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resumo classificação dos crimes

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Para a discussão sobre a classificação doutrinária de crimes, é necessária um primeiro entendimento sobre o que é crime e as considerações do Código Penal sobre o assunto. Parte-se então do conceito de crime, que apresenta questões complexas e amplamente discutidas no Direito Penal. O crime pode ser conceituado levanto em conta três aspectos: material, legal e formal. Materialmente falando crime é a ação ou omissão humana que lesa ou expõe perigo de lesão a bens jurídicos essenciais. Seguindo o critério legal, o conceito de crime é fornecido pelo legislador, ou seja, é achado na lei; tal critério dividiu o Direito Penal brasileiro em um sistema dicotômico, ao dividir o gênero infração penal em duas espécies: crime ou delito e contravenção penal. Crime teria o preceito secundário de reclusão ou detenção, com penas maiores, já a contravenção penal teria a prisão simples ou multa, alternativamente, juntas ou acumuladamente. Por último o critério analítico ou formal, no qual funda-se nos elementos estruturais do crime: fato típico, ilicitude e culpabilidade, ou seja, seria crime o ato que abrangesse os três elementos; fato típico ou tipicidade seria a conformidade do fato à conduta criminalizada (Dolo ou culpa – resultado – nexo causal – tipicidade), ilicitude seria a atitude contrária ao ordenamento jurídico, por fim, a culpabilidade seria a reprovação social do ato, ligando o fato ao ator. A definição de crime ainda porta seu objeto: o bem ou objeto alvo de conduta criminosa, podendo ser jurídico, quando se fala do interesse ou valor protegido pela lei pena, ou material, que seria a pessoa ou coisa que suporta a conduta criminosa. Partindo para a classificação dos crimes, ela pode ser Legal que é quando a lei define ou doutrinária. 
Quanto ao sujeito ativo:
Crime comum ou geral e próprios ou especiais: Comum é aquele crime praticado por qualquer pessoa, ou seja, não exige nenhuma condição especial para ser sujeito ativo. Já o crime próprio é aquele que exige alguma especialidade para o sujeito ativo, por exemplo, crime de peculato é praticado apenas por funcionários públicos.
Quanto a estrutura da conduta pelo tipo penal:
O crime pode ser simples quando falar sobre apenas uma conduta penal, ou complexo quando passa ser a união de dois ou mais tipos penais, como o crime de roubo, por exemplo.
Quanto a conduta e o resultado:
É material o crime que descreve sua conduta e seu resultado. É formal o crime que tem a descrição da conduta mas seu resultado é dispensável, como no caso da ameaça e da injúria. Já os de mera conduta é que basta o ato para se consumar e seu resultado não é verificado, como no caso do ato obsceno. 
Quanto ao momento que o crime se consume:
Instantâneo é o crime que sua consumação tem tempo determinado, não continua durante o tempo. Já os crimes permanentes são aqueles que se prolongam ao longo do tempo por vontade do agente, como no caso do sequestro. 
Quanto ao número de agentes envolvidos na conduta criminosa:
Quando são praticados por um único agente são chamados de unissubjetivos, unilaterais, monossubjetivos ou de concurso eventual. Quando o crime tem coautores ou participes são chamados de plurissubjetivos, plurilaterais ou de concurso necessário.
Quanto ao número de vítimas:
Quando o crime por contra apenas uma vítima é denominado crime de subjetividade passiva única. Se o crime envolver duas ou mais vítimas passa a ser chamado de dupla subjetividade passiva.
Quanto ao grau de intensidade do resultado:
Crimes de dano ou lesão são aqueles que ferem o bem jurídico protegido. Já os crimes de perigo enquadram apenas os crimes que envolve probabilidade de dano ao bem. Um crime é unisubsistente quando é necessário apenas um ato para se executar o crime, quando for necessário mais, passa a ser chamado plurisubsistentes. 
Quanto à forma no qual o crime é praticada:
O crime pode advim de uma ação ou omissão. Se for de uma ação positiva é chamado de comissivo, já os que provem de uma omissão é chamado de omissivos puros ou próprios.
Quanto ao modo de execução:
O crime pode ser executado de forma livre, ou seja, sem meio determinado para o fato, como no caso da ameaça, onde por ser realizada através de gestos, palavras, etc. O crime pode também ser de forma vinculada, no qual só pode ser executados pelo indicativo na lei penal, como no caso do estupro, fato executado através de relação sexual não concedida. 
Quanto a existência autônoma ou não do crime:
Se tiver existência autônoma o crime é considerado principal, ou seja, independem de um crime anterior. Já os crimes acessórios dependem de outro crime anterior para se concretizar, como no caso da lavagem de dinheiro e receptação.
Quanto a necessidade ou não de exame de corpo de delito:
Aqueles que não deixam vestígios materiais e não necessitam de exame de corpo de delito, tal como crimes de ameaça, desacato, injúria, calunia, difamação são chamados de transeuntes ou de fato transitório. Já os crimes não transeuntes ou de fato permanente, deixam vestígios materiais tais como o homicídio e lesão corporal.
Quanto ao vinculo existente entre um ou mais crimes:
Independente é o crime que não depende de secundários para se concretizar, nem apresenta ligações com outros delitos. Conexos são os que estabelecem ligação entre si, podendo essa conexão sendo penal ou de processo penal. A última subdivide-se em teleológica ou ideológico, consequencial ou casal e ocasional. Ideológico é o crime que é cometido com finalidade de cometer outro, como matar um segurança para invadir um estabelecimento. Consequencial é o crime que é cometido para apagar ou esconder outro crime cometido, como matar uma testemunha para manter impune o delito. Por último, o ocasional, é quando a ocasião proporciona o cometimento de outro delito, como invadir uma casa e depois estuprar a vítima.
Existe ainda outras classificações de crimes que levam em conta aspectos especiais para sua execução. A primeira delas é o crime gratuito, no qual é cometido sem nenhum motivo aparente, não devendo confundir com o crime fútil já que esse tem motivo; em regra, todo crime deve haver motivo, o crime gratuito escapa como exceção. Em segundo, o crime de ímpeto é aquele cometido sem premeditação, impulsados pela emoção ou reação, como nos casos de violenta emoção. O crime exaurido é aquele que mesmo após de exaurido o sujeito ativo continua por agredir o bem jurídico, muitas vezes não tornando-se outro crime, mas podendo ser motivo de aumento de pena. Já o crime de circulação é aquele praticado em veículo automotor, a título de dolo ou culpa. 
O crime de atentado é aquele que a lei não difere sua tentativa ou sua consumação, ou seja, uma pena única para o ato, como é o caso de tentar ou conseguir favorecer fuga de pessoa presa ou em segurança detentiva. O crime de opinião e palavra encaixa perfeitamente o desacato, pois é executado quando há um excesso de palavras ou de manifestação de opinião. Crime multidinário é aquele praticado em multidões, porém não definindo o que seria multidão, porém no direito canônico antigo multidão seria aglomerados de pessoas formados por mais de indivíduos. 
Crime vago é aquele em que o sujeito passivo é destituído de personalidade jurídica, ou seja, o crime é praticado contra a sociedade como um todo, como no caso de violação de sepultura.
Os crime internacionais são aqueles contra a humanidade e que em tratado e acordo, o Brasil aceita em puni-los, como é o caso do tráfico de pessoas. 
Crime de mera suspeita, sem ação ou mera posição é aquele que mesmo o indivíduo não praticando a ação é punido pela suspeita despertada em seu modo de agir, seja por porte de objeto ou modo de expressão. Na doutrina brasileira não encontra muito amparo, encontrando-se mais como contravenção penal, como a posse de instrumento usual na prática de furto
Crime inominado é a teoria que diz que existe crime que mesmo sem denominação ofende alguma regra ética ou cultural entendida pelo Direito Penal. Porém, por travar impasse contra o princípioda reserva legal, não é considerado crime, pois apenas a lei como fonte imediata define as infrações penais.
Crime habitual é aquele que não admite tentativa pois apresenta-se de forma reiterada, habitual, comum e uniforme de vários atos que revelam reincidência e um indesejável estilo de vida do sujeito ativo, como o exercício da medicina ilegal, por exemplo.
Crime profissional é aquele já habitual cometido com finalidade lucrativa, no sentido que o ato de executar, favorecer, facilitar ou omitir é considerado como profissão, como no caso de médicos que praticam abortos ilegais ou chaveiros que usam de sua profissão para furtar casas. 
Quase-crime é o nome doutrinário para a tentativa de pratica de crime impossível por um agente inimputável, ou seja, o crise seria impossibilitado de acontecer.
Crime subsidiário são aqueles que integram o delito principal, são executados com o objetivo de atingir e praticar um delito de grau maior. Como exemplo o crime de furto qualificado por invasão e invasão de domicílio. A invasão de domicílio apresenta-se subsidiário ao furto qualificado, pois para que o furto seja consumado é preciso primeiro invadir o domicílio.
Crime hediondo são aqueles definidos em lei específicas pois são vistos de formas especialmente negativa, tais como homicídio; homicídio qualificado; latrocínio, etc. 
Crime de expressão são aqueles que por ato ou omissão do ator na forma de se expressar, acaba cometendo infração penal, partindo então da vontade subjetiva, do intelecto e das convicções pessoais do ator, como no caso do falso testemunho, por exemplo. 
Crime de intenção
Crime de tendência ou de atitude pessoal intenção é aquele que é condicionada a vontade do indivíduo de praticar, ou seja, a intenção do agente esta pautada em um fim danoso. 
Crime mutilado de dois atos ou tipos imperfeitos de dois atos: é aquele que o sujeito pratica um delito ou crime subsidiário com o objetivo de obter ganho futuro ou praticar outro ato posterior de forma facilitada, como no caso da falsidade ideológica para cometer outro crime. 
Crime de ação violenta é o cometido com o uso, pratica ou ameaça grava de violência, gerando maiores danos.
Crime de ação astuciosa é o praticado por meio ação intelectual mediante vontade e esperteza, como fraude, engodo, estelionato, etc. 
Crime falho é aquele que mesmo mediante tentativa ou execução, não se conclui por fato exterior a vontade do agente. 
Crime putativo, imaginário ou erroneamente suposto é aquele onde imagina-se que praticou-se um crime mas na verdade tal ato não tem punição, mesmo carregado de intenção criminal.
Crime remetido faz referência ao ato penal que inclui um crime, como no caso do uso de documentos falsos é crime remetido, pois a prática leva ao crime de falsidade ideológica. 
 Crime de responsabilidade é o comportamento político que leva a prejuízos fiscais ou atos de má fé pública ou contra ao Estado, sancionando também apenas de forma política. 
Crime obstáculo é aqueles atos que favorecem o a pratica do crime, seja a formação de bandos ou quadrilhas, ou causam perigosidade ao bem jurídico, como o perigo de desastre rodoviário. 
Crime progressivo ocorre quando o sujeito, para alcançar um resultado mais grave, passa por uma conduta inicial que produz um evento menos grave, e assim gradativamente, em uma junção de crimes, aplicando assim o princípio da consunção no qual o crime menos grave é absorvido pelo mais grave.
Progressão criminosa o agente inicialmente configura um crime menos grave, porém, resolve praticar uma infração mais grave, que pressupõe a primeira, ou seja, inicialmente queria o resultado menos grave, mas por diversos fatores passa a querer o resultado mais grave.
Crimes militares: são os tipificados pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei 1.001/1969). Subdividem-se em próprios (exclusivamente militares, ex: deserção) e impróprios (previstos tanto no CPM quanto no CP, ex: furto). Há também os crimes militares em tempo de paz (CPM, art. 9º) e os crimes militares em tempo de guerra (CPM, art. 10). Ü Crimes falimentares: são os tipificados pela Lei de falências (Lei 11.101/2005).
 Crimes funcionais ou delicta in officio: são aqueles que o tipo penal exige seja o autor funcionário público. Dividem-se em próprios (cuja condição funcional é indispensável para a tipicidade do ato) e impróprios (se ausente a qualificação funcional, desclassifica-se para outro delito).
Crimes de hermenêutica são aqueles cometidos pelos interpretadores da lei, pois o crime mesmo desconfigurado é entendido como um comum, ou seja, por falha, irresponsabilidade ou má fé a interpretação e aplicação da lei é feita de forma incorreta.

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