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Serviço Público Federal Ministério da educação Universidade Federal de Sergipe Campus Universitário “Professor Antônio Garcia Filho” Graduação em Medicina Sanni Silvino Parente Revisão: Infecção do trato urinário (ITU) Multiplicação bacteriana em qualquer segmento do aparelho urinário, incluindo próstata e epidídimo que resulte em sintomas. No período neonatal, podem ser complicações de malformações não diagnosticadas na gestação. Após esse período, geralmente são consequência de infecções ascendentes (uretra – bexiga – ureter – rins). EPIDEMIOLOGIA: Nos primeiros 6 meses, a incidência é em torno de 1,4%, com predominância do sexo masculino. Após o 6° mês, gira em torno de 7% até o 2° ano, com proporção meninas - 4:1 – meninos. De forma que, aos 11 anos, 3% das meninas e 1,1% dos meninos apresentaram 1 episódio de ITU. As taxas de recorrência são elevadas: 15-20% para os meninos de até 1 ano, sendo raras acima disso e 30% para as meninas de até 1 ano e 50% para as meninas de 1 a 5 anos. No primeiro ano, 90% dos eventos correspondem à pielonefrite aguda. RN de mãe com ITU de repetição na gestação apresentam 4x mais risco de ITU no período neonatal. ETIOLOGIA: Escherichia coli: 80 – 90%. Contaminação pela flora fecal. Outras Gram- (Klebsiella, Proteus, Enterobacter e Citrobacter) e Gram+ (Staphylococus saprophyticus, Enterococus e Staphylococus aureus): anomalias do TG, período neonatal e tto prévio com ATM. Proteus: 30% das cistites em meninos não circuncidados. Em RN: a infecção pode acontecer por via hematogênica, muitas vezes por via transplacentária da ITU materna, sendo etiologia bastante variável. Staphylococus saprophyticus: 20 – 30% dos adolescentes. FATORES DE RISCO: Meninos < 1 ano; meninas < 4 anos; meninos não circuncidados; disfunção miccional temporária (aprendendo a usar o banheiro retém urina); constipação; incontinência fecal; uropatia obstrutiva (esvaziamento incompleto da bexiga); refluxo vesicoureteral (passagem retrógrada da urina). QUADRO CLINICO: fatores que influenciam na heterogeneidade das manifestações: estado nutricional, alterações anatômicas, número de infecções anteriores e intervalo de tempo do último episódio. RN: pouco específicos com quadro séptico – insuficiente ganho de peso, anorexia, vômitos, dificuldade de sucção, irritabilidade, hipoatividade, convulsões, pele acinzentada e hipotermia. Quadro insidioso: recusa alimentar, vômitos ocasionais, palidez cutânea e icterícia. Nessa faixa etária existe uma alta probabilidade de bacteremia, com letalidade de 10%, geralmente por outros quadros infecciosos a distância, como meningite. Lactentes: febre, sendo possível ocorrer ganho ponderoestatural insatisfatório, hiporexia, diarreia, vômitos, dor abdominal e outras. Pré-escolares e escolares: Sintomas urinários típicos – disúria, polaciúria, urgência miccional, incontinência urinária, eneurese II – e sintomas sistêmicos – febre e dor abdominal hipogástrica. Pielonefrite aguda: adinamia, calafrios, dor abdominal e nos flancos. Cistite: eneurese, urgência, polaciúria, disúria, incontinência ou retração urinária, urina fétida e turva. Adolescentes: disúria, polaciúria, dor à micção, urgência, hematúria e febre. Meninas: síndrome da disúria- frequência. CONDUTA DIAGNÓSTICA: Anamnese: HF de uropatias; se foi realizado morfológico fetal por US; investigar sintomas gerais e urinários. NÃO FAZ DIAGNÓSTICO! Exame físico: aspectos nutricionais e de desenvolvimento, punho-percurssão lombar (Giordano), palpação abdominal das lojas renais, bexiga palpável após a micção, observação do jato urinário, exame da genitália externa. Urina tipo I: Leucocitúria= >10 leucocitos/mm3. Não específico; Hematúria: microscópica e/ou cilindros podem estar presentes. Teste de nitrito: muito específico!! Bacterioscopia: coloração de Gram. Urocultura: Jato médio: >100.000UFC; Cateterismo: >10.000UFC; Punção suprapúbica: >10UFC; Saco coletor: 2 amostras com >100.000UFC. US: alteração do volume renal, da ecogenicidade do parênquima, perda da visualização das pirâmides e dilatação pielocalical. Cintilografia: Confirma diagnóstico de pielonefrite quando não pode mais fechar por outros métodos – uso de ATM prévio. TRATAMENTO: Eliminação da infecção; prevenção da sepse; prevenção de recorrências e complicações; alivio dos sintomas agudos (analgésicos e antitérmicos). Cefalosporinas de 2° e 3° geração (ceftriaxona ou ceftazidima) ou aminoglicosídios (gentamicina ou amicacina) por via parenteral; Outras opções: cefalosporinas de 1° geração; sulfametoxazoltrimetroprima; amixicicila-clavulanato por VO. Fluroquinolonas: complicações, pielonefrite, por Pseudomonas aeriginosa e bactérias multirresistentes. Cirúrgico: abscesso renal ou perirrenal ou trato urinário obstruído. SEGUIMENTO: Nova amostra de urina até 1 semana após o tto e realizar USG das vias urinárias e uretrocistografia miccional (UCM) retrógrada. Textos utilizados: Tratado SBP, MEDCEL, http://www.scielo.br/pdf/jped/v91n6s1/0021 -7557-jped-91-06-s1-00s2.pdf.
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