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Resumo de Dir. Processual Civil IV 2º semestre

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RESUMO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV – 2º SEMESTRE
DEFESA DO EXECUTADO
Disposições gerais:
Processo de execução → Título executivo extrajudicial.
Cumprimento de sentença → Título executivo judicial.
EMBARGOS À EXECUÇÃO
 	Os embargos à execução consistem no meio típico de defesa do executado na execução fundada em título extrajudicial.
→ Partes:
Executado: Embargante
Exequente: Embargado
→ Legitimidade ativa:
O executado possui legitimidade ativa para propor os embargos. O executado é aquele em face de quem o exequente moveu o feito satisfativo, não importando seja ele o devedor ou não. 
 	Pode-se ilustrar com a execução equivocadamente proposta contra quem não é devedor, isto é, contra o sujeito que não participou da relação de direito material. Nesta situação, existe ilegitimidade passiva do executado para o processo satisfativo, mas haverá legitimação ativa para os embargos, inclusive para defender-se com base no argumento da ilegitimidade passiva para a execução.
 	Havendo litisconsórcio passivo na execução, qualquer dos executados poderá propor a ação de embargos, e, via de regra, a defesa de um deles será autônoma e independente em relação à dos outros. Também é possível que dois ou mais executados proponham apenas uma ação de oposição, formando um litisconsórcio ativo e voluntário nos embargos.
→ Legitimidade passiva:
 	No polo passivo dos embargos deverá figurar o exequente (não deve haver confusão entre o exequente e o credor). É possível que o sujeito que tenha movido o processo satisfativo não tenha legitimidade para tanto, até mesmo por não ser o credor. Neste caso, o executado deverá opor os embargos em face dele, demonstrando a sua ilegitimidade para figurar como exequente.
→ Natureza jurídica: 
Os embargos à execução tratam-se de processo de conhecimento de natureza constitutiva (tenta-se desconstituir o título executivo, atacando diretamente o título, vez que, “derrubando” o título, encerra-se a execução). 
 	A defesa do executado no processo de execução se dá pelo ajuizamento de um processo chamado embargos à execução, distribuído por dependência em 15 dias da juntada do AR ou do mandado de citação da execução. 
Obs.: A petição de embargos deve ser distribuída por dependência considerando a conexão entre os embargos e a execução, haja vista que, possuem a mesma causa de pedir.
 	Caso o executado tenha sido fictamente citado (por edital ou por hora certa) e permaneça “revel”, deve o magistrado designar curador especial, para defender os interesses do executado.
 	Ajuizada a ação, o juiz receberá a petição inicial e intimará o embargado na figura de seu advogado. Importante frisar que o juiz “intima” e não “cita” devido a imensa conexão entre os embargos à execução e a execução em si. A citação pessoal só ocorrerá quando o embargado não tiver advogado, seja porque pleiteou ação no Juizado Especial Cível ou porque seu advogado renunciou. 
 	Para a oposição dos embargos à execução é preciso preencher os requisitos da petição inicial previstos nos arts. 319 e 320 e, para o caso de processo físico, juntar as cópias das peças processuais relevantes do processo de execução, para que possa ser julgado da forma correta. A ideia do traslado de peças é justamente para que possa ser julgado paralelamente ao trâmite da execução, isto é, ao serem autuados em apartado os embargos terão “vida própria” fazendo com que seu processamento em nada atrapalhe a execução.
 	Mesmo com os embargos ajuizados, em regra, salvo no caso de concessão do efeito suspensivo, os atos executivos de busca e constrição de bens serão praticados normalmente.
Obs.: O legislador não indicou taxativamente quais são as peças processuais relevantes da execução que devem instruir a inicial dos embargos. Nem poderia, pois essa análise depende da matéria apresentada pelo executado no caso concreto. Não havendo uma indicação expressa na lei sobre quais são as peças consideradas relevantes e por se tratar de vício sanável, o embargante deve ser intimado para complementar a documentação por ele juntada, caso o magistrado entenda que não estão presentes todas as peças necessárias para o exame da questão apresentada nos embargos.
→ Foro para o processamento e o julgamento dos embargos:
 	A execução por carta encontra-se prevista no § 2º do art. 845 do CPC/2015, que estabelece que a penhora, a avaliação e a alienação do bem serão efetuadas, pelo juízo deprecado, no local da situação da coisa, se o executado não tiver bens no foro da causa e a penhora não puder ser realizada pela apresentação de certidão da matrícula do imóvel ou de certidão que ateste a existência de veículo automotor, conforme ela recaia sobre um ou outro bem.
 	Já a competência para o processamento e o julgamento dos embargos à execução por carta depende da matéria alegada na defesa do executado. A atribuição será do deprecante, salvo se os embargos versarem unicamente sobre os atos de penhora, avaliação ou alienação praticados pelo deprecado, hipótese em que a competência será deste juízo.
 	Se a matéria dos embargos desbordar destes últimos atos, caberá ao deprecante examinar os aspectos que dizem respeito às relações processual e material, ao cerne da execução, às exceções ou ao título executivo.
→ Prazo para contestação: 15 dias. 
 	Após a contestação, os embargos à execução seguem o procedimento comum (instrução e sentença). Se o pedido for julgado procedente, a execução encerra ou sofre alguma modificação, tal como diminuição dos valores; e se a sentença for improcedente, a execução segue até o pagamento do montante pleiteado. 
→ Garantia do juízo: Os embargos à execução não precisam de garantia do juízo, ou seja, não é necessária a penhora de qualquer bem do executado. O dispositivo estabelece expressamente que prévia garantia do juízo não consiste num requisito para a propositura nem para o desenvolvimento válido dos embargos. A interpretação conjunta do caput do art. 914 com o § 1º do art. 919 do CPC/2015 evidencia que a garantia é um dos requisitos para a atribuição do efeito suspensivo aos embargos, e não para o seu processamento.
 	O prazo para apresentação dos embargos será de 15 dias, contados da juntada aos autos do aviso de recebimento, se a citação for realizada pelo correio do mandado cumprido, se efetuada pelo oficial de justiça, inclusive com hora certa da ocorrência da citação, se ela for efetivada pelo escrivão ou pelo chefe de secretaria do dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, caso ocorra por edital do dia útil seguinte à consulta do seu teor ou ao término do prazo para que a consulta se dê, se efetuada eletronicamente.
 	O inciso I do § 2º do art. 915 do CPC/2015 trata da situação em que a competência para processar e julgar os embargos é do deprecado, por versarem eles unicamente sobre vícios ou defeitos intrínsecos da penhora, avaliação ou alienação dos bens, conforme já vimos nos comentários ao § 2º do art. 914 do CPC/2015. Nesta hipótese, a defesa do executado poderá ser oferecida tanto perante este juízo como perante o deprecante, e os 15 dias serão contados da juntada, na carta, da certificação da citação.
Obs.: O prazo para oferecer os embargos será sempre de 15 dias, mesmo que haja litisconsórcio passivo na execução e que os executados estejam representados por procuradores distintos. O § 3º do art. 915 do CPC/2015 é expresso ao afastar a incidência do art. 229, que estabelece ser em dobro o prazo para todas as manifestações, na ação de conhecimento, dos litisconsortes representados por diferentes procuradores, de distintos escritórios de advocacia, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
	Moratória é um favor legal, pois basta o preenchimento dos requisitos, não podendo o exequente discordar se presente os requisitos necessários. 
 	O art. 916 do CPC/2015 permite que, no prazo para a propositura dos embargos, o devedor, em vez de defender-se, reconheça o crédito pleiteado pelo exequente, e,comprovando o depósito de 30% do valor em execução, mais custas e honorários advocatícios, requeira o pagamento do saldo restante em até seis parcelas mensais, que serão corrigidas monetariamente, além de serem acrescidas de juros de 1% ao mês.
Requisitos:
Depósito de 30% do valor da execução (O depósito é realizado a título de início de pagamento ou de garantia do juízo, não estando sujeito à devolução. Se a proposta de parcelamento for deferida, a quantia será levantada pelo Exequente)
Custas.
Honorários advocatícios.
Até 6 parcelas mensais (pode ser em menos de 6, mas nunca de 7 para mais) - corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de 1% ao mês.
Que requeira o parcelamento (É necessário que o réu se pronuncie expressa e inequivocamente no sentido de admitir que a obrigação existe e é devida. O silêncio do executado durante o prazo para a propositura dos embargos não ensejará o direito ao parcelamento).
Que pratique todos esses atos no prazo que teria para opor os embargos (O executado terá os mesmos 15 dias estipulados pelo art. 915 do CPC/2015 para depositar o sinal, reconhecer a obrigação e requerer o parcelamento).
Obs.: § 1º do art. 916 do CPC/2015 estabelece que o exequente será intimado para manifestar-se sobre o requerimento de parcelamento.
 	Embora o dispositivo esteja situado dentro do título referente aos embargos à execução, ele não trata da defesa do executado. Cuida de um favor legal que visa a incentivar o executado a pagar, em vez de resistir à execução. 
 	A medida também é vantajosa para o exequente, que terá reconhecido o crédito e poderá levantar imediatamente a quantia depositada. Além disso, os seis meses para o recebimento das parcelas consistem num lapso de tempo mais curto do que aquele. 
 	Parcelando o débito o executado estará impedido de opor embargos sobre o mérito da execução e sobre os atos processuais já praticados. Todos esses atos são de vantagem para o autor e de ônus para o réu. A contrapartida dada ao executado é exatamente o parcelamento.
 	O § 3º afirma que, deferida a proposta pelo juiz, o exequente estará autorizado a levantar a quantia depositada e serão suspensos os atos executivos. O valor pode corresponder apenas aos 30% iniciais ou também às parcelas subsequentes, conforme o requerimento formulado pelo réu venha a ser analisado pelo juiz antes ou depois do vencimento das prestações ulteriores. Além disso, o legislador determinou que sejam suspensos os atos executivos. Cuida-se de um benefício para o executado, buscando incentivá-lo a optar pelo parcelamento.
 	Se a proposta for indeferida, o magistrado dará seguimento aos atos satisfativos, mantendo o depósito, que será convertido em penhora, nos termos do § 4º do art. 916. Se o depósito não for suficiente para a total garantia do juízo, deve-se proceder à complementação da penhora.
→ Inadimplemento do devedor:
 	O § 5º afirma que o não pagamento de qualquer das prestações implicará o vencimento das subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato início dos atos executivos. Além disso, impõe ao executado multa de 10% sobre o valor das prestações não pagas. Essas são as duas consequências provocadas pelo inadimplemento de qualquer das parcelas.
→ Renúncia dos embargos à execução:
 	O § 6º estabelece que a opção pelo parcelamento implica a renúncia ao direito de opor embargos. Desta maneira, a renúncia ao direito de resistir à execução não consiste numa consequência do inadimplemento de qualquer das parcelas, mas, sim, da opção feita pelo executado, isto porque, o parcelamento pressupõe que o réu reconheça o crédito do exequente.
Obs.: O § 7º versa sobre a aplicação do favor legal ao cumprimento de sentença, vedando-o expressamente, pois é impossível que o executado reconheça o crédito do exequente no cumprimento de sentença, pois a obrigação já se encontra certificada por título judicial.
 	A norma estabelece as matérias que podem ser alegadas nos embargos à execução:
Inciso I. A inexequibilidade do título e a inexigibilidade da obrigação estão ligados às condições da ação executiva, aos pressupostos processuais e também às regras inerentes ao próprio título executivo.
Inciso II e § 1º. A penhora incorreta pode ser alegada nos embargos para atacar eventual penhora sobre bem absolutamente impenhorável, consoante estabelece o art. 833, bem como a Lei 8.009/1990 (Bem de Família).
Inciso III e §§ 2º a 4º. Excesso de execução. O verdadeiro excesso de execução é aquele previsto no § 3º e no § 4º, onde o exequente está pleiteando na execução quantia superior àquela realmente devida. Para a comprovação do excesso de execução deve o executado, ao opor os embargos, demonstrar se foi discriminado o montante que entende devido. Caso assim não proceda e seja a única alegação feita nos embargos, estes serão rejeitados liminarmente e, se for uma das alegações, a análise pelo juiz limitar-se-á aos demais fundamentos, deixando o julgador de apreciar o alegado e não demonstrado excesso.
Inciso IV e §§ 5º e 6º. Nos embargos de retenção por benfeitorias, o exequente poderá requerer a compensação de seu valor com o dos frutos ou dos danos considerados devidos pelo executado, cumprindo ao juiz, para a apuração dos respectivos valores, nomear perito, observando-se, então, o art. 464.
Inciso V. Da incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução, dirimindo quaisquer dúvidas acerca da impossibilidade de suspensão do prazo para os embargos mercê da exceção de incompetência relativa, uma vez que, não mais será alegada a incompetência por meio de exceção declinatória de foro e sim como uma das matérias de embargos à execução, assim como ocorrerá, no processo de conhecimento com a contestação.
Inciso VI. É facultado ao embargante, além das matérias enumeradas nos incisos I a IV e daquela prevista no inciso V pode alegar qualquer matéria que deduziria caso se tratasse de processo de conhecimento e estivesse oferecendo contestação, em preliminar ou em questão de mérito, como por exemplo, prescrição do título executivo ou pagamento, ou ainda, compensação com outra execução..
§ 7º. Impedimento e suspeição tem seu procedimento próprio, conforme estabelecem os arts. 144 a 148.
 	Em resumo, pode alegar-se qualquer coisa nos embargos à execução, ou seja, vícios processuais ou questões relativas ao titulo executivo, isto porque, não houve discussão de mérito anteriormente. A competência para julgar os embargos é do juízo que praticou o ato objeto dos aludidos embargos. 
Obs.: É possível que após os embargos, nova penhora aconteça. Neste caso, irregularidades da penhora podem ser atacadas por simples petição. 
 	O art. 918 do CPC/2015 prevê as hipóteses de rejeição liminar dos embargos, em que eles deverão ser extintos antes da convocação do embargado para se manifestar.
Rejeição liminar dos embargos por intempestividade:
 	O inciso I determina que o juiz negue seguimento aos embargos oferecidos depois do prazo de 15 dias, fixado pelo art. 915.
Indeferimento da petição inicial e improcedência liminar do pedido:
 	O inciso II do art. 918 CPC/2015 alargou a hipótese de rejeição liminar dos embargos, que antes se restringia à inépcia da inicial, para abranger todos os casos de indeferimento da peça vestibular e os de improcedência liminar do pedido. 
	De acordo com o art. 330 do CPC/2015, a petição inicial será indeferida quando for inepta; quando a parte for manifestamente ilegítima; quando o autor carecer de interesse processual; quando, ao postular em causa própria, o advogado deixar de declarar o endereço, seu número de inscrição na OAB e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações (art. 106); e quando a petição inicial não preencher os requisitos dos arts. 319 e 320 ou apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito (art. 321).
 	De acordo com o § 1º do art. 330, a inépcia restará configurada quando faltar pedido ou causa de pedir na petição inicial;quando o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; quando a conclusão não decorrer logicamente da narração dos fatos; e quando contiver pedidos incompatíveis entre si.
 	Os embargos serão julgados liminarmente improcedentes quando dispensarem a fase instrutória e se o pedido contrariar enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos, ou se for verificada a prescrição ou a decadência do direito do exequente.
Embargos manifestamente protelatórios:
 	Consideram-se manifestamente protelatórios os embargos evidentemente desprovidos de fundamentos plausíveis, o que acontece quando não apresentam uma tese minimamente viável. A aplicação do dispositivo deve ser realizada de maneira criteriosa, sob pena de ofender o contraditório e a ampla defesa, garantias inafastáveis, por resguardarem o caráter democrático do processo.
 	A multa só poderá ser aplicada se ficar caracterizado o evidente intento protelatório dos embargos. Ela não incidirá se eles forem processados e rejeitados, afinal o direito de defender-se na execução corresponde à garantia do contraditório e da ampla defesa.	
 	A regra geral é de que os embargos à execução não serão recebidos com efeito suspensivo. Mesmo com a sua propositura e durante o seu processamento, a execução deve seguir o seu curso, com a prática dos atos de constrição, expropriação e satisfação. 
 	No entanto, é possível obter o sobrestamento do processo satisfativo, desde que preenchidos os requisitos previstos pelo § 1º do art. 919:
Requerimento da parte: O dispositivo deixa claro que o efeito suspensivo depende de requerimento da parte. O juiz não pode concedê-lo de ofício, até porque ele visa à proteção do interesse de uma das partes, e não da prestação jurisdicional. O sobrestamento é proveitoso ao embargante e desvantajoso ao exequente.
Observância dos requisitos para a concessão da tutela provisória: A tutela de urgência será concedida quando restar evidenciada: 
Probabilidade do direito
Perigo de dano (periculum in mora)
Risco ao resultado útil do processo (fumus boni juris)
Garantia do juízo: A necessidade de penhora, depósito ou caução correspondente ao valor em execução para que seja suspensa a execução integra-se com perfeição ao sistema. Ela permite que, ao resguardar o interesse do executado com o sobrestamento do processo satisfativo.
 	Oferecidos os embargos, por meio da protocolização da sua petição inicial, que deverá estar instruída com cópias das peças processuais relevantes da execução, eles deverão ser distribuídos por dependência e autuados em apartado, na forma do § 1º do art. 914.
 	Não sendo hipótese de rejeição liminar, o juiz deverá receber os embargos, citando-se o exequente na pessoa do seu advogado (que já fora constituído para a propositura da execução), para manifestar-se em 15 dias. A manifestação terá caráter de contestação, incidindo todo o regramento pertinente a tal espécie de resposta do réu (o embargado não poderá reconvir, por já formulado o seu pedido no feito executivo).
 	Em seguida, o juiz verificará se é necessária a produção de prova. Caso não seja, julgará imediatamente o pedido. Se for necessária a dilação probatória, deverá determiná-la, inclusive com a designação de audiência de instrução.
 	A concessão do efeito suspensivo, bem como a modificação e/ou a revogação da respectiva decisão, poderá acontecer ao longo do processamento dos embargos na 1ª instância, tão logo tenham sido preenchidos os respectivos requisitos ou tenham cessado as circunstâncias que levaram ao sobrestamento da execução.
 	Finda a fase instrutória, o juiz deverá sentenciar os embargos. O recurso cabível contra essa decisão é a apelação (art. 1.009), que será recebida sem efeito suspensivo, se os embargos forem extintos sem resolução do mérito ou se forem julgados improcedentes (art. 1.012, § 1º, inciso III).
OBJEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE (exceção de pré-executividade)
 	A objeção de pré-executividade é um meio de defesa no processo de execução que permite ao executado por execução irregular apresentar resistência aos atos executórios, trazendo a apreciação do juízo questões de ordem pública que independem de prova ou se apoiam em prova pré-constituída. Dessa forma, trata-se de petição simples juntada aos autos de execução para arguir matéria de ordem pública, conhecível de oficio pelo juiz, sem qualquer pré-requisito. 
 	Inicialmente tinha como principal objetivo permitir que o executado apresentasse sua defesa, por simples petição, nos casos em que fosse possível alegar matérias conhecidas de ofício, independentemente de prévia constrição patrimonial, que, era à época, pressuposto para a oposição dos embargos à execução.
 	A objeção de pré-execuividade surgiu para veicular alegações relacionadas à admissibilidade do procedimento executivo, questões que o órgão jurisdicional deveria conhecer de ofício, como a falta dos pressupostos processuais e das condições da ação.
 	Sob a designação de "exceção", ou "objeção", seguida do complemento "de pré- executividade" ou "de não-executividade", os doutrinadores e órgãos jurisdicionais brasileiros têm dado roupagem a interessante instrumento processual sem previsão expressa no Código de Processo Civil, mas com efeitos substanciais sobre o processo de execução. Trata-se simples peça processual que, em sendo admitido, permite ao executado insurgir-se diretamente contra o sustentáculo da execução, sem que se cogite de garantia do juízo ou oposição de embargos do devedor.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
Processo sincrético: 
 	Processo que possui a fase de conhecimento e a fase de execução, reunindo o que usualmente estaria em processos distintos em um só. Dessa forma, a fase de execução se torna cumprimento de sentença. 
→ Algumas vezes, quando não é possível estabelecer critérios concretos até a sentença do processo de conhecimento, será necessário realizar o procedimento de liquidação de sentença. 
Liquidação de sentença: Incidente para se apurar o valor devido, considerando a falta de um dos três requisitos essenciais para executar um titulo executivo judicial, quais sejam a certeza, a liquidez e a exigibilidade.
 
 	A ação de liquidação deriva da excepcionalíssima possibilidade de que sentenças genéricas (ou ilíquidas) sejam proferidas. São hipóteses em que o juiz não tem condições de determinar desde logo o montante da condenação ou de individuar o objeto da obrigação.
 	A ação de liquidação de sentença inicia-se pelo pedido de liquidação, que, nos termos do que dispõe o art. 509, caput, pode ser formulado tanto pelo credor quanto pelo devedor. Isso significa que o órgão jurisdicional somente se movimenta após expressa provocação, seja pelo credor, seja pelo devedor, observando-se o princípio da inércia da jurisdição.
Obs.: Na liquidação é proibido rediscutir a existência da obrigação de pagar, só se discutindo o valor dessa obrigação. Seja qual for à modalidade de liquidação, ela é decidida por interlocutória passível de Agravo de Instrumento. 
 	O CPC de 2015 distingue, com nitidez, duas modalidades de liquidação:
Liquidação por arbitramento: 
 	A liquidação por arbitramento justifica-se quando a decisão liquidanda determina sua realização por este método, quando convencionado pelas partes, ou quando o justificar a natureza do objeto.
 	O início da etapa de liquidação por arbitramento será requerida (e devidamente justificada) pelo autor ou pelo réu. Ao admitir o requerimento, o magistrado intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar.
 	Se estes pareceres ou documentos não forem suficientes para a formação da convicção do magistrado sobre o quantum debeatur, será determinada a realização de prova pericial, nomeando-se, para tanto, perito e observando-se, no mais, o procedimentodaquela modalidade de prova.
 	A decisão a ser proferida pelo magistrado é interlocutória. O ato não encerra a etapa de conhecimento e nem a de cumprimento de sentença, mas sim conclui a etapa de liquidação, ressaltando que a decisão ainda pode ser objeto de agravo de instrumento.
Liquidação pelo procedimento comum: 
 	A liquidação pelo procedimento comum corresponde à chamada liquidação por artigos do CPC de 1973. Ela se justifica quando houver necessidade de alegar e provar fato novo relativo à identificação do quantum debeatur.
 	Neste caso, autor ou réu requererão o início da etapa de liquidação declinando, desde logo, no que consiste o fato novo de cujo conhecimento depende a apuração do valor devido. Admitido o requerimento, a parte contrária será intimada para apresentar contestação no prazo de quinze dias (não há intimação para comparecimento em audiência de conciliação ou de mediação)
 	Apresentada ou não a contestação, ressalta- se que no procedimento comum o magistrado conduzirá os autos, após ou independentemente de fase instrutória, e proferirá decisão interlocutória que revelará o quantum debeatur (é passível de ser recorrida por agravo de instrumento).
→ Quanto se tratar de cálculos aritméticos:
 	A sentença cujo cumprimento dependa apenas de cálculos aritméticos não é ilíquida. Nessa hipótese, portanto, não cabe ação de liquidação de sentença. Assim, se a sentença depender apenas de cálculos aritméticos, deverá o credor, quando do requerimento do cumprimento de sentença, apresentá-los sob a forma de memória discriminada, que deverá conter o débito atualizado.
→ CNJ e programas de cálculo:
 	A teor do que dispõe o § 3º do art. 509, o Conselho Nacional de Justiça deverá desenvolver e colocar à disposição de todos programa único de atualização financeira. O CNJ não tem competência para determinar os índices aplicáveis, mas deve oferecer aos interessados esses programas, optando pelos índices que tenham sido definidos como adequados pela autoridade monetária e assim aceitos pelo Superior Tribunal de Justiça.
Obs.: O § 4º do art. 509 afasta, na ação de liquidação, a discussão, de qualquer espécie ou natureza, sobre o mérito da ação resolvida na sentença ilíquida que a julgou. O pedido formulado pelo autor da ação de liquidação, portanto, fica restrito aos limites da condenação, fixados na sentença ilíquida (a observância aos limites da sentença liquidanda é inafastável).
→ Liquidação provisória (quando o recurso não tem efeito suspensivo):
	O CPC/2015 admite a liquidação provisória, que é aquela manejada na pendência de recurso e que deve ser processada em autos apartados, no juízo de origem. Nesse caso, a liquidação é provisória porque, se for provido o recurso interposto contra a sentença liquidanda, o objeto da liquidação poderá ser total ou parcialmente alterado.
DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA
 	A fase de cumprimento de sentença propicia a prática de atos executivos voltados à satisfação do crédito (líquido, certo e exigível) constante de um título executivo judicial.
 	Portanto, o cumprimento de sentença não é uma fase do processo de conhecimento, é fase de execução de um processo que passa a se apresentar numa unidade: cognição seguida de execução. Desse modo, permite-se uma melhor interação de ambas as funções dentro desta atividade continuativa que é o processo.
 	O cumprimento de sentença poderá inaugurar um processo de execução, que exigirá petição inicial e citação do executado, o que sucederá nas hipóteses descritas no art. 515, § 1º do CPC/2015.
→ Natureza da obrigação:
 	Seja qual for a natureza da obrigação constante do título executivo judicial (pagar soma em dinheiro, fazer ou não fazer, entregar coisa), ela será objeto de execução por cumprimento de sentença. O que irá variar será apenas o rito executivo adequado a cada uma dessas obrigações, nos termos das disposições legais estabelecidas no CPC/2015.
→ Cumprimento de sentença provisório: O cumprimento será definitivo quando estiver fundado em decisão judicial já transitada em julgado.
→ Cumprimento de sentença definitivo: O cumprimento será provisório quando a decisão judicial em que se funda a execução estiver pendente de recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo. A execução que pese provisória poderá ser completa, ou seja, satisfazer o exequente, muito embora esta eficácia fique subordinada ao resultado do recurso pendente.
 	Assim, desde que o requerimento do credor seja formulado em no máximo 1 (um) ano do trânsito em julgado da decisão, conforme estabelece o § 4º do art. 513 do CPC/2015, o executado será intimado para cumprir o comando da decisão judicial por meio de publicação no Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos, salvo se houver alguma ressalva na procuração que assim não permita.
 	Por sua vez, a intimação do executado será pessoal, pelo correio, por meio do envio de carta com aviso de recebimento (AR) nas seguintes hipóteses: 
Caso o requerimento seja formulado depois de 1 (um) ano do trânsito em julgado da decisão 
Quando haja ressalva na procuração que impeça o advogado do executado ser intimado na fase de cumprimento de sentença 
Quando o devedor seja representado pela Defensoria Pública 
Quando o executado não tenha advogado constituído no processo
 	Mesmo não tendo advogado constituído no processo ou no caso em que a procuração impeça o advogado de ser intimado para fins de cumprimento de sentença, não se procederá intimação pelo envio de AR, segundo o disposto no art. 513, § 2º, inciso III do CPC/2015
 	
Obs.: Estabelece o art. 513, § 2º, inciso IV do CPC/2015 que, tendo sido o réu citado por edital na fase de conhecimento e tendo restado revel, sua intimação na fase de cumprimento de sentença também far-se-á por edital. 
→ Legitimidade passiva e a questão do fiador:
 	A execução de título judicial somente poderá ser promovida em face daqueles sujeitos que participaram da fase (anterior) de conhecimento, o que engloba, também, a liquidação de sentença. Ou seja, somente poderá ser parte passiva da execução aquele sujeito contra quem o título executivo judicial foi formado. Assim, o fiador, o coobrigado ou o corresponsável que não tenha tido a oportunidade de participar da fase de conhecimento e, eventualmente, da liquidação da sentença, não poderá ter seu patrimônio atingido por atos executivos no cumprimento de sentença.
 	A situação descrita neste dispositivo legal corresponde à chamada execução diferida, porque a eficácia da obrigação objeto da decisão judicial não é imediata, e, sim, retardada, vez que o seu fator tempo, caracterizado na exigibilidade da obrigação, foi alçado para algum momento adiante: a realização da condição (suspensiva) ou a ocorrência do termo (inicial).
 	A condição supõe um intervalo de tempo entre o cumprimento do ato condicionado e a produção do evento condicionante, e o termo é definido como o evento futuro e certo do qual depende o começo (termo inicial) ou o fim (termo final) da eficácia do ato jurídico. Para a execução diferida, somente interessa o termo inicial da obrigação, que é o momento a partir do qual a obrigação passa a ser exigível.
 	Como resta óbvio, tratando-se de uma condenação para o futuro, enquanto não verificada a condição suspensiva ou não atingido o termo inicial, o comando da decisão judicial carece de exigibilidade, isto é, não pode produzir o efeito executivo, Por isso é ônus do exequente instruir o requerimento do cumprimento de sentença com a prova de que se realizou a condição suspensiva ou sobreveio o termo inicial.
 	O dispositivo em questão contempla pronunciamentos jurisdicionais de qualquer natureza (civil, penal, contenciosa, voluntária, etc.), decorrentes de atividade pública (judicial) ou privada (arbitragem), nacional ou estrangeira, aos quais se atribui força executiva e se submetem ao regime do chamado cumprimento de sentença.
Rol taxativo:
As decisões proferidas no processo civil que reconheçama exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
A decisão homologatória de autocomposição judicial;
A decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
O crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
A sentença penal condenatória transitada em julgado;
A sentença estrangeira
A decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
 	Os incisos I e II do art. 516 do CPC/2015 consagram a regra de que é competente para processar a execução de sentença o juízo em que esta foi emitida, que, salvo posterior modificação, será o órgão judicial perante o qual se formou a relação processual ao tempo do ajuizamento da ação. Se a causa que resultou o título executivo judicial era de competência originária (inicial e direta) de tribunal (estadual, federal ou superior), este será competente para processar o respectivo cumprimento da decisão ou do acórdão.
 	O inciso III do art. 516 do CPC/2015, por sua vez, estabelece que, para a execução da sentença penal condenatória, arbitral ou estrangeira, a competência será do juízo cível competente, ao que serve de subsídio as indicações constantes do art. 781 do CPC/2015, que importam em regra de competência relativa, porque territorial. Nestes casos, portanto, há juízos concorrentes, cabendo ao exequente optar em qual deles irá prosseguir com a execução do título executivo judicial.
Obs.: A competência do tribunal para a fase de cumprimento é absoluta, porque não admite qualquer modificação, no entanto, se aceita que o tribunal delegue a órgão hierarquicamente inferior, mediante carta de ordem, a realização de atos materiais voltados à satisfação da obrigação. 
O protesto possui 3 finalidades evidentes: 
Constituir o devedor em mora e provar a sua inadimplência; 
Servir de modalidade alternativa para cobrança de dívida que foi desvinculada dos títulos estritamente cambiários para abranger todos e quaisquer títulos ou documentos de dívida. 
Protesto de decisões judiciais condenatórias, líquidas e certas, transitadas em julgado.
 	Para a efetivação do protesto perante o tabelião competente, além da liquidez e certeza da obrigação e do trânsito em julgado da condenação, deve ter o devedor deixado de efetuar o pagamento da obrigação de soma em dinheiro no prazo de 15 (quinze) dias estabelecido no art. 523 do CPC/2015. Todos esses requisitos, bem como os dados do processo (vara de origem, número e qualificação dos sujeitos) deverão constar de certidão de teor da dívida. 
 	Tal certidão deverá ser fornecida pela serventia de onde tramita o cumprimento de sentença num prazo de 3 dias depois de requerida pelo credor, pelo que, portanto, não precisa ser deferida pelo juiz.
→ O protesto poderá ser cancelado por determinação judicial, a requerimento do executado, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação realizada em juízo. Neste caso, portanto, o contraditório do credor será posterior à determinação judicial de cancelamento de protesto.
 	Orientando-se pela simplificação dos procedimentos, a nova sistemática processual determina que todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento de sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz.
 	
 	As decisões proferidas durante o procedimento de cumprimento de sentença serão impugnadas por meio do recurso de agravo de instrumento, por decorrência da previsão constante do parágrafo único do art. 1.015. Ressalvam-se as decisões que acarretem a extinção do processo ou que vier a declarar satisfeito o crédito, que propiciam o recurso de apelação.
 	É irrelevante a natureza da decisão que veicula essa tutela provisória, porque um dos avanços do CPC/2015 foi deixar claro que qualquer pronunciamento com conteúdo decisório (interlocutória, sentença ou acórdão) pode ter força executiva, o que é mais adequado à noção de efetividade da tutela jurisdicional.
DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
	No CPC/2015, a disciplina do “cumprimento provisório de sentença” corresponde à “execução provisória” do CPC/1973. É a atividade executiva fundada em pronunciamento judicial não transitado em julgado, porque atacado por recurso privado de efeito suspensivo.
 	Antes da introdução de modificação pela Lei n° 11.382/2006, a chamada “execução provisória”, no CPC/1973, somente era aplicável aos títulos executivos judiciais. Já a execução fundada em título extrajudicial sempre era definitiva. Daí o enunciado da Súmula n° 317 do STJ: 
“É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos”.
Obs.: Na execução provisória os autos estão no tribunal, mas a execução tramita na vara, por conta de sentença, que nada mais é do que uma petição acompanhada da sentença e de cópias do processo, caso não seja eletrônico. 
 	Contudo, a Lei n° 11.382/2006 alterou a redação do art. 587, que passou a ser a seguinte: “É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739)”. Com efeito, em razão dessa mudança, n’alguns casos (embargos recebidos com efeito suspensivo e depois julgados improcedentes), a execução de título extrajudicial, que se iniciava como definitiva, transforma-se em provisória.
 
 	O caput do artigo 520 estabelece que todas as normas relativas ao cumprimento definitivo incidem no “cumprimento provisório”, ressalvadas tão somente as restrições decorrentes da sistemática estabelecida no próprio art. 520.
→ O “cumprimento provisório” constitui faculdade do exequente, que pode, ou não, lançar mão deste mecanismo. Contudo, caso utilize o “cumprimento provisório” e posteriormente haja modificação ou invalidação do pronunciamento que embasou a atividade executiva, o exequente responderá objetivamente pelos danos causados pelo executado.
 	Diante de qualquer modificação ou invalidação devem ser tomadas medidas para que as partes retornem ao estado existente antes do início do “cumprimento provisório”, conforme estabelece o inciso II do art. 520. Contudo, aqui, podem ocorrer, pelo menos, três variações:
A restituição ao status quo ante não é integral e o executado suporta algum tipo de prejuízo. Nesta hipótese, nos próprios autos, o executado poderá liquidar e cobrar os danos que sofreu;
Do ponto de vista fático, é impossível o restabelecimento ao estado anterior. Neste caso, restará ao executado, nos próprios autos, liquidar e cobrar os danos que suportou;
Na perspectiva fática, o retorno ao estado anterior até seria viável, mas o próprio regime do “cumprimento provisório” afasta tal possibilidade. Cuida-se, pois, de imposição de limitação jurídica ao retorno ao status quo ante. É exatamente a hipótese disciplinada no § 4º do art. 520.
 	Dessa forma, a restituição ao estado anterior não poderá conduzir ao “desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada”, restando ao executado o caminho da liquidação e reparação pelos danos que sofreu.
Obs.: O 4º do art. 520 preleciona que o “cumprimento provisório” também é aplicável a outras modalidades de cumprimento de sentença. Mais precisamente, àquelas que reconhecem a exigibilidade de obrigações de fazer, de não fazer ou de dar coisa.
→ Impugnação:
 	O § 1° do art. 520 estabelece a possibilidadede oferecimento, pelo executado, de impugnação ao “cumprimento provisório”. Esta defesa deverá ser oferecida em 15 dias, contados do final do prazo estabelecido para cumprimento voluntário.
 	Na impugnação não é possível propor questões que já foram ou deveriam ter sido suscitadas na fase cognitiva, que antecedeu o “cumprimento provisório”, nem mesmo aquelas deduzidas no recurso ainda pendente, que impede o trânsito em julgado do pronunciamento exequendo.
 	À impugnação poderá ser concedido efeito suspensivo, desde que presentes os requisitos fixados no § 6° do art. 525. Ocorre que a análise do preenchimento desses pressupostos deve ser feita à luz das matérias articuladas na impugnação e não daquelas que são objeto do recurso ainda pendente
→ Multa:
 	Ao executado é assegurada a possibilidade de afastar a incidência da multa. Para tanto, nos termos do § 3º do art. 520 do CPC/2015, deve ele “comparecer tempestivamente e depositar o valor”, sendo que “o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto”.
 	Na realidade, o legislador expressamente contemplou um mecanismo para o executado, a um só tempo, cumprir o julgado e continuar atacando o pronunciamento exequendo, por meio do recurso ainda pendente.
 	Trata-se da realização de pagamento, com a ressalva de que, na hipótese de modificação ou anulação do pronunciamento, haverá o retorno ao estado anterior. De outra parte, o exequente poderá postular o levantamento de dinheiro, desde que, se for o caso, ofereça caução ou que não haja a oposição de impugnação, recebida com efeito suspensivo.
→ Oferecimento de caução como pressuposto da satisfação, do desapossamento ou da prática de atos expropriatórios:
 
 	Duas realidades decorrem da sistemática do “cumprimento provisório”:
Como o pronunciamento que o ampara é provisório, pode ocorrer a sua modificação ou invalidação;
Mesmo em se tratando de pronunciamento provisório, a execução pode ser completa, conduzindo à realização de atos necessários à satisfação do direito.
 	Neste contexto, para conferir equilíbrio ao processo, como regra, no inciso IV do art. 520, impõe-se ao exequente a obrigação de oferecer “caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos”.
 	Na execução provisória a caução oferecida pelo exequente se deve pela grande possibilidade de que a sentença seja revertida. Por isso, o legislador seguiu 2 critérios para dispensar o caução:
Necessidade do exequente (I e II – art. 521 CPC)
A remota possibilidade de reversão da sentença (III e IV do art. 521 CPC). 
 	Para o levantamento de dinheiro ou para a prática de atos expropriatórios ou que possam causar lesão grave ao executado, a regra é o oferecimento de caução. Todavia, os incisos do art. 521 contemplam exceções a essa regra.
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem:
 	Relativamente aos alimentos, não há limitação de valor e nem restrição quanto à origem, ou seja, pode ser decorrente de créditos alimentares ou oriundos de família. 
II - o credor demonstrar situação de necessidade:
 	Não há afixação de valor máximo quando o credor demonstrar situação de necessidade. Varia de caso para casa, o juiz terá que analisar para aferir se pode ser enquadrado em estado de necessidade, por exemplo, se a exequente precisar custear um tratamento para câncer. 
III - pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.042:
 	Ainda poderá ser dispensada a caução quando pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.042.
 	Ocorre quando as instâncias inferiores tiveram provimento negado, e em fase de Recurso Especial o Relator NEGOU SEGUIMENTO ao recurso. Após esse momento processual, mesmo que a parte ingresse com Agravo de Despacho Denegatório de Recurso Especial, fica muito difícil reformar a sentença, considerando que foi matéria perdida em todas as vias recursais até chegar ao STJ. Dessa forma, diante da dificuldade da reforma, dispensa-se a caução. 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.  
I - indeferir pedido formulado com base no art. 1.035, § 6o, ou no art. 1.036, § 2o, de inadmissão de recurso especial ou extraordinário intempestivo;
Art. 1.035.  O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.
§ 6o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.
 	
Art. 1.036.  Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.
§ 2o O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.
II - inadmitir, com base no art. 1.040, inciso I, recurso especial ou extraordinário sob o fundamento de que o acórdão recorrido coincide com a orientação do tribunal superior;
 Art. 1.040.  Publicado o acórdão paradigma:
 I - o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos especiais ou extraordinários sobrestados na origem, se o acórdão recorrido coincidir com a orientação do tribunal superior;
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
 	Será dispensado o oferecimento de caução quando a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos, isso porque, tendo qualquer uma dessas condições a sentença praticamente não terá chance de ser revertida. 
 	O “cumprimento provisório” será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Em não se tratando de autos eletrônicos, constitui ônus do exequente instruir a sua petição com as peças indicadas nos incisos I a V do art. 522, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado:
Decisão exequenda.
Certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo.
Procurações outorgadas pelas partes.
Decisão de habilitação, se for o caso.
Facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito.
 	Além disso, como o “cumprimento provisório” pode ser requerido assim que publicada a sentença, contra a qual a apelação não tem efeito suspensivo, nesta hipótese, no momento do ajuizamento, poderá não existir a certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo.
DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
 	Ocorre quando transitado em julgado. Não é de oficio. Exige requerimento do exequente. O executado é intimado por seu advogado a pagar em 15 dias, sob pena de multa de 10%, honorários de 10% e penhora. 
 	Dessa forma, o cumprimento definitivo de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa poderá ter início por requerimento do credor ou efetivadomediante atitude do devedor, remindo voluntariamente a dívida no prazo legalmente indicado antes de ser intimado para o pagamento.
 	O requerimento formulado pelo credor visando o cumprimento de sentença será instruído com o demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, atendendo às indicações previstas nos incisos do artigo 524. É indispensável o requerimento do exequente para que o executado efetue o pagamento em 15 dias, e mesmo que o exequente não frise a questão dos honorários e multa, o juiz deve de oficio implantar. 
→ Este cálculo poderá ser revisado pelo julgador, quando entender pela sua inadequação, valendo-se de trabalho a ser desenvolvido pelo contabilista do juízo. Recebido o requerimento de cumprimento da sentença o devedor será intimado para realizar o pagamento da dívida no prazo de 15 dias, acrescido do valor das custas, se houver.
Multa e honorários:
 	Não sendo efetuado o pagamento no prazo apontado, será acrescido ao débito o percentual de 10% a título de multa e serão fixados honorários advocatícios também neste mesmo percentual.
 	A multa do devedor faltoso deve incidir sobre o valor atualizado, com aplicação de juros e correção monetária, nos exatos termos da sentença.
Obs.: Ocorrendo o pagamento não integral, o referido acréscimo – multa e honorários advocatícios – recairá sobre a diferença restante.
 	Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo assinalado pelo juízo, abre-se automaticamente o prazo de quinze dias para o executado oferecer sua defesa – chamada de impugnação ao cumprimento de sentença, que ocorrerá nos próprios autos, independentemente de penhora.
Defesa do executado:
 	O executado tem o prazo de 15 dias para apresentar impugnação ao cumprimento de sentença, porém, o aludido prazo começa a contar apenas do pagamento, ou seja, realizado o depósito nos autos, automaticamente inicia-se o prazo para impugnar. 
 	Dessa forma, a impugnação ao requerimento de cumprimento de sentença, como regra geral, é desprovida de efeito suspensivo, de forma que não tem o condão de impedir a continuação do procedimento, com a efetivação dos atos executórios. Entretanto poderá o julgador atribuir efeito suspensivo que atingirá total ou parcialmente o objeto da execução, mediante pedido do devedor, cabendo a este demonstrar que o prosseguimento dos atos executivos é capaz de lhe causar grave dano e de difícil reparação. Para a obtenção desse efeito suspensivo é indispensável que ocorra a devida garantia do juízo (com penhora, caução ou depósito suficientes).
 	Sendo assim, para impugnar não é necessária garantia do juízo. Ocorre que a impugnação, em regra, não possui efeito suspensivo. Para que a defesa do executado tenha referido efeito suspensivo, são necessários 3 requisitos:
Fumus bonis juris
Periculum in mora
Garantia do juízo 
 	Ocorre que, o titulo judicial já passou pelo contraditório, e é improvável que ele seja revertido. Por esse motivo, mesmo com efeito suspensivo, o exequente pode caucionar a execução para que a demanda prossiga. Quando o exequente deposita, para de correr o periculum in mora.
→ Demonstrativo de crédito:
 	O artigo 524 do CPC traz maior detalhamento das informações as quais devem estar contidas no demonstrativo discriminado e atualizado de crédito
 	Quando o valor apontado no demonstrativo aparentar excesso de execução, poderá o juiz, de ofício, solicitar o auxílio do contador do juízo para a conferência dos cálculos. Não se trata de uma obrigação do juiz e sim de uma faculdade, diante do vocábulo poderá.
 	Apesar de o artigo silenciar sobre a questão, entende-se necessário ser aberto o contraditório sobre os cálculos apresentados pelo técnico contábil.
→ Alegações da impugnação:
 	Toda a matéria que poderá ser alegada em impugnação ao cumprimento de sentença está concentrada em um único artigo:
Falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia:
 	Tendo em vista que a citação é pressuposto processual, se há processo com irregularidades na citação, quando verificada a revelia, a citação passa a ser inexistente. 
 	Dessa forma, a sentença prolatada em processo em que não tenha havido citação ou em que essa tenha sido viciada, aliado ao fato de o réu ter se mantido inerte, é inexistente.
 	Tal vício leva ao reconhecimento da inexistência, e não nulidade, da sentença proferida nessas condições, a qual sequer chega a constituir coisa julgada. Por essa razão, os efeitos da decisão (na impugnação) que reconhece esse defeito não são rescindentes, já que não há coisa julgada para rescindir, mas declaratórios da inexistência da sentença e de todos os atos processuais praticados desde (e inclusive) a citação. Em consequência, a marcha processual retrocederá para o início do processo de conhecimento, realizando-se, então, a regular citação da parte ré.
Ilegitimidade das partes:
 	Não se trata de ilegitimidade de partes, a qual poderia ter sido arguida na fase de conhecimento, em razão da preclusão da coisa julgada , mas de ilegitimidade superveniente, estritamente ligada à fase executiva.
 	Não só defeitos referentes à titularidade da obrigação podem ser alegados, mas também eventuais problemas na representação processual (capacidade de estar em juízo), como, por exemplo, a necessidade da participação do Ministério Público nos casos de incapazes.
Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação:
 	
 	A exigibilidade, por si só, é a qualidade do título, a qual impõe ao devedor o imediato cumprimento da obrigação contida na sentença, que deve estar certificada pelo trânsito em julgado, não pendendo qualquer condição ou termo.
 	O sistema admite o cumprimento da sentença independentemente da certificação da coisa julgada se estiver pendente recurso recebido sem efeito suspensivo, iniciando-se, então, a execução provisória da sentença. Caso o recurso tenha sido recebido no efeito suspensivo, o credor poderá dar início à execução, prestando-se caução idônea e suficiente, no arquétipo do art. 520 e seguintes do Código.
 	Ademais, de acordo com o § 12 do presente artigo, para o fim da inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação “considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso”.
 	Não se trata de relativizar a coisa julgada, tampouco de uma extraordinária hipótese de rescisão da coisa julgada, mas, tão somente, de uma forma de declarar a inexistência de uma sentença a qual não tem o condão de transitar em julgado, isto porque, o título judicial fundamentou-se em lei declarada inconstitucional, ou seja, em lei que nunca entrou no ordenamento jurídico e, assim, que não poderia ter sido aplicada.
 	Dessa forma, não é possível dar continuidade a uma sentença com base em lei que não existe, então não cabe se pensar na procedência da impugnação, porque na verdade a execução em si se torna inadmissível. 
 	Sendo assim, se depois de proferida a sentença, o fundamento jurídico utilizado como base tornar-se inconstitucional, o juiz pode mudar o entendimento. 
 	A inexigibilidade do titulo pode decorrer de inconstitucionalidade posterior a sentença, desde que ainda não transitada em julgado. Essa inconstitucionalidade pode decorrer de controle concentrado ou difuso. 
 	A declaração de inconstitucionalidade gera efeitos ex tunc até o momento da prorrogação da lei, mas para evitar problemas judiciais, o Supremo Tribunal Federal pode limitar no tempo os efeitos dessa ADIM. Caso já transitada a sentença, não cabe impugnação, mas sim ação rescisória em substituição ao antigo efeito reincidente da impugnação. 
→ Se a alteração ocorreu antes do trânsito em julgado da demanda, caberá ação rescisória para exigir(Só serve para execução definitiva).
→ Se a alteração ocorreu depois do trânsito em julgado da demanda, caberá alteração antes do trânsito em julgado (Só serve para execução provisória).
Penhora incorreta ou avaliação errônea:
 	Caso ocorra penhora antes da apresentação da impugnação, erros poderão ocorrer na avaliação, abrindo-se, então, a oportunidade para o devedor defender-se quanto a essa quantificação. O impugnante deverá declinar o valor que entende correto do bem penhorado, sob pena de indeferimento liminar da impugnação.
 	Além da avaliação errônea do bem penhorado, pode haver incorreção na própria penhora, levando-se em conta, especialmente, que a indicação de bens está nas mãos do credor, o qual deverá realizá-la no requerimento do cumprimento de sentença. 
Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções:
 	Excesso é o que está além do devido (a sobeja). 
 	Obrigatoriedade de se declarar de imediato o valor que se entende correto, sob pena de rejeição liminar da impugnação, é alteração trazida pela lei. Em casos de excesso, há sempre uma parcela incontroversa nos valores, sob a qual não pende a impugnação. Se o devido já é certo e exigível, de forma que a execução da parte não impugnada deve prosseguir normalmente, independentemente do requerimento do credor.
Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução:
 	Incompetência é a falta de poder do juiz ou autoridade judicial para conhecer e julgar (executar) determinada questão, que a outro compete.
 	O Código de Processo Civil de 2015 passou a permitir a alegação da incompetência em qualquer de suas modalidades na impugnação ao cumprimento de sentença. A incompetência absoluta, por se tratar de matéria de ordem pública, poderá ser alegada em qualquer ocasião, por simples petição nos autos.
Qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença:
 	O adimplemento abraça todos os modos, diretos ou indiretos, de extinção da obrigação pela satisfação do credor, e engloba, portanto, o pagamento, a novação, a compensação, a confusão, a remissão de dívidas, a transação, entre outros.
Além das formas de extinção ou modificação da obrigação pelo implemento, o Código de Processo Civil também prevê a extinção da pretensão pelo decurso do tempo (prescrição). Com a ocorrência da prescrição, não é mais possível exigir que alguém cumpra o dever jurídico, embora seja ele ainda devido, já que não existe relação de pertinência entre o exercício da pretensão e o direito subjetivo. 
 	Eis os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos elencados no artigo. No entanto, diante das locuções qualquer causa e como da sua redação, resta claro que tal rol é meramente exemplificativo, não impedindo que qualquer outra causa extintiva ou modificativa seja alegada na impugnação, tal como a remissão, confusão, impossibilidade de cumprimento, entre outras
Obs.: O oferecimento da impugnação não suspende o procedimento executivo. Todavia, o magistrado pode, a requerimento do executado, conceder a suspensão do procedimento executivo, desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. Assim, cabe ao executado requerer, demonstrar e descrever a situação de dano, a relevância da fundamentação, e fazer prova da existência dos requisitos genéricos das cautelares: fumus boni iuris e periculum in mora.
 	O legislador tratou, no Código de Processo Civil de 2015, do comparecimento espontâneo do devedor para oferecimento do valor entendido como correto, realizando-se o pagamento e oferecendo-se memória de cálculo.
 	O Código de Processo Civil de 2015 previu o procedimento do pagamento espontâneo, no qual o devedor, ainda que não intimado, pode satisfazer a obrigação, depositando a importância do que entende devido em juízo, bem como ofertando seu demonstrativo de cálculo, com a discriminação dos elementos da apuração de valores. Após, o credor deve ser ouvido em cinco dias, quando poderá levantar o valor incontroverso, concordando ou não com os cálculos – sem que tenha prejudicado seu direito de impugná-los, postulando a diferença.
 	Caberá ao juiz decidir acerca da correção dos cálculos, e caso entenda ter sido realizado depósito a menor, fixar multa e honorários de 10% sobre a diferença, dando-se continuidade aos procedimentos executivos – penhora, avaliação e expropriação – sobre o valor residual.
 	O cumprimento de título judicial provisório observa, subsidiariamente, as regras do cumprimento definitivo, exceto no que diz respeito às regras destinadas à efetivação da obrigação. Não haverá expropriação enquanto não houver decisão transitada em julgado.
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
 	Os alimentos não podem ser entendidos apenas como o valor necessário à alimentação, mas sim, a quantia necessária à satisfação de todas as necessidades que o alimentando tenha com alimentação, saúde, vestuário, lazer, educação, etc.
Classificações da verba alimentar:
→ Origem:
Legítimos: Devidos em face do parentesco, casamento e união estável (família); 
Voluntários: Decorrentes de negócio jurídico.
Indenizativos: Aqueles fixados judicialmente em virtude da ocorrência de ato ilícito.
Obs.: Qualquer um deles admite penhora e constituição de renda. 
→ Fixação:
Provisórios: Fixados em decisão judicial ainda sujeita a recurso, ou seja, sem que tenha havido o trânsito em julgado.
Definitivos: Decorrentes de acordo homologado judicialmente ou de sentença ou acórdão transitado em julgado. 
 	A execução de alimentos poderá assumir diferentes roteiros procedimentais, conforme a natureza do título que lhe serve de fundamento. Sendo o crédito alimentar lastreado em título executivo extrajudicial, será obedecido o roteiro procedimental consignado nos arts. 911 a 913. Existindo decisão judicial definidora do dever de prestação de alimentos, aplicar-se-á o disposto nos arts. 528 a 533.
Alimentos fixados judicialmente
 	A legislação trata dos alimentos fixados judicialmente, independentemente de sua origem ou grau de estabilidade, sendo necessário que exista um procedimento judicial em que tenha havido a fixação dos alimentos. 
 	Destaca-se que eventual acordo judicial de alimentos, desde que homologado pelo magistrado, submete-se às regras que serão adiante explicitadas.
	A fase de cumprimento de decisão que fixa obrigação alimentar não poderá ser instaurada de ofício pelo juízo, observando-se o princípio da inércia da jurisdição, de forma que somente terá início mediante pedido da parte credora.
 	A intimação para pagamento, que sempre será pessoal, fixará o prazo 3 dias para que o devedor:
Efetive o pagamento.
Demonstre que já pagou.
Apresente justificativa da impossibilidade absoluta de efetuar o pagamento.
Obs.: A justificativa da impossibilidade absoluta de efetuar o pagamento precisa ser de caráter realmente urgente, tais como por exemplo, o devedor encontrar-se em coma, ou tetraplégico sem possibilidade de sustento, entre outros, haja vista que, o juiz deve ser rigoroso na análise casuísta da impossibilidade alegada, não estando caracterizadas, por exemplo, falência recente de empresa ou desemprego (§ 2º do artigo 528).
 	Caso o devedor não pague, não prove o pagamento, não justifique a ausência do pagamento, ou apresente justificativa que não seja aceita pelo magistrado, este determinará:
O protesto do título (decisão interlocutória, sentença e acórdão) que tenha fixado os alimentos, ou seja, encaminhará a decisão judicial que fixou a obrigação alimentar para protesto junto ao cartório competente. Destaca-se que o protesto é feito independentemente de requerimento da parte, já que o código ordena ao juiz, de oficio, a realização de tal ato em caso de ausência de pagamento (§ 1º do artigo 528). 
Decretandoa prisão civil do executado, pelo prazo de 1 a 3 meses, que será cumprida em regime fechado, ficando separado dos presos comuns. Tal medida possui caráter eminentemente coercitivo e jamais punitivo. Na prática significa dizer que, com o pagamento, o devedor deve ser posto imediatamente em liberdade, sob pena de ilegalidade da prisão, o que legitima inclusive a impetração de habeas corpus (§§ 3º e 4º do artigo 528).
→ O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas (§ 5º do artigo 528).
Obs.: Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão (§ 6º do artigo 528).
 	Dessa forma, a execução de alimentos do direito de família admite o protesto (§ 1º do artigo 528) ou a prisão (§ 3º do artigo 528). Citado (quando for titulo extrajudicial – art. 911) ou intimado (quando o titulo for judicial – art. 528), o executado tem 3 dias para pagar, sob pena de prisão. O executado pode apresentar justificativa para o não pagamento, mas o juiz deve ser rigoroso na análise da justificativa (§ 2º do artigo 528).
 	O § 7° do art. 528 apenas repetiu o entendimento consolidado da jurisprudência, representado pelo enunciado da Súmula nº 309 do STJ: 
 	Desta forma, apenas as parcelas vencidas até 3 meses antes do pedido de cumprimento de sentença, bem como as vincendas, poderão utilizar-se da prisão civil como meio coercitivo.
 	Tal disposição tem causado alguma confusão, já que alguns entendem que há a necessidade de um atraso de, no mínimo, 3 meses no pagamento das parcelas mensais para somente então ser possível o uso da prisão civil, ou seja, caso o devedor atrase 1 única parcela, não seria possível a prisão. Esclareça-se que isso é um equívoco. Para o uso da prisão civil, basta a inadimplência e a ausência de justificativa plausível para tanto, sendo que, uma única parcela atrasada já é suficiente para acarretar a prisão.
 	 O que a lei veda é o uso da prisão civil para a cobrança de parcelas muito antigas, aqui entendidas aquelas anteriores a três parcelas, contadas da data do ajuizamento do pedido.
Sendo assim:
 	Sob pena de prisão podem ser cobrados até 3 parcelas anteriores ao ajuizamento e todas as que vencerem durante o processo. Citado, o devedor deve quitar as parcelas não pagas integralmente, ou seja, pagar tudo que estiver sendo cobrado (com juros e correção monetária). Uma vez preso, o devedor somente será solto por 2 motivos:
Quitação integral do valor cobrado.
Término do prazo de prisão, e neste caso, o devedor não pode ser preso novamente pelos débitos que o levaram a prisão, no entanto, poderá ser preso de novo pelos débitos vencidos depois da soltura, caso em que o juiz vai aumentando o prazo de prisão até o máximo 3 meses → (1ª prisão = 1 mês / 2ª prisão = 2 meses / 3ª prisão = 3 meses / 4ª prisão = 3 meses e assim sucessivamente). 
 	Nem todas as parcelas podem ser cobradas com o uso da prisão civil, ficando esta restrita às parcelas vencidas no máximo três meses antes do ajuizamento do pedido, bem como as vincendas. Porém, não custa ressaltar que as parcelas anteriores a este período podem ser cobradas, desde que não afetadas pela prescrição, mas neste caso deve ser adotado o procedimento de cumprimento de sentença de pagar quantia certa (arts. 523 e seguintes do CPC/2015) ou o do desconto em folha (art. 528, CPC/2015).
 	Além destas parcelas que não podem ser cobradas por meio da prisão civil, é de se destacar que o uso desta medida drástica é faculdade do credor, podendo optar, desde o início, pelo cumprimento de sentença a partir dos meios tradicionais de expropriação (§ 8º do artigo 528).
 	Em caso de cumprimento de sentença pela via expropriatória, o devedor poderá apresentar impugnação ao cumprimento de sentença, sendo que esta não possui efeito suspensivo (porém a lei autoriza ao juiz a concessão do efeito suspensivo). 
Obs.: O alimentando pode optar por realizar o cumprimento da sentença em seu domicílio, além da possibilidade de seguir as regras gerais de competência para a execução, quais sejam: juízo que prolatou a sentença exequenda, domicílio do executado ou local dos bens passíveis de penhora, nos termos do art. 516 do CPC/2015 (§ 9º do artigo 528).
 	O presente dispositivo regula a tradicional execução por desconto em folha. Com o desconto em folha, o alimentando (credor) recebe mensalmente a quantia sem a necessidade de a cada mês buscar patrimônio do devedor. Além disso, impede qualquer tentativa de esquiva por parte do devedor, como, por exemplo, gastos excessivos no mês, greve em bancos, problemas na transferência de valores, etc.
 	Além disso, o devedor continua desenvolvendo normalmente suas atividades, situação inversa à verificada quando do uso da prisão civil. Sendo assim, nos casos em que é possível o adimplemento da obrigação por meio do desconto em folha, mostra-se inviável e incabível o uso da prisão civil.
 	Com relação ao procedimento propriamente dito, deve ser expedido ofício ao empregador ou autoridade para que proceda ao desconto no mês seguinte ao do protocolo do ofício. Deixa-se clara a advertência de que o descumprimento da ordem leva à tipificação do crime de desobediência, previsto no art. 330 do Código Penal, bem como no art. 22, parágrafo único, da Lei de Alimentos.
 	Neste ofício devem constar os dados do credor e do devedor, o valor e o tempo que deve durar o desconto. Ressalta-se que a obrigação pode ser por tempo indeterminado. Além disso, deve ser mencionada no referido ofício a conta para a qual o valor descontado será transferido.
 	Caso os meios especiais de cumprimento de sentença (prisão civil e desconto em folha) não sejam suficientes ao cumprimento da obrigação alimentar, o credor deverá seguir o procedimento tradicional de execução de pagar quantia, por meio da penhora e posterior expropriação de bens.
 	Mesmo no silêncio do legislador, há que se entender que a penhora e a expropriação também poderão ser utilizadas quando o credor não desejar os meios específicos previstos para a execução de alimentos, em homenagem ao princípio da disponibilidade da execução pelo credor.
 	O dispositivo em questão não discrimina os alimentos em virtude de sua estabilidade, sendo assim, sejam provisórios ou definitivos, a prisão civil, o desconto em folha e a expropriação de bens podem ser livremente utilizados.
 	Por questão de organização e a fim de evitar tumulto processual, a execução de alimentos provisórios, sejam os fixados em decisão interlocutória ou em sentença ou acórdão não transitados em julgado, tramitará em autos apartados. Por outro lado, a execução dos alimentos definitivos segue nos próprios autos.
 	O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, deverá cientificar o órgão do Ministério Público a respeito da existência de indícios de abandono material por parte do alimentante, a fim de que se verifique a viabilidade da ação penal.
 	Salienta-se que o crime em questão vem disposto no art. 244 do Código Penal, porém este deixa claro que o crime só existe em virtude da ausência de prestar subsistência decorrente de relações familiares, ou seja, a partir do descumprimento da obrigação de prestar os alimentos legítimos.
 	Sendo assim, não há que se falar no cometimento de crime, no caso de descumprimento da obrigação alimentar, quando este for decorrente de ato ilícito, por exemplo.
 	Por fim, salienta-se que as aplicações das disposições do Código Penal não impedem a punição do executado que age de forma procrastinatória, por meio das sanções previstas ao litigante de má-fé, nos termos dos artigos 80 e 81 do CPC/2015.
 	Pela previsão legal, caberá ao executado, a pedido do exequente, constituir capital que gere renda suficiente à manutenção do pagamento dos valores mensais de pensão. O § 1º traz um rol de como pode ser formado este capital: 
Imóveis.
Direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação.
Títulos da dívida pública.
Aplicações financeiras em banco oficial
 	Tal rol é meramenteexemplificativo, devendo ser aceita qualquer espécie de capital que gere renda suficiente ao pagamento da obrigação alimentar.
 	Importante destacar que o capital em questão, a fim de garantir o pagamento integral da obrigação, será inalienável e impenhorável durante o período da obrigação, constituindo-se em patrimônio de afetação.
 	O § 2º do dispositivo em questão apresenta alternativa à constituição de capital, demonstrando que o rol anteriormente citado é meramente exemplificativo. A regra em questão possibilita que se inclua o exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real em valor que deve ser arbitrado pelo juiz.
 	O § 3º do presente dispositivo, possibilita a revisão dos alimentos, seja para aumentar ou reduzir a prestação, pelo binômio necessidade-possibilidade.
 	O § 4º indica a possibilidade de fixação de alimentos com base no salário mínimo, ou seja, trata dos alimentos em si, e não de sua execução.
 	Por fim, o § 5º apenas determina a liberação do pagamento, o fim dos descontos em folha e o cancelamento das garantias no caso de findar-se a obrigação alimentar.
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA
 	
 	Execução contra a Fazenda Pública é aquela movida contra pessoas jurídicas de direito público, tais como as autarquias, fundações autárquicas, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Obs.: São de direito privado e não se submetem ao regime em apreço as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
 	A execução contra a Fazenda Pública tem seu regime jurídico disciplinado pela Constituição Federal, previsão de emissão de precatório ou de requisição de pequeno valor. Por causa disso, não é possível ao legislador infraconstitucional promover mudanças substanciais nesse tema.
 	A execução contra a Fazenda Pública pode fundar-se em título judicial ou em título extrajudicial. Quando o título for judicial, há cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública (arts. 534 e 535). Sendo extrajudicial, propõe-se a execução disciplinada no art. 910. Tanto numa como noutra, é necessário observar o regime de precatórios ou de requisição de pequeno valor (RPV), previsto no art. 100 da Constituição Federal.
 	Sendo a Fazenda Pública condenada ao pagamento de quantia certa, sua efetivação ou execução faz-se mediante cumprimento de sentença, regulado que está nos arts. 534 e 535 do CPC (o procedimento comum do cumprimento de sentença não se aplica à Fazenda Pública). A sentença que condenar a Fazenda Pública pode, contudo, ser ilíquida, devendo, em razão disso, ser objeto de uma liquidação para, somente depois, poder ser executada.
 	O art. 100 da Constituição Federal exige, para expedição de precatório (§ 5º) ou de RPV (§ 3º), o prévio trânsito em julgado. Isso, porém, não impede o cumprimento provisório da sentença contra a Fazenda Pública. O que não se permite é a expedição do precatório ou da RPV antes do trânsito em julgado, mas nada impede que já se ajuíze o cumprimento da sentença e se adiante o procedimento, aguardando-se, para a expedição do precatório ou da RPV, o trânsito em julgado.
 
 	O procedimento terá início mediante requerimento formulado pelo interessado, com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, atendendo às exigências dos incisos do artigo 534. Nas demandas executivas em relação a entes públicos é muito comum a ocorrência de pluralidade de credores, sendo que cada um deles deverá apresentar o seu próprio demonstrativo.
 	A intimação do Ente Público ocorrerá na pessoa de seu representante judicial (v. g. Advogado da União, Procurador Federal, Procurador do Estado, Procurador do Município) o que ocorrerá mediante carga dos autos, remessa ou mesmo por meio eletrônico.
 	A impugnação será realizada no prazo de 30 dias, ficando restrita às hipóteses indicadas nos incisos do artigo 535.
 	A fazenda pública é intimada (art. 535) ou citada (art. 910) para se defender. A defesa instaura novo contraditório que será objeto de nova decisão sujeita a recurso. Uma vez definitiva a decisão nessa fase, ocorrerá o pagamento não por penhora, mas por precatória ou requisição de pequeno valor. 
 	A Fazenda Pública, no cumprimento da sentença, somente pode alegar as matérias relacionadas no art. 535 do CPC. A Fazenda, em sua impugnação, apenas pode tratar de vícios, defeitos ou questões da própria execução, podendo, ainda, suscitar causas impeditivas, modificativas ou extintivas da obrigação, desde que supervenientes à sentença.
 	É taxativo o elenco de matérias previstas no art. 535 do CPC, não podendo o executado alegar, em sua impugnação, qualquer outro tema.
 	Ressalvadas a falta ou nulidade de citação, se o processo correu à revelia e a chamada coisa julgada inconstitucional, à Fazenda Pública não se permite alegar questões anteriores à sentença, restringindo-se a suscitar matéria que diga respeito à própria execução ou que seja superveniente à sentença. E isso porque as questões anteriores à sentença já foram alcançadas pela preclusão ou pela coisa julgada, não devendo mais ser revistas na execução.
Obs.: Os limites impostos no art. 535 do CPC, não custa repetir, incidem apenas à impugnação ao cumprimento da sentença.
 	Se, em sua impugnação, a Fazenda Pública alegar excesso de execução, deverá demonstrar em que consiste o excesso. Caso não se desincumba desse ônus, sua impugnação será rejeitada liminarmente. Havendo outras alegações além da alegação de excesso de execução, esta última alegação não será apreciada se não houver a demonstração do valor que seria o correto, prosseguindo- se o exame da impugnação nos demais pontos.
→ Procedimento:
 	Apresentada a impugnação, o juiz poderá rejeitá-la liminarmente, quando intempestiva ou quando verse sobre matéria não prevista no art. 535 do CPC, caso em que deve ser considerada manifestamente protelatória (não há previsão para essa rejeição liminar, mas constitui uma decorrência lógica da previsão de prazo para seu ajuizamento).
 	Também pode haver rejeição liminar quando o executado alegar excesso de execução, mas não declarar, em sua impugnação, o valor incontroverso (§ 2º do art. 535 do CPC). 
 	Não sendo caso de rejeição liminar da impugnação, o juiz irá recebê-la. Em seguida, deverá determinar a intimação do exequente para sobre ela manifestar-se.
Obs.: Diante do silêncio da lei, deve o juiz fixar o prazo para que o exequente se manifeste sobre a impugnação; deixando de fazê-lo, o prazo será de cinco dias.
 	Mesmo intimado, é possível que o exequente não se pronuncie sobre a impugnação. A ausência de manifestação do exequente não implica qualquer presunção de veracidade quanto ao afirmado pelo executado.
 	Após a manifestação do exequente, poderá o juiz determinar a produção de provas adicionais e designar audiência de instrução e julgamento. Não havendo necessidade de outras provas, o juiz poderá, diversamente, já decidir a impugnação.
 	A sentença que se executa é título executivo, gozando de presunção de certeza, liquidez e exigibilidade, estando, ademais, acobertada pela preclusão e, tratando-se de execução definitiva, pela coisa julgada. Ao executado incumbe o ônus da prova das alegações que fizer não se operando a presunção de veracidade dos fatos alegados, em razão de simples inércia do exequente, ao deixar de se pronunciar sobre a impugnação. 
PAGAMENTO POR PRECATÓRIO
 	O artigo 100 da Constituição Federal dispões sobre o procedimento para pagamento por precatório:
 	A Fazenda Pública é citada para defender-se no processo de execução. Se ao final, o Fisco perder a demanda executiva, inicia-se a fase de satisfação de débitos por meio de precatórios (art. 100 CF). 
 	Derrotado a Fazenda em sua defesa, o juiz da Vara envia oficio ao presidente do Tribunal de Justiça, que por sua vez, envia uma ordem de pagamento para o executivo.

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