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Ações possessórias II Tipos de ações possessórias, fungibilidade das ações possessórias, cumulação de demandas, natureza dúplice e exceção de domínio. Tipos de ações possessórias Há três tipos de ações possessórias: a) Reintegração de posse, a qual cabe no caso de esbulho, que ocorrerá quando a vítima for desapossada do bem, por exemplo, no caso do imóvel ser invadido e a vítima expulsa, ou se o agressor se posta na entrada do imóvel e não permite mais que a vítima ingresse. b) Manutenção de posse, verificada nos casos de turbação em que já existem atos concretos de agressão, mas a vítima ainda não foi desapossada, por exemplo, supostos invasores armados derrubarem a cerca, ou postarem na frente do portão, dificultando o ingresso, haverá turbação. c) Interdito proibitório, em caso de ameaça, tendo que ser tal, que incuta à vítima o temor de que possa vir a concretizar-se, por exemplo, se um potencial invasor, acompanhado de várias pessoas, todas munidas de armas, posta-se na vizinhança do imóvel, e por sua atitude, deixa entender a intenção de invadir, haverá ameaça. Fungibilidade das ações possessórias No direito material não há critérios precisos para distinguir, com certeza, entre as diversas formas de violação à posse, com isso o legislador processual valeu-se do princípio da fungibilidade das ações possessórias. A fungibilidade no processo civil serve para amenizar a regra de que o juiz fica adstrito, no julgamento, àquilo que foi pedido, não podendo julgar nem mais nem além, aplicando não só entre as ações possessórias, mas também entre os recursos e entre as cautelares e a tutela antecipada. Em todos esses casos há possibilidade de haver dúvidas do julgador e do jurisdicionado a respeito de qual a medida mais adequada para a situação. Podendo o juiz, com a fungibilidade, julgar uma ação pela outra, sem que a sentença seja tida como extra petita. Cumulação de demandas Admite-se que cumule ao pedido possessório o de: a) condenação em perdas e danos; b) cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho; c) desfazimento de construção ou plantação, feita em detrimento de sua posse. Porém só será permitida a cumulação se o tipo de procedimento adeque para todos os pedidos. E caso, para cada pedido corresponder um tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação se o autor empregar o procedimento ordinário. Natureza dúplice Consideram-se ações dúplices quando a lei permite ao réu formular pedidos em face do autor sem reconvir, deixando a contestação de ser unicamente peça de defesa, e torna-se sede de pedidos, do réu contra o autor. Salvo exceções, em caráter dúplice permitirá ao réu formular os mesmos pedidos que o autor poderia fazer na petição inicial, sem prejuízo do procedimento especial. Por exemplo, imaginemos dois imóveis lideiros, e que haja dúvida a respeito dos limites exatos das divisas entre ambos. Um possuidor, acreditando que a divisa está em um determinado ponto, pensa que o réu está invadindo seu terreno e ajuíza em face dele ação possessória. O outro acredita que a divisa está em outro ponto, e que o invasor é a parte contrária. Exceção de domínio Em nenhuma hipótese, não se admite mais exceção de domínio nas ações possessórias, pois mesmo que na ação possessória ambas as partes invoquem para si a qualidade de proprietárias, o juiz não deve julgar em favor de quem provar ser dono da coisa, mas de quem demonstrar melhor posse. Caso ninguém consiga, a decisão deve ser dada com fundamento nas regras do ônus da prova. Além do mais o artigo 1.210, §2º, do Código Civil vigente, estabelece: “Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa”. Como a lei não faz nenhuma exceção à regra, atualmente prevalece, a regra absoluta, de que o juízo possessório e o petitório devem ficar separados.
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