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PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO II

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Pesquisa e Prática em Educação II
Andréa Rosin Pinola
Aula 8
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Roteiro da aula
Debate sobre a constituição das ciências naturais e das ciências sociais a fim de compreender suas origens e diferenças...
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Determinismo mecanicista
A partir do século XVIII, o determinismo mecanicista torna-se o horizonte certo de uma forma de conhecimento que se pretende utilitário e funcional, reconhecido menos pela capacidade de compreender profundamente o real do que pela capacidade de o dominar e transformar.
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O prestígio de Newton e das leis simples a que reduzia toda a complexidade do mundo convertido a ciência moderna no modelo de racionalidade hegemônica pouco e pouco transbordou do estudo da natureza para o estudo da sociedade, para os pesquisadores assim como foi possível descobrir as leis da natureza, seria igualmente possível descobrir as leis da sociedade (SANTOS, 1988). 
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Emergência das ciências sociais
Para Santos (1988) no século XVIII, as ideias de:
Viço sugere a existência de leis que governam deterministicamente a evolução das sociedades e tornam possível prever os resultados das ações coletivas. Com extraordinária premonição, Viço identifica e resolve a contradição entre a liberdade e a imprevisibilidade da ação humana individual e a determinação e previsibilidade da ação coletiva. Montesquieu pode ser considerado um precursor da sociologia do direito ao estabelecer a relação entre as leis do sistema jurídico, feitas pelo homem, e as leis inescapáveis da natureza (SANTOS, 1988, p.20).
São ampliadas e aprofundadas, é o fermento para a emergência das ciências sociais no século XIX..
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Vídeo
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Ciências sociais nasceram
Para Santos (1988) no século XVIII, essas ideias são ampliadas e aprofundadas e o fermento intelectual que daí resulta vai criar as condições para a emergência das ciências sociais no século XIX. 
A consciência filosófica da ciência moderna, que tivera no racionalismo cartesiano e no empirismo baconiano as suas primeiras formulações, veio a condensar-se no positivismo oitocentista. 
Dado que, segundo este, só há duas formas de conhecimento científico — as disciplinas formais da lógica e da matemática e as ciências empíricas, segundo o modelo mecanicista das ciências naturais — as ciências sociais nasceram para ser empíricas (SANTOS, 1988).
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Ciências sociais nasceram
O modo como o modelo mecanicista foi assumido foi muito variado. Santos (1988) apresenta duas vertentes principais: 
a primeira, sem dúvida dominante, consistiu em aplicar, na medida do possível, ao estudo da sociedade todos os princípios epistemológicos e metodológicos que presidiam ao estudo da natureza desde o século XVI; 
a segunda, durante muito tempo marginal, mas hoje cada vez mais seguida, consistiu em reivindicar para as ciências sociais um estatuto epistemológico e metodológico próprio, com base na especificidade do ser humano e sua distinção polar em relação à natureza.
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Santos (1988) esclarece que na primeira variante — cujo compromisso epistemológico está bem simbolizado no nome de "física social" com que inicialmente se designaram os estudos científicos da sociedade — parte do pressuposto que as ciências naturais são uma aplicação ou concretização de um modelo de conhecimento universalmente válido e, de resto, o único válido. Portanto, por maiores que sejam as diferenças entre os fenômenos naturais e os fenômenos sociais é sempre possível estudar os últimos como se fossem os primeiros. 
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Caminhos que ciências sociais
Para estudar os fenômenos sociais como se fossem fenômenos naturais, ou seja, para conceber os fatos sociais, como coisas, como pretendia Durkheim, o fundador da sociologia acadêmica, é necessário reduzir os fatos sociais às suas dimensões externas, observáveis e mensuráveis. 
As ciências sociais assumem um longo caminho a percorrer no sentido de se compatibilizarem com os critérios de cientificidade das ciências naturais, os obstáculos foram enormes, dentre eles: 
as ciências sociais não dispõem de teorias explicativas que lhes permitam abstrair do real para depois buscar nele, de modo metodologicamente controlado, a prova adequada; 
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Caminhos que ciências sociais precisam a percorrer no sentido de se compatibilizarem com os critérios de cientificidade das ciências naturais
as ciências sociais não podem estabelecer leis universais porque os fenômenos sociais são historicamente condicionados e culturalmente determinados; 
as ciências sociais não podem produzir previsões fiáveis porque os seres humanos modificam o seu comportamento em função do conhecimento que sobre ele se adquire; 
os fenômenos sociais são de natureza subjetiva e como tal não se deixam captar pela objetividade do comportamento; 
as ciências sociais não são objetivas porque o cientista social não pode libertar-se, no ato de observação, dos valores que informam a sua prática em geral e, portanto, também a sua prática de cientista (SANTOS, 1988, p. 24).
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Santos (1988) - há um esforço enorme de dar às ciências sociais um estatuto metodológico próprio. Para esse proposta, os obstáculos acima anunciados são intransponíveis, e há uma forte defesa de que a ciência da sociedade requer uma outra lógica enquanto ciência. 
O argumento fundamental é que a ação humana é radicalmente subjetiva. 
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O marxismo rompe radicalmente 
com a lógica da racionalidade 
cientifica positivista
A ideias marxistas surgem na Europa, com Marx e Engels, na busca de romper com estado capitalista e instalar um novo mundo socialista. 
Nesse momento, iremos nos ater à tentativa de apresentar as contribuições do pensamento marxista especialmente para as ciências sociais, e particularmente, para a educação.
Para Araújo (1955), as descobertas feitas por Marx e Engels assinalaram o fim da antiga filosofia, que ainda não se podia chamar de científica, e o começo do período novo, científico, da história da filosofia.
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O marxismo....e o materialismo dialético 
E o materialismo dialético se consolida enquanto instrumento de pesquisa, um método que penetra todas as ciências e, por sua vez, constantemente se enriquece com as novas conquistas das ciências.
Saviani e Duarte (2010) ao discutir as contribuições do marxismo para educação, analisa as ideias de Marx sobre a formação humana por meio do texto intitulado Manuscritos econômico-filosóficos de 1844 (Marx, 1985).
Para ele, a formação humana é analisada na relação entre o processo histórico de objetivação do gênero humano e a vida do indivíduo como um ser social. O que faz do indivíduo um ser genérico, isto é, um representante do gênero humano, é a atividade vital, a qual é definida por Marx como aquela que assegura a vida de uma espécie.
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O marxismo rompe radicalmente 
com a lógica da racionalidade 
cientifica positivista
A formação humana está estreitamente relacionada ao trabalho, que para Marx distingue o homem das outras espécies vivas por ser uma atividade consciente, segundo Saviani e Duarte (2010);
Por meio do trabalho, o ser humano incorpora, de forma historicamente universalizadora, a natureza ao campo dos fenômenos sociais. Nesse processo, as necessidades humanas ampliam-se, ultrapassando o nível das necessidades de sobrevivência e surgindo necessidades propriamente sociais. (SAVIANI E DUARTE, 2010, p. 428)
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O marxismo rompe radicalmente 
com a lógica da racionalidade 
cientifica positivista
Por isso, precisamente é somente na elaboração do mundo objetivo que o homem se afirma realmente como um ser genérico. Essa produção é sua vida genérica ativa. Mediante ela aparece a natureza como sua objetivação da vida genérica do homem, pois este se desdobra não só intelectualmente, como na consciência, mas ativa e realmente, e se contempla a si mesmo num mundo criado por ele. (Marx, 1985, p. 112 apud SAVIANI E DUARTE, 2010, p.428)
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Finalizando...
As ciências sociais nascem no campo do positivismo.
E com as ideias de alguns sociólogos e de Marx e Engels vão ganhando um outro status que reconhece suas necessidades de forma distintas das ciências naturais.
O natural é construído socialmente...
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Referências 
ARAUJO, Fernando A. S. "Materialismo Dialético", Moscou, edição da Academia de Ciências da URSS, Instituto de Filosofia, 1954. Editorial Vitória Ltda., Rio, 1955. págs.: 7-46. A presente edição foi traduzida do original russo https://www.marxists.org/portugues/tematica/livros/materialismo/01.htm.
GRAMSCI, Antonio (1968) Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
SAVIANI, D; DUARTE, N. (2010). A formação humana na perspectiva histórico-ontológica. Revista Brasileira de Educação v. 15 n. 45 set./dez. 2010.
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Pesquisa e Prática em Educação II
Andréa Rosin Pinola
Atividade 8
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Qual a relação entre formação humana, trabalho e educação?
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