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Ação de prestação de contas

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Ação de prestação de contas
Natureza dúplice, legitimidade interesse, ação de exigir contas, primeira fase da ação de exigir contas, sentença que encerra a primeira fase na ação de exigir contas, segunda fase da ação de exigir contas, ação de dar contas, forma pela qual as contas devem ser prestadas e prestação por dependência
Consiste na apresentação, de forma detalhada, de todos os itens de débito e crédito que resultem da administração de negócios alheios, apurando-se se há ou não saldo devedor.
Necessário aclarar o resultado da gestão, podendo aquele que prestar contas ter saldo a receber ou débito a pagar, nesse último caso, não o isenta de cumprir esse dever.
No Código Civil estão previstas várias situações em que há o dever de prestar contas. Podemos citar algumas delas, como exemplo, a do tutor e do curador, em face do tutelado e curatelado, previsto nos artigos 1.756 e 1.774; do sucessor provisório, em relação aos bens ausentes, previsto nocaput do artigo 33; do inventariante e do testamenteiro, previstos nos artigos 2.020 e 1.980; e do mandatário em relação ao mandante, previsto no artigo 668.
No CPC há dispositivos impondo esse dever ao administrador da massa na insolvência, ou do imóvel ou empresa no usufruto executivo, ao curador da herança jacente e, eventualmente, ao depositário judicial. Porém há mais previsões em outros dispositivos.
Natureza dúplice
Há dois tipos de ações de natureza dúplice, em primeiro, são aquelas em que permitem que o réu formule pedidos contra o autor na contestação, porém poderá o réu apresentar simples defesa, sem nada requerer senão a improcedência.
Já as ações que são intrinsecamente dúplices, em que a condenação do juiz pode dirigir-se contra o autor ou contra o réu, independem de o autor ter formulado requerimento nesse sentido, em sua contestação.
Isso ocorre na ação de prestação de contas, nela o juiz pode concluir, na sentença, pela existência de saldo em favor do autor, ou do réu, mesmo que este nada tenha pedido. O juiz poderá reconhecer a existência de saldo em favor do réu, mesmo que ele não tenha apresentado contestação.
Legitimidade e interesse
Tem legitimidade tanto àquele que tiver direito de exigi-las, quanto quem tem obrigação de prestá-las, isso ocorre em virtude de sua natureza dúplice.
Com relação ao interesse, para que o tenha é necessário que a parte contrária: tenha se recusado a prestar; se recuse a receber as contas; discorde do montante do saldo; ou quando discordar da existência da obrigação de dar contas.
Ação de exigir contas
Prevista no artigo 915 do CPC, é ajuizada por aquele que teve seus bens ou negócios administrados ou geridos por terceiros, e pretende que ele preste contas de sua gestão.
Em regra o procedimento esta dividido em duas fases: inicialmente discutirá se o réu tem ou não a obrigação de prestar contas ao autor; só irá para a segunda fase se for decidido que o réu tem obrigação de prestar contas. Nessa fase o réu prestará contas e o juiz as examinará e verificará se há saldo em favor do autor ou do réu.
Primeira fase da ação de exigir contas
Na petição inicial o autor formulará o requerimento de que o réu seja compelido a prestar contas, expondo as razões do pedido. Requererá, também, a citação do réu para que em cinco dias decida o que fazer, tendo como possibilidades: a) reconhecer, desde logo, sua obrigação e apresentar as contas em juízo; b) contestar a ação, seja impugnando a obrigação de prestar contas, seja reconhecendo tal obrigação, mas informando que as contas já foram prestadas anteriormente; c) manter-se revel.
O procedimento dependerá da conduta adotada pelo réu. Dependerá, ainda, da conduta do réu, para saber se passa para segunda fase ou não.
Sentença que encerra a primeira fase na ação de exigir contas
Conforme prevê o artigo 915, §2º do CPC, caso o réu não conteste a ação ou não negar a obrigação de prestar contas, a sentença julgará procedente a ação e condenará o réu a prestar as contas no prazo de quarenta e oito horas, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresenta.
Contra a sentença cabe apelação que deve ser recebida no duplo efeito.
Segunda fase da ação de exigir contas
Com o trânsito em julgado da sentença que condena o réu a prestar contas, iniciará a segunda fase na qual o réu será intimado para que em quarenta e oito horas preste contas.
Prestando as contas o autor terá cinco dias para dizer sobre elas, podendo: concordar, caso em que o juiz considerará boas; silenciar, e disso se presumirá que há concordância; impugná-las, aduzindo que elas não foram prestadas na forma prescrita em lei.
Caso seja necessária à produção de provas o juiz determinará as pertinentes, após, proferirá sentença, julgando corretas ou não as contas prestadas, e declarando qual o saldo em favor do autor ou do réu.
Contra a sentença com eficácia condenatória caberá apelação com efeito suspensivo.
Ação de dar contas
Refere a hipótese em que aquele que deve contas querer prestá-la, mas a parte contrária não as aceitar.
Com isso, aquele que estiver obrigado a prestar contas requererá a citação do réu para que, no prazo de cinco dias, aceite a prestação ou conteste a ação, conforme artigo 916 do CPC.
Nessa ação existe apenas uma fase, pois as contas já são apresentadas na petição inicial, cumprindo apenas decidir se o réu tem de aceita-las ou não, e se estão corretas.
O réu ao ser citado poderá ter três possíveis atitudes: aceitá-las, caso em que o processo será resolvido pelo mérito, pelo reconhecimento jurídico do pedido; permanecer revel; oferecer contestação, na qual poderá impugnar as contas apresentadas, ou negar a existência da relação jurídica com o autor.
Forma pela qual as contas devem ser prestadas
Prescreve o artigo 917 do CPC que: “As contas, assim do autor como do réu, serão apresentadas em forma mercantil, especificando-se as receitas e a aplicação das despesas, bem como o respectivo saldo; e serão instruídas com os documentos justificativos”.
A forma mercantil exige que todos os lançamentos sejam apresentados de forma discriminada e em ordem cronológica, devendo haver a coluna referente às receitas e às despesas.
Salvo exceção, juntamente com as contas, deverá ser anexado os documentos que justifiquem as receitas e despesas.
Prestação de contas por dependência
O artigo 919 do CPC prescreve que: “As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de outro qualquer administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado. Sendo condenado a pagar o saldo e não o fazendo no prazo legal, o juiz poderá destituí-lo, sequestrar os bens sob sua guarda e glosar o prêmio ou gratificação a que teria direito”.
Refere-se a pessoas nomeadas judicialmente para administrar bens ou interesses alheios. Trata-se de uma prestação de contas que incumbe àquele que foi nomeado em juízo, para que verifique se autuou a contento. Tal determinação é do próprio juízo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público.

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