal modulante s(t) é um trem de pulsos periódico: S(t) = (t - nT) (3.2) Onde (t) é a função impulso ou função delta Dirac. Consequentemente, xs (t) = xc (t) s (t) = xc (t) (t - nT) (3.3) Utilizando propriedade da função impulso: xs (t) = xc (nT) (t - nT) (3.4) Vamos agora considerar a Transformada de Fourier de xs (t). Como na eq. (3.3), xs (t) é o produto de xc (t) e s(t), a Transformada de Fourier de xs (t) é a convolução das Transformadas de Fourier xc (jW) e s (jW). A Transformada de Fourier de um trem de pulsos periódico é um trem de pulsos periódico. Especificamente, s (jW) é: s (jW) = 2/T (w - kws) (3.5) onde Ws = 2/T é a frequência de amostragem em radianos/seg. Desta forma: xs (jW) = 1/2 xc (jw) * S (jw) onde * representa a operação de convolução, daí: xs (jW) = 1/T xc (jw - kjws) (3.6) 7 A equação (3.6) mostra a relação entre as Transformadas de Fourier da entrada e saída do modulador de trem de pulsos da figura 3.2 (a). Nós vemos, a partir da eq. (3.6) que a Transformada de Fourier de xs (t) consiste de cópias periódicas da Transformada de Fourier de xc (t). As cópias de xc (jW) são deslocadas de múltiplos inteiros de frequência de amostragem formando um “trem de pulsos com amostragens”. A figura 7 ilustra a representação no domínio da frequência do trem de pulsos de amostragem. A figura 7 (a) representa a Transformada de Fourier com banda limitada, onde o valor mais alto de frequência com intensidade não nula de xc (jW) ocorre em Wn. A figura 7 (b) mostra o trem de pulsos periódicos s (jW) e a figura 7 (c) mostra xs (jW), o resultado da convolução de xc (jW) com s (jW). Pela figura 7 (c) fica evidente que quando: Ws-Wn > Wn, ou Ws > 2 Wn então a réplica de xc (jW) não se sobrepõem e, desta forma, quando elas são adicionadas juntas na eq. (3.6) ainda permanecem como réplicas de xc (jW) a cada inteiro múltiplo de Ws (com fator de escala de 1/T). Consequentemente, xc (t) pode ser recuperado a partir de xs (t) com um filtro passa-baixas ideal. Isto é visto na figura 8 que apresenta o modulador de trem de pulsos seguido do sistema invariante linear no tempo com resposta em frequência Hr (jW). Para xc (jW) como na figura 8 (b), xs (jW) seria como mostrado na figura 8 (c), onde foi considerado que Ws > 2 Wn, assim: Xr (jW) = Hr (jW) Xs (jW), (3.8) Se Hr (jW) é um filtro passa-baixas ideal com ganho T e frequência de corte Wc, tal que: Ws < Wc < (Ws - Wn) (3.9) 8 FIG. 5 então: Xr (jW) = Xc (jW) (3.10) conforme ilustra a fig. 8 (e). Se a desigualdade (3.7) não acontecer, ou seja, se Ws < 2Wn, ocorrerão superposições das bandas de tal forma que não mais será possível a recuperação 9 do sinal original através do filtro passa-baixas. Isto é ilustrado na figura 3.3 (d), neste caso, o sinal recuperado xr (t) da fig. 8 (a) apresenta-se distorcido em relação ao sinal original contínuo de entrada. A fig. 9 ilustra o aliasing no domínio da frequência para o caso simples de um sinal cosenoidal. A fig. 9 (a) mostra a Transformada de Fourier do sinal xc (t) = cos (Wot) (3.11) Circuito Básico para Amostragem e Retenção (sinal PAM) 10 FIG. 6 Na figura seguinte temos um exemplo de Aliasing onde um sinal de 5,5 KHz é Introduzido no equipamento PCM com freqüência de Amostragem de 8 KHZ ( 8KHz < (2x5,5 KHz=1 KHz), a amostragem não obedece ao Princípio de Nyquist e daí o sinal que seria 11 recebido após o filtro seria totalmente deformado em relação ao original, no caso seria um sinal de (8-5,5 KHz =) 2,5 KHz. Esse sinal soaria como um “apito” no ouvido da pessoa do outro lado da linha. O filtro passa baixas na entrada do PCM deve tem tipicamente uma curva de corte conforme a figura a seguir. Na telefonia a amostragem é feita a 8 kHz, devendo portanto serem eliminadas as frequências superiores a 4 kHz. A Figura 24 mostra as características que devem ser obedecidas pelo filtro de entrada segundo o ITU-T. Note que a rejeição a freqüência de 60/50 Hz da rede deve ser de 30 dB, e observe que a rejeição acima de 4600 Hz deve ser de pelo menos 32 dB. Na faixa de 300Hz a 3300 Hz o filtro deve ter resposta quase plana (0.15 a -0.15dB) Figura 8-Máscara de filtro (padrão ITUT-T) para Telefonia digital 12 Nas aplicações comerciais os circuitos denominados CODEC’s, que realizam a codificação e decodificação, possuindo opções para as duas leis de compansão (A e µ). Muitos circuitos também incluem os filtros de entrada circuito de amostragem, filtro de recepção e a correção da distorção (sin x)/x. QUANTIZAÇÃOA Amostragem está vinculada diretamente ao processo de multiplexação TDM, para a execução da transformação A/D, usa-se o byte de 8 bits por amostra, isso implica na limitação de 256 valores possíveis de amplitude a serem representados digitalmente. Para concretizar esse procedimento adota-se o sistema de Quantização que transforma os sinais contínuos na variação de amplitude em sinais com valores discretos de amplitude. O sinal na saída do Amostrador é um sinal PAM e normalmente ele sofre retardo na transmissão através do processo de retenção de cada amostra executada ( Sample and Hold) Na Quantização Linear, quanto maior for o número de bits, melhor será a aproximação feita, ou seja menor o Ruído de Quantização decorrente do erro introduzido. Mas a utilização de uma maior quantidade de níveis de quantização implica na necessidade de maior quantidade de bits para representar cada amostra digitalmente, isso significa maior necessidade de banda. 13 A Relação Sinal Ruído de Quantização para o módulo da variação de amplitude do sinal original prevista de 0 a Amax pode ser expressa pela equação a seguir. max log2002,676,1 A A nSQR Onde “n” é o número de bits adotado na amostra e “A” a amplitude da amostra. A expressão acima pode ser deduzida a partir da evolução da razão entre o valor esperado do quadrado da tensão do sinal e o valor esperado do quadrado do erro de quantização (diferença entre o sinal recebido e o sinal original).Essa dedução pode ser vista no Livro “Digital Telephony” de John C. Bellamy página 100 e Apêndice A. 14 Na Quantização Uniforme (Linear) (QL) a probabilidade de ruído de quantização (erro) é a mesma independentemente da amplitude de cada amostra, em consequência a Relação Sinal/Ruído de Quantização é pior para os sinais de mais baixas amplitudes. Nas comunicações telefônicas estatisticamente comprova-se a maior predominância de níveis de mais baixa amplitude. Essas inconveniências levaram á concepção da Quantização Não Linear que inicialmente era obtida através de uma compressão prévia do sinal antes da execução da própria QL, essa compressão seguia basicamente um de dois padrões internacionais estabelecidos. A Quantização Linear no PCM atribui bits de maneira igualitária para todas as amplitudes do sinal que se digitaliza. Porém, a audição humana não é igualmente sensível às baixas e às altas amplitudes. Na verdade, quanto maior for a amplitude do sinal, menos detalhada é a sua percepção. Portanto, seria coerente quantizar com mais bits as baixas amplitudes em detrimento das maiores – afinal, o ruído de quantização seria mais inconveniente quando objetiva-se escutar com clareza alguma informação de pequena amplitude do que quando temos uma amplitude tão grande que qualquer ruído passaria despercebido. Atentivamente a esta característica da audição humana, foram propostas duas maneiras de se alocar bits de maneira não uniforme para representar sinais digitais: a Lei µ (iniciativa estadunidense) e a Lei A (iniciativa européia). A formulação destas leis se dá conforme abaixo: Onde µ e A são constantes, ∆s é o intervalo de amplitude do sinal de entrada (não quantizado) e ∆vé o comprimento do intervalo de quantização correspondente. É comum as implementações em que µ = 255 e A=87,6, o que permite manter o ruído de quantização constante em toda a faixa dinâmica utilizando-se apenas 256 intervalos (8 bits). A Quantização Não Linear nos primeiros circuitos PCM corresponde á execução de uma compressão prévia no Sinal Analógico antes da quantização Linear consequente. Posteriormente um só circuito já passou a executar essa dupla operação diretamente. As semelhanças entre lei µ e lei A são evidentes. Entretanto, cabe ressaltar as seguintes diferenças: a Lei A possui alcance dinâmico maior do que a Lei μ, enquanto esta possui desempenho sinal/distorção melhor para baixos níveis de 15 sinais do que Lei A. Além destes fatos, a Lei A exige 13-bits para um equivalente PCM uniforme, enquanto a Lei μ exige 14 bits. Por fim, é importante esclarecer que caso seja preciso estabelecer comunicação internacional entre dois países, um que usa lei A e outro que usa lei µ, cabe ao país usuário desta última realizar as conversões entre as leis para que a comunicação possa ocorrer. O erro de quantização também denominado distorção de quantização ou ruído de quantização, poderá ser diminuído com o aumento do número de níveis de quantização. Mas isto por sua vez acarretaria um aumento do número de pulsos codificados necessários para transmissão de informações de amplitude. Um aumento do número de pulsos codificados só se torna possível com a diminuição da largura do pulso, o que significa uma largura de faixa (espectro) maior, ou com uma redução do número de canais multiplexados. Como sabemos, no código binário, a quantidade de níveis codificáveis com n bits (pulsos) é 2n , a tabela seguinte nos dá o número de níveis de quantização em função do número de bits n. n = número de bits do código nº de níveis de quantização 5 32 6 64 7 128 8 256 9 512 10 1.024 16 A relação sinal/ruído (de quantização) para um sistema PCM é um parâmetro inerente ao projeto que pode ser colocado da seguinte forma: supondo- se que o nível do sinal é grande em relação à diferença entre 2 níveis de quantização consecutivos, os erros introduzidos nas amostras que vão se sucedendo alcançarão, no máximo a metade da diferença entre dois níveis consecutivos de quantização; isto é +/- V/2, onde V é o degrau de quantização. Considerando uma distribuição linear homogênea dos níveis de quantização e como todos os valores de erro até este máximo são igualmente prováveis e ocorram aleatoriamente, o valor eficaz do erro introduzido é (1/2V) x (1/raiz de 3) que aparecerá uniformemente distribuído em toda a largura de banda na recepção. A relação sinal/ruído de quantização (S/N) será a razão entre o valor eficaz da amplitude do sinal e o valor eficaz do erro introduzido. Amplitude pico a pico do sinal = número de níveis x diferença entre 2 níveis consecutivos. Amplitude pico a pico do sinal = bn . v Onde b é a base do código usado (b=2 na maioria dos sistemas) e n é o número de pulsos do código. daí: S/N = (pág. 14) Considerando a relação de potências em dB, temos: 20 log(S/N) = n20log(b) + 1/2 . 20log(3/2) = 20n log(2) + 10 (log3 - log2) = 6n + 1,76 dB (para b=2) O resultado acima demonstra outra vantagem do PCM, ou seja, a relação S/N em dB varia linearmente com o número de pulsos de uma palavra codificada (n), como o aumento da quantidade de pulsos (bits) de uma palavra força a diminuição da largura do tempo de bit, então a relação S/N será proporcional a largura de faixa do espectro do sinal digital. Em sistemas FDM, ao contrário, o incremento da S/N em dB é proporcional ao logaritmo da largura de faixa. A tabela a seguir ilustra melhor os reflexos da alteração da relação sinal/ruído com a variação do número de bits de cada palavra. 17 Nº de bits Quantidade de níveis quânticos Relação Sinal/Ruído (dB) 1 2 7,76 2 4 13,76 3 8 19,76 4 16 25,76 5 32 31,76 6 64 37,76 7 128 43,76 8 256 49,76 No sistema de quantização linear homogêneo, observa-se que o valor provável instantâneo do ruído(erro) de quantização é o mesmo independentemente do valor instantâneo da amplitude do sinal, isto equivale dizer que a relação SINAL/RUÍDO será maior (melhor) para maiores valores de amplitude e menor (pior) para menores valores de amplitude. Esta apreciação se torna ainda mais preocupante com o fato de que numa conversação telefônica predominam estatisticamente os sinais de baixa amplitude (-15 dbm). Isto significa, em outras palavras, que a qualidade da comunicação será melhor quando a amplitude instantânea do sinal for maior. O gráfico da figura abaixo ilustra comparativamente a relação sinal/ruído (S/N) para sistemas PCM com quantizadores lineares homogêneos e diferentes quantidades de bits. 18 As figuras 10a, 10b, e 10c ilustram o processo de quantização linear. 2.1.3 - QUANTIZAÇÃO NÃO LINEAR A quantização não linear foi concebida com o objetivo de promover maior equalização da relação sinal/ruído. Para atingir esta meta, o número de níveis de quantização é mais compactado nas baixas amplitudes e mais espaçado nas altas amplitudes (vide figuras 11a e b). A este processo de quantização não linear dá- se o nome de compressão e a curva entrada x saída usada nos sistemas PCM tem característica logarítmica aproximada através segmentos de reta. Pode-se obter melhora de 26 dB na S/N usando-se a carcterística logarítmica de compressão. O erro de quantização provoca na recepção um ruído (de quantização) que é semelhante ao ruído branco, ou seja é igualmente “espalhado” no espectro do sinal. FIG.11 - QUANTIZAÇÃO NÃO LINEAR 19 FIG.16 A figura acima ilustra como o erro de quantização é minimizado nas pequenas amplitudes do sinal e ampliado nos pontos de maior intensidade. LEIS DE COMPRESSÃO A lei de compressão define uma curva que relaciona o nível do sinal comprimido na saída como o nível do mesmo sinal na entrada da compressão. Foram estudadas diversas curvas de compressão, verificando-se que a lei de compressão com escala logarítmica era a mais conveniente. A compressão de níveis pode ser realizada de duas formas: analógica e digital. Na compressão analógica o sinal PAM passa por um circuito de compressão cuja curva de transferencia é análoga à fig. 13 e em seguida estas amostras são aplicadas a um quantizador linear, conforme ilustra a fig. 14. A curva de compressão completa (lei A) é constituída por 13 segmentos que abrangem o 1º quadrante (sinais positivos) e 3º quadrante (sinais negativos), sendo que os segmentos que passam na origem são co-lineares (mesma inclinação), resultando que B´B forma um único segmento (segmento 7). Na prática o processo de compressão é precedido de uma retificação em onda completa que reduz o sistema a utilizar somente 7 segmentos e a sinalização (+ ou -). A figura 17, a seguir ilustra a característica de compressão da lei A de 13 segmentos. 20 FIG. 18 - CARACTERÍSTICA DA LEI “A” DE 13 SEGMENTOS (8 segmentos se considerado o módulo) (COMPRESSÃO LOGARÍTMICA) A compressão de níveis pode ser realizada de duas formas: análoga e digital. Na compressão análoga o sinal P.A.M. passa por um circuito de compressão cuja curva de transferencia é analógica á figura 17 e, em seguida, estas amostras são aplicadas a um quantizador linear conforme ilustra a fig. 18. Este tipo de compressão apresenta desvantagens, pois sofrem influencias das variações de temperatura. Na compressão digital, o sinal P.A.M. passa por um quantizador não linear que, devido suas características, realiza simultaneamente as operações de compressão e quantização (fig. 19), 21 A relação SINAL/RUÍDO obtida compansão (compressão + expansão) em sistema com 8 bits eqüivale a de um código com 12 bits com quantização linear homogênea. Na compressão digital, o sinal P.A.M. passa por um quantizador não linear que, devido suas características, realiza simultaneamente as operações de compressão e quantização. Através da quantização não linear consegue-se manter a relação S/R quase constante ao longo da faixa de variação de amplitude do sinal de até 30 dB. Raramente ocorre uma variação de uma voltagem mínima para uma voltagem máxima, entre 2 amostragens seguidas de um sinal de voz. Aproveitando-se deste fato e objetivando obter uma redução na taxa de transmissão sem perda de qualidade é que foi desenvolvida a técnica ADPCM (Adaptive Differential Pulse Code Modulation) que utiliza 32 Kbit/s em vez do usual 64 Kbit/s utilizado no PCM convencional. Sistemas de codificação mais complexos como o LPC (Linear Predictive Coding) conseguem reduzir a taxa de transmissão para até 4,8 Kbit/s. O 22 processamento envolvido neste tipo de codificação envolve retardos da ordem da ordem de 20 mili-segundos, os quais são indesejáveis, desta forma o PCM baseado em 64 Kbit/s se impõe como a técnica de codificação mais utilizada em redes de telecomunicações. Nos sistemas PCM atuais existem a seguintes leis de compressão: a) Lei A, utilizada para sistemas de 30 + 2 canais, dada pela seguinte fórmula: Y= A_____ x para 0 < x < 1/A 1 + log. A Y = 1 + log. (A.X) para 1/A < x < 1 1 + log. A A é um valor determinado empiricamente, para termos um bom desempenho de relação sinal/ruído, e vale 87,6. A Lei A é adotada nos sistemas PCM da maioria dos países da Europa e da América Latina. b) Lei M, utilizada para sistemas de 24 canais (americano) dada pela seguinte fórmula: Y = log (1 + MX) , onde M = 255 log (1 + M) nas relações anteriores: - X = U onde U máx U - valor instantâneo da amplitude do sinal de entrada. U máx - Máximo valor da amplitude quantizável. -Y = i , onde B i = número de ordem do nível de quantização a partir do meio da curva. B = número de níveis de quantização em cada metade da curva. 23 A figura 16 ilustra a curva da lei A, que apresenta as seguintes características básicas: 1 - Cada segmento tem o mesmo número de níveis. 2 - Os intervalos entre níveis dentro de um mesmo segmento devem ser iguais. 3 - Os intervalos em todos os segmentos devem ser múltiplos integrais dos intervalos contidos no primeiro segmento, correspondente às menores amplitudes. FIG. 16 - A CURVA CARACTERÍSTICA DA LEI DE COMPRESSÃO DE 13 SEGMENTOS CODIFICAÇÃO 24 2.3.1 - INTRODUÇÃO A codificação é a operação que associa um determinado código a cada valor de pulso PAM após serem quantizados e comprimidos. Nos primeiros sistemas PCM implantados no Brasil, como PCM fabricação TELETTRA que interligava Lagoa Nova a Ponta Negra em Natal, os processos de amostragem, quantização e codificação eram executados em circuitos distintos, atualmente todo o processo de conversão analógico-digital já está integrado em 1 só circuito. A necessidade de codificação dos pulsos PAM vem do fato de que caso estes pulsos fossem transmitidos diretamente, as amplitudes dos sinais seriam facilmente distorcidas pelo meio de transmissão, e os circuitos de identificação dos diversos níveis sem codificação seriam extremamente complexas, já que teríamos pelo menos 100 níveis para transmitir sinais de voz. Utilizando o código binário os pulsos são codificados em “1” ou “0” o que simplifica em muito os circuitos de reconhecimento destes sinais. Basicamente, o processo de codificação consiste em associar um códigobinário a cada segmento e a cada nível do segmento. Conforme a figura 19 as amostras poderão pertencer a 7 segmentos e dentro de 16 níveis de segmento. Para codificarmos os 7 segmentos necessitaremos de 3 bits e os níveis de segmento são necessários 4 bits, ou seja: SEGMENTO CÓDIGO BINÁRIO I 000 I 001 II 010 III 011 IV 100 V 101 VI 110 VII 111 A figura abaixo mostra uma tabela onde estão colocados todos os níveis possíveis, desde 0 até 4096, sendo estes valores normalizados, onde 4096 corresponde a uma amplitude máxima de 3,14 dBm. A figura corresponde à síntese de aplicação da Quantização Não Linear (Lei A) e uso de 8 bits de codificação por amostra adotado no PCM E1, são utilizados 8 segmentos, sendo os dois primeiros colineares, cada segmento é dividido em 16 níveis em escala linear. Os segmentos superiores correspondem a um espaçamento internível maior (maior erro de quantização) e os inferiores têm espaçamento menor e daí também menor erro absoluto de quantização, em consequência obtem-se uma aproximada equalização da Relação Sinal/ Ruído de Quantização para diferentes níveis de voz na comunicação telefônica. 25 Uma amostra de sinal de voz com valor de tensão + 612 (normalizado),por exemplo, teria a representação digital decorrente de: polarização positiva, segmento 5, nível de segmento 4, o resultado seria: 11010011. VALORES DAS AMPLITUDES DAS AMOSTRAS Figura 26 Fig - Quadro Resumo da Quantização Não Linear baseado na Lei A -Sistema E1- e consequente codificação por 8 bits. EXEMPLOS 1 - AMOSTRA COM VALOR UNITÁRIO IGUAL A 362 a) O número do segmento a que pertence a amostra - 4 b) Valor binário correspondente ao segmento - 100 c) Número do nível dentro do segmento que pertence a amostra - 7 d) Valor vinário correspondente ao nível - (0110) 2 - AMOSTRA COM VALOR UNITÁRIO IGUAL A 3586 a) Número do segmento - 7 b) Valor binário correspondente ao segmento - 111 c) Número do nível do segmento - 13 d) Valor binário correspondente ao nível - (1100) 3 - AMOSTRA COM VALOR UNITÁRIO IGUAL A 3710 a) Número do segmento - 7 b) Valor binário correspondente ao segmento - 111 c) Número do nível do segmento - 13 d) Valor binário correspondente ao nível - (1100) Observações: Pelos exemplos 2 e 3 verifica-se que amostras com diferentes valores (3586 e 3710) pertencem ao mesmo segmento e nível do segmento. Temos portanto a compressão e a quantização das amostras simultaneamente. Exercício - Achar através da tabela da figura 17 os correspondentes: a) Número do segmento que pertence à amostra; b) Valor binário correspondente; c) Número do nível dentro do segmento; d) Valor binário correspondente ao nível. a) -15 b) 2632 c) -378 d) 1827 27 Estrutura Temporal do PCM-TDM E1 A figura seguinte ilustra a estrutura temporal do PCM E1, onde o Quadro (frame) é formado por 32 canais de 8 bits. 30 canais dentre os 32 correspondem ás amostras quantizadas e codificadas em 8 bits da informação transmitida - voz ao telefone, Sinalização MFC, ou transmissão de dados, os 2 canais restantes são utilizados para Sincronismo, Sinalização de Linha e Alarmes. O tempo de 1 Quadro corresponde ao período de Amostragem de cada canal: 125 microssegundos, equivalente a 1 / 8KHz ,onde 8 KHz é a frequência de Amostragem baseada no Critério de Nyquist. O conjunto de 16 quadros forma uma estrutura denominada multiquadro com o tempo de 2 mili segundos. No canal 0 de cada Quadro par é transmitida a Palavra de Sincronismo de Quadro a qual visa manter sincronizados os canais. Figura 3 - Diagrama em blocos básico da transmissão PCM E1 para Telefonia. 28 Observe com atenção como é transmitida a sinalização de Linha (no caso E/M Pulsada) no PCM E1, a taxa de transmissão adotada para Esses sinais pode ser de 1kbit/s ou até 500 bits/s. Um só bit é utilizado por amostra, pois a condição existente no fio M será “presença” ou “ausência” de terra (o Volt). Na figura anterior, por exemplo, a sinalização de linha do canal 1 (cor amarela) tem amostras sequenciais transmitidas no bit 1 do canal 16 do Quadro 1 e no bit 3 do canal 16 do Quadro 9.Esses 2 bits são transmitidos ao longo do tempo de um Multiquadro ( 2 ms), portanto a taxa de transmissão correspondente será : 2bits/2 ms= 1 Kbit/s. O Sincronismo é um requisito importante na transmissão digital, os receptores PCM quando deixam de receber 3 vezes seguidas a palavra de sincronismo de Quadro decretam a perda de referência de fase para identificação do tempos exatos de início e final de cada amostra de canal (octeto). Essa perda de sincronismo pode ser provocada por distúrbios diversos ou mesmo problemas operacionais como o desligamento rápido da fonte de alimentação. Sem sincronismo o PCM não tem condições de operar. O Fluxograma acima ilustra o processo de recuperação do sincronismo de quadro, o qual ocorre quando são recebidas duas palavras 1001011 separadas de 250 micro segundos, sendo que após 125 micro segundos do recebimento da primeira deve ser conferido a presença do bit B2=1 na palavra de Alarme. Taxa de Erro de Bit (BER) A qualidade de uma transmissão digital pode ser aferida pelo B.E.R. (Bit Error Rate), existem limites padronizados e especificados internacionalmente para garantia da condição 29 confiável de recepção. Em geral quanto maior a velocidade de transmissão de dados, maior será a exigência de qualidade nessa transmissão, ou seja menor será a taxa BER exigida. No PCM E1 o BER pode ser aferido com base nos erros que ocorram em relação ao recebimento da palavra de sincronismo de quadro. Essa taxa de erros pode ser deduzida como o provável índice de erros que está afetando o próprio sinal de informação transmitido (como a voz na telefonia). Codificação de Linha O sinal PCM antes de ser transmitido deve passar ainda por uma nova codificação chamada Codificação de Linha (CL), o objetivo da CL é possibilitar um aumento do alcance do sinal digital especialmente quando transmitido em cabo de pares. Um sinal digital básico pode ser do tipo retorna-a-zero, em inglês return-to-zero, (RZ) ou não– retorna-a-zero, em inglês non-return-to-zero, (NRZ). Para um sistema alcançar maiores distancias usando informação na banda, não deve haver longas sequências de símbolos idênticos tais como uns e zeros. Para sistemas PCM binários, a densidade dos símbolos 1 é chamado densidade de uns, em inglês ones-density. A densidade de uns, em inglês ones-density, é muitas vezes controlada usando técnicas de pré-codificação tais como codificação de execução por tempo limitado, em inglês Run Length Limited, onde o código PCM é expandido para um código ligeiramente mais longo com uma garantia de que está ligado na densidade de uns antes da modulação para o canal. Noutros casos, bits de enquadramento são adicionados ao fluxo que garantem, pelo menos, transições de símbolos ocasionais. Existem diversas técnicas de codificação do sinal digital, mas todas elas procuram gerar o sinal codificado com muitas transições com o objetivo de facilitar a recuperação do sincronismo no modem receptor (ou no regenerador) . Estas técnicas procuram, ainda, concentrar o espectro de transmissão do sinal codificado dentro de uma faixa de frequência e tentam reduzir ao máximo a componente DC (corrente contínua) . A componente DC é inconveniente aos circuitos acopladores, pode ser evitada de forma simples pela adoção de sinaisAMI (inversão alternada da marca) que consiste em inverter a polaridade dos bits de conteúdo lógico 1. Desde modo ao longo de uma sequencia de transmissão a resultante DC deste sinal será nula. Outro fator determinante na transmissão de sinais digitais é a necessidade de manutenção de sincronismo entre as cadencias de transmissão dos pulsos e instantes de interpretação na recepção. Estas cadencias são definidas por circuitos de relógio (clock). A ausência deste sincronismo provocará perda de informação pelo salto de bit ou leitura É necessária a manutenção de sincronismo entre as cadencias de transmissão dos pulsos e instantes de interpretação na recepção. Estas cadencias são definidas por circuitos de relógio (clock). A ausência deste sincronismo provocará perda de informação pelo salto de bit ou leitura duplicada no momento da interpretação do seu conteúdo conforme podemos observar na figura FIG seguinte. 30 Para garantir o sincronismo de frequência e fase entre os relógios de transmissão e recepção é necessário que estes relógios tenham pelo menos a mesma referencia. O arranjo da figura FIG inferior poderá atender esta necessidade porém existem inconvenientes de ordem prática que dificultam sua adoção. Uma solução simples e eficiente consiste na recuperação da cadencia de relógio extraído do próprio sinal de informação recebido garantindo, portanto, perfeito sincronismo entre os relógios de transmissão e recepção. Apesar de irregular, o sinal digital de informação contém componentes espectrais de frequências iguais e harmônicas à cadencia do relógio de transmissão. A extração da frequência do relógio de transmissão pode ser feita pela filtragem desta componente utlilizando-a como referencia para determinação do relógio de recepção como mostra a segunda figura FIG seguinte. Existe porém uma condição para viabilidade do arranjo de recuperação do relógio do sinal recebido. Uma seqüência demasiadamente longa de bits zeros reduziria significativamente o nível das componentes espectrais do relógio de transmissão fazendo perder a referência para o relógio de recepção. Para superar este problema foram propostos códigos alternativos ao AMI e dentre estes o código de alta densidade bipolar - HDB (high density bipolar) se tornou preferencialmente utilizado. Este código prevê a introdução de falsos bits 1 de forma a limitar o número de zeros dentro de uma seqüência. Vários ensaios demonstraram uma seqüência máxima de três zeros consecutivos como limite ótimo para facilitar o processo de recuperação de relógio do sinal de informação. Desde modo o código de alta densidade bipolar ficou conhecido como código HDB-3. Outra técnica usada para controlar a densidade de uns é o uso de um misturador polinomial sobre os dados brutos que tenderão a tornar o fluxo de dados em bruto num fluxo que parece pseudo-aleatório, mas onde fluxo em bruto pode ser recuperado exatamente pela inversão do efeito do polinômio. Neste caso, longas execuções de zeros ou uns são ainda possíveis na saída, mas são considerados improváveis o suficiente para estar dentro da tolerância engenharia normal. 31 Em outros casos, o valor DC de longo prazo do sinal modulado é importante, como construção de um desfasamento de [corrente continua|DC] tenderá a circuitos de polarização do detetor para fora da sua gama de funcionamento. Neste caso são tomadas para manter uma contagem cumulativa de compensador DC, e para modificar os códigos se necessário, para fazer o compensador DC sempre tender a voltar para zero. Muitos destes códigos são códigos bipolares, onde os pulsos podem ser positivos, negativos ou nulos. Na típica inversão alternada de marcas de código, pulsos não zero, em inglês non-zero, alternam entre ser positivos e negativos. Estas regras podem ser violadas para gerar símbolos especiais usados para enquadramento ou outros propósitos especiais. CODIFICAÇÃO HDB-3 O fluxo abaixo ilustra a codificação HDB-3, a qual é aplicada quando ocorre uma seqüência seguida de 4 zeros. A Codificação High Density Bipolar 3 é um aprimoramento da Regra AMI.e visa minimizar longa seqüência de zeros e existência de componente DC. Outro aspecto para evitar-se a componente DC é a necessidade de enviar alimentação DC aos regeneradores através da própria linha PCM (no caso de transmissão por cabo) no chamado “ circuito fantasma”. REGRAS DE CODIFICAÇÃO DE HDB-3: 1-É necessário existir 4 “zeros” consecutivos na linha; 2-O 2º e 3º espaços da seqüência serão sempre representados por zeros; 3- O 4º espaço da seqüência será sempre substituído por uma violação (um pulso de mesma polaridade que o último pulso do sinal); 4 -O 1º espaço da seqüência será sempre substituído por uma marca (pulso de polaridade oposta ao último pulso presente no sinal) somente quando o pulso que o precede imediatamente for uma marca de polaridade igual a da última violação ocorrida, ou se constituir uma violação em si, caso contrário será representada por um zero. 32 Decodificação HDB-3 1-Os espaços sempre são decodificados como espaços. 2-As marcas bipolares sempre são decodificadas como marcas, exceto quando seguidas de uma combinação 00V+ ou 00V- 3- V+ e V- são decodificadas como espaços se forem precedidas da combinação MB00 ou M000, onde M é marca (B+, B-, V+, V-) Exemplo Codificação HDB-3 Os sistemas PCM E1 também são utilizados em conexões via Rádio Digital, Modens Ópticos (fibra óptica) e Modens Digitais. A seguir apresenta-se diagrama que ilustram aplicação via Rádio Digital em 34 Mbits/s. 33 Aplicação do PCM em armazenamento de áudio FORMATO WAV O PCM é o formato padrão de arquivos de áudio para CDs com 44.100 amostras por segundo e 16 bits (estéreo) por amostra. Já que o PCM usa um método de armazenamento de áudio não-comprimido (sem perda), o qual mantém todas as amostras de uma trilha de áudio, usuários profissionais podem usar o formato WAV (WAVEform audio format ) para qualidade máxima de áudio. Áudio WAV pode ser editado e manipulado com relativa facilidade usando softwares, é o principal formato usado nos sistemas Windows para áudio simples. O WAV é compatível com todos os aparelhos de som existentes no mercado, porém por ser um formato descomprimido(sem compressão), utiliza um espaço muito grande de armazenamento, o que pode ser resolvido convertendo o arquivo para formatos comprimidos como MP3 ou Ogg-Vorbis. Limitações O formato WAV é limitado a arquivos menores de 4 GiB, devido ao uso de inteiros de 32 bits para gravar o campo de tamanho no cabeçalho de arquivo(alguns programas limitam o tamanho do arquivo para 2 GiB). Apesar disto ser equivalente a aproxidamente 6.6 horas de áudio em qualidade de CD(44.1 kHz, 16-bit estéreo), em algumas situações é CDs de Áudio CDs de áudio não usam WAV como formato de som, em vez disso usam o Red Book Audio. O ponto em comum é que ambos tem o áudio codificado em PCM. WAV é um formato de arquivo de dados para uso no computador. Se um CD de audio fosse codificado em um arquivo WAV e en seguida gravado num CD-R usando um CD de dados(no formato ISO), o CD não tocaria em um aparelho de som que foi projetado para tocar CDs de áudio Codec MT8967 (exemplo de Circuito Comercial) Em sistemas comerciais todas as etapas envolvidas no processo de conversão A/D e D/A são realizadas em um único circuito integrado; o CODEC+FILTRO ou COMBO. Para melhor compreensão do processo faremos o estudo do MT8967 fabricado pela ZARLINK (antiga MITEL). a) Funções As funções básicas deum CODEC são filtragem, amostragem, conversão A/D e D/A. Alternativamente, outras funções são incorporadas pelo circuito integrado, objetivando uma aplicação específica, como por exemplo, a utilização do codec para controle de circuitos acessórios. Para tanto, o CODEC disponibiliza portas paralelas de saída que podem ser utilizadas no controle de sinais específicos do hardware. Outras funções que são incorporadas por alguns modelos de CODECs é a de híbrida (anti-local) e amplificação de sinais analógicos para as cápsulas receptoras (RX) e provenientes das capsulas transmissoras (TX). No caminho da transmissão, o sinal passa inicialmente por um filtro passa baixa que tem por objetivo limitar a sua máxima freqüência (fm) e evitar as distorções devidas a sobreposição de espectros (Teorema da Amostragem). Após a filtragem o sinal é amostrado em 8kHz, quantizado e codificado segundo a lei de compressão especifica (lei A ou µ), sendo armazenado em 34 registradores de saída. Na recepção, o código digital é armazenado num registrador de entrada. Uma rede de capacitores recebe uma carga de tensão proporcional a palavra PCM armazenada, e um circuito “sample and hold” mantém o sinal até o próximo período de amostragem. Um filtro de recepção obtem o sinal analógico. É importante salientar que o CODEC realiza as duas conversões simultaneamente, ou seja, ele converte o sinal analógico em palavras digital (TX) e ao mesmo tempo recebe as palavras digitais e transforma em sinal analógico. No diagrama em blocos da figura seguinte do MT8967 temos que: Transmit Filter – Filtro de entrada na conversão A/D. ƒ Analog to Digital PCM Encoder – Realiza a conversão A/D. ƒ Output Register – Registradores de saída, armazena a palavra PCM que irá para a linha digital e as informações para as portas paralelas (2 blocos distintos) ƒ A/B Registers 8 Bits – São dois registradores com a função de armazenar as palavras de controle do CODEC e o valor das saídas paralelas. O registrador A define o ganho dos circuitos de filtro e o modo de operação. O registrador B controla as saídas paralelas e as operações de teste no CODEC. ƒ Control Logic – Responsável por toda a lógica de controle do CODEC. ƒ Input Register – Registrador de entrada armazena a palavra PCM que será transformada em nível de tensão analógico. ƒ PCM Digital to Analog Decoder – Realiza a conversão D/A ƒ Receive Filter – Filtro de saída com função de eliminar todas as frequência do sinal superiores a fm, recuperando a informação analógica. 35 Vx – Entrada analógica; ƒ Vr – Saída analógica; ƒ DSTi – Barramento de entrada de dados de áudio digitais; ƒ DSTo – Barramento de saída de dados de áudio digitais; ƒ CSTi – Barramento de entrada de dados de controle; ƒ C2i – clock de entrada (2.048 MHz); ƒ SD0, SD1, SD2, SD3, SD4, SD5 – Saídas paralelas para circuitos auxiliares; ƒ Vdd, Vee, Gndd, Gnda – Alimentação positiva, negativa e terra digital e analógivo; ƒ F1i, CA – Entradas digitais que determinam a janela de tempo em que a palavra digital é escrita e lida do barramento de áudio, e lida do de controle, e em qual registrador, A ou B a palavra de controle será escrita; ƒ Vref – Estabelece a tensão de referencia para a conversão D/A. Codificação Miller Esta codificação, também conhecida como modulação por retardo de fase ou, ainda, FM modificada, ocorre da seguinte forma: para o bit '1', realiza-se uma transição no meio do intervalo significativo do bit, para o bit '0' realiza-se a uma transição no fim do intervalo significativo do bit, se o próximo bit for '0'; caso o próximo bit seja '1', nenhuma transição é realizada no final do seu intervalo significativo . Observa-se que ocorre uma transição no centro do bit, quando ele for '1', e uma transição entre dois bits '0' consecutivos. O código Miller apresenta boa imunidade a ruído. O Código Miller também utiliza as transições do sinal para representar os bits de informação. O bit 1 corresponde a uma transição no meio do intervalo significativo do bit, enquanto o bit 0 corresponde a uma transição no fim do intervalo significativo do bit se o próximo bit for um 0. Caso contrário, isto é, quando o bit 0 é imediatamente seguido por um bit 1, nenhuma transição é usada no final do seu intervalo significativo.