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Diário Ofi cial Poder Executivo - Seção Iquarta-feira, 30 de março de 2016 São Paulo, 126 (58) – III 
A
EsalqTec de Piracicaba: há 
10 anos dissemina tecnologia
Incubadora tecnológica 
abriga empreendimentos 
para a criação de produtos 
ou serviços; muitas das 
empresas incubadas 
tornaram-se viáveis e 
produtivas em vários 
segmentos do agronegócio 
e do meio ambiente
EsalqTec Incubadora Tecnológica 
completa 10 anos como braço de 
empreendedorismo da Escola Su -
perior de Agricultura Luiz de Quei-
roz (Esalq/USP), de Piraci caba, 
vinculada à Secretaria de Desen-
volvimento Econômico, Ciência e 
Tecnologia. Mais de uma dezena 
de empresas incubadas já deixa-
ram seus ninhos e estão inovando 
no mercado, no setor de agronegó-
cios. Atual mente, são oito empre-
endimentos residentes: cinco em 
pré-incubação e 33 empresas asso-
ciadas. A incubadora está alojada 
na Fa zenda do Areão, da Esalq, 
em Piracicaba. 
Seu gerente-executivo, Sér-
gio Barbosa, diz que as portas 
estão abertas aos empreende-
dores, que saem da Esalq com 
desejo de criar produto ou ser-
viço com foco no agronegócio e 
no meio ambiente. “Assim, pre-
cisam de um local e oportuni-
dade para pôr em prática o que 
aprenderam. Neste ano, estamos 
comemorando o aniversário de 
10 anos da incubadora e também 
a graduação de dez empresas 
nascidas aqui.” A graduação de 
uma empresa incubada tem o 
mesmo significado de um aluno 
que conclui seu curso: ambos se 
tornam independentes.
O professor de Agronomia 
da Esalq, Mateus Mondin, con-
selheiro da EsalqTec, informa 
que a incubação é a forma efi-
ciente de promover tecnologia. 
“Há vários anos, nossa escola 
é referência e centro formador 
de ciência, por isso precisamos 
levar ao mercado o conhecimen-
to que produzimos, por inter-
médio dessas empresas”, anali-
sa. Muitos dos empreendedores 
foram alunos de Mondin.
 Promip – Trabalha com biocidas, 
organismos vivos que combatem 
pragas na lavoura. A fábrica fica em 
Engenheiro Coelho (SP) e tem 60 
funcionários
 Max Protein – Produz alimentação 
animal à base de plantas legumino-
sas, como soja e algodão
 Oxitec – Não foi residente, mas é 
empresa associada (parceira) da incu-
badora. De origem europeia, atua 
em biotecnologia e desenvolve no 
Brasil uma geração de insetos gene-
ticamente modificados para controle 
de outros insetos perigosos, como o 
Aedes aegypti. Estuda a possibilidade 
de instalar fábrica em Piracicaba
Mais empresas 
incubadas na EsalqTec
Prática – As biólogas Priscilla Vi l -
lela e Ana Luiza Longo criaram a EcoMol 
(www.ecomolconsultoria.com.br), uma 
consultoria em meio ambiente que opera 
fora da EsalqTec, onde ficou por três 
anos. A empresa vai receber sua gradua-
ção neste ano. Um dos trabalhos que rea-
liza é o monitoramento (para detectar 
a presença) de animais carnívoros em 
determinadas áreas sujeitas a proje-
tos de impacto ambiental, como uma 
hidrelétrica ou fábrica de papel e celu-
lose. “Não praticamos ações invasivas 
nem capturamos o animal, mas recolhe-
mos amostras, como fezes, pelos, etc., 
para análise em laboratório”, explica Ana 
Luiza. “Detectamos espécies locais, quan-
tidade e até graus de parentesco.”
Priscilla conta que a consultoria 
recebe apoio da Fundação de Amparo à 
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fa -
pesp), por meio do programa Pesquisa 
Inovativa em Pequenas Empresas (Pi-
pe). Até o momento, obteve incentivos 
de R$ 960 mil em projetos no Brasil e 
também no exterior. A jovem empresá-
ria conta que, ao receber um trabalho, 
convida especialistas para coletar amos-
tras em campo.
Dividindo o mesmo espaço com a 
EcoMol em um prédio de Piracicaba, está 
a AgroSafety (www.agrosafety.com.br), 
incubada na EsalqTec entre 2006 e 2009. 
A diretora Milena Trevizan informa que 
a empresa atua em quatro áreas do agro-
negócio: executa análises em produtos 
agrícolas e veterinários para registro em 
órgãos competentes; faz testes labora-
toriais em alimentos – leite, carnes e 
vegetais e seus derivados, com detecção 
de até 300 substâncias; realiza análises 
ambientais em água e solo para empresas 
do setor, como concessionárias de água 
e esgotos; e cuida do gerenciamento de 
áreas contaminadas, poços artesianos e 
análises geológicas. 
A coordenadora de vendas da Agro-
Safety, Thayara Camargo, informa que 
entre seus clientes estão o Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abaste-
cimento (Mapa) e empresas de trata-
mento e distribuição de água, em Pira-
cicaba e São Pedro. A empresa tem 28 
funcionários e ganhou, em 2009, quan-
do se graduou, prêmio de inovação tec-
nológica da EsalqTec.
Efeito estufa – Entre 2008 e 2012, 
a Delta CO2 Sustentabilidade Ambiental 
(www.deltaco2.com.br) utilizou as depen-
dências da Fazenda Areão. Depois, pas-
sou a ocupar uma sala, onde está até hoje, 
no Parque Tecnológico de Piracicaba, da 
prefeitura. Um dos sócios, o agrônomo 
Guilherme Cerri, explica que a empresa 
elabora laudos de emissão de gases de 
efeito estufa (CO2, os nitrosos e o meta-
no) em grandes projetos agropecuários, 
como usinas de açúcar e álcool e fazendas 
de gado. “Esses gases, provenientes da 
terra (dos fertilizantes nitrogenados e até 
das fezes de animais), precisam ser mo -
nitorados, porque podem aumentar a 
temperatura no planeta em função do 
efeito estufa”, diz Cerri. 
Além disso, acrescenta, a empresa 
atua em análises de solo, de água e bio-
diversidade biológica (estuda organismos 
vivos presentes na terra). Entre seus 
clientes, destacam-se empresas e entida-
des dos mais variados segmentos ligados 
ao gado de corte, soja, milho, óleos vege-
tais usados na cozinha e no biodiesel, 
suco de laranja, cafés e centros de pesqui-
sas e algumas unidades da Universidade 
de São Paulo.
Fábrica de pragas – A princípio, 
quem produz pragas para a agricultura 
não deveria ser bem-visto. No entanto, a 
Pragas.com é uma das mais auspiciosas 
empresas da EsalqTec, onde está há um 
ano e meio, com possibilidade de ficar 
mais um período igual, até se graduar. A 
jovem Cristiane Tibola, uma das sócias, 
informa que seus produtos são úteis nas 
indústrias químicas, de biotecnologia e 
nas biológicas fabricantes dos biocidas, 
também conhecidos como controlado-
res biológicos, substitutos dos agroquí-
micos convencionais.
As pragas (ou seus ovos) que saem 
dos laboratórios da pequena empresa fun-
cionam para os clientes como se fossem 
cobaias para experimentações. “Um pro-
duto de controle biológico precisa ser tes-
tado nas pragas que irá combater”, explica 
Cristiane. Até o momento, a incubada tem 
quatro clientes. 
Otávio Nunes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
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O agrônomo 
Guilherme Cerri, 
um dos sócios 
da Delta CO2
Incubadora está abrigada na Fazenda do Areão
Milena e Thayara, da premiada AgroSafety
Cristiane, da Pragas.com – Controle biológico
Ana Luiza e Priscilla, 
da EcoMol – Apoio 
da Fapesp
Mondin e Barbosa comemoram
também a graduação de dez
empresas nascidas na incubadora

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