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SETEMBRO / 200798 REVISTA PROTEÇÃO PROTEÇÃO DE MÁQUINAS Dispositivo óptico de segurança impede danos nos trabalhadores e equipamentos Barreiras que protegem O termo "proteção de máquinas" refe- re-se às exigências, equipamentos e méto- dos usados para proteger as pessoas que operam ou têm contato com máquinas perigosas. Os fabricantes de máquinas que adotam a segurança em seus produtos en- contram um vasto mercado global dispos- to a comprar máquinas que estejam de a- cordo com as normas de segurança. Dis- positivos normalmente usados em prote- ção de máquinas são as barreiras ópticas de segurança. Uma barreira óptica de segurança, às vezes chamada de cortina óptica, é um dispositivo de segurança que evita danos Robb Weidemann - BSEE (Bachelors of Science in Electrical Engineering), North Dakota State University. Gerente de Distribuição no Brasil e Argentina, Engenheiro de Aplicações para America Latina e Ásia brasil@bannerengineering.com Robb Weidemann às pessoas ou máquinas. Uma barreira óp- tica de segurança possui dois componen- tes em forma de barra - um emissor e um receptor - montados entre o operador e a área perigosa. Os feixes invisíveis de luz infravermelha entre os dois componentes formam uma barreira. Quando qualquer objeto, como uma mão ou ferramenta, in- terrompe qualquer um dos feixes, a bar- reira óptica envia um sinal para a máqui- na, que então pára o movimento perigoso. Por exemplo, uma barreira óptica monta- da para proteger um cortador de alta velo- cidade envia um sinal para a máquina pa- rar a lâmina se um dedo cruzar um feixe. Uma barreira óptica que protege a lateral aberta de uma célula de fabricação pode enviar um sinal para o braço do robô e desativá-lo caso ele faça algum movimen- to para fora da célula. CACACACACATEGORIASTEGORIASTEGORIASTEGORIASTEGORIAS As barreiras ópticas de segurança são diferentes de barreiras formadas por sen- sores fotoelétricos comuns. Elas rece- bem uma certificação, conforme a cate- goria de segurança, baseada em normas nacionais ou internacionais. Projetar um produto em conformidade com essas nor- mas permite ao fabricante certificar que seu produto possui a especificação de u- ma determinada categoria. As duas cate- gorias mais comuns são a 2 e a 4. Os pro- dutos da Categoria 4 usam uma tecnolo- gia mais sofisticada que a Categoria 2 e são considerados mais seguros. A Cate- goria 4 é a categoria de segurança mais alta. A Nota Técnica 16, ou simplesmen- BE TO S O AR ES /E ST ÚD IO B OO M SETEMBRO / 2007100 REVISTA PROTEÇÃO PROTEÇÃO DE MÁQUINAS te NT-16, exige que a grande maioria das máquinas perigosas, prensas e similares, por exemplo, usem a barreira óptica de segurança Tipo 4 ou equipamentos que tenham certificação para essa categoria. No Brasil, também há o Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Simi- lares (PPRPS), específico para o Estado de São Paulo. O Programa é um planeja- mento estratégico e seqüencial das medi- das de segurança que devem ser implan- tadas em prensas e equipamentos simi- lares com o objetivo de garantir proteção adequada à integridade física e à saúde de todos os trabalhadores envolvidos com as diversas formas e etapas de uso das prensas e/ou dos equipamentos similares. CONFIABILIDADECONFIABILIDADECONFIABILIDADECONFIABILIDADECONFIABILIDADE Uma parte importante de todo progra- ma corporativo de segurança é a proteção de máquinas. Os programas de segurança de máquinas - ou seja, as exigências, equi- pamentos e métodos usados para prote- ger pessoas que operam ou têm contato com máquinas perigosas - beneficiam tra- balhadores e funcionários de várias for- mas. Em primeiro lugar, aumentam a pro- dutividade através da redução de dias per- didos por lesões. Além disso, os trabalha- dores se sentem mais confortáveis saben- do que estão trabalhando em um ambien- te seguro, o que aumenta a sua disposição e conseqüentemente mantém-se um alto nível de produtividade e eficiência. Os funcionários se sentem confiantes saben- do que estão em conformidade com as normas de segurança, minimizando sua responsabilidade legal. Se um componente de um dispositivo de segurança parar de funcionar adequa- damente, o risco aumenta não apenas porque a proteção falhou, mas porque o operador acredita que o dispositivo ainda é seguro. Por essa razão, uma norma de segurança fundamental é o controle de confiabilidade. Quando um dispositivo de controle confiável falha, o dispositivo en- via um sinal para a máquina parar o movi- mento perigoso evitando que a máquina seja acionada até que o componente com- prometido seja substituído. As barreiras ópticas Tipo 4 atendem às exigências para projeto e construção, as- segurando que sua capacidade de segu- rança seja qualificada como de controle confiável. O uso de microprocessadores duplos e circuitos de auto verificação as- seguram que uma falha ou erro interno sejam detectados fazendo o sistema tra- var e a máquina parar até que o sistema seja consertado. RESOLUÇÃORESOLUÇÃORESOLUÇÃORESOLUÇÃORESOLUÇÃO Um fator importante ao se avaliar bar- reiras ópticas para aplicações de seguran- ça é a resolução. A resolução é a especifi- cação usada para determinar o menor objeto detectado com segurança por uma barreira óptica. As especificações de segu- rança devem basear-se no diâmetro do fei- xe e no espaçamento entre feixes, e não serem confundidas com nenhum destes dois itens. Existem barreiras ópticas dis- poníveis com uma variedade de resolu- ções. Duas das mais comuns são 14 mm e 30 mm. Considera-se que barreiras ópti- cas com resolução de 14 mm podem de- tectar com segurança um dedo de tama- nho médio. As barreiras com resolução de 30 mm detectam com segurança uma mão, pulso ou braço de tamanho médio. A resolução afeta diretamente a distân- cia mínima permitida entre a área definida de uma barreira óptica e o ponto perigoso mais próximo. A distância mínima permi- tida é denominada Distância de Seguran- ça ou Separação (Ds), e é calculada de modo que quando um objeto ou pessoa são detectados (pelo bloqueio de um feixe de luz), a barreira envia um sinal de para- da para a máquina, fazendo-a parar antes que a pessoa possa alcançar qualquer ponto perigoso da máquina. Cada instala- ção deve ser avaliada individualmente pa- ra assegurar que a distância de seguran- ça adequada seja empregada e de que a montagem mecânica seja apropriada. Es- pecialistas em segurança de máquinas po- dem auxiliar no cálculo e explanação. APLICAÇÃOAPLICAÇÃOAPLICAÇÃOAPLICAÇÃOAPLICAÇÃO Cada instalação de barreira óptica de segurança é diferente, portanto, é impor- tante maximizar o uso das funções dispo- níveis para determinar a solução adequa- da para cada aplicação. Uma função im- portante de toda barreira óptica de segu- rança é seu modo de saída. O modo de saída determina se o sistema entrará no modo Run automaticamente, ou se ele exigirá um Reset manual primeiro. Trip e Latch são os dois modos de parada pa- drão. Os sensores no modo Trip ligam suas saídas quando a energia é aplicada e to- dos os feixes estão desbloqueados. A cor- tina desligará suas saídas sempre que o SETEMBRO / 2007102 REVISTA PROTEÇÃO PROTEÇÃO DE MÁQUINAS Outras funções interessantes disponí- veis em barreiras ópticas de segurança incluem a habilidade de oferecer resolu- ção reduzida de detecção para aplicações especiais em que há passagem de objetos pela barreira; múltiplas freqüências de modulação da luz emitida; mostradores de fácil visualização e configuração no cam- po sem a necessidade de dispositivos ex- ternos. A resolução reduzida aumenta o diâ- metro mínimo de um objeto que a barrei- ra óptica possa detectar com segurança dentro de sua área definida. A função de múltiplas freqüências de modulação per- mite que pares separados de barreiras ópticas sejam montadospróximos uns dos outros sem problemas de interferência óptica. Mostradores com números de fá- cil leitura e códigos de simples entendi- mento permitem que o pessoal de manu- tenção e operação resolva, facilmente, problemas sem a necessidade de um ma- nual ou CD. A simplificada configuração no campo é uma função vantajosa para clientes que usam o mesmo produto em Complementos fundamentais Estas barreiras são apenas o começo diante das normas exigidas aplicações diferentes e, portanto, preci- sam fazer pequenas mudanças na função da barreira óptica. Ao mesmo tempo em que os benefícios da proteção são óbvios, desenvolver uma estratégia de proteção de máquina pode ser muito difícil. Dada a variedade de pro- jetos de máquinas, mais os diferentes ní- veis de interação do operador e do pessoal de manutenção associados às muitas nor- mas a serem obedecidas, a implantação de segurança de máquina pode facilmen- te assombrar as pessoas envolvidas no processo. Especialistas locais em segu- rança estão disponíveis para discutir e avaliar sua situação específica e também recomendar uma solução que esteja de acordo com todas as normas aplicáveis. Este processo é chamado de avaliação de risco. Estas pessoas qualificadas tam- bém podem oferecer assistência na ins- talação e implantação de um programa completo. RISCOSRISCOSRISCOSRISCOSRISCOS A importância de uma avaliação de ris- DI VU LG AÇ ÃO B AN NE R feixe for bloqueado, mas as religará as- sim que todos os feixes estiverem nova- mente desbloqueados. Os sensores no modo Latch exigem um Reset manual para ligar as saídas. A corti- na desligará suas saídas sempre que o fei- xe for bloqueado, mas não as religará as- sim que todos estiverem novamente des- bloqueados. Um Reset manual deve ser feito enquanto todos os feixes estiverem desbloqueados para que o sensor religue as saídas. As cortinas no modo Trip são comuns na maioria das aplicações já as cortinas no modo Latch são freqüentemente en- contradas em aplicações onde o operador possa passar pela barreira e entrar na área perigosa. A operação no modo Latch asse- gura que o operador retorne à posição se- gura e ative o Reset manual antes que o sistema retorne ao modo Run que é poten- cialmente perigoso. Hoje, muitos fabrican- tes de barreiras ópticas produzem mode- los que podem ser configurados ou recon- figurados para o modo Trip ou Latch no campo. Outros exigem que um modo de saída específico seja definido antes da compra. INOVINOVINOVINOVINOVAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO Certas aplicações podem exigir que vá- rias barreiras ópticas sejam instaladas no mesmo sistema para proteger diversos pontos perigosos. Uma nova função que elimina pontos de ligação e auxilia na ins- talação de várias barreiras é a chamada função cascata. Muitos fabricantes de bar- reiras ópticas já oferecem esta função. As prensas com controle bimanual garantem proteção ao trabalhador Montar barreiras ópticas juntas em casca- ta significa que uma única barreira está enviando o sinal de parada para o sistema, apesar de todas as barreiras estarem efeti- vamente protegendo seu ponto perigoso específico. Uma ou mais barreiras são conectadas à primeira e enviam suas infor- mações através da mesma. Uma aplicação comum desta técnica é a instalação de duas barreiras ópticas em uma configuração em "L". A barreira verti- cal é instalada para evitar que uma pes- soa possa alcançar o perigo, e a função da barreira horizontal é detectar a presença do dorso do operador ou outra pessoa que possa estar no lado perigoso da barreira vertical. As duas são facilmente conecta- das juntas de modo que somente uma das barreiras esteja fisicamente ligada ao cir- cuito de parada do sistema. Diferentes fabricantes possuem méto- dos ligeiramente distintos para obter a função cascata. Uma consideração muito importante em um sistema em cascata é o tempo de resposta. O tempo de respos- ta da barreira óptica também afeta a dis- tância de segurança para as barreiras. A montagem de dois pares de barreiras em cascata pode dobrar o tempo de resposta de algumas barreiras ópticas. Entretan- to, outras oferecem a possibilidade de configuração em cascata com o mínimo efeito sobre o tempo de resposta. REVISTA PROTEÇÃO 103SETEMBRO / 2007 Uma avaliação de risco pode ser uma ferramenta útil para aprimorar o proces- so, simplificando a integração e moder- nizando as linhas, proporcionando con- formidade com as exigências de vários mercados e incorporando a segurança no início do projeto. A ação reduz altera- ções futuras de alto custo. Para uma avaliação eficaz considere os seguintes aspectos: - Identificar as tarefas e perigos asso- ciados no local de trabalho - Avaliar a probabilidade e severidade de lesões - Reduzir o risco de lesões pela elimi- nação do perigo ou pelo uso de méto- dos de proteção - Documentar o processo e os resultados APRIMORANDO O PROCESSOco formal e sistemática não pode ser su-bestimada. Em proteção de máquinas, a avaliação de risco é um processo usado para identificar perigos associados a tare- fas em cada fase do ciclo de vida da má- quina e minimizar riscos ao pessoal e equi- pamentos. Uma avaliação de risco avalia três fato- res: freqüência de exposição, probabilida- de de lesões e severidade de lesões po- tenciais. A seguinte definição de uma ava- liação de risco é encontrada na ANSI B 11.TR3: é o processo pelo qual a intenção do uso da máquina, as tarefas e os peri- gos, e o nível de risco são determinados (veja as principais dicas no processo de avaliação de risco no box). Executar uma avaliação de risco e uma avaliação geral de segurança com seu es- pecialista local é o primeiro passo em di- reção a um ambiente de trabalho seguro e produtivo. Barreiras ópticas de seguran- ça são apenas o começo. Controles bi ma- nuais, botões de emergência, cordas de segurança, chaves de interloque e mó- dulos de segurança são outros dispositi- vos de segurança que podem colocar a máquina em conformidade com as normas exigidas. Barreira óptica de segurança é uma tecnologia fascinante que mantêm os trabalhadores seguros e as fábricas em perfeita operação. Sua aplicação pode parecer complicada inicialmente, mas pode ser simplificada com a ajuda de um especialista em segurança qualificado ou pela leitura de manuais e documenta- ção. Mas lembre-se que elas não são, neces- sariamente, as melhores opções para toda aplicação de proteção de máquina. Outros dispositivos ou combinação de dispositi- vos podem proporcionar o grau de prote- ção necessário. Para saber mais sobre avaliação de risco, consulte a ISO 14121, ANSI B11.TR3, e ANSI/RIA R15.06. G AB RI EL R EN NE R
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