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TRAQUEOSTOMIA.docx

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL-SENAC
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM
ANNE CAROLINE MONTEIRO MALAFAIA
FABRICIO DA COSTA CAMORIM
JHENNY CRISTINA ALVES
JOVAN MENDES
MATEUS MIRA DOS SANTOS
SARA ELIENAI DA COSTA
YURE KENNEDY MELO
TRAQUEOSTOMIA
MACAPÁ-AP
2016
ANNE CAROLINE MONTEIRO MALAFAIA
FABRICIO DA COSTA CAMORIM
JHENNY CRISTINA ALVES
JOVAN MENDES
MATEUS MIRA DOS SANTOS
SARA ELIENAI DA COSTA
YURE KENNEDY MELO
TRAQUEOSTOMIA
Trabalho apresentado ao Curso Técnico em Enfermagem do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial- SENAC como requisito de avaliação da disciplina Assistência a Pacientes em estado grave clínico e cirúrgico.
	
Orientador: Professor. Enfª Girlene do Socorro Duarte dos Santos.
MACAPÁ-AP
2016
INTRODUÇÃO
A traqueostomia é um procedimento muito corriqueiro nos hospitais, sendo considerada a cirurgia mais freqüente em pacientes graves. Há relatos de mais de 4.000 anos feitos por Asclepíades da Pérsia. Nos dias atuais, a maioria desses pacientes costuma estar conectada a diversos aparelhos, como bombas de infusão, monitores cardíacos, respiradores e cateteres venosos e arteriais. O simples transporte desses pacientes para um centro cirúrgico pode acarretar um aumento no risco de complicações. Além disso, deve-se considerar o custo da sala operatória e, muitas vezes, a indisponibilidade da sala para a realização do procedimento no momento necessário.
A traqueostomia realizada no leito da unidade de tratamento intensivo (UTI) era tida como procedimento de alta morbidade e mortalidade, todavia, com o advento de aparelhos menores e instrumentos mais práticos, este procedimento tornou-se mais fácil de ser realizado à beira do leito. Contudo, ainda há dúvidas sobre qual o local ideal para realizá-la. Como a traqueostomia é um procedimento operatório que lida com as vias aéreas, postula-se a sala operatória como local ideal.
CONCEITO:
É um orifício artificial criado cirurgicamente através da frente de seu pescoço e em sua traquéia. O termo para o procedimento cirúrgico para criar este orifício é traqueotomia, indicado em emergências e nas incubações prolongadas.
INDICAÇÕES
A traqueostomia é um recurso que a medicina usa para contornar uma obstrução das vias aéreas superiores ou outras impossibilidades de respirar, que não podem ser tratadas por meios mais simples. Ao mesmo tempo ela ajuda na remoção de secreções brônquicas, na manutenção da ventilação mecânica por longo prazo, na aspiração de conteúdos orais ou gástricos e na substituição do tubo das intubações endotraqueais, que não pode ser mantido por longos períodos de tempo.
A traqueostomia tem vantagens sobre a intubação endotraqueal:
Maior conforto para o paciente.
Maior facilidade para remover as secreções da árvore brônquica.
Manutenção segura da permeabilidade das vias aéreas.
Possibilidade de maior duração.
Proteção contra eventuais aspirações e engasgos.
Facilidade para a retirada dos aparelhos de respiração mecânica.
O tubo endotraqueal é mais utilizado quando o paciente só precisar dele por um curto período de tempo.
Em geral, as indicações da traqueostomia são feitas em quadros patológicos, tais como:
Parada respiratória e/ou cardíaca.
Insuficiência respiratória grave.
Obstruções das vias aéreas altas.
Presença de secreções abundantes da árvore brônquica profunda.
A traqueostomia, na maioria das vezes, é praticada em pacientes de idade avançada, muito debilitados; nos com fraquezas de aeração; doenças ou traumas neuromusculares; queimaduras; neoplasias; corpos estranhos; anomalias congênitas que afetem a respiração; infecções; apneias do sono, etc. Em muitos casos, como nos edemas de glote, por exemplo, a traqueostomia pode salvar vidas.
COMO É FEITA A TRAQUEOSTOMIA?
O procedimento para fazer a traqueostomia depende da maior ou menor urgência. Idealmente, ela deve ser feita num centro cirúrgico, sob anestesia geral. O pescoço do paciente deve ser limpo e assepsiado. Logo em sequência o médico faz incisões para expor os anéis cartilaginosos que formam a parede externa da traquéia. Posteriormente, o cirurgião corta dois desses anéis (geralmente entre o 2° e 3°) e insere nesse orifício uma cânula metálica ou plástica, que permite uma comunicação entre a traquéia e o exterior. Essa cânula tem um balão envolvendo sua ponta interna, o qual é insuflado para ajustá-la ao diâmetro da traquéia evitando, assim, vazamento ao redor da cânula. Na sua extremidade externa são conectados os aparelhos de respiração artificial. O acesso cirúrgico para a traqueostomia pode ser realizado acima, abaixo ou através do istmo da glândula tireóide, ou ainda por outras técnicas menos usuais, de conhecimento do especialista. Quando a traqueostomia não é mais necessária, dá-se início ao processo chamado de decanulação. Gradualmente troca-se a cânula por outras com diâmetros progressivamente menores, até que o paciente fique sem nenhuma cânula e o orifício feche espontaneamente. A recuperação da incisão, após a retirada da cânula, depende de diversos fatores, variando de cinco a trinta dias.
Como evolui a traqueostomia?
A traqueostomia sempre traz dificuldade para falar, uma vez que o ar expelido não passa pelas cordas vocais, mas a fala é recuperada quando a traqueostomia é desfeita.
Em casos de haver uma obstrução da via aérea acima da traquéia como, por exemplo, nos tumores da laringe, a traqueostomia pode perdurar até que se resolva a obstrução ou até ser definitiva.
Quais são as complicações possíveis da traqueostomia?
Algumas das complicações mais comuns são: sangramento e infecção no corte, hemorragias, hipóxia, edema traqueal, enfisema subcutâneo, obstrução da cânula, mau posicionamento da cânula, estenose traqueal e subglótica, fístulas, dificuldade de extubação e agravos provenientes de técnicas incorretas.
CUIDADOS E ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM
O doente com traqueostomia depende muito da equipe de enfermagem. Após ter sido efetuada uma traqueostomia ele pode ficar apreensivo em virtude à sua incapacidade de comunicar com os outros e com o medo de asfixiar. No pós-operatório imediato será necessária grande vigilância do doente, para despiste de complicações que possam surgir, das quais já falamos anteriormente.
Monitorização contínua
O estoma recentemente feito deve ser mantido, por intermédio da aspiração de secreções adequada. Esta deve ser efetuada de cinco em cinco minutos durante as primeiras horas do pós-operatório. A necessidade de aspiração poderá ser determinada pelo som do ar que vem da cânula especialmente se o doente respirar fundo.
Quando a respiração é ruidosa, o pulso e a freqüência respiratória aumentam, o doente necessita de aspiração. Os doentes que estão conscientes podem geralmente indicar quando necessitam de aspiração. Um doente que consiga expulsar as secreções pela tosse não necessita de ser aspirado tão frequentemente.
Se os sinais vitais se encontram estáveis, o doente deve ser colocado em semi Fowler para facilitar a ventilação, promover a drenagem, minimizar o edema e evitar a tensão sobre as linhas de sutura.
Os analgésicos e sedativos deverão ser administrados cuidadosamente de modo a não deprimir o centro respiratório assim como o reflexo da tosse.
A traqueostomia constitui uma porta aberta à entrada de micro-organismos patogênicos para vias respiratórias inferiores, aumentando o risco de infecção. É essencial que sejam rigorosamente implementadas as seguintes intervenções preventivas de enfermagem.
1- Reduzir ao mínimo o risco de infecção
Qualquer tubo inserido no interior da traquéia provoca irritação da mucosa e em consequência há maior produção de muco.
Procedimentos
- Observar o doente regularmente quanto ao excesso de secreções e fazer aspiração segundo norma do serviço e com a frequência necessária.
- Substituir traquéias, peça em T ou máscara de O2 sempre queestas caiam ao chão e protegê-las quando não estão sendo utilizadas pelo doente.
- Remover a água que condensa na traquéia e não a introduzir novamente no nebulizador.
- Despejar a água destilada restante do nebulizador de cada vez que este é cheio de novo, ou pelo menos a intervalos de 24 horas.
- Fazer penso do estoma conforme norma do serviço.
Fundamentos
- Remove as secreções da árvore respiratória e melhora a oxigenação.
- Diminui a probabilidade de contaminação e previne a proliferação de micro-organismos.
2- Assegurar adequada ventilação e oxigenação
Prodecimentos
- Vigilância das saturações de O2.
- Vigiar frequências respiratórias e expansão torácica que deverá ser simétrica.
- Posicionar o doente de duas em duas horas ou de três em três horas se doente inconsciente.
- Proporcionar segurança e conforto.
- O cuff deve ser insuflado caso seja necessário imobilizar o doente.
Fundamentos
- Assegurar que o doente está a ventilar bem.
- Obter máxima ventilação e perfusão pulmonar, prevenindo também as úlceras de pressão para que não haja fuga de ar entre o estomago e a cânula.
3- Proporcionar frequentes cuidados à boca
Às secreções tem tendência a acumular-se na boca e na faringe.
Procedimentos
- Fazer cuidadosa aspiração da orofaringe quando necessário.
- Inspecionar os lábios, a língua e a cavidade oral regularmente.
- Limpar a cavidade oral
- Aplicar vaselina ou qualquer outro lubrificante nos lábios
Fundamentos
Melhorar o conforto do doente, removendo as secreções que se tenham acumulado num acesso de tosse.
- Proporcionar higiene oral ao doente e hidratação oral e lábios.
4- Minimizar as dificuldades resultantes da privação da fala.
Procedimentos
- Estabelecer um método de comunicação aceitável.
- Organizar as perguntas, de modo que o doente possa responder com um simples «sim» ou «não», acenar de cabeça ou por movimentos das mãos.
- Se o doente sabe escrever, incentivá-lo a escrever num papel para se comunicar.
- Conversar com o doente e explicar-lhe todas as atividades
- Encorajar a família e os amigos a falarem com o doente.
- Ter sempre a campainha ao alcance do doente.
- Orientar com frequência o doente.
- Repetir com insistência que a capacidade de falar regressará quando a cânula for retirada.
Fundamentos
- Estabelecer uma boa comunicação com o doente, de maneira que ele fique menos apreensivo em relação ao seu estado, de forma que possamos entendê-lo melhor.
- Ajudar o doente a orientar-se no espaço e no tempo.
Prescrições gerais de enfermagem para o paciente com patologias associadas ao sistema respiratório:
• Manter uma via aérea permeável;
• Promover o conforto;
• Promover o conhecimento do paciente;
• Promover a comunicação;
• Encorajar a ingesta de líquidos;
• Ensinar o auto cuidado ao paciente;
• Monitorar e tratar potenciais complicações;
• Promover a nutrição adequada.
CONCLUSÃO
A traqueostomia é um dos procedimentos cirúrgicos eletivos mais realizados em todo o mundo. Quando obedecidos os critérios técnicos de indicação e confecção, os índices de morbidade e mortalidade são inferiores as estatísticas quando realizado os cuidados adequadamente. Tão importante quanto à boa técnica cirúrgica, os cuidados pós-operatórios são cruciais para que a traqueostomia se mantenha viável por um longo período.
REFERÊNCIAS

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