aula 12 fármacos que atuam no sistema gastrintestinal

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AULA 12: FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA GASTRINTESTINAL 
FARMACOLOGIA PARA ENFERMAGEM 
Farmacologia para Enfermagem 
AULA 12: FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA GASTRINTESTINAL 
Farmacologia Gastrintestinal 
Conteúdo Desta Aula 
Nesta aula vamos estudar: 
• Fármacos que atuam nos sistema gastrintestinal; 
 
• Uso clínico de protetores gástricos; 
 
• Mecanismos dos antieméticos; 
 
• Fármacos controladores da motilidade. 
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Processo digestivo 
Digestão: 
Inicia na boca, onde partículas grandes são reduzidas de 
tamanho, misturadas com a saliva e convertidas em massa 
semilíquida, passa pelo esôfago chega ao estômago misturado 
ao suco gástrico, da região distal a massa (quimo) passa pelo 
esfíncter pilórico e chega ao duodeno, as secreções exócrinas 
das células intestinais e os sucos digestivos do pâncreas e 
vesícula biliar são adicionados ao quimo para ajudar a digestão 
e o pâncreas ajuda com a secreção de enzimas digestivas e a 
produção de íon bicarbonato. 
Funções: 
Ingesta e degradação dos alimentos, metabolismo de 
proteínas, peptídeos, carboidratos e lipídeos; regulação da 
secreção de hormônios que controlam a digestão e excreção; 
balanço hidroelétrico; excreção de substâncias pelas fezes. 
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Secreção do ácido clorídrico na célula parietal. 
 
A secreção envolve uma bomba de prótons (B), que é 
uma H+/K+ ATPase, um carregador (C) de simporte para K+ 
e Cl- e um antiporte (A), que troca Cl- e HCO-3. Um 
antiporte Na+/H+ adicional situado na interface com o 
plasma também pode ter participação (não mostrado). 
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Regulação da produção de 
ácido clorídrico 
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• Regulação de uma célula parietal 
secretora do ácido e os fármacos que 
controlam essa intervenção. 
• Alvos dos fármacos que atuam no 
sistema gastrintestinal. 
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Reação dos antiácidos 
• Sais de alumínio - hidróxido de alumínio, uma mistura de 
Al(OH)3 e hidratos de óxido de alumínio; 
• Sais de magnésio - hidróxido de magnésio, “leite de 
magnésio” Mg(OH)2. 
• Bases fracas que reagem como o ácido gástrico, inativam a 
 pepsina e reduzem a colonização por Helicobacter pylori. 
• Sais de cálcio - carbonato de cálcio = CaCO3, estimulam a 
liberação de gastrina. 
• Bicarbonatos - A absorção sistêmica de bicarbonato de sódio 
(NaHCO3) pode provocar alcalose metabólica transitória. 
Efeitos indesejáveis: 
• Constipação, hidróxido de alumínio; 
• Diarreia, hidróxido de magnésio; 
• Flatulência pela liberação de CO2; 
• Leve aumento da pressão arterial pelo bicarbonato de sódio. 
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Secreção de ácido gástrico, muco e bicarbonato 
 
• O controle do trato gastrintestinal é feito através de mecanismos neuronais e humorais. 
• O ácido é secretado das células parietais gástricas por uma bomba de prótons (K+/H+ ATPase). 
• Os três mediadores endógenos para ácido são histamina, acetilcolina e gastrina. 
• As prostaglandinas E2 e E1, inibem a secreção de ácido, estimulam a secreção de muco e de 
bicarbonato e dilatam os vasos sanguíneos da mucosa. 
• A somatostatina inibe todas as fases de ativação das células parietais. 
A gênese de úlceras pépticas envolve: 
• Infecção da mucosa gástrica por Heliobacter pylori; 
• Desequilíbrio entre os agentes que provocam dano da mucosa (ácido, pepsina) e os 
que a protegem (muco, bicarbonato, prostaglandinas E1 e 2, e óxido nítrico). 
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Fármacos antagonistas histamínicos 
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Efeito da cimetidina sobre a secreção ácido gástrico 
e de pepsina estimulada por betazol no homem. 
 
Cimetidina ou um placebo foi dado por via oral 60 
min. antes de uma injeção subcutânea (1,5 mg/kg) 
de betazol, um agonista específico do receptor H2 da 
histamina que estimula a secreção de ácido gástrico. 
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• A secreção de ácido foi medida pelo acúmulo de 
uma base fraca radiomarcada, amilopirina 
(AP),nos canais secretores. 
• Ação inibitória do omeprazol sobre a secreção 
de ácido de glândulas gástricas humanas 
isoladas estimuladas por 50 pmol/l de 
histamina. 
• Os dados representam a média e o erro-padrão 
das medidas de oito pacientes. 
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Agentes que afetam a acidez gástrica e seus usos 
Inibidores da bomba de prótons – omeprazol, lansoprazol: 
- Úlcera péptica esofagite de refluxo como componente da terapia de Heliobacter pylori; 
- Síndrome de Zollinger-Ellison (doença causada pelos secretores da gastrina). 
Antagonistas dos receptores H2 da histamina – ranitidina: 
- Úlcera péptica; 
- Esfíncter de refluxo. 
 Antiácidos – trissilicato de magnésio, hidróxido de alumínio, alginato: 
- Dispepsia; 
- Alívio sintomático na úlcera péptica ou (alginato) refluxo esofágico. 
Quelato de bismuto: 
- Como componente da terapia para infecção pelo H. pylori. 
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Agentes que afetam a acidez gástrica e seus usos 
Principais fármacos: 
- Omeprazol 
- Lansoprazol 
- Pantoprazol 
Inibidores da bomba de prótons: 
- Suprime a secreção de íons hidrogênio para a luz do 
estômago; 
Indicação: 
- Esofagite erosiva (por curto período); 
- Úlcera duodenal ativa (por curto período); 
- Condições patológicas hipersecretantes; 
- Sindrome de zollinger-ellison (por longo período); 
- Erradicação de H. pylori em associação com antibacterianos. 
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Agentes antieméticos, antiespasmóticos e seus usos 
Antagonistas dos receptores H1 da histamina: 
- Ciclizina: cinetose; 
- Cinarizina: cinetose, distúrbios vestibulares como na doença de Ménière; 
- Prometazina: náuseas matinais intensas da gravidez. 
Antagonistas dos receptores muscarínicos: 
- Hioscina: cinetose. 
Antagonistas dos receptores da dopamina: 
- Fenotiazínicos (como proclorperazina): vômitos causados por uremia, radiação, gastrenterite viral, 
náuseas matinais intensas da gravidez; 
- Metoclopramida: vômitos causados por uremia, radiação, distúrbios gastrintestinais, citotóxicos 
pelo fato de passar a barreira hematoencefálica com dificuldade, a domperidona tem maior 
probabilidade de causar efeitos colaterais centrais. 
Antagonistas dos receptores 5-HT da 5-hidroxitriptamina: 
- Ondansetrona: citotóxicos ou radiação, vômitos pós-operatórios. 
Canabinoides: 
- Nabllona: citotóxicos. 
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AntimuscarínicosA estimulação dos receptores muscarínicos aumenta a 
motilidade e a atividade secretória do aparelho digestivo, 
reduz a discretamente as secreções das glândulas salivares, 
levemente o trabalho cardíaco, mínimo efeito no globo ocular. 
 
Propantelina, pirenzepina são anticolinérgicos, podem 
retardar o esvaziamento gástrico e prologar a exposição da 
úlcera ao ácido gástrico. 
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Protetores de mucosa 
Bismuto: 
Eficaz na cicatrização de úlceras pépticas, 
possui ação antimicrobiana, inibe a 
atividade da pepsina, aumenta a 
secreção de muco, interage com 
proteínas do tecido necrosado. 
Sucralfato: 
Hidróxido de alumínio + Sacarose 
sulfatada. 
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Análogo da PGE1 
Protetores de mucosa 
• Misoprostol, menos eficaz do que 
antagonistas H2 para o tratamento agudo de 
úlceras pépticas; 
• As prostaglandinas E2 e I2, produzidas pela 
mucosa gástrica, inibem a secreção de HCl e 
estimulam a secreção de muco e bicarbonato; 
• Carbenoxolona, sintético da ácido glicirrízico 
(extraído do alcaçuz), o mecanismo 
relacionado a um aumento da produção, 
secreção e viscosidade do muco. 
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Controle do Vômito 
• O cerebelo pode funcionar como 
segundo retransmissor ou como 
mecanismo de controle de 
passagem na ligação entre o 
labirinto e a zona de gatilho 
quimiorreceptor. 
• Fatores envolvidos no controle 
do vômito, com os prováveis 
locais de ação dos antieméticos. 
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• Domperidona, é um antagonista dopaminérgico, não penetra bem no SNC, efeito 
antiemético menor do que a metoclopramida, aumenta a motilidade 
antral/duodenal e acelera o trânsito intestinal; 
• Rapidamente absorvida por via oral, uso terapêutico; 
• Doenças relacionadas ao esvaziamento gástrico (20 a 40mg); 
• Náuseas e vômitos após tratamento quimioterápico. 
• Trimebutina, maleato, cada 100 mg de maleato equivale a 77mg de trimebutina. 
Eles atuam promovendo uma atividade moduladora da função contrátil 
gastrintestinal, promovendo esvaziamento gástrico. 
• Interage com os receptores opióides dos plexos mioentérico e submucoso, 
atuando como moduladora da função motora, desde o esôfago até o sigmoide. 
Antieméticos 
Domperidona 
Indicação: 
• Refluxo gastroesfágico; 
• Dispepsia funcional não ulcerosa; 
• Dores e cólicas decorrentes de espasmos; 
• Síndrome de cólon irritado. 
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Controle do Vômito 
As vias e mediadores incluem: 
• Impulsos da zona de gatilho quimiorreceptora e de vários outros centros do SNC retransmitidos 
ao centro do vômito; 
• Transmissores químicos, como histamina, acetilcolina, dopamina, 5-hidroxitriptamina, e 
substância P, atuando sobre receptores H, muscarínicos, D2, 5-HT, e NK, respectivamente. 
Os estímulos eméticos incluem: 
• Substâncias químicas ou fármacos no sangue ou no intestino; 
• Impulsos aferentes provindos do trato gastrintestinal, labirinto e sistema nervoso central (SNC). 
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Os antieméticos incluem: 
• Antagonistas dos receptores H como ciclizina; 
• Antagonistas muscarinicos como hioscina; 
• Antagonistas dos receptores 5-HT como ondansetrona; 
• Antagonistas dos receptores D como metoclopramida; 
• Canabinoides como nabilona; 
• Antagonistas da neurocinina como aprepitanto, fosaprepitant; 
 
Os principais efeitos adversos dos antieméticos mais usados incluem: 
• Sonolência e efeitos muscarínicos (hioscina, nabilona, cinarizina); 
• Reações distônicas (metoclopramida); 
• Distúrbios gerais do SNC (rabilona); 
• Cefaleia, desconforto do trato gastrintestinal (ondansetrona). 
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Laxantes 
• Alimentos ricos em fibra; 
• “BULKS” – Metilcelulose; 
• Osmóticos – Lactulose; 
• Irritantes – Fenolftaleína; 
• Amolecedores – Docusate. 
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Laxantes osmóticos 
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Laxantes irritantes 
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Ácido rinoleico 
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Fenóis 
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Infecção por H.Pylori 
1 – Motilidade no lúmen gástrico por curto período de tempo, produz uréase antes de invadir a mucosa; 
2 – Produção de citotoxinas capazes de promover a adesão. A bactéria se alimenta da célula e recruta 
leucócitos (destruição das células afetadas); 
3 – Bem alimentada, a bactéria se solta da e se replica na mucosa. 
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Infecção por H.Pylori 
Características epidemiológicas: 
• 50-80% dos adultos infectados, 10-20% desenvolvem a doença que 
reflete condições socioeconômicas, com transmissão oral-fecal, 
práticas sanitárias inadequadas. Muitos nunca tiveram sintomas 
clínicos. 
Características morfológicas: 
• Formato em curva ou em S flageladas algumas aparecem em 
formato arredondado(em cultura). 
Teste diagnóstico: 
• Quebra da ureia pela uréase, a amônia na forma não protonada 
produzida é tóxica para as células epiteliais gástricas. 
• Gastrite atrófica crônica, precursor de neoplasia; 
• Citotoxinas – desenvolvimento de úlceras. 
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Tratamento de infecção por H.Pylori 
A erradicação do H. pylori resulta em rápida cicatrização das úlceras pépticas ativas e baixos 
índices de reincidência, menos de 15% em comparação com os 60 a 100% anuais em 
pacientes com úlceras iniciais tratadas com a terapia antisecretória tradicional. 
 
É possível erradicar de 80 a 90% da H. pylori usando várias combinações de antimicrobianos: 
• Metronidazol e Tetraciclina (por duas semanas) = 90% de erradicação; 
• Metronidazol, Amoxicilina ou Claritromicina, mais omeprazol. 
Possível Associação: 
• Antiácidos (alumínio, magnésio); 
• Bloqueadores histamínicos H2; 
• Inibidores da bomba de prótons; 
• Anticolinesterásicos; 
• Sucralfato; 
• Bismuto; 
Antibióticos. 
CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA: 
 
 
Fármacos utilizados na asma; 
 
Mecanismos dos agonistas beta 2; 
 
Mecanismo das xantinas; 
 
Ação dos antagonistas muscarínicos.