Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução à Bacteriologia Bactérias são procariontes Procariontes: organismos unicelulares e microscópicos que não possuem núcleo organizado O tamanho das bactérias geralmente varia de 0,5 a 5 μm Só podem ser vistas com microscópio Sem microscópio é possível ver as colônias CARACTERISTICAS Curiosidades Bactérias existem há mais do que 3,5 bilhões anos. Graça às estruturas simples, bactérias podem sobreviver em todos ambientes da terra. Podem ser encontrados por exemplo no ar, no solo, na água, vulcão, no mar profundo, nas fontes quentes, no gelo, no sal, na pele dos homens, etc. Em condições desfavoráveis algumas bactérias formam esporos, que podem sobreviver milhões de anos. ESTRUTURA A célula procariótica Estruturas externas à parede celular Glicocálice (Cápsula) Polímero viscoso e gelatinoso composto de polissacarídeo, polipeptídeo ou ambos Em geral, produzido dentro da célula e então secretado Se organizado e firmemente aderido à parede celular: cápsula Se não organizado e fracamente aderido: camada viscosa Cápsulas importantes na determinação da virulência 5 A célula procariótica Estruturas externas à parede celular Flagelos 6 Apêndices filamentosos para propulsão: conferem mobilidade Bactérias sem flagelos: atríquias Flagelos podem ser: peritríqueos polares Monotríqueo: um flagelo em um polo Lofotríqueo: tufo de flagelos em um polo Anfitríqueo: flagelos em ambas as extremidades 7 8 A célula procariótica Estruturas externas à parede celular Flagelos Partes básicas: Filamento proteína globular flagelina, distribuída em cadeias entrelaçadas, formando uma hélice em torno de um centro oco. Sem cobertura de membrana Gancho local de desão do filamento. Mais grosso e formado por outra proteína Corpo basal ancora o flagelo à parede celular e à membrana plasmática. Diferenças entre gram positivas e negativas 9 A célula procariótica Estruturas externas à parede celular Filamentos axiais Estruturas de mobilidade exclusivas das espiroquetas (Treponema palidum, causador da sífilis) Endoflagelos: se originam nas extremidades das células, sob uma bainha externa, e fazem uma espiral em torno da célula Estrutura similar à dos flagelos: rotação dos filamentos impulsiona as espiroquetas em um movimento espiralmovimento tipo saca- rolhas 10 A célula procariótica Estruturas externas à parede celular Fimbrias Bactérias gram-negativas apêndices semelhantes a pelos porém mais curtos, retos e finos que os flagelos Usados mais para fixação que para mobilidade Fímbrias Variações na distribuição e na quantidade Adesão umas às outras e às superfícies Importantes na formação de biofilmes 11 A célula procariótica Estruturas externas à parede celular Pili Pili Mais longos Um ou 2 por célula Mobilidade celular e transferência de DNA (conjugação) 12 A célula procariótica A parede celular Estrutura complexa e semirígida, responsável pela forma da célula Previne a ruptura da célula Ponto de ancoragem flagelar 13 A célula procariótica A parede celular Peptideoglicana (mureína), podendo estar complexada com outras substâncias Dissacarídeo repetitivo ligado por polipeptídeos Penicilina: interfere com as ligações dos polipetídeos enfraquecimento da parede celular lise celularmorte bacteriana Composição e características 14 A célula procariótica A parede celular Composição e características Gram positivas muitas camadas de petideoglicana, + espessa + rígida presença de ácidos teicoicos (álcool + fosfato): ajudam na regulação da entrada e sáida de cátions (+) Gram negativas fina camada de peptideogliocana + membrana externa peptideoglicana ligada a lipoproteínas mais sujeitas à ruptura mecânica membrana externa: lipopolissacarídeos (LPS), lipoproteínas e fosfolipídeos: importante barreira de defesa das bactérias gram negativas 15 A célula procariótica Estruturas internas à parede celular A membrana plasmática (citoplasmática) Estrutura fina que reveste o citoplasma das células Constituição básica: proteínas e fosfolipídios assim como nos eucariotos porém não possuem carboidratos e esteróismenos rígidas. Exceção: Mycoplasma Estrutura: fosfolipídeos distribuídos em uma bicamada lipídicamodelo do mosaico fluido 16 17 A membrana plasmática (citoplasmática) Função: permeabilidade seletiva A célula procariótica Estruturas internas à parede celular 18 Citoplasma A célula procariótica Estruturas internas à parede celular Toda substância na célula no interior da membrana plasmática: 8O% água, contendo principalmente proteínas (enzimas), carboidratos, lipídeos, íons inorgânicos e compostos de peso molecular muito baixo Íons inorgânicos em concentrações muito altas Estruturas: nucleóide, ribossomos, depósitos de reserva (inclusão). Algumas proteínas de reserva responsáveis pela forma. 19 Nucleóide A célula procariótica Estruturas internas à parede celular Normalmente uma única molécula longa e contínua de DNA de fita dupla, arranjada de forma circular: cromossomo bacteriano Não circundado por membrana e sem histonas Pode ocupar até 20% do volume celular Plasmídeos: pequenas moléculas circulares de DNA Extracromossômicas Podem ser adquiridos ou perdidos Conferem resistência à antibióticos 20 Ribossomos A célula procariótica Estruturas internas à parede celular Locais de síntese proteica Quanto maior a taxa metabólica maior a síntese proteica Constituição e tamanho diferente das células procarióticas Ribossomo 70S nos procariotos (80S nos eucariotos) 21 Inclusões A célula procariótica Estruturas internas à parede celular Depósitos de reserva de nutrientes para uso quando houver escassez A concentração nas inclusões: diminui problemas osmóticos Algumas são usadas para identificação 22 Endosporos A célula procariótica Estruturas internas à parede celular Ambiente não favorável desenvolvimento de células de repouso Desidratação + espessamento da parede + adição de camadas células altamente resistentes Formadas dentro da membrana celular bacteriana Liberadas no ambiente sobrevivem a temperaturas extremas, falta de água e exposição a muitas substâncias químicas tóxicas e radiação MORFOLOGIA As formas não são constantes, podem variar de acordo com o meio e com o tipo de associação. As mudanças de forma podem ser consideradas como: Involução - mudança de forma devido à condições desfavoráveis, presença ou ausênciade oxigênio, pH, ou por produtos tóxicos, entre outros. Pleomorfismo - a bactéria não apresenta uma morfologia única, mesmo que se encontre em condições favoráveis à sua sobrevivência. MORFOLOGIA • Esféricas Cocos • Forma de bastão Bacilos • Forma espiral Espiroquetas ou Espirilos • Forma de virgula Vibrião Cocos e Bacilos podem unir-se => colônias • cadeias (“estrepto-“) • grupos (“estafilo-“) • pares (“diplo-“) Por exemplo cocos em cadeias são chamados estreptococos Tipos de células bacterianas Tipos de células bacterianas Tipos de células bacterianas Nutrição Bacteriana HETERÓTROFAS OU HETEROTRÓFICAS • Alimentam-se do alimento que obtém parasitando seres vivos, decompondo cadáveres ou fagocitando outros microrganismos. • As bactérias parasitas são responsáveis pelo surgimento de inúmeras infecções em plantas e animais. As bactérias decompositoras são responsáveis pela reciclagem da matéria orgânica na natureza, pois catabolizam (desmancham) as moléculas maiscomplexas, tornando-as disponíveis na natureza para outras formas de vida. AUTÓTROFAS OU AUTOTRÓFICAS •Algumas bactérias possuem uma proteína, conhecida como bacterioclorofila, que capta a energia da luz para a síntese (fabricação) de glicose, são as bactérias fotossintetizantes: 6 CO2 + 12 H2S + energia da luz→ C6H12O6 + 6 H2O + 12 S •Outras bactérias obtêm a energia para a síntese de glicose a partir de reações químicas, nesse caso, dizemos que são quimiossintetizantes: 2 NO-2 + O2 → 2NO -3 + energia (a bactéria oxida o nitrato e obtém energia) 6 CO2 + 12H + energia→ C6H12O6 + 6H2O (energia é usada na síntese da glicose) Respiração Bacteriana • Para sobreviver, as bactérias necessitam catabolizar (desmanchar) a glicose para a obtenção da energia acumulada em suas ligações químicas. Isso pode ser feito com ou sem o auxílio do oxigênio. • Respiração anaeróbia ou fermentação: quando se cataboliza a glicose sem o auxílio do oxigênio • Respiração aeróbia: se o catabolismo da glicose é feito com o auxílio de oxigênio • A energia obtida é utilizada na regeneração do ADP para ATP. A fermentação fornece cerca de 33 calorias, o suficiente para converter 2 ADPs em ATPs. Já a respiração aeróbia permite a obtenção de aproximadamente 673 calorias, suficientes para converter 63 ADPs em ATPs. Ou seja, o catabolismo da glicose através da respiração aeróbia é muito mais proveitoso. • Existem bactérias que são exclusivamente anaeróbias ou aeróbias, mas existem algumas que, na presença de oxigênio são aeróbias e se ele não estiver presente atuam como anaeróbias, são chamadas de anaeróbias facultativas. Classificação • Aeróbios estritos ou obrigatórios – necessitam da presença de O2 livre para crescer ▫ Ex. Mycobacterium tuberculosis Classificação • Anaeróbias facultativas – crescimento aeróbio e anaeróbio. ▫ Ex. Staphylococcus, Escherichia Classificação • Anaeróbias obrigatórias – só crescem na ausência de O2. ▫ Ex. Treponema pallidum Classificação • Anaeróbias aerotolerantes – crescem na ausência de O2, mas toleram sua presença. ▫ Ex. Streptococcus Classificação • Microaerófilas – crescimento aeróbio, porém, em baixas concentrações de O2. ▫ Ex. Neisseria Classificação (Resumo) 1)Aeróbicos estritos 2)Anaeróbicos estritos 3)Anaeróbico facultativo 4)Microaerófilo 5)Anaeróbicos aerotolerantes Para fixar... Temperatura – Crescimento Microbiano ▫ Temperatura de crescimento: Mínima (menor temperatura onde é capaz de crescer) Ótima (onde apresenta melhor crescimento) Máxima (mais alta temperatura para crescer) ▫ Classificação primária: Psicrófilos – crescem em temperaturas baixas (-10° – 20°C ) Psicotróficos - temperatura de refrigeração (0° – 30°C) Mesófilos – crescem em temperaturas moderadas (10° – 50°C) Termófilos – crescem em temperaturas altas (40° – 70°C) Termófilos extremos ou hipertermófilos (ótima em > 80°C) Temperatura – Crescimento Microbiano Reprodução Bacteriana Assexuada - Bipartição ou cissiparidade - Nesse processo a célula bacteriana duplica seu cromossomo e se divide ao meio, apoiado no mesossomo, originando duas novas bactérias idênticas à original. Sexuada ou Transmissão genética - Conjugação - Consiste na passagem (ou troca) de material genético entre duas bactérias através de uma ponte citoplasmática formada pelas fímbrias. -Transformação - A bactéria absorve moléculas de DNA disperso no meio. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de bactérias mortas. - Transdução - As moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores. Processo de transferência de genes envolvendo o contato entre duas células. Esse mecanismo é codificado por plasmídeos, mas pode haver a transferência de outros elementos genéticos. A célula doadora possui o plasmídeo, designada de célula “macho”, e a receptora, denominada de “fêmea”, não possui esse elemento. Conjugação O ciclo de crescimento (Microorganismos) • A fase exponencial reflete apenas uma parte do ciclo de crescimento de uma população microbiana • O crescimento de microrganismos em um recipiente fechado (batelada) apresenta um ciclo típico com todas as fases de crescimento. 1)Fase Lag Período de adaptação da cultura • Mudança de meio, preparação do complexo enzimático • Reparação das células com danos. 2) Fase exponencial Fase mais saudável das células onde todas estão se dividindo. • A maioria dos microrganismos unicelulares apresentam essa fase, mas as velocidades de crescimento são bastante variáveis: - Procarióticos – crescem mais rapidamente que os eucarióticos - Eucarióticos menores crescem mais rapidamente que os maiores 3) Fase estacionária: Num sistema fechado (tubo, frasco ou biorreator) o crescimento exponencial não pode ocorrer indefinidamente. • Ocorre a limitação por depleção de nutrientes e acúmulo de metabólitos. Divisão = morte → crescimento líquido nulo • Ainda pode ocorrer: catabolismo e produção de metabólitos secundários 4) Fase de morte (declínio): • A manutenção de uma cultura no estado estacionário por longo tempo conduz as células ao processo de morte. - A morte celular é acompanhada da lise celular Bactérias - COLORAÇÃO DE GRAM Assim designada em memória de Christian Gram, que desenvolveu o procedimento em 1884, a coloração de Gram classifica as bactérias em Gram-positivas ou Gram-negativas e continua a ser um dos métodos mais úteis para classificar as bactérias. Neste procedimento, as bactérias são submetidas primeiro à ação de um corante violeta, seguido de fixação com iodo e depois um agente de descoloração, como o metanol. Seguidamente, são novamente coradas com safranina. • Divisão em Gram-positivas e Gram-negativas devido a diferenças na composição e estrutura da parede celular. Bactérias Gram Positivas Possuem uma parede celular grossa, de várias camadas e composta principalmente por peptideoglicano, que envolve a membrana citoplasmática. Podem ter também outros componentes, como os Ácidos Teicóicos. Durante o processo de coloração, as bactérias Gram Positivas retém o corante cristal violeta, corando-se de ROXO. Parede Celular (Bactérias Gram- Positivas) Bactérias Gram Negativas • Possuem uma parede celular mais complexa, composta por duas membranas situadas fora da membrana citoplasmática. Por fora dessa membrana, existe uma camada fina de peptideoglicano e do lado de fora dessa camada está a membrana externa, exclusiva desse tipo de bactéria. Além disso, essas bactérias não possuem Ácidos Teicóicos, como as Gram positivas. • Devido a camada de peptideoglicano ser fina, essas bactérias não retém o corante Cristal Violeta, sendo portanto coradas pelo corante de contraste, adquirindo uma coloração VERMELHA – ROSA PINK. Parede Celular (Bactérias Gram- Negativas) Parede celular (Visão Geral) Bactéria Gram-Positiva Bactéria Gram- Negativa COLORAÇÃO DE GRAM São exemplos de bactérias Gram-positivas várias espécies de: - Estreptococos; - Estafilococos; - Enterococos. São exemplos de bactérias Gram-negativas: - Vibrão Colérico; - Colibacilo; - Salmonelas. Coloração de Ziehl-Neelsen Coloração de Ziehl Neelsen
Compartilhar