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Direito Administrativo Apostila .docx

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Atos da Administração Pública
O Estado realiza inúmeras atividades através da AP para garantir a satisfação das necessidades coletivas, o que a doutrina chama de realização das funções administrativas. Para que isso ocorra, pratica inúmeros atos que são considerados atos da administração exatamente porque dela emanados.
Os atos da AP possuem sentido bem amplo, pois eles abrangem:
Atos materiais da AP, Ex.: Demolição de casa, uma aula proferida numa escola publica, uma cirurgia realizada por medico na rede publica de saúde, a lacração de determinado estabelecimento etc.
Atos de direito Privado, Ex.: Compra e venda, a assinatura de um cheque, a doação, a locação.
Atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor, Ex.: atestados, certidões, pareceres e votos.
Atos políticos: também chamados de atos de governo, praticados por altas autoridades e que estão sujeitos ao regime jurídico constitucional, Ex.: sancionar e vetar leis, decretar estado de sítio, nomear ministros, etc.
Contratos pactuados entre a AP e o particular, Ex.: prefeito assina um termo em parceria com uma ONG para execução do projeto de inserção de crianças na tecnologia digital.
Atos normativos são aqueles que dizem como a AP deve se portar, Ex.: decretos, regulamentos, resoluções
Atos administrativos: o ato administrativo tem características bem marcantes e diferentes dos outros atos da AP. Por eles os órgãos e autoridades da AP expressam as suas decisões que irão modificar, reconhecer, extinguir direitos ou impor restrições e obrigações, tudo com observação da lei.
Ato administrativos é uma espécie de ato da AP e que ele demonstra a autoridade do estado, e que ele tem a intenção de produzir efeitos imediatamente, e se o ato estiver ilegalidades ou vícios, poderá o afetado recorrer a AP, mas senão houver resultado poderá recorrer ao judiciário, somente nos casos em eu houver ILEGALIDADE OU VÍCIOS (vide súmula 473 STF), fora isso a AP deve realizar em seu âmbito a manutenção de atos defeituosos que não chega a ser marcante para a AP.
AP: Administração Pública
STF: Supremo Tribunal Federal
Elementos do Ato Administrativo
Todo ato administrativo é formado por alguns elementos que devem obedecer preceitos legais para a produção de efeitos válidos:
Sujeito: é a pessoa que pratica o ato pois lhe deu competência e capacidade para isso. A competência (feixe de atribuições) é distribuída pela lei e atinge todo o escalonamento hierárquico existente na AP. Numa primeira dimensão, a constituição determina competência dos entes federativos (união, estados, distrito federal e municípios), num momento posterior, a lei pulveriza essa competência ter vários órgãos e inúmeros agentes públicos. Quando a pessoa é incompetente ou incapaz para praticar o ato, dizemos que o ato possui um vício em relação ao sujeito ou á competência. Os principais vícios deste são: usurpação de poder, excesso de poder e função de fato.
Objeto: é o efeito prático que se pretende com a edição do ato administrativo, ou também, é o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Ex.: Na declaração de desapropriação, o objeto é abrir um processo que levará á retirada da propriedade do particular, transferindo-a para o patrimônio público. Esse objeto tem que ser: A) Lícito (em conformidade com a lei), B) Possível (realizável no mundo dos fatos e do direito), C) Certo (bem definido em relação ao destinatário, aos efeitos, ao tempo e ao lugar), D) Moral (seguir os padrões comuns do comportamento aceito como correto, justo e ético)
Forma: o ato administrativo deve seguir o que a lei determina em relação ao modo de exteriorização ( se será escrito ou verbal, por decreto, resolução, portaria, deliberação) e á observação das formalidades para sua formação. Como incide no processo administrativo o formalismo moderado, só haverá obrigatoriedade de seguir a forma se a lei assim o expressou. Nos demais casos é deixado critério da AP escolher a melhor maneira de exteriorização do ato administrativo
Motivo: é a existência de circunstâncias reais, de fato, e também as de direito que possibilitam a AP a praticar determinado ato administrativo. O motivo existe antes mesmo do próprio ato praticado. Assim, o motivo para uma desapropriação pode ser a utilidade pública a ser obtida com a demolição do imóvel e a construção de um hospital público no local. ATENÇÃO: motivo (situação de fato e de direito que motiva a prática do ato administrativo é diferente de motivação (que é a exposição, a explicação do motivo)
Finalidade: o efeito final a ser produzido pelo ato deve estar em conformidade com o interesse público = a finalidade do ato não pode ser conduzida por interesse pessoal do agente que praticou o ato
Anulação dos Atos Administrativos
A anulação pode ser feita pela própria AP no exercício da autotutela, ou pelo poder judiciário (principio do controle judicial sobre os atos administrativos) e em ambos os casos estaremos diante de uma ilegalidade do ato ser anulado. Vide Súmulas 346 e 473 do STF.
A AP pode , também revogar seus próprios atos não por ilegalidade, mas porque eles não são oportunos nem convenientes de ser mantidos naquele momento. Ou seja, eles estão dentro da lei, mas a autoridade administrativa superior entende que não é conveniente mantê-los.
Perfeição, Validade e Eficácia do Ato Administrativo
Perfeição: significa que o ato administrativo cumpriu todas as fases relativas a sua formação, estando apto a entrar no mundo jurídico.
Validade: significa que o ato administrativo deve atender as exigências legais para o reconhecimento dos efeitos que pretende produzir. Ou seja deve ser legal, deve observar a lei.
Eficácia: significa que é a possibilidade do ato administrativo produzir os seus efeitos, sem existência de condição de suspenção ou termo do ato. É a possibilidade dele entrar em vigor. Ex.: uma permissão de uso de um casarão da prefeitura pela Academia Paulista de Letras, mas condicionada ao término da reforma do imóvel.
Desconcentração, Administração Direta e Seus Órgãos
A estrutura da AP se resume a um aparelhamento ou seja, é necessário para que o Estado desempenhe a sua função administrativa. Estamos, portanto, tratando da organização administrativa:
Estruturada em órgãos, caso estivermos frente á denominada administração direta, em que se opera a desconcentração ou
Estruturada com auxilio de entidades, caso estivermos frente à denominada administração indireta, em que se opera a descentralização.
O decreto-lei 200/67, diz como a AP deve se estruturar, está vigente ainda com algumas modificações. Ou seja, foi ele que introduziu a divisão entre AP em Direta e Indireta. (Vide Art. 4º Lei 200/67)
Desconcentração e Descentralização
IMPORTANTE: desconcentração e descentralização são formas de distribuição de competências na AP.
Desconcentração: distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, Administração Direta, essa pessoa jurídica é a União, os Estados, o DF e os Municípios, Ex.: A união, tem sua estrutura a Presidência da República que se desconcentrou em Ministérios , que por sua vez se desconcentraram em Secretarias, estas em Departamentos, estes em Diretorias e Seções. Na desconcentração existe apenas UMA pessoa jurídica e no exemplo é a União, que possui personalidade jurídica, dentro da União há inúmeros órgãos que não possuem personalidade jurídica.
Se houver algum problema entre o Estado e o administrado que irá demandar (acionar/responder judicialmente) sobre esse assunto será a união e não o Ministério ou a Secretaria X ou Y, isso ocorre por eles não possuírem personalidade jurídica
Na estruturação da AP se divide em hierarquias com órgãos superiores e os subalternos. Há portanto, uma relação de subordinação e controle entre eles. Há um poder de comando, de fiscalização, de revisão, de punição, de delegação e avocação de competências. 
Descentralização: distribuição de competências para fora, para uma outra pessoa jurídica, Administração Indireta, essa outra pessoa jurídica dependedo tipo de descentralização administrativa: A) se descentralização territorial ou geográfica (é um tipo de descentralização que ocorre nos Estados unitários , como a França e no Brasil na época do império, e se opera por meio de departamentos, regiões, províncias, e comunas) que atualmente no Brasil são os territórios federais, B) se descentralização por serviços, funcional ou técnica (ocorre quando a União, Estados, DF e Municípios criam por lei uma pessoa jurídica) as autarquias, as fundações governamentais as empresas públicas, as sociedades de economia mista e os consórcios públicos, elas são criadas com capacidade especifica, ou seja, para um fim especifico constante da lei de criação, estando elas impedidas de se desviarem dos fins para quais foram criadas, essas pessoas jurídicas não estão sujeitas aos entes que políticos que as instituíram (Hierarquia), elas estão somente sujeitas a tutela nos limites da lei de criação, ou seja, autonomia administrativa, C) se descentralização por colaboração (ocorre por contrato ou ato administrativo unilateral do poder público com uma pessoa jurídica de direito privado transferindo a execução de serviço público), a pessoa jurídica privada não fará parte da estrutura do estado, mas prestará atividade administrativa típica de serviço público
A Administração Direta e os Órgãos Administrativos
Esse tipo de estrutura do aparelho do Estado ocorre a partir da desconcentração e, portanto, é composta pelas pessoas jurídicas politicas, União, Estados, DF e Municípios e pelos órgãos que as integram e que desempenharão funções administrativas, previstas em lei.
Como se justifica a manifestação de vontade do Estado através de seus órgãos?, Algumas teorias foram elaboradas para tentar explicar essa relação:
Teoria do Mandato: os poderes estatais são delegados aos agentes públicos para que, como um procurador ou mandatário, possam agir em nome do Estado. Essa teoria foi criticada por não explicar como o Estado que não tem vontade própria poderia outorgar um mandato ou uma procuração.
Teoria da Representação: o Estado elege o agente público como um representante legal, assim como ocorre na tutela e curatela, instituídos do direito civil destinados á representação de incapazes. A elaboração também não satisfaz, por conta do Estado ser equiparado ao incapaz.
Teoria do Órgão: o Estado manifesta sua vontade através dos órgãos e estes através dos seus agentes, numa relação de imputação. Os órgãos es os agentes que o compõem são partes integrantes do Estado.
A teoria do órgão dá respaldo à responsabilização do Estado por atos praticados pelos seus agentes e á definição de órgão público. (Vide Lei 9784/99, artigos 1º, §2º, I)
Descentralização, Administração Indireta e suas Entidades
A administração indireta é estruturada a partir da descentralização da administração pública e composta por entidades que possuem personalidade jurídica própria criadas com finalidades especificas, dotadas de patrimônio próprio e sujeitas a controle ou tutela por parte do ente publico central. Essas entidades são com o decreto 200/67 são: as autarquias, empresas publicas, sociedades de economia mista e fundações. Mais recentemente, a Lei 11.107/2005 criou os Consórcios Públicos como outra modalidade. Cada uma delas possuem características aplicáveis no mundo jurídico, são elas:
Personalidade Jurídica: são sujeitos de direitos e obrigações e, portanto, se responsabilizam pelos seus atos.
Patrimônio Próprio: previsto na lei de sua criação para que desempenhe a sua atividade fim a contento e com autonomia e para viabilizar a responsabilidade em casos de indenização.
Capacidade Administrativa: autonomia administrativa, técnica e financeira
Criação por Lei Específica: a lei criadora não poderá misturar outras matérias respectivamente à criação e cada entidade conta com uma lei própria. 
Extinção por Lei Especifica.
Submissão a Controle ou Tutela Administrativa: o ente criador somente controla, fiscaliza a entidade para garantir a consecução dos fins para os quais foram criadas.
Submissão ao Principio da Especialidade: Todas estão vinculadas ao fim especifico dado por lei.
Submissão a Controle Externo: feito pelo ente criador, Tribunal de Contas, Poder Legislativo, Poder Judiciário e cidadão (Ação Popular).
Estão Obrigadas ao Procedimento Licitatório.
Devem Promover Concurso Público para Admissão de Pessoas.
Autarquias
Autarquias são pessoas jurídicas de direito publico integrante da Administração Indireta, criada por lei especifica para desempenhar, com especialidade e autoadministração, serviço publico ou atividade administrativa que implique o exercício de poderes próprios do Estado, sujeita ao controle de tutela. São elas Federais: INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), INSS (Instituto Nacional de Previdência Social), BACEN (Banco Central), IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), ANATEL (Agencia Brasileira de Telecomunicações), e existe as autarquias do Estado de São Paulo, são elas: DER (Departamento de Estrada de Rodagem), USP (Universidade de São Paulo), IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e as do município de São Paulo, são elas: HSPM (Hospital do Servidor Público Municipal), SFMSP (Serviço Funerário de São Paulo), IPREM (Instituto de Previdência Municipal de São Paulo).
Todas essas autarquias mencionadas acima são entidades da Administração Indireta e além das características comuns, possuem ainda:
Personalidade Jurídica de Direito Publico: não se submetem ao regime comum, mas a regime especial, publico = possuem vantagens e sujeições próprias dos entes públicos.
Produzem Atos Administrativos: seus atos administrativos devem obedecer a todos os seus requisitos e com todos os seus atributos (presunção de legitimidade, imperatividade, exigibilidade, e autoexecutoriedade), tendo a faculdade de anular ou revogar (autotutela)
Celebram Contratos em Regime Administrativo: com leis especificas (Lei 8.666/93), com previsão das cláusulas exorbitantes (por exemplo, a possibilidade de rescindir unilateralmente o contrato ainda que sem culpa do contratando, por razões de interesse público).
Respondem Objetivamente pelo Dano Causado: para fins de responsabilização (Vide Art. 37 §6º CF/88)
Bens Públicos: seus bens são públicos e se encontram protegidos por regime publico sendo considerados inalienáveis, impenhoráveis, e imprescritíveis. 
Regime Precatório: art. 100 CF/88, gozam de determinados privilégios processuais (prazos dilatados, duplo grau de jurisdição obrigatório)
Imunidade Tributária: ou seja, não pagam impostos por serem entidades do próprio Estado. 
Imunidade de Impostos: por serem entidades do estado, então também não sofrem cobrança de taxa em cima de patrimônios, renda, e serviços.
Desempenham Atribuições Típicas de Estado: Decreto-Lei 200/67, Art. 5º, I) 
Algumas previsões na lei criadora que lhes conferem maior autonomia e as diferenciam das autarquias denominadas comuns:
Os seus dirigentes são nomeados pelo Presidente da República com previa aprovação do Senado;
Os seus dirigentes possuem mandato fixo, com possibilidade de perda do cargo em casos de renúncia, condenação judicial transitada em julgado por cometimento de crime ou decisão definitiva em processo disciplinar. Portanto, não podem ser exonerados sem motivação como os dirigentes das autarquias comuns;
São dotados de poder normativo previsto na constituição federal (art. 21, XI)
A diretoria é um órgão colegiado e os mandatos não são coincidentes.
 
OAB (Organização dos Advogados do Brasil)
É uma autarquia criada por lei, mas o STF na ADI 3.026/DF entendeu que a OAB não se sujeita às regras de direito publico aplicáveis à AP. A OAB não integra a Administração Indireta, pois é um serviço público independente, mas é uma pessoa jurídica de direito publico e como tal deveria se submeter às regras do ramo público.
‘Com essa decisão a OAB passa a ser considerada como pessoa jurídica de direito público no que está, e tem vantagens (como todos os privilégiosda Fazenda Publica, como imunidade tributaria, prazos em dobro, prescrição quinquenal etc.), mas não é considerada pessoa jurídica do direito público, no que diz respeito às restrições impostas aos entes da Administração Pública direta e indireta (como licitação, concurso público, controle). A decisão é absolutamente inaceitável quando se considera que a OAB, da mesma forma que as demais entidades profissionais, desempenha atividade típica do Estado (poder de policia, no qual se insere o poder disciplinar) e, portanto, função administrativa descentralizada pelo Estado’ (Di Pietro, Maria Sylvia Zanella,2013: 493)
Fundações
Fundação é um patrimônio destacado por um fundador para a realização de uma finalidade específica. Esse patrimônio é personalizado, ou seja, se transforma numa pessoa jurídica para a realização da finalidade que almeja o seu fundador. A fundação pode ser criada pela vontade do particular, como por exemplo a Fundação Abrinq, ou pode ser criada pela vontade do Estado, como por exemplo, a FUNAI (Fundação Nacional do Índio). Somente as fundações criadas pelo Estado fazem parte da estrutura do Estado assim sendo criada por lei.
Há divergências em relação à natureza jurídica das fundações públicas. Contudo, a maioria das doutrinas entende que as fundações públicas podem apresentar dois tipos de personalidade: de direito privado e direito público, ou seja, que podem ser criadas pelo Estado fundações públicas e fundações públicas de direito privado:
Fundações de Direito Privado: possuem personalidade jurídica de direito público e seguem regime jurídico público. Ex.: FUNAI, IPEA, FUNDAP, FAPESP, FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA e TV EDUCATIVAS. A doutrina e a jurisprudência entendem a fundação pública como uma espécie de autarquia, denominando-as também de autarquias funcionais. Por isso, elas se submetem às mesmas regras das autarquias.
Fundação Pública de Direito Privado: possuem personalidade jurídica de direito privado e seguem regime jurídico privado derrogado parcialmente	 por regras do regime público. A sua criação deve ser autorizada por lei (art. 37, XIX CF/88) e após, deve registrar a escritura publica de sua instituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas (decreto-lei 200, §3º), só assim adquire personalidade jurídica. Com isso as regras do direito privado incidem nesse tipo de fundação, tais como; seus bens são penhoráveis, a sua responsabilidade é de direito privado e não público, responde até o limite do seu patrimônio pois os Estado não responde subsidiariamente, não possuem vantagens processuais, o regime pessoal é celetista (CLT), nos restante das fundações públicas aplica-se os direito público.
Empresas Estatais
São todas as sociedades, civis ou empresariais, de que os Estado tenha o controle acionário. São criadas como instrumentos de ação do Estado, mediante autorização legal, como pessoas jurídicas de direito privado, mas se submetem a regras derrogatórias de direito público, visto que são criadas pelo Estado com finalidades pública especifica. São consideradas estatais as empresas públicas, as sociedades de economia mista e empresas controladas pelo Estado, sendo elas as empresas públicas e as sociedades de economia mista:
Empresa Pública: capital 100% público / pode se organizar por qualquer forma admitida em direito (sociedades civis, sociedades comerciais, Ltda., sociedades anônimas e unipessoal). O capital integral público pode pertencer à várias entidades de direito público interno ou pertencentes à Administração Indireta. Ex.: ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), Caixa Econômica Federal.
Sociedade de Economia Mista: capital misto, privado e público ( com preponderância do público), administração de particulares em conjunto com o Estado / se organiza somente ela forma de Sociedade anônima. Ex.: Petrobrás, Banco do Brasil, Sabesp, Companhia do Metropolitano – Metrô e a Eletrobrás.
Os dois tipos de empresas estatais dependem de uma lei que autoriza a criação tanto de uma quanto da outra, e lhes confere personalidade de direito privado. Ambas são consideradas criadas somente após o registro dos seus estatutos no órgão competente. A extinção se opera mediante lei. Ambas possuem personalidade jurídica de direito privado (prepondera, portanto, a regime comum com derrogações de direito público, em especial se elas forem prestadoras de serviço público). O regime de trabalho de seus empregados se submete à CLT. Devem abrir concurso público para a seleção do seu pessoal por força do art. 37, II CF/88. Devem obediência à lei de Licitações e Contratos. É vedada a acumulação de cargos, empregos e funções públicos porque incide no art. 37, XVII CF/88. Prestação de serviços públicos, vide artigos 173 e 175 CF/88.
Consórcios Públicos (art. 241 CF/88)
A lei nº 11.107/05 regulamentou a matéria dispondo sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos. Por sua vez, o decreto 6.017/07 regulamentou a 11.107/05. O consórcio público é uma forma de gestão associada de serviços públicos entre os entes federativos. Assim, alguns municípios podem se consorciar para prestarem serviços de saneamento ou transporte, otimizando o pessoal e os recursos. Podem também, para suprirem recursos na prestação de seus serviços, se consorciarem com seus Estados respectivos (vide artigos 1º, §2º e 4º, §1º, III e V da lei 11.105/05.
Os Consórcios podem ter Personalidade de direito Público ou Personalidade de Direito Privado:
Quando tiverem personalidade jurídica de direito público, constitui-se como associação pública e o regime jurídico é público com todas as características do ramo público.
Quando tiverem personalidade jurídica de direito privado, constitui-se conforme a legislação civil, necessitando registrar seu estatuto no cartório competente. Note-se que neste caso, leis publicistas derrogam o direito comum, como por exemplo, a necessidade de licitação pública para contratar e concurso público para selecionar os servidores.

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