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5 6 Este módulo tratará a respeito dos elementos básicos de finanças para o gerenciamento do negócio. O que é ponto de equilíbrio e qual a sua importância. Abordará também a importância do fluxo de caixa para o gerenciamento financeiro da empresa, apresentando os componentes e Objetivos deste módulo MÓDULO 2 Finanças Conhecer conceitos e elementos básicos de finanças para o gerenciamento do negócio; Conhecer o significado de receitas, despesas, ponto de equilíbrio e custos fixos e variáveis; Compreender a importância do ponto de equilíbrio para o gerenciamento de um negócio; Compreender a importância do fluxo de caixa para o gerenciamento de um negócio; Conhecer procedimentos para entender o controle do fluxo de caixa; Conhecer procedimentos para prever a necessidade de capital de giro do negócio; 7 Estrutura do Módulo 2 – Finanças • Tópico 1 - Conceitos e elementos básicos de finanças • Tópico 2 - Apuração dos resultados de um negócio • Tópico 3 - Calculando o fluxo de caixa • Tópico 4 - Diagnosticando a situação financeira 8 CONCEITOS E ELEMENTOS BÁSICOS DE FINANÇAS Receitas, Despesas e Custos Planejar e cuidar das finanças empresariais requer apenas um pouco de prática e dedicação. É preciso conhecer alguns conceitos e elementos básicos de finanças para o planejamento e gerenciamento de um negócio. Para começar, vamos falar de receitas, despesas e custos. Receita é toda entrada de recursos provenientes de venda de mercadorias ou de prestação de serviços. Já as Despesas e Custos dividem-se em Custos Fixos e Custos Variáveis. Clique nos ícones abaixo para conhecer mais a respeito. Custos Fixos (CF) Gastos e despesas necessárias que contribuem de maneira indireta para a produção de seu produto ou serviço. De modo geral, não dependem de quanto a empresa vende ou produz. Aluguel, material de cozinha, salários dos funcionários, contador, IPTU, luz, água, telefone, tudo isso é Custo Fixo. Custos Variáveis(CV) Gastos e despesas necessárias que contribuem de maneira direta para a produção de seu produto ou serviço. Os custos variáveis dependem diretamente de quanto a empresa vende ou produz. Como visto anteriormente, os Custos fixos são contas mensais, gastos que se repetem com bastante regularidade. Mesmo que o negócio não vá muito bem em algum mês, ou, ao contrário, tenha um resultado excepcional, esses custos não vão deixar de existir, por isso mesmo são chamados de custos fixos. Já os custos variáveis significam que; quanto mais se produz, mais matéria-prima se gasta. 9 Exemplo: Quanto mais pratos o restaurante serve, mais alimentos e condimentos são necessários para prepará-los. Os impostos, as comissões para os vendedores, uma mercadoria para revenda, dentre outras despesas, também fazem parte do seu custo variável, pois aumentam ou diminuem em função do quanto você vende. Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio Além desses dois conceitos, há outros dois que são muito importantes: Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio. Margem de Contribuição É a diferença do preço de venda e do custo variável de um produto ou serviço. Podemos dizer que é o mesmo que lucro bruto. Chama-se margem de contribuição porque esse valor contribui para o pagamento do custo fixo da empresa. Ao calcular margem por cada produto e as somas das margens de todos os produtos obtemos a margem geral da empresa. Ponto de Equilíbrio Ponto de equilíbrio é a quantidade de um determinado produto ou serviço que uma empresa precisa vender para cobrir seus custos fixos e variáveis. O Ponto de Equilíbrio (PE) informa ao empresário o faturamento mensal mínimo, e /ou a quantidade mínima de produtos ou serviços a serem vendidos, para pagar todos os custos (fixos e variáveis), sem sobrar nem faltar dinheiro na empresa. Como visto anteriormente, se você descontar do preço do seu produto seus gastos com matéria-prima, comissão, impostos, ou seja, seus custos variáveis, você terá o valor da margem de contribuição. É importante ressaltar ainda que a margem de contribuição deve ser sempre um valor positivo, pois é com ela que a empresa cobrirá seus custos fixos. Você pode estar se perguntando: “E se eu tiver uma margem de contribuição pequena, como poderei pagar os custos fixos mensais do meu negócio?” 10 Para responder isso, é preciso antes ter uma noção clara do que é ponto de equilíbrio. Suponhamos que a margem de contribuição de um produto seja igual a R$ 2,00 e os custos fixos do seu negócio sejam de R$ 1.000,00. Digamos que você vendesse apenas esse produto. Para saber quantas unidades você precisaria vender para pagar os custos fixos, basta dividir o custo fixo pela margem de contribuição, utilizando a fórmula abaixo: Ponto de Equilíbrio = ______________________ em Quantidades Margem de contribuição em R$ Ponto de Equilíbrio = ______________________ = 500 unidades em Quantidades R$ 2,00 No exemplo que vimos, o Ponto de Equilíbrio será de 500 produtos. Ou seja, para a sua empresa, significaria precisar vender 500 itens por mês, de modo que a soma da margem de contribuição de cada produto que você vender corresponda ao valor total dos custos fixos da sua empresa. Você agora deve estar se fazendo outra pergunta: “Mas, e o lucro? Onde entra o lucro nessa história?” Vejamos! A quantidade de 500 produtos comercializados é a quantidade de equilíbrio. Nesse momento, a empresa não tem lucro, nem prejuízo. Por isso dizemos que a empresa está em ponto de equilíbrio. A empresa só terá lucro quando suas vendas forem superiores ao ponto de equilíbrio. Por último, é importante lembrar de que o demonstrativo de resultado é um resumo ordenado das receitas e dos custos totais de uma empresa, dentro de um determinado período e que serve para apurar o lucro ou prejuízo de um negócio. Recapitulando Receitas = Todas as entradas de recursos provenientes da venda de mercadorias ou prestação de serviços. R (Receita) = PV (Preço de Venda) x Q (Quantidade Vendida) Despesas e Custos = Gastos decorrentes da aquisição de mercadorias R$ 1.000,00 Custos Fixos 11 para revenda, matéria-prima e serviços consumidos pela empresa de forma direta ou indireta. Custos Fixos (CF) = Gastos e despesas necessárias e que contribuem de maneira indireta para a produção de seu produto ou serviço. De modo geral, não dependem de quanto ela vende ou produz. Ex.: aluguel, salários, contador, IPTU, luz, água, telefone etc. Custos Variáveis (CV) = Gastos e despesas necessárias e que contribuem de maneira direta para a produção (e/ou comercialização) de seu produto ou serviço. Os Custos Variáveis dependem diretamente de quanto uma empresa compra para revenda, vende ou produz. Ex.: comissões, impostos etc. Margem de Contribuição (MC) = Diferença entre o Preço de Venda e o Custo Variável de um produto ou serviço. MC (Margem de Contribuição) = PV (Preço de Venda) - CV (Custo Variável) Exemplos de Cálculos Maria é artesã e vende os produtos que cria. Atualmente, ela vende uma média de 50 unidades de cada produto por mês e sua receita total é de R$ 400,00. Seu custo fixo é de R$ 450,00. Maria fez uma boa divulgação de seu trabalho e agora quer vender bem mais que o de costume. Acompanhe no quadro abaixo, o Preço de Venda praticado por Maria, seus Custos e Margem de Contribuição. Velas Perfumadas Enfeites de Resina Sabonetes Preço de Venda Custo Variável Margem de Contribuição R$ 5,00 R$ 2,50 R$ 2,50 R$ 2,00 R$ 0,80 R$ 1,20 R$ 1,00 R$ 0,40 R$ 0,60 12 O cálculo da Margem de Contribuição ficaria da seguinte forma: Receita Total R$ 400,00 50 x R$ 5,00 – Velas = R$ 250,0050 x R$ 2,00 – Enfeites = R$ 100,00 50 x R$ 1,00 – Sabonetes = R$ 50,00 ( - ) Custos Variáveis R$185,00 50 x R$ 2,50 – Velas = R$ 125,00 50 x R$ 0,80 – Enfeites = R$ 40,00 50 x R$ 0,40 – Sabonetes = R$ 20,00 ( = ) Margem de Contribuição R$ 125,00 R$ 60,00 R$ 30,00 ( = ) Margem de Contribuição Total R$ 215,00. Depois de ter feito a divulgação, Maria pretende vender 200 unidades de velas perfumadas, 100 unidades de enfeites de resina e 300 unidades de sabonetes. A Margem de Contribuição nesse caso, deve ficar da seguinte forma: Receita Total R$1.500,00 200 x R$ 5,00 – Velas = R$ 1.000,00 100 x R$ 2,00 – Enfeites = R$ 200,00 300 x R$ 1,00 – Sabonetes = R$ 300,00 ( - ) Custos Variáveis R$700,00 200 x R$ 2,50 – Velas = R$ 500,00 100 x R$ 0,80 – Enfeites = R$ 80,00 300 x R$ 0,40 – Sabonetes = R$ 120,00 ( = ) Margem de Contribuição R$ 500,00 R$ 120,00 R$ 180,00 ( = ) Margem de Contribuição Total R$ 800,00. Considerando que a Receita Total era de R$ 1.500,00, a Margem de Contribuição de R$ 800,00 (53% da receita) e os Custos Fixos de R$ 13 450,00, Maria precisa vender R$ 849,06 (450/0,53) por mês só para cobrir os custos. A partir deste valor Maria começa a ter lucro. Exemplos de Cálculos Como no caso da empresa de Maria há mais de um produto vendido, sugere-se, encontrar a margem de contribuição ponderada, dividindo-se o valor da margem de contribuição total pelas unidades vendidas. Então ficaria: MC = 800/600 = 1,33 Ou seja, o Ponto Equilíbrio em quantidade de Maria ficaria assim: Ponto de Equilíbrio em Quantidade = 450/1,33 = 338,35. Como visto anteriormente, Ponto de Equilíbrio (PE) é o momento em que a empresa não tem lucro nem prejuízo. Uma empresa só passa a ter lucro quando supera o Ponto de Equilíbrio. Para calcular o ponto de equilíbrio em quantidade, utilizaremos a seguinte fórmula: Ponto de Equilíbrio em Quantidades = ____________________ Margem de Contribuiçao em R$ Já para calcular o ponto de equilíbrio em R$, ou seja, em valor, utilizaremos a seguinte fórmula: Ponto de Equilíbrio em Valor = ____________________ % Margem de Contribuiçao Dica Para determinar a quantidade ideal de cada produto, seria necessário verificar quanto cada produto participa percentualmente no montante vendido, chegando-se, dessa forma, às quantidades por produto. Importância do Ponto de Equilíbrio: Custos Fixos Custos Fixos 14 ⚫ Permite programar as compras de mercadorias e evitar estoques desnecessários; ⚫ Possibilita a definição das metas e planos de atuação para a equipe de vendas; ⚫ Permite controlar a evolução das vendas e a adoção de medidas corretivas, quando necessário. Demonstrativo de Resultados (DRE) Veja abaixo como apurar o seu resultado e identificar se houve lucro ou prejuízo, utilizando o exemplo de Maria. Receitas Totais (PV x Q) (-) Custos Variáveis Totais (CV x Q) (=) Margem de Contribuição (MC) (-) Custos Fixos (CF) Resultado – Lucro/Prejuízo Receitas Totais (PV x Q) (-) Custos Variáveis Totais (CV x Q) (=) Margem de Contribuição (MC) (-) Custos Fixos (CF) Resultado – Lucro/Prejuízo R$ 1.500,00 R$ 700,00 R$ 800,00 R$ 450,00 R$ 350,00 Podemos concluir dizendo que o DRE é o procedimento para a apuração de resultados de um negócio, um resumo ordenado das receitas e despesas totais da empresa, dentro de um determinado período. Ele é apresentado de forma dedutiva (vertical, conforme mostrou o quadro anterior), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). 15 APURAÇÃO DOS RESULTADOS DE UM NEGÓCIO Os resultados são importantes para sabermos como anda o nosso negócio. Por meio deles, podemos saber se estamos crescendo e lucrando, ou se estamos perdendo dinheiro. Neste tópico, você conhecerá as fórmulas e os cálculos necessários à apuração dos resultados de um negócio e os seus impactos no comportamento do empreendedor. Ao final desse tópico, você será capaz de: ⚫ calcular Custos Fixos e variáveis de um negócio; ⚫ calcular a Margem de Contribuição de um negócio; ⚫ calcular o resultado (lucro ou prejuízo) de um negócio; ⚫ calcular o Ponto de Equilíbrio de um negócio. • Estudo de caso Vamos tomar como exemplo o caso de Osvaldo. Um empreendedor que vende sanduíches de pernil no parque de sua cidade há alguns anos. Veja abaixo os valores financeiros do negócio do Osvaldo, para uma projeção de vendas de 400 sanduíches no mês, comercializados ao preço de R$ 2,00 cada. Observe que existem custos fixos e valores que, somados, compõem os custos do produto comercializado por ele. Despesas fixas Valores Locação do ponto no parque Salário do funcionário R$ 90,00 R$ 220,00 16 Ingredientes por unidade Valores (pernil, pão, sal, cheiro-verde, óleo) Saquinho plástico Guardanapo Condimentos R$ 0,80 R$ 0,05 R$ 0,05 R$ 0,15 Custo Fixo (CF) e Custo Variável (CV) Vamos agora conhecer os cálculos efetuados por Osvaldo para chegar a esses valores apresentados anteriormente. Para isso, deverão ser somados todos os custos. Total dos Custos Fixos (CF) Valores Locação do ponto no parque Salário do funcionário Resultado R$ 90,00 R$ 220,00 R$ 310,00 Ingredientes por unidade Valores (pernil, pão, sal, cheiro-verde, óleo) Saquinho plástico Guardanapo Condimentos Resultado R$ 0,80 R$ 0,05 R$ 0,05 R$ 0,15 R$ 1,05 Margem de Contribuição Antes de dar continuidade aos cálculos de Osvaldo, vamos fazer uma pausa e falar um pouco sobre Margem de Contribuição (MC). Esse termo 17 tem um significado igual ao termo “Ganho Bruto sobre as Vendas”. Isso indica para o empresário o quanto sobra das vendas para que a empresa possa pagar suas despesas fixas e gerar lucro. A MC é chamada desta forma porque Margem é a diferença entre o Valor da Venda (preço de venda) e os Valores dos Custos e das Despesas específicas desta Venda, ou seja, valores também conhecidos por Custos Variáveis e Despesas Variáveis da venda. Já a Contribuição vem da representação do quanto o valor das vendas contribui para o pagamento das Despesas Fixas e também para o Lucro. Não é complicado, certo? Para encontrar a Margem de Contribuição, é preciso o seguinte raciocínio: “Margem de Contribuição é igual ao valor das Vendas menos o valor dos Custos Variáveis e das Despesas Variáveis”. Para chegar a esse resultado, utilize a fórmula de cálculo apresentada abaixo. Margem de Contribuição = Preço de Venda – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis). Existe ainda o Ponto de Equilíbrio, que é “o volume mínimo necessário de vendas para pagar as despesas fixas”. Ponto de Equilíbrio O ponto de equilíbrio é um indicador de segurança do negócio, pois mostra o quanto é necessário vender para que as receitas se igualem às despesas e custos. O ponto de equilíbrio indica em que momento, a empresa estará igualando suas receitas e seus custos. Com isso, é eliminada a possibilidade de prejuízo em sua operação. 18 Com posse dessas informações, vamos retomar os cálculos de Osvaldo. Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio Com os resultados obtidos nas tabelas de Custo Fixo (CF) e Custo Variável (CV), é possível conhecer a Margem de Contribuição (MC) e o Ponto de Equilíbrio (PE) do negócio de Osvaldo. Observe-os abaixo: Margem de Contribuição (MC) MC = PV (Preço de venda) – CV (Custo Variável) MC = R$ 2,00 – R$ 1,05 Resultado = R$ 0,95 Ponto de Equilíbrio (PE) Ponto de Equilíbrio em Quantidades = Custos Fixos / Margem de contribuição em R$ PE = R$ 310,00 / R$ 0,95Resultado = 326,32 sanduíches (Arredondaremos para 327 sanduíches). Demonstrativo de Resultados (DRE) Vamos agora conhecer o Demonstrativo de resultados (DRE) do negócio de Osvaldo. O objetivo dessa ferramenta é mostrar o Resultado financeiro (lucro ou prejuízo) do negócio. 19 No demonstrativo de resultados, deverá constar o valor total das vendas realizadas no período, independentemente do seu recebimento, o custo das mercadorias vendidas, independentemente de seu pagamento, e as despesas decorrentes de suas atividades operacionais. Observe atentamente os cálculos abaixo. Demonstrativo de Resultados (DRE) Valores Receitas Totais ( PV x Quantidade) = R$ 2,00 x 400 (-) Custos Variáveis totais ( CV x Quantidade) = R$ 1,05 x 400 (=) Margem de Contribuição (-) Custos Fixos Resultado R$ 800,00 R$ 420,00 R$ 380,00 R$ 310,00 R$ 70,00 Como você deve ter percebido, esses cálculos não são difíceis! Foram utilizados apenas as quatro operações básicas da matemática: soma, subtração, multiplicação e divisão. Porém, são cálculos que exigem que o empreendedor tenha os seus registros organizados e atualizados sobre as finanças do negócio. Provisões e Pró-labore É importante que você também saiba a diferença desses dois conceitos: Provisões e Pró-labore. Conheça-os abaixo: Provisões são expectativas de obrigações ou de perdas de valores, resultantes da aplicação do princípio contábil da “Prudência”. São efetuadas com o objetivo de incluir, como custo mensal, custos ou despesas que (provavelmente ou certamente) ocorrerão no futuro. Podem ser provisões para períodos de vendas baixas, provisões para reformas, férias dos sócios, etc. 20 Pró-labore é o nome dado à remuneração, valor pago ao administrador (dono do negócio) por seus serviços à sociedade. O sócio não deve retirar dinheiro do caixa da empresa a todo momento. O dinheiro que circula pelo caixa da empresa é da empresa. O dinheiro do sócio deve ser incluído no elenco de custos fixos mensais, como se fosse um salário. Que tal vermos outro exemplo prático? • Estudo de caso Lembra da Neide? Ela fez a seguinte projeção de vendas para seu futuro negócio de venda de salgados: serão 8.260 salgados e, também, 8.260 sucos por mês. Para fabricar e vender essa quantidade, Neide estima que seu negócio terá os custos especificados a baixo: Custos Fixos Salários e encargos Pró-labore Água, luz e telefone Assinaturas-Internet Materiais de escritório Manutenção de máquinas e equipamentos Honorários Contábeis Depreciação de máquinas/móveis/equipamentos Provisões Outras despesas TOTAL R$ 1.200,00 R$ 2.000,00 R$ 200,00 R$ 50,00 R$ 50,00 R$ 41,67 R$ 300,00 R$ 63,79 R$ 100,00 R$ 40,18 R$ 4.045,64 21 Para fabricar e vender essa quantidade de 8.260 salgados e 8.260 sucos, a empresa de Neide terá os seguintes custos: Itens Esfirra Coxinha Kibe Pão pizza Sucos Quantidade mensal de Vendas 2.270 2.490 1.630 1.870 8.260 Custo Variável R$ 0,85 R$ 0,75 R$ 1,20 R$ 1,35 R$ 0,45 Preço de Venda R$ 1,50 R$ 1,50 R$ 1,50 R$ 1,50 R$ 0,75 Vamos ver, a seguir, como calcular o Demonstrativo de Resultados para essa quantidade de produtos. Demonstrativo de Resultados Consolidando o valor total das vendas realizadas no período e o custo das mercadorias vendidas, mais as despesas decorrentes de suas atividades operacionais, Neide terá o seguinte Demonstrativo de Resultados. Receita Total (-) Custos Variáveis totais (=) Margem de Contribuição (-) Custos Fixos Resultado / Lucro R$ 18.585,00 R$ 11.994,50 R$ 6.590,50 R$ 4.045,64 R$ 2.544,86 O cálculo do DRE ficou mais claro com esse segundo exemplo, não é mesmo? 22 CALCULANDO O FLUXO DE CAIXA Neste tópico, você conhecerá os elementos básicos do fluxo de caixa, de forma que possa calculá-lo com segurança, conhecendo sua importância para uma boa gestão dos negócios. Ao final, você será capaz de: ⚫ reconhecer os elementos que compõem o fluxo de caixa; ⚫ compreender a importância do fluxo de caixa; ⚫ reconhecer procedimentos para entender o controle do fluxo de caixa. Após ter estudado o Demonstrativo de Resultado (DRE) da empresa, você deve ter percebido que os empreendedores têm que ser persistentes e confiantes, pois, estarmos informados nos confere segurança e nos torna autoconfiantes e independentes. Afinal, se uma empresa sabe quanto poderá ter de receitas e quanto poderá ter de gastos, ela também pode projetar quando esses recebimentos e desembolsos irão acontecer. Para isso, existe uma ferramenta muito importante para o gerenciamento financeiro de um negócio, chamada Fluxo de Caixa Em 1982, a ONU encomendou um estudo a respeito dos empreendedores de sucesso. Uma das constatações foi exatamente essa: quanto mais informado está o empresário, mais ele se sente seguro, autoconfiante e independente. 23 Uma empresa pode saber quanto terá de receitas e quanto terá de gastos. Assim como poderá projetar os recebimentos e os desembolsos. Existe uma ferramenta muito importante para o gerenciamento financeiro de um negócio. É uma ferramenta de planejamento que se chama Fluxo de Caixa. Nas empresas, é preciso controlar o movimento de entradas e de saídas de dinheiro. Se sair mais do que entra, a empresa fica no vermelho. Se entrar mais do que sai, a empresa tem lucro. Para controlar o fluxo de dinheiro, usa-se o Fluxo de Caixa. Na prática, não existe fluxo de caixa negativo, o saldo devedor deve ser pago. É como usar o cheque especial ou deixar de pagar alguma conta. O Fluxo de Caixa pode ser diário, semanal, mensal ou mesmo anual. Tudo depende da frequência de entradas e de saídas de dinheiro da empresa. Se a frequência for diária, será preciso controlar o fluxo diariamente. Se for mais espaçada, o empreendedor decidirá com qual frequência fará o controle.O Fluxo de Caixa serve basicamente para planejarmos quanto vamos gastar e quanto vamos receber a cada dia ou semana. É uma ferramenta de planejamento. O Fluxo de Caixa também é importante para que o empreendedor saiba quanto vai precisar de capital de giro no seu negócio. Toda empresa tem gastos a serem pagos, e eles não podem esperar as vendas acontecerem. Para pagar essas contas, você precisa de uma quantia inicial, até que o saldo das vendas comece a contribuir efetivamente com as finanças do negócio. 24 Capital de giro é o valor que a empresa necessita para cobrir seus gastos, antes da entrada dos recursos provenientes das vendas. Fluxo de caixa é uma ferramenta de planejamento financeiro. Ela serve para registrar as entradas e as saídas de dinheiro na empresa. Para tomar as decisões na sobra ou na falta de recursos, é necessário analisar o fluxo de caixa. Na estrutura do fluxo de caixa, são utilizados: saldo inicial, entradas, saídas e saldo final. Saldo inicial – Valores em moeda corrente disponíveis no caixa + valores em moeda corrente disponíveis nos bancos, apurados no primeiro dia do fluxo. Entradas – Valores monetários previstos para recebimentos em cada dia do período. Obs.: Se a empresa tiver mais de uma conta bancária, apura-se a disponibilidade em cada conta a ser somada ao caixa. Saídas – Valores monetários previstos para pagamentos em cada dia do período. Obs.: Cheques pré-datados só são considerados recebimentos ou desembolsos quando descontados. Saldo final – Resultado líquido do período de apuração do fluxo. Estrutura do Fluxo de Caixa Como você pode ver, o Fluxo de Caixa é uma ferramenta de planejamento financeiro que serve para o registro de entradas e saídas de dinheiro na empresa, cuja análise indica as decisões a serem tomadas na sobra ou falta de recursos. Veja agora, no exemplo abaixo, a estrutura de um Fluxo de Caixa diáriodentro de um mês. Neste exemplo, foram utilizados apenas cinco dias, porém, na montagem da planilha, pode-se acrescentar os 30/31 dias do mês. 25 Mês ___________ DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 Saldo inicial (SI) (+) Entradas (E) (-) Saídas (S) (=) Saldo final (SF) Itens que compõem o Fluxo de Caixa Saldo inicial (SI) - Valores em moeda corrente disponíveis no caixa + valores em moeda corrente disponíveis no(s) bancos(s), apurados no primeiro dia do fluxo. Entradas (E) - Valores monetários previstos para recebimentos em cada dia do período. Obs.: Se a empresa tiver mais de uma conta bancária, apura as disponibilidades em cada conta a somar ao caixa. Saídas (S) - Valores monetários previstos para pagamentos em cada dia do período. Obs.: Cheques pré-datados só são considerados recebimentos ou desembolsos quando descontados. Saldo final (SF) - Resultado líquido do período de apuração do fluxo. Ou seja; SF = SI + (E – S). Exemplo de Fluxo de Caixa - Parte 1 Veja agora outro exemplo de fluxo de caixa. Sabendo que os valores disponíveis do Dia 1 irão fazer parte do fluxo de caixa e compor o seu saldo inicial (SI), é importante frisar que o saldo final (SF) do dia será o saldo inicial do próximo, e assim sucessivamente. 26 Exemplo de Fluxo de Caixa - Parte 1 Valores disponíveis no dia 1 R$ Caixa = Banco A = Banco B = Disponível = R$ 150,00 - R$ 350,00 R$ 450,00 R$ 250,00 Exemplo de Fluxo de Caixa - Parte 2 Lembra que o Saldo inicial que você acabou de ver era de R$250,00? Observe então os valores do Saldo final no fluxo de caixa abaixo e perceba que esse campo sempre será o valor do Saldo inicial do dia seguinte. Simples, não é mesmo? Mês DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 (SI) + (E) - (S) = SF) R$250,00 R$1.800,00 R$1.200,00 R$850,00 R$850,00 R$1.500,00 R$1.300,00 R$1.050,00 R$1.050,00 R$1.600,00 R$1.800,00 R$850,00 R$850,00 R$1.700,00 R$1.900,00 R$650,00 R$ 650,00 R$1.400,00 R$1.500,00 R$550,00 As coisas ficaram bem mais claras após visualizar sua utilização de forma prática, não é mesmo? Percebeu a importância do Fluxo de Caixa e de quão útil ele é no seu negócio? Neste tópico, além do conceito de Fluxo de Caixa, foi lhe apresentado o conceito de Capital de Giro, que, relembrando, é o valor que a empresa necessita para cobrir seus gastos, antes da entrada dos recursos provenientes das vendas. 27 DIAGNOSTICANDO A SITUAÇÃO FINANCEIRA Neste tópico, serão dados subsídios para que você mesmo(a) possa diagnosticar a situação financeira de sua empresa, calculando os indicadores de eficiência de um negócio. Ao final, você será capaz de: ⚫ Estruturar de forma básica o movimento de entradas e saídas de recursos do caixa (Fluxo de Caixa) de um negócio; ⚫ Calcular os indicadores de eficiência de um negócio. Antecipar-se à falta de recursos é tomar medidas como um empreendedor. Por exemplo: um empreendedor analisa o fluxo de caixa e detecta que no prazo de 20 dias o saldo ficará negativo. Ele liga para um fornecedor e negocia uma nova data para um boleto que vencerá naquela data. Fazendo isso antecipadamente, ele será melhor recebido pelo fornecedor, que também poderá se reprogramar diante daquele novo fato. Antecipar-se aos pagamentos é aproveitar uma futura sobra de caixa e negociar descontos, reduzindo os compromissos de curto prazo e aumentando o lucro da empresa. 28 Desequilíbrio de caixa As ações estratégicas de vendas normalmente são planejadas com antecedência. O aumento estratégico de estoques é precedido de estudos de caixa. Aumentar o estoque significa trocar dinheiro líquido por mercadorias cuja liquidez é baixa, se comparada com o dinheiro. Veja abaixo, cinco causas de desequilíbrio de caixa e suas respectivas soluções: 5 Causas de Desequilíbrio de Caixa 5 Soluções para o Desequilíbrio Custos fixos elevados; Vendas reduzidas; Descasamento de prazos; Estoques elevados e caixa reduzido; Vendas que não geram lucros. Análise e redução de custos fixos; Estabelecimento de metas; Equilíbrio entre prazos de pagamento e recebimento; Análise e redução dos estoques; Pesquisa com fornecedores e negociação de preços. Benefícios do uso do fluxo de caixa Embora as causas de desequilíbrio listadas sejam as mais comuns, essa não é uma regra geral, outras poderão ser encontradas nas empresas. Para identificar com precisão as causas de desequilíbrio de caixa de uma empresa, o empreendedor precisa de conhecimentos específicos ou de apoio. 1° Beneficio Permite a projeção das necessidades de Capital de Giro de um negócio. Para pagar essas contas, a empresa precisa de uma quantia inicial até que o saldo das vendas comece a contribuir efetivamente com as finanças do negócio. 29 2° Beneficio Possibilita ao empreendedor se antecipar a qualquer falta de recursos. Agindo antecipadamente, o empreendedor negocia uma nova data para um boleto que vencerá naquela data. 3° Beneficio Permite a antecipação de pagamentos, obtendo descontos e condições favoráveis. Antecipando pagamentos, o empreendedor reduz os compromissos de curto prazo e aumenta o lucro da empresa. 4° Beneficio Favorece ações estratégicas nas vendas. As ações estratégicas, como o aumento de estoques ou descontos promocionais, devem ser precedidas de estudos do Fluxo de Caixa. 5° Beneficio Fornece os dados financeiros para o cálculo dos Indicadores de Eficiência Econômica de um negócio. Sao eles; a Lucratividade, a Rentabilidade e o Ponto de Equilíbrio. Os quais estudaremos a seguir. O que são os Indicadores? Você viu que o fluxo de caixa fornece os dados financeiros (lucratividade, rentabilidade e ponto de equilíbrio), que servem para o cálculo dos Indicadores de Eficiência Econômica de um negócio. Antes de aprender a calcular, veja o que são cada um deles. Lucratividade é o quanto a empresa lucra para cada real vendido ou faturado. Rentabilidade é o quanto sua empresa lucra anualmente para cada real investido no negócio. 30 Ponto de equilíbrio é o quanto a empresa precisa lucrar para cobrir os custos de produção das mercadorias vendidas, as despesas variáveis e as despesas fixas. De posse desses indicadores, o empreendedor pode se decidir por manter ou mudar os rumos de um negócio ou mesmo desistir da implantação de um negócio. Fórmulas de Cálculo dos Indicadores Após ter aprendido a fazer projeções de vendas, apurar os custos, calcular margem de contribuição, elaborar demonstração do resultado do exercício e a estruturar, de forma básica, o movimento de entradas e saídas de recursos do caixa (fluxo de caixa) de um negócio, você, como empreendedor, deve agora aprender a calcular os Indicadores de Eficiência de um Negócio, os quais indicam se o negócio possui parâmetros de eficiência adequados ao mercado ou não. O cálculo dos Indicadores de Eficiência de um Negócio é apenas a substituição de valores nas fórmulas. Para calculá-lo, você deve dispor antecipadamente dos valores correspondentes a cada item da fórmula do indicador: Lucratividade % = _________________ Vendas totais Rentabilidade % = _________________ Investimentos Ponto de Equilíbrio em Valor = _________________ % Margem de contribuição Aprendendo a calcular os Indicadores Vamos agora calcular os Indicadores de Eficiência de uma empresa fictícia, considerando um valor de investimento inicial de R$ 20.000,00. Lucro líquido X 100 Lucro líquido X 100 Custos Fixos 31 Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Saldo Inicial Entradas Vendas à Vista Vendas a Prazo Outras Entradas -R$ 900,00 R$ 6.500,00R$ 4.300,00 R$ 2.200,00 ______ -R$ 370,00 R$ 6.000,00 R$ 3.800,00 R$ 2.200,00 ______ -R$ 50,00 R$ 6.700,00 R$ 4.500,00 R$ 2.200,00 ______ R$ 564,00 R$ 6.700,00 R$ 4.500,00 R$ 2.200,00 ______ Saídas Fornecedores Comissões Impostos Custos Fixos Saldo SF = SI +(E - S) -R$ 5.970,00 R$ 2.470,00 R$ 325,00 R$ 975,00 R$ 2.200,00 -R$ 370,00 R$ 5.680,00 R$ 2.280,00 R$ 300,00 R$ 900,00 R$ 2.200,00 -R$ 50,00 R$ 6.086,00 R$ 2.546,00 R$ 335,00 R$ 1.005,00 R$ 2.200,00 R$ 564,00 R$ 6.086,00 R$ 2.546,00 R$ 335,00 R$ 1.005,00 R$ 2.200,00 R$ 1.178,00 Distribuindo nas fórmulas os valores que vimos anteriormente, chegaremos aos resultados abaixo. Pegue uma calculadora, refaça os cálculos e observe os resultados apresentados: Lucratividade % = _________________ R$ 25.900,00 Rentabilidade % = _________________ R$ 20.000,00 Ponto de Equilíbrio em Valor = _________________ 42% Lucratividade = 4,55% Com base neste índice, podemos afirmar que: para cada R$ 100,00 em vendas, a empresa obterá R$ 4,55 de lucro. E ainda, se uma empresa tem uma lucratividade de 4,55%, significa que para cada R$ 1.000,00 vendidos, “sobram” R$ 45,50 sob a forma de lucro, depois de pagas todas as despesas e impostos. Na prática, significa que a empresa ganha R$ 45,50 a cada R$ 1.000,00 recebidos pelo pagamento de um produto ou serviço, por exemplo. R$ 1.178,00 X 100 R$ 1.178,00 X 100 R$ 8.800,00 32 Rentabilidade = 5,89% Com base neste índice, podemos afirmar que o capital investido no negócio retorna sob a forma de lucro a uma taxa de 5,89%. E ainda, se uma empresa tem uma rentabilidade de 5,89% a.m. (ao mês), isso significa que 5,89% de tudo o que o empreendedor investiu no negócio retorna em um mês sob a forma de lucro. Ponto de Equilíbrio = R$ 20.952,38 Com base neste índice, podemos afirmar que a empresa terá que faturar no mínimo R$ 20.952,38 para pagar todos os custos (fixos e variáveis), sem sobrar nem faltar dinheiro na empresa. Após este valor, a empresa começa a ter lucro. Você viu que o cálculo dos Indicadores de Eficiência é muito importante para podermos posicionar nosso negócio no mercado? Com isso, teremos uma noção se estamos vendendo aquém, além ou igual aos concorrentes. 33
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