Buscar

Toxoplasmose na Gravidez

Prévia do material em texto

Toxoplasmose na Gravidez 
Isabella Amália 
Isabella Ribeiro 
Isadora Bernardes 
Luiz Ricardo Santos 
Nathália Bernardes 
Marília Cecchi Capuano 
 
Acadêmicos 
Agente etiológico: Toxoplasma gondii. 
 
A toxoplasmose é uma zoonose. 
 
Tem como hospedeiro definitivo o gato e 
outros felinos. 
 
O homem e outros animais são 
hospedeiros intermediários. 
 
 
 
Introdução 
♥ Primeiras referências: 
1908 : foi encontrado o parasita no roedor 
Ctenodactylus gundi, por Nicole e Manceaux 
 e também em coelhos, por Splendore; 
1909 : descrição do parasita e criação do 
gênero Toxoplasma (Nicole e Manceaux). 
 
♥ A partir da década de 1960: 
Desenvolvimento e aplicação de testes sorológicos 
revelaram a ubiquidade do parasita ,ampla distribuição 
geográfica e de hospedeiros. 
 
Histórico e Distribuição 
 
 
Taquizoíto (a forma invasiva encontrada na 
infecção aguda). 
 
 
Oocisto (contém os esporozoítos; 
encontrados no solo e fezes exclusivamente 
na família dos felinos). 
 
 
Cisto (contém os bradizoítos; encontrados 
nos tecidos). 
 
Formas ciclo evolutivo 
 
Ciclo Biológico 
Transmissão 
Acredita-se que menos de 1% da população 
felina esteja contaminada, portanto é muito 
pouco provável que os gatos domésticos 
sejam responsáveis pela transmissão direta 
da doença, na maior parte dos casos. 
Além disso, somente os oocistos 
esporulados são infectantes e a esporulação 
se completa de 1 a 5 dias. 
E se, após esse período houver contato 
direto com as fezes do animal contaminado 
por via oral, existe a chance de 
contaminação. 
Lembrando que a excreção de fezes 
infectadas dura até 14 dias após a primeira 
exposição do gato ao parasita, ou seja, depois 
dele ter ingerido carne contaminada. 
Após esse período é improvável que o gato 
volte a excretar fezes contaminadas, pois uma 
vez exposto a doença ele desenvolve 
imunidade a ela. 
 
 
Estudo epidemiológico com base populacional realizado recentemente 
em Minas Gerais evidenciou que, ao contrário da Europa onde a 
principal fonte de infecção são as carnes mal cozidas, nas gestantes 
mineiras predominaram as fontes ambientais associadas à presença de 
oocistos. 
A toxoplasmose, uma vez adquirida, pode ser assintomática em até 
70% dos casos. 
 Considerando-se que em Minas Gerais cerca de 30 a 40% das 
mulheres em idade fértil são susceptíveis a contrair a infecção, 
destaca-se a importância da triagem pré-natal, utilizando testes 
sorológicos, para identificação da infecção aguda na gestação. 
 
Epidemiologia em Minas Gerais 
Transmissão Transplacentária 
Taquizoítos atravessam a barreira placentária. 
Primo-infecção ou reativação de infecção latente em 
imunodeprimidas. 
 
Fatores determinantes na transmissão: 
 -Parasitemia materna. 
 -Competência do sistema imunológico. 
 
Incidência da infecção neonatal 
 -Primeiro trimestre: 10% a 15% 
 - Segundo trimestre: 30% 
 - Terceiro trimestre 60% 
 
Intervalo de segurança entre a primo infecção e a 
gestação é de 6 meses. 
 
 
Transmissão Transplacentária 
Aproximadamente 40% dessas mulheres, 
se não tratadas, transmitirão a infecção 
 
No Brasil, entre 25 e 40% das gestantes 
são soronegativas para a toxoplasmose. 
 
O risco de infecção aguda durante a 
gestação é de aproximadamente 1% e a 
transmissão fetal ocorre em 30% dos 
casos, levando a infecção fetal de gravidade 
variável. 
Transmissão Transplacentária 
 
Aborto 
Natimorto 
Encefalite 
Hidrocefalia, calcificações cerebrais, 
coriorretinite, retardo mental (tétrade de 
Sabin). 
Infecção materna no primeiro trimestre: 
No segundo trimestre, a transmissão ocorre em 1/3 das 
gestações em que a mãe apresenta a doença ativa, mas o feto 
consegue conviver razoavelmente com as agressões do parasita 
que serão mais atenuadas, embora possam ocorrer pequeno 
retardo mental e problemas oculares, por exemplo. 
 
No terceiro trimestre, a transmissão da mãe para o feto é muito 
comum, mas a doença se mostra mais benigna e muito menos 
problemática para o recém-nascido. 
 
Resumindo: do começo para o final da gravidez, cresce o risco 
de transmissão do parasita da mãe para o feto, mas diminui a 
gravidade da doença para o recém-nascido. 
Criança sintomática ao nascimento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao nascimento,a maioria das crianças infectadas (≈ 80%) não apresenta sinais/sintomas 
evidentes. Uma proporção pequena delas pode apresentar manifestações inespecíficas 
como febre, eritema maculopapular, hepatoesplenomegalia, microcefalia, convulsões, 
trombocitopenia, ou a tríade clássica: retinocoroidite , hidrocefalia e calcificações 
intracranianas. Mas, a maioria dessas crianças assintomáticas ao nascimento, 
quando não tratadas no primeiro ano de vida, manifesta sinais da doença tardiamente, 
ainda na infância ou até mesmo na vida adulta. As sequelas são atraso no 
desenvolvimento neuropsicomotor, déficit auditivo, calcificações cranianas, convulsões e, 
mais comumente, retinocoroidite, com consequente déficit visual quando a mácula é 
acometida. 
Testes sorológicos: 
 -ELISA 
- Hemaglutinação passiva 
 -Teste de sabin-Feldmam. 
 
Imunoglobulinas: 
Reação de imunofluorescência indireta; 
 - IgM 
 - IgG 
 - IgA 
 
Diagnóstico da infecção materna 
 
Diagnóstico de infecção materna 
 
IgG IgM Interpretação 
Negativo Negativa Susceptibilidade 
Positiva Negativa Imunidade 
Negativa ou positiva Positiva Possibilidade de 
doença ativa 
Interpretação clínica das sorologias para IgM e IgG: 
 
USG morfológica do 1 e 3 trimestre 
-Microcefalia ou hidrocefalia, 
-Hidropsia 
-Hepatoesplenomegalia 
-Placentomegalia 
-Oligo ou polidrâmnio 
 
Ecocardiograma fetal após 20 semanas 
-Anomalias cardíacas 
 
Diagnóstico de infecção fetal 
Amniocentese 
-Após 18 sem( < sensibilidade abaixo de 18 sem) 
-PCR no LA - DNA de toxoplasma gondii 
-Amniocentese: com alta especificidade e alta 
sensibilidade. 
 
 
Diagnóstico de infecção fetal 
Cordocentese 
-Pesquisa de IgM para toxo no sangue fetal 
-Estudo multicêntrico europeu(foulon et al, 1999) 
-Cordocentese: papel limitado(>risco à gestação) 
 
Diagnóstico de infecção fetal 
 
Tratamento da gestante com toxoplasmose aguda sem infecção fetal - 
Espiramicina 
Tratamento da gestante com toxoplasmose aguda com infecção fetal 
Sulfadiazina ou Pirimetamina + Ácido folÍnico (Deve ser alternado com 
Espiramicina a cada 3 semanas) 
Contra-indicado o uso de Pirimetamina no 1º trimestre de gravidez, 
pois é teratogênica. 
 
Tratamento da Mãe 
As crianças com toxoplasmose congênita devem 
ser tratadas com a associação de sulfadiazina, 
pirimetamina e ácido folínico durante o primeiro ano 
de vida e ser avaliadas regularmente pelo pediatra 
ou infectologista ,oftalmologista, audiologista e 
neurologista. 
Tratamento da Criança 
TRIAGEM PRÉ-NATAL: recomendada em países 
com elevada prevalência da toxoplasmose. 
TRIAGEM NEONATAL: recomendada em regiões 
com baixa prevalência da toxoplasmose. ”Teste do 
Pezinho” 
PREVENÇÃO PRIMÁRIA: envolve uma série de 
medidas voltadas para a profilaxia da transmissão 
do T.gondii. 
Três estratégias básicas estão 
disponíveis para o controle da 
toxoplasmose 
Cozinhar bem os alimentos; 
Lavar frutas, legumese hortaliças em água 
corrente tratada; 
Lavar com sabão e água corrente os utensílios de 
cozinha que por ventura tenham entrado em contato 
com carnes cruas; 
Beber água tratada; 
Utilizar luvas e lavar bem as mãos após o manuseio 
de terra ou areia e cuidados com o jardim; 
Evitar contato com fezes de felinos, devendo a 
limpeza dos dejetos do gato ficar sob a 
responsabilidade de outra pessoa. Se for necessário 
que esse cuidado seja feito pela gestante, fazê-lo 
com luvas. A limpeza dos dejetos deve ser feita 
diariamente, uma vez que os oocistos do toxoplasma 
se tornam infecciosos após 24 horas. 
 
Profilaxia 
Curiosidades 
Você gostou do Toxoplasma gondii? 
F M 
Bibliografia 
CARELLOS, Erika Viana Machado. Epidemiologia da toxoplasmose congênita em 
Minas Gerais: um estudo populacional. 213 f., enc.: Tese (doutorado) – 
Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina. 
 
 ANDRADE, Gláucia Manzan Queiroz de; GOULART, Eugênio Marcos Andrade; 
SIQUEIRA, Arminda Lúcia UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. 
Triagem neonatal como estratégia para o diagnóstico e 
tratamento precoces da toxoplasmose congênita em Belo Horizonte, Minas Gerais. 
2008 239 f., enc.: Tese(doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais, 
Faculdade de Medicina. 
 
 SUCUPIRA, Ana Cecilia Silveira Lins. Pediatria em consultório. 5.ed. São Paulo: 
Sarvier, 2010. 
 
Melo,LC. toxoplasmose congênita. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, editado por 
Paulo R. Margotto, 2a Edição, 2004 
 
 Couto JCF, Leite JM: Ultrasonographic markers for fetal congenital toxoplasmosis; Rev. Bras. 
Ginecol. Obstet. vol.26 no.5 Rio de Janeiro June 2004 
 
 Berrebi A, Bessières MH, Cohen-Khalas Y, et al. Diagnostic anténatal de la toxoplasmose. A 
propos de 176 cas. J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris) 1993; 22:261-8 
 
 Hohlfield P, MacAleese J, Capella-Pavlovski M, et al. Fetal toxoplasmosis: ultrasonographic 
signs. Ultrasound Obstet Gynecol 1991; 1:241-4 
 
Spalding SM. Acompanhamento de gestantes com risco de transmissão de infecção 
congênita por Toxoplasma gondii Nicolle & Manceaux, 1909 na região do alto Uruguai, RS, 
Brasil: diagnósticos e aspectos epidemiológicos [dissertação]. Rio de Janeiro: Fundação 
Oswaldo Cruz; 2000 
 
Vaz AJ, Guerra EM, Ferratto LCC, Toledo LAS, Azevedo Neto RS. Sorologia positiva para 
sífilis, toxoplasmose e doença de Chagas em gestantes de primeira consulta em centros de 
saúde da área metropolitana, Brasil. Rev Saúde Pública 1990; 24:373-9

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes