APOSTILA DE PINTOR RESIDENCIAL Principais Sistemas de Pinturas e suas Patologias Conceito Pintar significa proteger e embelezar. É necessário assegurar que as qualidades da tinta permanecerão firmes e aderidas ao substrato mantendo por um determinado tempo, as propriedades essenciais. Esta mesma preocupação deverá ser direcionada à preparação das superfícies a serem pintadas. Sem o que tudo estará comprometido. Por fim, dever-se-á exigir profissionais com qualidade, experiência e, porque não, equipamentos modernos. A história da tinta A história do uso das cores e da pintura se confunde com a própria história da humanidade. O ser humano na pré -história, possuidor de limitados recursos verbais para transmitir suas experiências, viu-se obrigado a desenvolver alternativas que complementassem sua comunicação e que perpetuasse a informação. 2.1. A cor na pré-história Descobertas atuais demonstram que as gravuras encontradas em cavernas remetem ao último Período Glacial. Os nossos ancestrais perceberam que certos produtos, como o sangue por exemplo, uma vez espalhado nas rochas deixavam marcas que não desapareciam. Logo estes materiais começaram a ser utilizados para transmitir informações. Com a necessidade de aumentar a durabilidade das pinturas e diversificar as cores, as chamadas pinturas rupestres passaram a utilizar óxidos naturais, presumivelmente abundantes junto à superfície do solo naquele tempo, como os ocres e vermelhos. Para que fosse possível "pintar" era necessário um ligante que pudesse fixar os pigmentos à superfície conferindo alguma durabilidade. A solução foi misturá-los ao sebo ou seiva vegetal. Com o aprimoramento da competência artesanal, ainda no período glacial, começaram a surgir as primeiras ferramentas e equipamentos auxiliares para executar as pinturas, bem como para manufaturar as matérias-primas utilizadas na preparação das tintas. Depois disso, durante milhares de anos, pouco se acrescentou às descobertas iniciais. A história começa a registrar novidades quando várias civilizações surgem do longo período de maturação da mente humana. 2.2. Egito Durante o período de 8000 a 5800 a.C. surgiram, desenvolvidos pelos egípcios, os primeiros pigmentos sintéticos. Estes pigmentos eram derivados de compostos de cálcio, alumínio, silício e cobre, razão pela qual possuíam grande gama de azuis, como o até hoje utilizado Azul do Egito. Além do desenvolvimento de pigmentos baseados em materiais minerais também foram desenvolvidos os de origem orgânica. 2 Os produtos usados como ligantes incluíam goma arábica, albumina de ovo, cera de abelha entre outros. 2.3. Grécia e Roma Gregos e romanos utilizavam pigmentos como os egípcios, tendo desenvolvido grande variedade de pigmentos minerais, derivados de chumbo, zinco, ferro e orgânicos; derivados de ossos. Assim como no Egito, os bálsamos naturais eram utilizados como proteção para navios, revestindo os cascos. Neste período da história são relatados usos de ferramentas como espátulas e trinchas. 2.4. A pintura no Oriente Os orientais utilizavam diversos materiais orgânicos e minerais para suas pinturas. Os chineses e japoneses preparavam materiais para decoração de suas porcelanas, sendo que os indianos e persas faziam uso de trinchas e elementos de corte para executar a pintura. Ainda neste período os maiores desenvolvimentos se davam em função do uso decorativo da pintura, sem grande importância ao aspecto de conservação. 2.5. As Américas Os índios das Américas, especialmente no que hoje conhecemos como América do Norte, faziam uso de vários materiais de origem vegetal nas suas pinturas e em seus cosméticos, além dos minerais retirados de rios e lagos. Os nativos da América do Sul utilizavam penas de pássaros para a confecção de seus apetrechos de pintura. Neste período, algumas pinturas já possuíam boa durabilidade. 2.6. Idade Média Neste período surgem os primeiros registros da utilização de vernizes como proteção para superfícies. Estes materiais eram preparados a partir do cozimento de óleos naturais e adição de alguns ligantes. 2.7. O impulso da Revolução Industrial Assim como em outros setores industriais, foi durante o período da Revolução Industrial que a indústria de tintas e vernizes se desenvolveu com maior rapidez. O copal e o âmbar eram as resinas mais comumente utilizadas. As primeiras indústrias surgiram na Inglaterra, França, Alemanha e Áustria. As fórmulas eram tratadas sob sigilo absoluto, e tidas como uma informação de poucos privilegiados. 2.8. Novos desenvolvimentos 3 Durante o século XX, a indústria de tintas passou por grande evolução tecnológica, o que gerou o aparecimento de novos materiais, cada vez mais adequados ao usuário. Os desenvolvimentos também trouxeram produtos de maior resistência, garantindo longevidade às superfícies tratadas. 2.9. Início desta atividade industrial no Brasil A história da indústria de tintas brasileira teve início por volta do ano 1900, quando os pioneiros Paulo Hering, fundador das Tintas Hering, e Carlos Kuenerz, fundador da Usina São Cristóvão, ambos imigrantes alemães, iniciaram suas atividades na nova pátria e lar. Sucessivamente outras empresas, atraídas pelo novo mercado potencial, começaram a se instalar em nosso País e desenvolver fortemente o setor. Tipos Existem duas classificações básicas para tintas: À base de óleo ou solventes À base de água As denominações citadas espelham a principal diferença entre as duas categorias de tintas, denominada porção líquida, ou veículo da tinta. A porção líquida de uma tinta à base de óleo contém solventes como o mineral spirits. Nas tintas à base de látex. A porção líquida contém água. As vantagens das tintas a base de solvente são: Proporciona melhor cobertura na primeira demão Adere melhor a superfícies que não estão muito limpas Tempo de abertura maior (espaço de tempo em que a tinta pode ser aplicada com pincel antes de começar a secar) Depois de seca apresenta maior resistência à aderência e a abrasão As vantagens das tintas à base de água são: Melhor flexibilidade em longo prazo Maior resistência a rachaduras e lascas Maior resistência ao amarelecimento, em ares prot4egidas da luz do sol Exala menos cheiro Pode ser limpa com água Não é inflamável 4 Tabela comparativa da performanceara avaliação de tintas de qualidade ÓLEO LÁTEX Adesão excelente. Oferecem elhor Adesão excelente em todo tipo de Durabilidade adesão que as de látex quando superfícies, oferecendo melhor pintadas sobre superfícies elasticidade que as tintas à base de óleo padronizadas Retenção de Não são melhores que as látex. A Grande resistência contra a deterioração película pode se degradar em cor da película, quando exposta à luz solar. contato com o sol Facilidade de São mais difíceis de aplicar, pois é Mais pesada. No entanto, com São mais fáceis de aplicar aplicação apenas uma demão, oferecem maior cobertra Resistência ao Sendo formadas á base de óleos Oferecem poucas condições ao vegetais, fornecem nutrientes para o crescimento de colônias de mofo. O uso mofo crescimento ou desenvolvimento do de fungicidas inibe o crescimento do mofo. mofo. Podem ser aplicadas na maioria das superfícies,menos em superfícies cujo aglomerante seja o cimento Versabilidade portland, como concreto, emboços e Podem ser aplicadas praticamente sobre rebocos tradicionais. Dever-se-á todo tipo de superfície. Sugere-se usar